Em Cristo estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento. (Colossenses 2:3)

Ninguém vos engane com palavras vãs; porque por essas coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência.(Efésios5:6)
Digo isso a vocês para que não deixem que ninguém os engane com argumentos falsos. (Colossenses 2:4)
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7 de agosto de 2020

Anjos e seus nomes: quais os anjos mencionados na Bíblia?




 

Existe uma curiosidade generalizada sobre os nomes dos anjos nas diferentes religiões e culturas. Mas será que os Anjos têm nomes? Eles possuem personalidade e características que os definem ou distinguem? Devemos chamá-los? Eles realmente existem? Confira nesse estudo as respostas para essas e muitas outras perguntas sobre anjos, à luz da Bíblia.

Como sabemos, há muita especulação sobre esse tema, mas a Bíblia Sagrada é única fonte de informação que merece total confiança e nos dá as respostas necessárias às dúvidas que temos acerca dos anjos.

O que a Bíblia diz sobre os Anjos?

Os anjos são seres espirituais criados por e para servir ao Senhor. Eles são ministros da providência divina, atuando conforme a vontade e o governo de Deus. A palavra anjo tem sua origem no latim 'angelus', que por sua vez se originou do grego 'aggelos' que traduzidos significam "mensageiro". Em hebraico o termo é 'mal'ak', significando o mesmo, i.é., aquele que fala e age obedecendo aquele que o enviou.

A Bíblia não fala exatamente sobre características ou personalidade de anjos. Através de algumas evidências pode-se subentender que eles foram criados, diversificados uns dos outros, com alto nível de inteligência, força e livre arbítrio.
O fato de alguns anjos terem escolhido desobedecer a Deus, caindo da sua condição original, confirma que eles não são "automatizados" a servirem a Deus.

Eles fazem isso por decisão individual, com amor e fidelidade ao Criador e Pai celestial. Nos diferentes relatos bíblicos vemos que os anjos ocupam posições diferentes, exercem funções distintas mas sempre com o mesmo objetivo: glorificar a Deus, em louvor, reverência e obediência

Anjos mencionados na Bíblia

A Bíblia fala, essencialmente de 2 nomes de anjos: Miguel e Gabriel. Mas, denomina outros grupos angelicais, descrevendo suas funções e características, como por exemplo: anjos santos (Marcos 8:38; anjos ímpios, que não conservaram seu estado original (2 Pedro 2:4 e Judas 1:6 e anjos eleitos (1 Timóteo 5:21 para ministrarem diante Deus. Além disso, a Palavra de Deus declara que existem milhares e milhões deles e que estão em constante serviço ao Deus Eterno.

Confira os nomes e tipos de anjos em algumas referências descritas nas Escrituras:

Anjos chamados por nome na Bíblia

  • Gabriel

    • Características: Do hebraico gabheri'el, significa literalmente "homem de Deus" ou "herói de Deus". Estudiosos e comentaristas divergem quanto a ser um nome próprio ou apenas um substantivo comum. Foi o anjo que apareceu à Daniel, para esclarecer a visão sobre tempos futuros, também anunciou as concepções de João Batista à Zacarias e de Jesus à Maria. Pode ser um dos 7 anjos que assistem diante de Deus (Ap. 8:2). Parece que a sua função principal é ser intérprete de revelações divinas.
    • Referências: Daniel 8:16; Daniel 9:21; Lucas 1:19; Lucas 1:26
     
  • Miguel
    • Características: Do hebraico mika'el, significando "quem é como Deus?". É chamado de Arcanjo em Judas, parecendo, por essa designação, exercer uma posição de liderança entre os anjos. Foi erroneamente designado como a 2ª pessoa da Trindade por algumas seitas, mas isso não pode ser sustentado pelas passagens acerca de Jesus Cristo, que é Deus, infinitamente superior aos anjos, que são seres criados (Hebreus 1:3-8).
    • Daniel 10:13; Daniel 10:21; Daniel 12:1; Judas 1:9; Apocalipse 12:7

Classes ou tipos de Anjos

  • Querubins

    • Características: Há várias menções desse tipo de Anjos na Bíblia. São tipos de Guardas celestiais em constante exaltação ao Rei da glória. São anjos destinados a glorificar a Deus, perante o Seu trono defendendo a Sua santidade. Aparecem registros desses seres no Jardim do Éden, no tabernáculo, como figuras sob a arca da aliança, no templo e na descida de Deus à terra.
    • Referências: Isaías 37:6; Salmos 80:1; Salmos 99:1; Gênesis 3:24; Êxodo 25:18-20; Hebreus 9:5; 2 Samuel 22:10-11; Salmos 99:1
     
  • Serafins
    • Características: São uma classe de anjos bastante aproximada da dos Querubins. Aparecem somente em Isaías 6, glorificando a Deus e preparando o profeta Isaías para se aproximar de forma apropriada de Deus.
    • Referências: Isaías 6:2-3; Isaías 6:6
     
  • Principados, potestades, tronos e domínios
    • Características: São classes de anjos que ocupam lugares de autoridade entre os seres angelicais. Dá ideia de certa hierarquia entre os seres celestiais com funções como chefes ou príncipes de anjos.
    • Referências: Efésios 1:21; Colossenses 1:16; Colossenses 2:10; 1 Pedro 3:22

Anjos descritos pela função que desempenharam

  • "O Anjo do Senhor"

    • Essa é uma designação especial do AT sobre a aparição desse "Anjo". Há pelo menos 60 ocorrências que mostram de forma especial essa descrição em comparação a outras aparições de anjos comuns. Muitos acreditam que essa não era uma simples aparição de um anjo em missão como representante de Deus. Mas que se trata de uma teofania (aparição do próprio Deus) na 2ª pessoa. Os argumentos baseiam-se na diferença entre essas referências, está no modo em que o "Anjo do Senhor" se apresenta como sendo o próprio Senhor e não um mensageiro, simplesmente.
    • Referências: Gênesis 18:2; Gênesis 13:14-17; Juízes 13:18; Gênesis 31; Êxodo 3:6
     
  • Anjos adoradores
    • Serviço prestado: Parece que o serviço comum dos anjos é louvar e adorar a Deus. Não como uma tarefa cansativa e enfadonha, mas como uma atitude voluntária de amor e admiração da Glória magnífica de Deus. Esses seres celestiais celebram louvores a Deus, pelo Seu esplendor e grandeza constantemente. Em toda a Bíblia há diversas menções e referências sobre a adoração contínua que os anjos expressam a Deus. Mas de forma geral, em todas as suas funções ou tarefas, no fim, todos glorificam a Deus através da sua obediência, temor e exaltação.
    • Referências: Salmos 148:1-2; Jó 38:7; Apocalipse 5:11-12
     
  • Anjos vigilantes - Anjos que guardam e protegem
    • Serviço prestado: São anjos ordenados por Deus a protegerem uma pessoa, lugar ou povo. Daniel menciona ter visto um sentinela, um anjo que estava vigiando. A primeira menção aparece no relato da queda, quando Adão e Eva comem da Árvore do conhecimento do bem e do mal, e são expulsos do Jardim do Éden. Deus colocou Querubins e uma espada resplandescente para guardar o caminho para a Árvore da vida.
    • Referências: Gênesis 3:24; Daniel 4:13; [[Daniel 4:23]
     
  • Exércitos dos Céus
    • Serviço prestado: Não se sabe a quantidade exata de anjos existentes mas sabemos que são milhares de milhões e milhões que compõem o Exército celestial Apocalipse 5:11. Numa ocasião, em que o profeta Eliseu estava cercado pelo exército sírio, seu servo teve medo. Então o profeta orou pedindo que Deus lhe mostrasse, que maior era o exército que estavam com eles que os do inimigo. Esses seres, além de guerreiros, parecem também servir como conselheiros divinos numa extensa família de anjos do Senhor no céu.
    • Referências: Mateus 26:53; 2 Reis 6:16-17; Neemias 9:6; 1 Reis 22:19
     
  • Seres viventes
    • Serviço prestado: Em Ezequiel 1 e Apocalipse 4 aparecem outras espécies de seres celestiais conhecidos por "Seres viventes". Estes seres tinham asas e rostos com aparência de homem, leão, boi e águia. Estavam ao redor do trono, manifestando a majestade e a glória de Deus, em movimento, como relâmpagos, e em adoração constante: "Santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos...".
    • Referências: Ezequiel 1:5-14; Apocalipse 4:6-8
     
  • o Anjo das águas
    • Serviço prestado: Este anjo é descrito na visão futura acerca do Fim. O apóstolo João, no livro de Apocalipse, mencionou que ouviu o anjo que tinha autoridade sobre as águas, adorar a Deus por Sua justiça, depois que foi derramada a taça da ira de Deus sobre as águas.
    • Referência: Apocalipse 16:5-6
     
  • Anjo do Fogo
    • Serviço prestado: Este anjo também é mencionado em Apocalipse. No relato, é dito sobre um anjo que tem autoridade sobre o fogo, que fala ao Filho do Homem sobre a Colheita da Terra.
    • Referência: Apocalipse 14:18
     
  • O anjo do "evangelho eterno"
    • Serviço prestado: Este anjo também é descrito em Apocalipse, referido como aquele que tinha nas mãos o Evangelho eterno e proclamava-o às nações.
    • Referência: Apocalipse 14:6
     
  • Os sete anjos que exercerão juízo final de Deus
    • Serviço prestado: São os Anjos que irão tocar suas trombetas e derramar as taças da ira de Deus, no Juízo Final. A descrição detalhada da ação desses anjos aparece no livro do Apocalipse. Há um paralelo entre as imagens descritas no toque das trombetas e no derramar das 7 taças da ira de Deus.
    • Referências: Apocalipse 6:1-15; Apocalipse 8:2; Apocalipse 16:1

Anjos caídos

A Bíblia fala sobre anjos que pecaram contra o Criador e não guardaram a sua condição original de dignidade perante Deus. Estes são os anjos caídos que têm prazer em se opor a Deus e tentam destruir a Sua obra.

  • Diabo, Belzebu, Satanás

    • Características: Satanás foi o primeiro a pecar e portanto, é o originador do pecado no universo. Ele pecou antes de os seres humanos terem caído, tentados por ele mesmo no Éden. Jesus disse que ele "foi homicida desde o princípio", e que ele "é mentiroso e pai da mentira". A característica principal do Diabo é de pecar e induzir outros a pecarem. É possível que o relato de Isaías 14 e Ezequiel 28, descrevendo o juízo sobre o rei (humano) da Babilônia, descrevendo um eventos terreno, possa também descrever eventos celestiais que lhes são paralelos (relacionados a Lúcifer), de forma ilustrativa e limitada.
    • Referências: João 8:44; 1 João 3:8; Lucas 11:15
     
  • Demônios, espíritos malignos, anjos caídos 
    • Características: São anjos maus que estão sob o comando de Satanás, atuando como seus súditos e emissários. Não apresentam nomes específicos na Bíblia. Tal como o seu líder, o objetivo desses seres é fazerem oposição a Deus, tentando matar, roubar e destruir a obra do Senhor. Para esses anjos maus não há perdão, nem redenção. A Satanás e seus anjos já está decretado o juízo final no lago de fogo e enxofre.
    • Referências: Lucas 11:14; Mateus 17:18; Mateus 12:43-45; João 10:10; Mateus 25:41; Jó 4:18-19
     
  • Legião
    • Características: Os espíritos malignos reconhecem o Senhorio de Cristo. Certo homem da terra de Gadara (Gedara) possesso por muitos espíritos malignos, vivia atormentado e isolado em cemitérios. Quando Jesus passou por aquela região, aquele homem correu e se prostrou diante de Cristo. Ao ser questionado pelo Senhor, aquele espírito mal se autointitulou de "Legião" porque eram muitos naquele homem. Esse relato nos mostra que os demônios podem causar muitos males às pessoas, mas Jesus é infinitamente superior e pode libertar.
    • Referências: Marcos 5:9; Lucas 8:30
     
  • Apoliom, Abadom
    • Características: Esse é o Anjo do Abismo, descrito somente em Apocalipse. Seu nome em hebraico "Abadom" e em grego "Apoliom" significam 'destruidor'. É o chefe dos seres atormentadores dos homens durante o Juízo Final.
    • Referência: Apocalipse 9:11
     

Crença universal nos Anjos

A crença na existência do mundo espiritual é comum a quase todas as religiões do mundo. Os anjos fazem parte do conjunto de crenças de várias religiões antigas e atuais. Eles aparecem nas culturas pagãs ora como seres divinos, ou como seres fantásticos, com super poderes, gênios, místicos, ora como fenômenos da natureza, cumprindo decretos dos deuses ou servindo como mensageiros entre os mundos espirituais e materiais.

Os anjos figuram a crença de diferentes povos, compondo repertórios de mitos e folclore sobre deuses e seres fantásticos. Nas diferentes culturas, os anjos são listados em fontes orais e escritas (não fiáveis), com nomes e aspectos diferenciados. São espécies de seres com poderes sobrenaturais, atuando como intermediários entre o mundo espiritual e material.

Crença religiosa X Interesse secular

A crença em anjos está associada ao crescente interesse pelo sobrenatural, busca por espiritualidade ou esoterismo. Além disso, há uma crescente curiosidade e busca de entretenimento a partir de coisas fantásticas.

A luta entre o bem e o mal costuma ser o pano de fundo das narrativas sobre anjos, espíritos, gênios, deuses, super heróis, etc, que continuam despertando o interesse dum público grandioso.

Os seres sobrenaturais estão presentes nas artes e literaturas há muitos séculos. E, ainda hoje são difundidos na cultura pop através de filmes, séries, videojogos, documentários, etc. Apesar disso, é bom ter em atenção que trata-se de figuras (nomes e histórias) fictícias, inventadas ou provavelmente adaptadas de tradições antigas que beberam numa fonte comum vinda da tradição judaico-cristã, isto é, da revelação original dada por Deus. Por não estarem fundamentados na Bíblia, não devem ser creditadas como verdade.

As bases para a fé cristã, real e verdadeira, continuam firmadas única e exclusivamente na Bíblia Sagrada!

Confira a seguir alguns nomes de anjos ou seres divinizados presentes no imaginário popular de alguns povos:

Figuras angelicais em textos externos

  • Fadas

    • Folclore europeu - São criaturas míticas presentes em literaturas e contos orais germânicos, célticos, eslavos e outros que passaram a compor o imaginário ocidental e oriental. Fazem parte de uma coleção de crenças populares em divindades mágicas que guardam ou assombram pessoas e lugares específicos. A fada madrinha era semelhante ao anjo da guarda que tinha por função proteger seus afilhados.
     
  • Hermes
    • Mitologia grega - É o deus mensageiro e irreverente. Filho de Zeus e da ninfa Maia, Hermes tinha asas nas sandálias que facilitava seu deslocamento para realizar as suas tarefas e entregar mensagens entre os deuses gregos.
     
  • Mercúrio
    • Mitologia Romana - É o deus do comércio e também o mensageiro entre os deuses romanos. Sofreu sincretismo com o deus grego Hermes quando a Grécia foi conquistada pelo império romano.
     
  • Eros
    • Mitologia grega - É o deus do amor erótico e da paixão, filho da deusa Afrodite. É representado como um rapaz nu com asas que saiam dos ombros. Depois da conquista romana, sofreu sincretismo com o conhecido Cupido, o deus romano do amor erótico que se diverte atirando flechas invisíveis para promover romances.
     
  • Thor
    • Mitologia Nórdica - É uma divindade forte, filho do deus germânico Odin e da deusa Jord. Thor era o deus das guerras, dos trovões e tempestades. Este valente guerreiro usa um martelo como principal arma e está associado à ideia de proteção dos mortais.
     
  • Valquírias
    • Mitologia Nórdica - Essas divindades eram filhas do deus Odin e da deusa Frigga. Segundo o mito, essas deusas decidiam quem morreria. Depois apareciam para recolher os corpos dos valentes que morriam no campo de batalha para serem levados para o palácio de Valhalla, onde estes aguardaria para lutar na batalha final ao lado de Odin.
     
  • Peri
    • Mitologia turca - Entidade divina que atua ora como agente do bem ora do mal. São típicos seres alados, radiantes e altos. Semelhantes à fadas boas ou a espíritos malignos, que por vezes visitam o reino dos mortais - Irchi é um tipo desses seres no folclore turco que têm olhos de fogo, que fazem bem ou mal aos humanos.
     
  • Rafael
    • tradições judaico-cristãs - O nome desse anjo é conhecido na tradição católica romana e ortodoxa como o anjo da cura. Aparece em alguns textos hebraicos apócrifos (como o livro de Tobias, p.ex.) sendo considerado o anjo que ministra a cura de Deus. Segundo essa literatura, o anjo Rafael ajudou o jovem Tobias numa viagem dando-lhe o livramento da morte e ensinou-o como deveria curar seu pai da cegueira. A tradição católica romana adotou essa tradição ao acrescentar o livro de Tobias na tradução junto dos livros canônicos da Bíblia.
     
  • Jeremiel
    • tradições judaico-cristãs - O nome desse anjo aparece no 2º livro de Esdras. Este livro apócrifo é reconhecido apenas pelos cristãos ortodoxos. Segundo esse texto não inspirado, Jeremiel tinha o dever de guardar o Sheol ou Hades, o abismo e o conhecido "Seio de Abraão", onde as almas justas aguardavam pelo Senhor. Não há nenhuma fundamentação bíblica para essas informações.
     
  • Fanuel
    • Tradições judaicas - Este é o nome dado ao quarto anjo ouvido no Livro apócrifo de Enoque. Seu nome significa "a face de Deus" e seria aquele que tem domínio sobre a esperança de arrependimento de quem irá herdar a vida eterna. Mas sabemos que é Cristo quem tem autoridade sobre os que hão de herdar a salvação. É considerado um dos arcanjos que irá tocar a 7ª trombeta. A Bíblia Sagrada só diz o nome de um arcanjo, Miguel, e não diz o nome dos anjos que irão tocar as trombetas.
     
  • Uriel
    • Tradições judaicas - Considerado o anjo da iluminação, seu nome significa fogo, ou "Chama de Deus". Aparece nos livros apócrifos de Enoque e no 2º livro de Esdras, onde é sugerido que seja este quem terá instruído Esdras na sua obra; também acredita-se que seja este anjo quem lutou com Jacó; também aquele que anunciou o dilúvio a Noé entre outras atuações. Mas nada disso pode ser confirmado pela Bíblia.

Em muitas outras tradições e religiões são encontradas referências de tipos de anjos, com nomes e reputação já popularizados. Mas, quase sempre sofrem variações, consoante a linha ou registro cultural. De forma geral, esses relatos não podem ter sua veracidade confirmada.

Anjos nas crenças judaicas

Rafael, Uriel, Salatiel, Samael, Fanuel, Jeremiel, Remuel, Jegudiel e Baraquiel são alguns nomes de anjos que aparecem na tradição mística judaica. Muitas dessas crenças, a Cabala por exemplo, tem como base o Antigo Testamento mas distorcem e adicionam acréscimos de estudos rabínicos e obras não canônicas de judeus, que contradizem a Bíblia.

Contudo, somente os nomes de Gabriel e Miguel aparecem nos livros hebraicos aceitos como inspirados por Deus. Esses livros mais antigos do Antigo Testamento compõem o cânon judaico da Tanakh (a Bíblia hebraica) e são os mesmos da Bíblia cristã protestante.

A tradição judaica foi beneficiada com a mensagem verdadeira dada por Deus, mas sofreu influências de culturas estrangeiras com o passar do tempo. No princípio, sabia-se da existência de milhares de anjos, mas eram seres anônimos nas Escrituras Sagradas, com exceção de Gabriel e Miguel.

A nomeação de outros anjos foi adotada pelos judeus tardiamente no pós exílio, a partir de influências místicas de tradições pagãs (como a babilônica, por exemplo) com as quais tiveram contato.

Assim, tendo uma compreensão tão alargada sobre angeologia (estudos dos anjos), com adições de experiências não inspirados por Deus, algumas linhas judaicas se afastaram da verdade bíblica. Adotaram conhecimentos distorcidos na busca por intermediários na sua busca por Deus. Há uma tendência natural e pecaminosa de se adorar a criatura em vez do Criador. Daí, ao seguir certas fantasias, muitas pessoas passaram a se relacionar com anjos, orando e se dedicando a eles, o que é totalmente desencorajado pela Bíblia.

Cuidados sobre o relacionamento com anjos

Não devemos buscar contato nem orar a anjos ou outros espíritos além de Deus. A Bíblia diz que Satanás se disfarça de anjo de luz (2 Coríntios 11:14 para enganar. Por isso, busque conhecimento verdadeiro na Bíblia Sagrada e ore e adore somente ao Senhor.

Embora muitos judeus não O reconheceram, Jesus Cristo é o único caminho que nos conduz a Deus (João 14:6). Não há outro meio espiritual ou humano para isso. Em Jesus, podemos ir direto à Fonte de vida, proteção, amor, alegria e salvação, sem precisar contactar outros assessores.

O autor da carta aos Hebreus alerta aos judeus e a nós sobre a superioridade de Cristo frente a qualquer anjo (Hebreus 1:4-8) e à necessidade de ter em primazia a Palavra anunciada pelo Senhor sobre Ele (Hebreus 2:1-3. Os outros seres espirituais criados são criaturas limitadas, coadjuvantes (anjos bons) ou antagonistas (anjos maus) na grande história de Deus. Também sabemos que há um só mediador entre Deus e os homens, Cristo, o Senhor (1 Timóteo 2:5-6).

Curiosidade sobre anjos na Bíblia

Há muitas especulações quanto a detalhes sobre anjos e demônios, mas é preciso considerar qual o grau de importância dado pela Bíblia a esses temas. Sendo a revelação escrita de Deus aos homens, a Bíblia, dá pouquíssima ênfase aos nomes específicos de anjos. Mas ela é suficiente como nossa base de fé e prática. A Palavra de Deus traz tudo o que precisamos para conhecer ao Senhor e buscá-lo da maneira certa.

Os detalhes que a Bíblia não aborda devem ser estudados com muito cuidado e sabedoria. Temos interesse e curiosidade sobre vários assuntos mas, provavelmente se não há muita informação nos livros inspirados por Deus, é porque essas questões são secundárias e não são tão relevantes para nosso relacionamento com Deus.

Mais importante que conhecer os nomes e particularidades dos anjos é sabermos que eles foram criados e são usados para o cumprimento do propósito de Deus, o Senhor a quem servem e adoram.

O que podemos saber mais?

  • No Antigo Testamento a palavra hebraica Mal'ak (Mal'a kim e similares), traduzida por anjo (mensageiro) ocorre 108 vezes mencionando os seres espirituais que servem e louvam ao Senhor. Ora são denominados pelas suas características ou pelas suas funções, nas respectivas tarefas.
  • No Novo Testamento a palavra grega 'aggelos' (e/ou similares), anjos, aparece 175 vezes. Os seres angelicais, tal como antes, aparecem como mensageiros de Deus, exercendo funções semelhantes às que faziam nos registros do AT antes da vinda de Cristo.

Por fim, note que o mais importante não é a identidade dos anjos, mas sim o Nome que está acima de todo nome: Jesus Cristo.

A Ele, os anjos servem e adoram, tal como nós devemos fazer - Filipenses 2:9-11 e Efésios 1:20-21. Para assegurar a nossa salvação, o mais importante é conhecermos a Deus (João 17:3) e não às Suas criaturas especificamente.


https://www.respostas.com.br/anjos-e-seus-nomes-anjos-mencionados-na-biblia/


26 de dezembro de 2018

Os querubins




A palavra hebraica cherub ocorre 91 vezes no Velho Testamento, enquanto a palavra grega cheroubim ocorre apenas uma vez no Novo Testamento (Hb 9:5). Desde a primeira menção de querubins nas Escrituras, em Gênesis 3:24, até a sua descrição mais detalhada no livro de Ezequiel, aprendemos muitas e valiosas lições sobre estes seres que vivem tão próximos de Deus. É interessante notar que de todas as ocorrências de querubins nas Escrituras, sete vezes encontramos a afirmação de que “Deus habita entre os querubins”. Três vezes essa expressão é usada de forma figurativa, descrevendo os querubins que estavam sobre a arca da aliança (I Sm 4:4; II Sm 6:2; I Cr 13:6), e quatro vezes se refere a querubins reais, que estão no Céu, no meio dos quais “Deus habita” (II Rs 19:15; Sl 80:1; 99:1; Is 37:16). Além disso, duas vezes são registradas as palavras de Davi, quando afirmou que Deus “subiu sobre um querubim, e voou” (II Sm 22:11; Sl 18:10). Isto confirma a proximidade que os querubins têm da própria presença de Deus. O Senhor está no meio deles.

(…) Quanto à função que os querubins exercem, as Escrituras mostram que eles têm uma ligação direta com a santidade e justiça de Deus. Eles são agentes do trono dispostos a executar o juízo divino sobre os atos pecaminosos dos homens. A primeira menção de querubins está relacionada à expulsão de Adão e Eva do jardim. Querubins foram colocados ao oriente do jardim, bem como uma espada inflamada que girava ao redor (Gn 3:24). Simbolicamente, os querubins estavam também presentes no Tabernáculo, em três lugares diferentes. Sobre isto, William J. Watterson diz: 
“Na cortina que formava a porta do átrio e na cortina que formava a porta da tenda, não havia querubins. Eles estavam somente nas cortinas que formavam a própria tenda, no véu que dividia esta tenda, e na arca. Como a tenda era coberta com peles de animais, não seria possível ver os querubins de fora da tenda. Era somente ao se aproximar da arca, que simbolizava a presença de Deus, que os querubins seriam visíveis”. 
No jardim do Éden o acesso estava impedido, mantido assim pela presença dos querubins. No Tabernáculo o acesso à presença de Deus também estava impedido, simbolizado pela figura dos querubins no véu interior. A única pessoa que podia, uma vez ao ano, passar por aqueles querubins era o sumo sacerdote, que entrava com sangue em suas mãos (Hb 9:6-8). Isto é uma figura do Senhor Jesus, o Homem que entrou por nós: “Visto que temos um grande sumo sacerdote, Jesus, Filho de Deus, que penetrou nos céus, retenhamos firmemente a nossa confissão” (Hb 4:14). Ao penetrar nos céus o Senhor Jesus não levou um sangue alheio, mas o seu próprio sangue, que tem validade e garantias eternas (Hb 9:11-14). Nenhum querubim poderia impedir a entrada deste Homem. Pelo contrário, os querubins se alegraram por ver que, finalmente, um Homem digno em caráter e perfeito em redenção pagou o preço pelos pecados e comprou para Deus o direito de receber todos os que estiverem no Seu Filho.

Além do véu interior e da tenda, o outro lugar onde os querubins estavam presentes, simbolicamente, no Tabernáculo, era no propiciatório — que era a cobertura da arca da aliança. Em cada uma das extremidades do propiciatório, e formando uma só peça com ele, foram postos dois querubins de ouro (Êx 25:17-22; 37:6-9). As asas dos querubins tocavam umas nas outras, e o rosto de cada um olhava para baixo. Simbolicamente, estes querubins olhavam para a arca, como se estivessem averiguando o seu conteúdo, mas o propiciatório os impedia de enxergar aqueles objetos. Pensando no simbolismo destas coisas, podemos aprender verdades muito preciosas sobre a redenção que há em Cristo.

Os três objetos colocados dentro da arca eram: as tábuas da aliança, uma vasilha de ouro contendo o maná e a vara de Arão que floresceu (Hb 9:4). Cada um destes objetos, de uma forma positiva, nos ensina sobre as provisões espirituais que temos em Cristo. Mas de uma forma negativa estes objetos lembram os atos de pecados do povo, porque foram dados em ocasiões de rebeldia. As duas tábuas da Lei foram dadas num contexto em que o povo estava envolvido em idolatria (Êx 32). Moisés quebrou as primeiras tábuas da Lei e foi necessário lavrar outras duas (Êx 34:1), e estas últimas foram as que ele colocou dentro da Arca. O maná foi dado numa ocasião quando o povo, murmurando, desejou as panelas de carnes que tinham no Egito (Êx 16). A vara que floresceu foi dada depois da rebelião liderada por Coré, Datã e Abirão, que estavam insatisfeitos com a liderança sacerdotal estabelecida por Deus (Nm 16 e 17).

O simbolismo disso tudo é que enquanto os querubins olhavam para dentro da Arca, eles não podiam enxergar os pecados do povo e, consequentemente, não poderiam aplicar nenhum juízo ao povo de Deus. O propiciatório, que é uma figura de Cristo (Rm 3:25; I Jo 2:2; 4:10), ensinava aos querubins que aqueles pecadores que estão em Cristo estão seguros, “nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus” (Rm 8:1). Além disso, no dia da expiação, realizado uma vez ao ano, o sumo sacerdote aspergia sangue sobre o propiciatório, no meio dos querubins (Lv 16:14). Com isso, o Senhor estava mostrando aos querubins que o preço pela redenção daqueles que estão em Cristo já foi pago. William J. Watterson diz ainda: 
“Contemplando, então, a arca, o propiciatório e os querubins, temos uma figura preciosa da nossa propiciação.
Olhando para o interior da arca, olhamos para dentro de nós mesmos, e vemos nossa carne: ingrata, insubordinada e idólatra! Olhando para os querubins, somos lembrados da santidade de Deus, e imediatamente percebemos o problema: como é que seres pecadores como nós podem se aproximar de um Deus santo, que habita entre os querubins?
A resposta está no propiciatório e no sangue da propiciação. O propiciatório cumpria duas funções; escondia os símbolos do pecado, e expunha o sangue da propiciação. Os querubins, por causa do propiciatório, não viam o conteúdo da arca — viam apenas o sangue.
Assim é uma igreja local. Se olharmos para dentro de nós mesmos, veremos os lembretes do pecado. Mas Deus nos vê no Amado, purificados pelo sangue do Senhor Jesus Cristo. Deus nos vê, hoje, como seremos na eternidade”. 
Esta verdade sobre a nossa santificação posicional se torna ainda mais surpreendente quando lembramos que Satanás, o inimigo das nossas almas, era um “querubim, ungido para cobrir … querubim cobridor” (Ez 28:14, 16). Ele tinha a função de sustentar o trono de Deus, vivia o mais próximo possível da presença de Deus e deveria, como os outros querubins, manter a santidade da habitação de Deus. Seu orgulho, porém, o levou à queda, e depois de perder a sua posição honrada, se tornou um feroz inimigo de Deus e de tudo o que se relaciona a Ele. Dia e noite este inimigo das nossas almas acusa os servos de Deus, mas quão surpreso ele deve ficar toda vez que o sangue de Cristo é apresentado como garantia da segurança eterna do Seu povo. Na mesma publicação citada acima, William J. Watterson continua: 
“Imagine Satanás, ‘o acusador de nossos irmãos’ (Ap 12:10), chegando perante Deus, o Deus que habita entre os querubins, e acusando-nos pelos nossos muitos defeitos. Ele, que foi querubim antigamente, talvez lance em rosto daqueles que hoje são querubins da glória, as nossas falhas: ‘Vocês que são querubins, guardiões da santidade de Deus, não enxergam as falhas daquele povo?’ Quase podemos imaginar os querubins olhando para o Senhor, e declarando: ‘Senhor, nós não vemos nada daquilo com que ele acusa os Teus filhos. Nós somente vemos o sangue do Cordeiro, que para sempre os purificou de toda mancha!’” 
A pessoa de Cristo e o sangue de Cristo são de um valor tão alto, que nem mesmo as criaturas mais próximas do trono de Deus, os querubins, podem ver algum resquício de pecado naqueles que estão seguros nEle. Esta é uma verdade tão sublime, que o ímpio não consegue entender e Satanás não pode aceitar. Mas nós cremos!

(Extraído do livro “Anjos”. Já disponível!)
https://palavradegraca.com.br/os-querubins/


19 de agosto de 2015

Sobre anjos: 10 erros comuns

 
A maioria das pessoas não se dá conta que boa parte dos seres que associamos ao cristianismo, e portanto são originários das descrições bíblicas, obrigatoriamente devem parecer com o que lá está dito (assim como religiões criadas a partir da mesma devem segui-la e não apenas apropriar-se de trechos seletos).

Os anjos são mencionados por toda a Bíblia, presentes em momentos dramáticos, anunciando eventos terríveis. Estes seres foram retratados por artistas pelos séculos, como os renascentistas, que pintaram os querubins como bebês alados, com bundas infantis a mostra, ou grandes moças aladas esculpidas, guardando túmulos em cemitérios. 

Outros ainda associam Satanás com a aparência muito equivocada ao descrito nas Escrituras, origem desse personagem, e longe do que seria nossa crença de um anjo caído.


10. Não temos um anjo da guarda pessoal

Nós todos já ouvimos historias sobre pessoas salvas por desconhecidos misteriosos ou a sensação de sermos guardado por uma entidade de um mundo paralelo. É confortante imaginar essa proteção dando-nos segurança em outro mundo, mas não há nada na bíblia sobre anjos da guarda. Algumas passagens citam anjos guardiões com propósitos específicos, como em Mateus 18:10 “Vede, não desprezeis algum destes pequeninos, porque eu vos digo que os seus anjos nos céus sempre veem a face de meu Pai que está nos céus”.

Utilizam desse texto para explicar que anjos pajeiam crianças ou os de fé mais avivada (eu particularmente já ouvi que Deus designa anjos para guardar os bêbados), mas o contexto nada tem em relação a essas afirmações.

A ideia de anjos da guarda lembram muito as histórias sobre fadas madrinhas, o que não é apenas uma coincidência, e sim uma evolução desses contos. Através da Idade Média, ouviremos falar de santos que tiverem encontros com anjos protetores. Essas histórias falam giram em torno da mesma ideia de milagrosos resgates pessoais, e foram recontados e popularizados nos séculos 18 e 19. No século 20 a ideia do anjo pessoal chegou à crença nos moldes de hoje, onde se crê nessa proteção pessoal de uma criatura extraordinária.

09. Querubins não possuem carinhas de bebê.

Querubins são comumente retratados por alguns pintores como pequenos bebês com asas, fofos, e de face simpática e amigáveis. Mas a aparência descrita nada tem haver com essa ilustração.

A bíblia nos descreve seres terríveis, sendo um tipo muito específico de anjo. Inteligíveis em suas descrições feitas pelos profetas, sua servidão ao Reino é muito próxima do Criador, servindo-O diretamente pela eternidade. Segundo o livro de Genêsis, dois querubins foram postos na guarda da entrada do paraíso, a fim de bloquear o retorno de Adão e Eva. Curiosamente, a Arca da Aliança carrega em sua tampa a escultura de duas dessas criaturas encarando-se.

O profeta Ezequiel dá muitos detalhes sobre suas aparências. De acordo com as Escrituras, esses anjos possuem uma forma que lembra a humana, embora sua pele tem aparência metalizada do cobre, pés de fauno, 4 rostos e 4 asas cada um, e a descrição de sua forma e movimento não fazem muito sentido. Homem, águia, leão e touro são os quatro rostos contidos em cada ser descrito pelo profeta (o que nos remete a esfinge: os 4 seres que a forma). Assim como os querubins cercam e circulam a presença de Deus, assim também é simbolizado em sua arca, onde sua Lei foi guardada.

Sinceramente, não há o menos sentido na pintura desses bebês e a verdadeira descrição dessas terríveis criaturas.

8. Querubins não são necessariamente seres amigáveis.

Como já descrito anteriormente, a arte sempre descreveu essa esses seres como gracinhas aladas, sempre sorrindo, tocando suas harpas, mas já vimos que se víssemos um desses pessoalmente certamente sentiríamos pânico.
querubins sobre a arca

Considere, por exemplo, o propiciatório, a tampa da Arca da Aliança, muito conhecida por causa do primeiro filme de Indiana Jones, e perceba a obscuridade de seu significado. As duas figuras sobre o propiciatório são querubins, rostos e corpos escondidos em um par de asas. O outro par se estende em direção ao outro, formando uma espécie de trono. De acordo com as Escrituras, esse assento simboliza a presença potencialmente letal de um Deus irado.

Anualmente, um Sumo Sacerdote realizava uma cerimônia – o chamado Dia do Perdão, com a aspersão do sangue de sacrifícios de animais no propiciatório para apaziguar a fúria de Deus e adiar a sua ira por mais um ano. Outro ritual específico tinha que ser realizado para abordar com segurança o propiciatório e qualquer desvio do ritual era mortal para aquele sacerdote tolo o bastante para desrespeitá-lo. Todos os anos, os querubins entalhados recebiam a oferta de sangue de sacrifícios de animais, até tornar-se desnecessário, uma vez que Cristo foi crucificado e o sacrifício desse sangue foi suficiente para satisfazer os querubins para sempre.

7. Pessoas não se tornam anjos.


Apesar do famoso clichê usado em filmes, não há nada que informe essa ideia: que pessoas boas e retas tornam-se anjos ao morrerem, já que são raças totalmente diferentes, e criadas também com propósitos diferentes. Uma passagem no livro de Hebreus, 1:26, afirma que são entidades ministradoras, enviadas por Deus afim de servir àqueles que herdarão a vida pós morte.

Genesis ainda afirma que esses seres são feitos de uma matéria totalmente diferente da humana – chamada “espiritual” – e estes podem assumir uma aparência humana conforme os desígnios do Criador. Pedro em sua carta sugere que eles não tem a mesma característica trina que o humano: corpo-alma-espirito. Ele afirma : “Está revelado que eles não estão servindo a si mesmos, mas a vocês, e essas coisas são anunciadas agora para todo aquele que ora para que a Boa Nova venha através do Espírito venha dos céus – coisas que os anjos anseiam ver. "Se o Espírito Santo prega para a humanidade, e os anjos desejam que eles ouçam a mesma mensagem, esses anjos não são humanos.

6. Não existe gênero entre anjos (macho ou fêmea)

Incontáveis pinturas e gravuras mostram anjos masculinos aparecendo em cenas bíblicas, enquanto vemos centenas, em tumbas e criptas, de estátuas de anjos femininos guardando-as. Esse atributo humano não encontra base bíblica, já que para um melhor entendimento, atribuímos coisas humanas a seres que não conseguimos entender. Alguns podem argumentar que as características bíblicas associam a masculinidade aos anjos, descrevendo-os como “varões”, como os que entraram em Sodoma, ou os chamados “filhos de Deus”, associados aos anjos caídos, que tiveram filhos com as mulheres humanas e geraram gigantes. Em grego a palavra “angelos” tem gênero masculino e é usada comumente no Novo Testamento, inclusive porque Gabriel e Miguel, nomes citados, são referidos como “ele”. A única menção bíblica de um anjo no feminino é no livro de Zacarias 5.9: ” De novo ergui os olhos e vi chegarem à minha frente duas mulheres com asas como de cegonha; o vento impeliu suas asas, e elas ergueram a vasilha entre o céu e a terra.” Mesmo assim, nada sugere que as visões do profeta sejam algo mais que alegorias, tão presente nesse livro.

A ideia de anjos femininos surgiu séculos depois da Bíblia feita. É sabido que os artistas da época até o século quatro mantinham distância de retratar imagens e ídolos de uma religião que até então abominava algo que poderia se tornar em idolatria. Foi nessa época que o Cristianismo começou a buscar em outras religiões a influência helenista dessas imagens até hoje populares. A ideia de colocar asas em anjos sempre existiu em mitologias e religiões pagãs e seus deuses.

5. Anjos não possuem aureolas
Qual imagem vem a sua mente quando falo sobre anjo bíblico? Provavelmente ele venha com túnicas, asas e aureola ou halo. O detalhe é que não há nas descrições que justifiquem a aparição dessa “luz” em volta da cabeça desses personagens.

As referências mais próximas nada possuem nem remotamente com algo do gênero. Mesmo assim, isso tornou-se detalhe fundamental na base da obra de arte religiosa, como referência a um brilho luminoso em torno de um seleto grupo de personagens, tai como Cristo e Moisés.

Esse brilho em pinturas religiosas é mais precisamente chamado de "nimbus", e apareceu pela primeira vez na arte do século IV, inicialmente utilizados apenas em obras que retratavam Cristo sentado em um trono. Ela ganhou popularidade como ícone de bondade e logo foi estendida a todas as representações de Cristo e anjos. Por volta do século sexto todos estavam usando-os, inclusive nas figuras dos santos. O halo, ou nimbus, é uma daquelas coisas que o cristianismo adotou por acidente.

A ideia remonta a antigos reis da Síria e do Egito, que usavam coroas nesse formato, com a intenção de mostrar as conexões com suas divindades e luz divina circundante. Também na Roma Antiga era costume o uso de raios e coroas nas representações de seus imperadores. Os artistas cristãos só deram continuidade de uso no simbolismo já estabelecido e deram prosseguimento a isso.

04. Eles não têm obrigatoriamente um par de asas.

Semelhante ao caso da representação de anjos com halos, a imagem relacionada ao uso de asas é mais um produto de artistas posteriores do que com registro nos textos bíblicos reais.

seis asas de serafimAsas não são fazem parte obrigatória nas histórias angelicais na Bíblia, embora haja muitas menções sobre “voo" - que é compreensivelmente ligam ao uso de asas. O Serafim, das mais altas hierarquias, estão diante de Deus e, literalmente, queimam de amor por seu Senhor (inspirando outros a fazerem o mesmo), e são especificamente descritos em Isaías como tendo seis asas. Apenas duas são utilizadas para voar, enquanto um par é usado para proteger o rosto e o terceiro para cobrir os pés. Querubins são geralmente descritos como tendo quatro asas. Cristãos primitivos retratavam anjos sem que existissem asas em suas gravuras. Alguns dos primeiros exemplos de anjos alados apareceram nas catacumbas romanas: a tumba do político romano Junius Bassus retrata a famosa cena bíblica de um anjo que apareceu a Abraão dizendo-lhe para não sacrificar o seu filho. O anjo na cena está sem asas, mas outras figuras no sarcófago têm asas, o que sugere que o momento em que foi esculpida por volta do ano 359, uma mudança geral nas percepções populares na aparência angelical. Até o final daquele século, os anjos já estavam firmemente associados a descrição de deuses pagãos alados e deusas.

03. Não existe a versão cristã de Anjo da Morte.


A poderosa imagem do Anjo da Morte, a obscura e encantadora criatura que tem como única regra a destruição da vida não existe na Bíblia.

Um pequeno número de passagens citam a existência do mesmo, como na décima praga do Egito, quando um anjo teria tomado a vida dos primogênitos das casas onde não haviam a marca do sangue nas soleiras das portas. Em outra passagem, no segundo livro de Reis, um anjo teria exterminado instantaneamente 185.000 assirios.

De qualquer forma, o tradicional anjo da morte não é anjo. É apenas a morte. Os anjos da morte citados na Bíblia não se dedicam exclusivamente à destruição da vida humana. Eles se prontificam a cumprir as ordens vindas de Deus, podendo ser o mesmo anjo um mensageiro de boas novas ou promovedor de livramentos. Apenas Deus tem o poder de definir quem vive ou quem morre, mesmo quando dentro das Escrituras a ideia é perpetuada. Da mesma forma, a cultura judaica rejeita a ideia de anjo da morte.

O anjo da morte é atribuído a Samael, um dos primeiros nomes de anjo mencionados em um trecho inexpressivo e facilmente ignorado em sua referência bíblica. Durante o período de Amoraim da história acadêmica ( 220-370 A.C.),e Samael - como Anjo da Morte - se fundiu a outras referências. Os textos originais mencionam anjos se transformando em seres vingativos, mensageiros mortais. Samael gradualmente foi assumindo o título do Anjo da Morte, fazendo salto de cânone religioso ao folclore, tornando-se uma criatura que agia de forma independente.

Ele já não cumpria os desejos de Deus. Ele estava caçando e matando por conta própria. Este folclórico Samael foi coberto com “onisciência” para garantir que ele não perderia nada. Na tradição judaica, ele ocasionalmente é relacionado a Caim, e disse ter trazido o poder e desejo de matar a humanidade.



02. Gabriel não é de alta hierarquia

Gabriel aparece em toda Bíblia apenas quatro vezes, e em uma dessas é repetidamente representada em todos os natais. Ele aparece para Maria e diz a ela sobre a escolha divina para ser a mãe do filho de Deus; duas vezes depois como mensageiro.

Ele é definido como um arcanjo, contrariando a informação que fosse apenas um anjo de hierarquia secundária, e essa posição já dá uma distinção importante. Embora a definição de arcanjo o ponha acima de um anjo comum, ele ainda tem castas superiores, e não poucos.

Os anjos são descritos como tendo uma hierarquia de três níveis distintos, e dentro de cada faixa são três subgrupos. A primeira hierarquia, mais próximo de Deus, inclui os Serafins (que são os presenciais em Deus), os Querubins e os Tronos, ditos inseparáveis da Palavra. No segundo nível, temos os Domínios, que governam o resto e ajudam os humanos no controle de seus impulsos, Virtudes que estão no comando de envio de milagres, e os Poderes que ajudam a proteger as pessoas boas das tentações do diabo. Na última hierarquia, o menor do grupo e os menos próximos de Deus, estão os Principados, controladores dos outros anjos abaixo deles. Os diferentes reinos terrenos têm seus próprios Principados, responsáveis pela supervisão e gestão de grupos, certificando-se de que as pessoas dignas serão elevadas a liderança, e ajudando a garantir que o poder é exercido para o nome de Deus.

Diretamente abaixo estão os arcanjos, que servem como mensageiro de Deus como visto nas aparições de Gabriel (significado de seu nome: mensageiro de Deus). Abaixo aos arcanjos estão os anjos, que aparecem entre os homens com mais frequência, retransmitindo notícias de pequenos milagres, e auxiliando, se necessário. Quanto mais baixo da hierarquia que você é, o mais longe de Deus que você é. Isso faz com que Gabriel, um dos anjos apenas mencionada na Bíblia e o garoto propaganda dos presépios em todos os lugares.

1. Anjos maléficos não causaram a inundação diluviana.
anjo pre diluviano

Anjos quase sempre são contextualizados como mensageiros e servos de Deus. Mesmo quando estão matando, realizam a vontade de Deus. Mas, de acordo com algumas interpretações, foram anjos que, pelo menos em parte, causaram o dilúvio bíblico que destruiu toda a humanidade (com exceção de Noé e sua família).

De acordo com Gênesis, nos dias anteriores ao dilúvio, a Terra era lar para a humanidade, bem como uma raça chamada Nefilins. O Nefilins foram gerados dos "filhos de Deus" e as "filhas dos homens", e uma das interpretações comuns deste é que os "filhos de Deus" eram anjos que vieram para o reino da terra e se agradarem sexualmente delas.

Judas 1: 6 refere-se aqueles que haviam deixado o seu legítimo morada e ido para a Terra, enquanto o próprio Gênesis apresenta o Nefilim como filhos de mulheres humanas e criaturas divinas. Embora a interpretação seja um pouco complexa – por falta de argumentos válidos - para o debate em ambiente cristão, é um pouco mais simples na teologia judaica:

Quando Deus vê a corrupção que tomou conta de sua criação, e Azael Samhazai e seu grupo se ofereceu para ir para a Terra e provar que o homem é responsável pelo seu próprio destino. Enquanto estiveram lá, não só cederam aos prazeres terrenos que tentavam evitar, mas Samhazai viola um dos mais sagrados juramentos: revela o verdadeiro nome de Deus a uma mulher mortal. Após isso, nunca mais foi autorizado a voltar para o céu, e Istar, a mulher, é elevada aos céus e posta entre as estrelas. Ele se arrepende, mas isso só faz o manteve no limbo entre a Terra e o Céu.

Outras versões contam que algo como 18 anjos se misturaram com humanas e produziram descendentes. Em ambas as tradições, a presença do pecado mundano, obriga a Deus aniquilar tudo, juntamente com os gigantes, descendentes de seus amados anjos.