Silhueta típica de um representante de grupos radicais islâmicos
ESTADO ISLÂMICO
O Estado Islâmico proclamou seu califado em junho de 2014 e, desde então, vem promovendo uma série de atrocidades contra a população da região onde atua.
Grupo ganhou destaque no noticiário internacional após executar dois jornalistas americanos
Os nomes Estado Islâmico (EI) e Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL) começaram a aparecer com frequência no noticiário em junho/2014, após o grupo iniciar uma ofensiva no Iraque e tomar cidades importantes do norte do país. Porém, o EI ganhou destaque e passou a ser considerado uma das maiores ameaças da atualidade depois de divulgar dois vídeos com a execução de jornalistas americanos.
Entenda o que é este grupo e quais são os seus objetivos
O que é o Estado Islâmico?
O Estado Islâmico proclamou seu califado em junho de 2014 e, desde então, vem promovendo uma série de atrocidades contra a população da região onde atua.
Grupo ganhou destaque no noticiário internacional após executar dois jornalistas americanos
Os nomes Estado Islâmico (EI) e Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL) começaram a aparecer com frequência no noticiário em junho/2014, após o grupo iniciar uma ofensiva no Iraque e tomar cidades importantes do norte do país. Porém, o EI ganhou destaque e passou a ser considerado uma das maiores ameaças da atualidade depois de divulgar dois vídeos com a execução de jornalistas americanos.
Entenda o que é este grupo e quais são os seus objetivos
O que é o Estado Islâmico?
É um grupo extremista islâmico sunita que conquistou territórios na Síria e no Iraque, onde estabeleceu um Califado Islâmico. Paulo Visentini, professor de Relações Internacionais da UFRGS, explica que o grupo, apesar de ser considerado terrorista, age mais como um exército que combate abertamente do que como um grupo terrorista que comete atentados.
"Considerado pelos Estados Unidos "um dos grupos terroristas mais perigosos do mundo" e "uma ameaça para toda a região", o EIIL, planeja criar um Estado islâmico."
O que é um Califado Islâmico?
O Califado é um modelo político criado no século 7, após a morte do profeta Maomé. Neste modelo, o califa é o sucessor do profeta, o chefe da nação e tem o poder de aplicar a sharia (a lei islâmica).
Como o grupo surgiu?
"Considerado pelos Estados Unidos "um dos grupos terroristas mais perigosos do mundo" e "uma ameaça para toda a região", o EIIL, planeja criar um Estado islâmico."
O que é um Califado Islâmico?
O Califado é um modelo político criado no século 7, após a morte do profeta Maomé. Neste modelo, o califa é o sucessor do profeta, o chefe da nação e tem o poder de aplicar a sharia (a lei islâmica).
Como o grupo surgiu?
O Estado Islâmico tem origem na Al-Qaeda do Iraque (AQI). O grupo ficou enfraquecido e sem recursos depois que os Estados Unidos derrubaram o ditador Saddam Hussein e declararam seu partido ilegal em 2003, marginalizando os sunitas como um todo. Em 2011, a AQI recebeu apoio financeiro para entrar na guerra civil síria ao lado dos rebeldes – apoiados pelo Ocidente. No mesmo ano, os EUA retiraram suas tropas do Iraque, abrindo espaço para a criação grupo, que adotou o nome Estado Islâmico do Iraque e Levante em 2013.
Al-Qaeda – organização terrorista fundada por Osama Bin Laden e responsável pelos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001 –
O Estado Islâmico – que já foi chamado de Estado Islâmico no Iraque e na Síria (ISIS, em inglês) – originou-se como um braço da Al-Qaeda que atuava na região do Levante, na fronteira entre os dois países citados, mas logo se tornou independente da organização de Bin Laden e passou a atuar seguindo suas próprias regras. Os membros mais antigos da Al-Qaeda já declararam que o EI possui uma postura amplamente mais radical que a rede responsável pelos ataques do 11 de setembro.
Qual o objetivo do EI?
O grupo quer construir um estado islâmico sunita sob um regime radical. Em um primeiro momento, o foco é controlar territórios na Síria e no Iraque, mas líderes do EI já assinalaram a possibilidade de avançar para outros países como Jordânia e Arábia Saudita no futuro.
Qual a diferença do EI para outros grupos extremistas?
O Estado Islâmico chama atenção por dois principais motivos: seu poder financeiro e sua crueldade. O grupo já comanda um grande território e tem ricas fontes de recursos, como petróleo. Em relação à violência, Visentini explica que é uma maneira de mostrar força e desestimular respostas ao seu avanço, além de conquistar novos adeptos. O grupo é conhecido por executar as pessoas que se recusam a se converter ao islamismo sunita e divulga imagens de suas crueldades, que incluem decapitação e crucificação.
Como é financiado?
Ainda antes de se chamar Estado Islâmico do Iraque do Levante, o grupo recebeu apoio financeiro para entrar na guerra civil síria contra Bashar Al-assad (presidente da Síria, desde 2012). Atualmente, o grupo controla um grande território entre o Iraque e a Síria e se tornou autossuficiente.
As principais fontes dos recursos do EI são a cobrança de impostos nas áreas que domina, o roubo de bancos quando toma uma cidade (o grupo roubou US$ 429 milhões do banco central da cidade de Mossul), contrabando de petróleo e a cobrança de resgates por cidadãos de outros países.
Atualmente, o grupo recebe pouco financiamento externo. Segundo Romain Caillet, especialista em movimentos islâmicos, o financiamento externo, incluindo valores recebido de algumas famílias do Golfo, representa apenas 5% dos seus recursos.
Quantas pessoas fazem parte?
O Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) avalia que há mais de 50 mil de combatentes do grupo na Síria. No Iraque, segundo Ahmad al-Sharifi, professor de Ciência Política na Universidade de Bagdá, o EI possui entre 8 mil e 10 mil combatentes.
Quais territórios o EI controla?
O Estado Islâmico está presente em cerca de 25% da Síria (45 mil km²) e em aproximadamente 40% do Iraque (170 mil km²), um total de 215 mil km², o que equivale ao Reino Unido (237 mil km²), de acordo com Fabrice Balanche, geógrafo especialista da Síria. No entanto, como pode ser visto no mapa abaixo, o grupo controla apenas uma pequena parte desses territórios.
Al-Qaeda – organização terrorista fundada por Osama Bin Laden e responsável pelos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001 –
O Estado Islâmico – que já foi chamado de Estado Islâmico no Iraque e na Síria (ISIS, em inglês) – originou-se como um braço da Al-Qaeda que atuava na região do Levante, na fronteira entre os dois países citados, mas logo se tornou independente da organização de Bin Laden e passou a atuar seguindo suas próprias regras. Os membros mais antigos da Al-Qaeda já declararam que o EI possui uma postura amplamente mais radical que a rede responsável pelos ataques do 11 de setembro.
Qual o objetivo do EI?
O grupo quer construir um estado islâmico sunita sob um regime radical. Em um primeiro momento, o foco é controlar territórios na Síria e no Iraque, mas líderes do EI já assinalaram a possibilidade de avançar para outros países como Jordânia e Arábia Saudita no futuro.
Qual a diferença do EI para outros grupos extremistas?
O Estado Islâmico chama atenção por dois principais motivos: seu poder financeiro e sua crueldade. O grupo já comanda um grande território e tem ricas fontes de recursos, como petróleo. Em relação à violência, Visentini explica que é uma maneira de mostrar força e desestimular respostas ao seu avanço, além de conquistar novos adeptos. O grupo é conhecido por executar as pessoas que se recusam a se converter ao islamismo sunita e divulga imagens de suas crueldades, que incluem decapitação e crucificação.
Como é financiado?
Ainda antes de se chamar Estado Islâmico do Iraque do Levante, o grupo recebeu apoio financeiro para entrar na guerra civil síria contra Bashar Al-assad (presidente da Síria, desde 2012). Atualmente, o grupo controla um grande território entre o Iraque e a Síria e se tornou autossuficiente.
As principais fontes dos recursos do EI são a cobrança de impostos nas áreas que domina, o roubo de bancos quando toma uma cidade (o grupo roubou US$ 429 milhões do banco central da cidade de Mossul), contrabando de petróleo e a cobrança de resgates por cidadãos de outros países.
Atualmente, o grupo recebe pouco financiamento externo. Segundo Romain Caillet, especialista em movimentos islâmicos, o financiamento externo, incluindo valores recebido de algumas famílias do Golfo, representa apenas 5% dos seus recursos.
Quantas pessoas fazem parte?
O Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) avalia que há mais de 50 mil de combatentes do grupo na Síria. No Iraque, segundo Ahmad al-Sharifi, professor de Ciência Política na Universidade de Bagdá, o EI possui entre 8 mil e 10 mil combatentes.
Quais territórios o EI controla?
O Estado Islâmico está presente em cerca de 25% da Síria (45 mil km²) e em aproximadamente 40% do Iraque (170 mil km²), um total de 215 mil km², o que equivale ao Reino Unido (237 mil km²), de acordo com Fabrice Balanche, geógrafo especialista da Síria. No entanto, como pode ser visto no mapa abaixo, o grupo controla apenas uma pequena parte desses territórios.
Quem são seus principais inimigos?
Segundo Visentini, os inimigos do grupo são os estados seculares da região e quem os apoia. Em primeiro lugar, o governo da Síria, que é secular, e do Iraque, que é xiita. Os Estados Unidos se tornaram um alvo do grupo pois combatem o EI com ataques aéreos desde o começo de agosto. Em 4 de setembro, o grupo ameaçou destronar o presidente russo Vladimir Putin por apoiar o regime sírio.
Entre as principais características do EI estão as variadas atrocidades que vem cometendo, sobretudo nas cidades que estão sob seu domínio, onde se encontram xiitas, cristãos e curdos – seus principais alvos. A mutilação genital – extirpação do clitóris – feminina, o estupro de crianças e mulheres, a decapitação, a crucificação – sobretudo de cristãos – e o fuzilamento em massa estão entre as atrocidades cometidas diariamente pelos membros do Estado Islâmico.
Saiba mais sobre o conflito:
Árabes: São o maior grupo étnico do Oriente Médio, com cerca de 350 milhões de pessoas. Originário da Península Arábica, formada por regiões desérticas, se espalhou a partir do século 7, com uma grande corrente migratória impulsionada pela expansão do islamismo. O maior fator de unidade entre os árabes não é a religião, mas sim o idioma. São maioria no Egito, na Jordânia, na Síria, no Líbano, no Iraque, nos países da península Arábica e na Palestina.
Curdos: Grupo étnico nativo da região que abrange áreas do Irã, Iraque, da Síria, Turquia, Armênia e Azerbaijão, chamada Curdistão, com 500 mil quilômetros quadrados. Falam o idioma curdo e são mais de 26 milhões de pessoas, representando o maior grupo étnico sem Estado do mundo. No Iraque, representam 15% da população e, embora lutem por um Estado independente próprio, são importantes para a luta do país contra o EI na fronteira do Norte.
Yazidis: Minoria que faz parte da etnia curda, mas se diferem da maioria por sua religião, que mistura várias tradições e era praticada pela maioria dos curdos até a expansão do islamismo, durante a Idade Média. Os yazidis acreditam em reencarnação e não seguem nenhum livro sagrado. Creem que Deus colocou a Terra sob a proteção de sete divindades (anjos), sendo o principal deles Malek Taus, o Anjo-Pavão, conhecido, no Alcorão, como Satanás. Por isso, são chamados de "adoradores do diabo" pelos muçulmanos e foram perseguidos por séculos. Nos últimos dias, o EI expulsou milhares de yazidis de seu reduto, a cidade de Sinjan, no Norte do Iraque. Parte deles está recebendo treinamento bélico no Curdistão. Além do EI, sua população também luta contra a sede, a fome e o calor.
Sharia: Direito Islâmico. Em várias sociedades islâmicas não há separação entre religião e legislação, dessa forma, as leis são baseadas nas escrituras sagradas e nas interpretações dos líderes religiosos.
Jihadistas: Em árabe, jihad significa empenho, esforço. No islamismo, é entendida como luta consigo mesmo em busca da fé perfeita e o esforço para levar a religião islâmica a outras pessoas. De acordo com o Alcorão, livro sagrado do Islã, baseado na vida do profeta Maomé, quem participa da jihad alcançará a felicidade no paraíso. É usada pelos extremistas para justificar ações terroristas contra populações consideradas "infiéis" por não seguirem os mesmos princípios religiosos. No Ocidente, a jihad é comumente chamada de "guerra santa" e, por esse motivo, os militantes do EI são chamados de jihadistas. Na Idade Média, quem liderava a jihad era o califa, representado hoje por Abu Bakr Al Bagdadi.
No dia 29 de junho de 2014, Abu Bark Al-Baghdadi, líder do grupo terrorista sunita Estado Islâmico, foi proclamado califa da região dominada pelo referido grupo.
Fonte: BrasilEscola.com
Jornal Zero Hora-Porto Alegre - *Zero Hora com Agências
mundoeducação.com/historiageral/estadoislamico
VIA:
Segundo Visentini, os inimigos do grupo são os estados seculares da região e quem os apoia. Em primeiro lugar, o governo da Síria, que é secular, e do Iraque, que é xiita. Os Estados Unidos se tornaram um alvo do grupo pois combatem o EI com ataques aéreos desde o começo de agosto. Em 4 de setembro, o grupo ameaçou destronar o presidente russo Vladimir Putin por apoiar o regime sírio.
Entre as principais características do EI estão as variadas atrocidades que vem cometendo, sobretudo nas cidades que estão sob seu domínio, onde se encontram xiitas, cristãos e curdos – seus principais alvos. A mutilação genital – extirpação do clitóris – feminina, o estupro de crianças e mulheres, a decapitação, a crucificação – sobretudo de cristãos – e o fuzilamento em massa estão entre as atrocidades cometidas diariamente pelos membros do Estado Islâmico.
Saiba mais sobre o conflito:
Árabes: São o maior grupo étnico do Oriente Médio, com cerca de 350 milhões de pessoas. Originário da Península Arábica, formada por regiões desérticas, se espalhou a partir do século 7, com uma grande corrente migratória impulsionada pela expansão do islamismo. O maior fator de unidade entre os árabes não é a religião, mas sim o idioma. São maioria no Egito, na Jordânia, na Síria, no Líbano, no Iraque, nos países da península Arábica e na Palestina.
Curdos: Grupo étnico nativo da região que abrange áreas do Irã, Iraque, da Síria, Turquia, Armênia e Azerbaijão, chamada Curdistão, com 500 mil quilômetros quadrados. Falam o idioma curdo e são mais de 26 milhões de pessoas, representando o maior grupo étnico sem Estado do mundo. No Iraque, representam 15% da população e, embora lutem por um Estado independente próprio, são importantes para a luta do país contra o EI na fronteira do Norte.
Yazidis: Minoria que faz parte da etnia curda, mas se diferem da maioria por sua religião, que mistura várias tradições e era praticada pela maioria dos curdos até a expansão do islamismo, durante a Idade Média. Os yazidis acreditam em reencarnação e não seguem nenhum livro sagrado. Creem que Deus colocou a Terra sob a proteção de sete divindades (anjos), sendo o principal deles Malek Taus, o Anjo-Pavão, conhecido, no Alcorão, como Satanás. Por isso, são chamados de "adoradores do diabo" pelos muçulmanos e foram perseguidos por séculos. Nos últimos dias, o EI expulsou milhares de yazidis de seu reduto, a cidade de Sinjan, no Norte do Iraque. Parte deles está recebendo treinamento bélico no Curdistão. Além do EI, sua população também luta contra a sede, a fome e o calor.
Sharia: Direito Islâmico. Em várias sociedades islâmicas não há separação entre religião e legislação, dessa forma, as leis são baseadas nas escrituras sagradas e nas interpretações dos líderes religiosos.
Jihadistas: Em árabe, jihad significa empenho, esforço. No islamismo, é entendida como luta consigo mesmo em busca da fé perfeita e o esforço para levar a religião islâmica a outras pessoas. De acordo com o Alcorão, livro sagrado do Islã, baseado na vida do profeta Maomé, quem participa da jihad alcançará a felicidade no paraíso. É usada pelos extremistas para justificar ações terroristas contra populações consideradas "infiéis" por não seguirem os mesmos princípios religiosos. No Ocidente, a jihad é comumente chamada de "guerra santa" e, por esse motivo, os militantes do EI são chamados de jihadistas. Na Idade Média, quem liderava a jihad era o califa, representado hoje por Abu Bakr Al Bagdadi.
Trecho do Al Corão em inglês referente à guerra santa dos muçulmanos, ou Jihad.
No dia 29 de junho de 2014, Abu Bark Al-Baghdadi, líder do grupo terrorista sunita Estado Islâmico, foi proclamado califa da região dominada pelo referido grupo.
Fonte: BrasilEscola.com
Jornal Zero Hora-Porto Alegre - *Zero Hora com Agências
mundoeducação.com/historiageral/estadoislamico
VIA:
http://aquieuaprendi.blogspot.com.br/2014/10/estado-islamico-o-que-e-e-o-que-quer.html
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