A Falsa Teologia da Substituição
Um erro comum, que alguns cristãos tem cometido, e que tem dificultado uma interpretação saudável das Escrituras, é acreditar que somos o Israel de Deus. A alegação que tem sido feita, é que a Igreja tem ocupado o lugar de Israel. Essa falsa doutrina é chamada de “teologia da substituição”.
O que é a teologia da substituição?
Kenneth Gentry, define a “teologia da substituição” da seguinte maneira: “cremos que a Igreja sucedeu, para sempre, o Israel nacional como a instituição para a administração da benção divina ao mundo”.
À sua afirmação inicial, Gentry adiciona o seguinte embasamento: “Ou
seja, cremos que, no desenrolar do plano divino na história, a Igreja
cristã é a exata realização do propósito redentivo de Deus. Como tal, a
Igreja sucede o Israel nacional como ponto de focalização do reino de
Deus. Na verdade cremos que a Igreja se torna o “Israel de Deus” (Gl 6:16)…
A teologia da substituição, ensina que os Judeus foram rejeitados por
Deus, e não são mais o seu povo escolhido. Aqueles que assumem esse
ponto de vista, rejeitam qualquer futuro étnico para o povo Judeu em
relação as alianças bíblicas. Paulo, é claro, ao ensinar em Romanos 11,
diz que apesar da incredulidade da nação de Israel ter levado eles, como
ramos naturais, serem cortados, ele também garante que no futuro,
quando vier, de Sião, o libertador, por amor aos patriarcas, por ser os
dons e a vocação de Deus irrevogáveis, todo o Israel será salvo (Rm 11:25-29).
Em outras palavras, o fato de a geração da primeira vinda de Jesus ter
sido infiel ao senhor, sua descrença não tem o poder de anular o que
Deus prometeu incondicionalmente aos patriarcas.
Gálatas 6:16, tem sido o texto em que os defensores da teologia da substituição tem se apoiado para seus argumentos.“E, a todos que andarem de conformidade com esta regra, paz e misericórdia sejam sobre eles e sobre o Israel de Deus”. Para eles, Gl 6:16 ensina que a Igreja sucedeu Israel: ”Se
Abraão pode ter gentios como sua “descendência espiritual”, por que não
deveria haver um Israel espiritual? De fato, os cristãos são chamados
pelo nome “Israel”. (3)
O “Israel espiritual” realmente existe. Esse termo refere-se aos Judeus que confiaram em Jesus como o seu Messias. “Porque
não é Judeu quem o é apenas exteriormente, nem é circuncisão a que é
somente na carne. Porém Judeu é aquele que o é INTERIORMENTE, e
circuncisão, a que é do coração, no espírito, não segundo a letra, e
cujo louvor não procede dos homens, mas de Deus (Rm 2:28-29). A
Igreja no entanto, nunca é chamada de “Israel espiritual”. O Novo
testamento não muda ou espiritualiza o sentido de Israel. Há 77
referências a Israel ou Israelita, e tais expressões nunca foram usadas
como sinônimo de Igreja.
O texto em Gálatas 6:16 é simples e claro. A primeira parte do versículo 16: “E, a todos quantos andarem de conformidade com esta regra”, refere-se à regra recém mencionada por Paulo no verso 15: “Pois nem a circuncisão é coisa alguma, nem a incircuncisão, mas o ser NOVA CRIATURA” (Gl 6:15). Esta é uma categoria espiritual que engloba todos os crentes, para os quais Paulo pronuncia uma benção: “paz e misericórdia sejam sobre eles”. A ela segue-se se comentário adicional: “e sobre o Israel de Deus”.
Se a intenção de Paulo fosse identificar “eles” como o “Israel de
Deus”, então, porque não eliminou simplesmente o “e” após o “eles”? O
resultado seria muito mais apropriado, caso Paulo tivesse identificado o
pronome “eles”, ou seja, a Igreja, com o termo “Israel”. Nesse caso, o
versículo seria traduzido da seguinte forma: “E, a todos que andarem de conformidade com esta regra, paz e misericórdia sejam sobre eles, o Israel de Deus…Entretanto,
Paulo não eliminou o “e”, deixando claro que ao invés de identificar a
Igreja como o Israel de Deus, se o próprio Israel de Deus, andar de
conformidade com o ser Nova Criatura, experimentará de paz e
misericórdia.
Gálatas refere-se a gentios que procuravam alcançar a salvação pela
lei. Eles estavam sendo enganados pelos Judaizantes – Judeus que exigiam
a adesão à lei de Moisés. Para estes, um gentio tinha de converter-se
primeiro ao Judaísmo a fim de ser qualificado para a salvação em Cristo.
Paulo argumenta que o que realmente é necessário para a salvação é a
fé. Ele pronuncia uma benção sobre dois grupos de pessoas que deveriam
seguir essa regra para a salvação. O primeiro grupo, referido na
passagem pelo pronome “eles”, é o dos Cristãos gentios, a quem ele havia
dedicado a maior parte da Epístola. O segundo grupo, é denominado de
“o” Israel de Deus. Nesse caso, trata-se dos Cristãos Hebreus que, em
contraste com os judaizantes, seguiam a regra da salvação unicamente
pela fé.
Para concluir, vale mencionar o fato de que a Igreja só surge após a
ressurreição do Senhor. Deus o ressuscitou e fez dele o cabeça do corpo,
que é a Igreja, a plenitude daquele que a tudo enche em todas as coisas
(Ef 1:19-23). Não podemos nos esquecer que a Igreja era um mistério na
Antiga Aliança (Rm 16:25-27 – ICo 2:6-10 – Ef 3:1-13 – Cl 1:24-29), e
que ela, como já mencionado, se distingue de Israel em todo o Novo
Testamento. No livro de Atos, tanto Israel como a Igreja existem
simultaneamente. O termo Israel é usado 29 vezes, e o termo “ekklesia”
(Igreja) é usado 19 vezes. Por fim, os capítulos 9 a 11 de Romanos nos
proíbe de falar da Igreja como tendo tomado o lugar do povo Judeu, por
isso, não empregue a linguagem da substituição de Israel pela Igreja.
artigo de: http://verbodavida.org.br/lista-blogs/sa-doutrina/somos-o-israel-de-deus/
Uma análise bíblica sobre as diferenças e semelhanças entre Israel e a igreja
“É porventura Deus somente dos judeus? E não o é também dos
gentios? Também dos gentios, certamente, visto que Deus é um só, que
justifica pela fé a circuncisão, e por meio da fé a incircuncisão”. (Rm 3:29-30)
INTRODUÇÃO
O motivo deste estudo é mostrar que
devermos amar Israel e orar pela paz em Jerusalém (Sl 122:6), sabendo
que Israel é a nação eleita de Deus. Porém, não podemos confundir Israel
com igreja e temos que saber separar as coisas. Há muita confusão com
relação a estes dois povos. Muitos interpretam erroneamente as promessas
de Deus para Israel, como se fossem para a igreja (assim como várias
passagens dos evangelhos, relativas a Israel e não à igreja, como Mateus
24 e 25) e tem muitas igrejas evangélicas pregando práticas e doutrinas
do A.T., aos crentes neotestamentários!
Devemos saber que apesar de haver muita semelhança entre ambos, também há grandes e importantes diferenças. Portanto:
“Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade” (2Tm 2:15).
ISRAEL
“Porque povo santo és ao Senhor teu Deus; o Senhor teu
Deus te escolheu, para que lhe fosses o seu povo especial, de todos os
povos que há sobre a terra” (Dt 7:6)
Israel, em termos de nação, é o povo escolhido por Deus (Gn 12:1-3,
17:7-8; Êx 19:5-6; Dt 7:6-26; Is 43:5-7; Jr 7:23; 13:11; At 13:17), não
por seus atributos mas, muito pelo contrário, pela graça e soberania de
Deus. Ele disse que, através desta nação, seriam abençoadas todas as
famílias da terra (Gn 12:3).
Israel surgiu da semente de Abrão: “Ora, o Senhor disse a
Abrão: Sai-te da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, para a
terra que eu te mostrarei. E far-te-ei uma grande nação, e
abençoar-te-ei e engrandecerei o teu nome; e tu serás uma bênção” (Gn 12:1-2). O Senhor disse a Abrão que sua descendência seria mais numerosa que as estrelas do céu (Gn 15:5).
A Aliança Abraâmica é uma aliança com três elementos vitais, onde
Deus: 1. Declara a estratégia de alcançar o mundo através de Israel. 2.
Lega uma terra como uma possessão eterna a Israel. 3. promete abençoar
aqueles que abençoarem a Israel e amaldiçoar aqueles que a amaldiçoarem.
Esta possessão de terra (bênçãos materiais) iria do Rio Nilo até o Eufrates: “Naquele
mesmo dia fez o Senhor uma aliança com Abrão, dizendo: À tua
descendência tenho dado esta terra, desde o rio do Egito até ao grande
rio Eufrates” (Gn 15:18).
Porém, o mais importante ainda é que esta aliança é PERPÉTUA (eterna!): “E
estabelecerei a minha aliança entre mim e ti e a tua descendência
depois de ti em suas gerações, por aliança perpétua, para te ser a ti
por Deus, e à tua descendência depois de ti. E te darei a ti e à tua
descendência depois de ti, a terra de tuas peregrinações, toda a terra
de Canaã em perpétua possessão e ser-lhes-ei o seu Deus” (Gn 17:7-8).
Deus não anulou esta aliança, sob nenhuma hipótese, mesmo com
toda a desobediência por parte do povo de Israel; até porque, Deus
sempre soube que este povo era de dura cerviz e, por isso, a aliança não
seria jamais firmada sob a condição da obediência de Israel: “Porque eu sabia que eras duro, e a tua cerviz um nervo de ferro, e a tua testa de bronze” (Is 48:4).
A aliança foi mantida, pois Deus é Fiel e “… guarda a aliança e a misericórdia até mil gerações aos que o amam e guardam os seus mandamentos” (Dt 7:9); pois, como Deus mesmo disse: “Porque eu, o Senhor, não mudo; por isso vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos” (Ml 3:6).
A aliança foi firmada, com base no amor de Deus, que nunca muda,
por amor do Seu Santo Nome (Is 48:9; Ez 20:9, 14, 22, 44; 36:21). Mesmo
com a desobediência do povo, Deus os perdoou várias vezes: “Não obstante o meu olho lhes perdoou, e eu não os destruí nem os consumi no deserto” (Ez 20:17).
Em Deus, “não há mudança nem sombra de variação” (Tg 1:17); o que Ele prometeu, Ele cumpriu, cumpre e cumprirá: “Desta maneira deu o Senhor a Israel toda a terra que jurara dar a seus pais; e a possuíram e habitaram nela” (Js 21:43). (vide também: Is 43:11, 13, 46:5, 9-10; Hb 6:17-18; etc.).
Israel foi necessário para revelar ao mundo a sabedoria de Deus (Dt
4:5-8). Também, seria o povo através do qual Deus traria o Messias ao
mundo e a consequente oportunidade de salvação aos gentios (Gn 12:3; Jo
4:22; Rm 9:4-5).
Em Romanos, vemos Paulo indagar: “Qual é, pois, a vantagem do
judeu? Ou qual a utilidade da circuncisão? Muita, em toda a maneira,
porque, primeiramente, as palavras de Deus lhe foram confiadas. Pois
quê? Se alguns foram incrédulos, a sua incredulidade aniquilará a
fidelidade de Deus?” (Rm 3:1-3). Ele mesmo responde: “De maneira nenhuma; sempre seja Deus verdadeiro, e todo o homem mentiroso” (Rm 3:4a).
Assim, Deus se identificou a Moisés, na sarça ardente: “… Eu sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó” (Êx 3:6).
Na Palavra de Deus, vemos bênçãos e promessas para aqueles que amarem Israel, bem como, maldições para os que a odiarem: “E abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra” (Gn 12:3). “Orai pela paz de Jerusalém; prosperarão aqueles que te amam” (Sl 122:6).
Profecias sobre o milagre da indestrutibilidade de Israel:
TODAS AS OUTRAS NAÇÕES ESPALHADAS DESAPARECERAM! (Gn 12:1-3; 15:5 versus
Jr 30:11; Lv 26:44; Is 11:11-12; Jr 31:35-36; 46:28; Ez 37:21; Mt
24:34; Rm 11:1-5; 25-32).
Profecias sobre a História de Israel: Israel teve profetizada
sua dispersão (Lv 26:33; Dt 28:15, 64-65 (ou 15-68); Jr 15:4; 16:13;
24:9; Os 3:4; 9:17). Primeiro seria dispersa só a parte de Israel (1Rs
14:15; Is 7:6-8; Os 1:6-8). Depois, Judá seria dispersa (Is 39:6; Jr
25:9-12). 70 (Setenta) anos depois, Judá seria parcialmente restaurada
(Mq 1:6-9 versus Jr 29:10-14). Até o nome de Ciro, o rei Persa que
restauraria Judá, foi previsto com 120 anos de antecedência!!! (Is
44:28-45:1).
Os judeus foram desobedientes a Deus e contaminaram a casa de Israel “… com seus caminhos e com as suas ações” e “por causa do sangue que derramaram sobre a terra, e dos seus ídolos, com que a contaminaram” (Ez
36:17-18). Israel havia sido eleito e escolhido para seguir pelo
caminho indicado pelo Senhor. Mas andou por seus próprios caminhos e fez
aquilo que achava certo segundo seu raciocínio humano. Os israelitas se
recusaram a ser uma nação teocrática e quiseram imitar os povos
vizinhos (1Sm 8:5). Esta foi e continua sendo, até aos dias de hoje, a
grande tragédia de Israel.
Em virtude de serem tão desobedientes, Deus os espalhou pelo mundo: “E
espalhei-os entre os gentios, e foram dispersos pelas terras; conforme
os seus caminhos, e conforme os seus feitos, eu os julguei” (Ez 36:19).
A primeira diáspora inicia-se em 586 a.C., quando o imperador
babilônico Nabucodonosor II (605 a.C.-562 a.C.) invade Jerusalém e
deporta os judeus para a Babilônia.
Mas, mesmo que os judeus tenham profanado o Nome do Senhor, entre os
gentios, Deus os poupou por amor do Seu Nome (Ez 36:21) e prometeu que
os traria de volta à sua terra (Ez 36:24) e os trouxe (Jr 15:14-21).
Em Lucas 21:24, lemos que: “E cairão ao fio da espada, e para
todas as nações serão levados cativos; e Jerusalém será pisada pelos
gentios, até que os tempos dos gentios se completem”.
O segundo momento da diáspora acontece no ano 70 d.C., com a
destruição de Jerusalém e do templo, pelas legiões romanas do General
Tito, quando os judeus foram dispersos pelo mundo. A partir desse
momento, os judeus se dirigiram para diversos países da Ásia Menor e do
sul da Europa, formando comunidades que mantiveram a religião e os
hábitos culturais judaicos.
Contudo, Deus prometeu que os traria de volta, mesmo estando eles dispersos por todo o mundo: “Não
temas, pois, porque estou contigo; trarei a tua descendência desde o
oriente, e te ajuntarei desde o ocidente. Direi ao norte: Dá; e ao sul:
Não retenhas; trazei meus filhos de longe e minhas filhas das
extremidades da terra. A todos os que são chamados pelo meu nome e os
que criei para a minha glória, os formei, e também os fiz” (Is 43:5-7).
Esta fantástica profecia se cumpriu debaixo de nossos olhos! Em 14 de
Maio de 1948, em uma reação rápida, Israel recebeu da ONU o seu
reconhecimento como nação! Esse evento está mencionado na Bíblia:
“Quem jamais ouviu tal coisa? Quem viu coisas semelhantes? Poder-se-ia
fazer nascer uma terra num só dia? Nasceria uma nação de uma só vez? Mas
Sião esteve de parto e já deu à luz seus filhos” (Is 66:8).
{Provavelmente este foi um cumprimento parcial e menor, em alguns
sentidos, mas era antes considerado totalmente impossível, e foi um
extraordinário milagre da providência de Deus, e ilustra e comprova o
cumprimento pleno que certamente virá. É um exemplo da “Lei do Duplo
Cumprimento” (vide livros e cursos de Hermenêutica, as leis para a sã
interpretação da Bíblia, particularmente da linha dispensacionalista,
como Manual de Escatologia, de Dwight Pentecost). Em resumo, esta lei de
interpretação reconhece que, antes do infalível cumprimento maior
(literal, completo, e definitivo), profecias às vezes podem ser
cumpridas somente num sentido menor (figurativo, incompleto, e
temporário), uma espécie de “pequena amostra preliminar, um penhor
comprobatório de que o todo virá”, o que de modo algum substitui e
impede o cumprimento literal, completo e definitivo}.
“Todavia, nenhum outro grupo étnico da face da Terra tem uma
reivindicação mais legítima à sua terra do que os judeus – o que é
atestado pelos manuscritos antigos que contêm descrições detalhadas de
títulos agrários muitos séculos anteriores ao surgimento da fé islâmica
agora professada por aqueles que insistem que a terra pertence, não aos
judeus, mas a eles. Apenas para mostrar o quão fraca e ridícula é
realmente a reivindicação dos assim-chamados “palestinos”, muitos
autores observaram que até que Israel foi restabelecido como uma nação,
os árabes e outros muçulmanos na região tinham pouco interesse pela
terra ou por Jerusalém – a cidade que agora, de repente, tornou-se o
“terceiro sítio sagrado mais importante do Islã”.” (Pr. Ron Riffe) [1]
Paulo, referindo-se aos israelitas disse o quanto esta nação é especial, pois dela veio o Salvador: “Porque
eu mesmo poderia desejar ser anátema de Cristo, por amor de meus
irmãos, que são meus parentes segundo a carne; que são israelitas, dos
quais é a adoção de filhos, e a glória, e as alianças, e a lei, e o
culto, e as promessas; dos quais são os pais, e dos quais é Cristo
segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito eternamente. Amém”. (Rm 9:3-5) [grifos meus]. E, também, destacou a importância dos judeus “porque, primeiramente, as palavras de Deus lhe foram confiadas” (Rm 3:2).
Por essas e outras, vemos que Israel é um povo peculiar, especial
para Deus. Deus nunca os abandonou. E, uma vez que o Altíssimo ama,
incondicionalmente, este maravilhoso povo, nós (gentios) também devemos
amá-lo e orar por sua conversão!
ISRAEL, UMA NAÇÃO, UM MILAGRE – SUAS PECULIARIDADES
O povo: Nos quase 2.000
anos de diáspora (dispersão) entre todos os povos, os judeus continuaram
isolados como um povo e sobreviveram a todas as ondas de perseguição. O
Estado de Israel é, portanto, a continuação do povo bíblico, o que se
mostra inclusive nos cohanin, os descendentes de Arão, que são os únicos a possuírem o gene YAP DYS19B.
A terra: Vimos que, em cumprimento a várias profecias, em 14 de Maio
de 1948, em uma reação rápida, Israel recebeu da ONU o seu
reconhecimento como nação e retornou à sua terra prometida! Jerusalém é
mencionada 811 vezes na Bíblia e nenhuma vez no Corão, revelando a
mentira de que Jerusalém sempre foi sagrada para os muçulmanos.
A língua: A língua oficial de Israel é o hebraico
bíblico enriquecido com vocábulos modernos e se chama “ivrit”. Isso
significa que hoje poderíamos conversar com o rei Davi, com o profeta
Isaías e com o apóstolo Paulo. Elieser Ben-Yehuda (1858-1922)
ressuscitou e deu nova vida ao hebraico bíblico, que, na Diáspora, era a
linguagem usada na liturgia e na teologia. A língua hebraica se manteve
em seu estado original e não se modificou com o passar do tempo como
aconteceu com as outras línguas vivas (por exemplo, o grego) porque
ficou hibernando por quase 2.000 anos e conservou-se igual ao hebraico
bíblico original.
A moeda: Já há 2.000 anos a.C., o “shekel” (siclo)
era uma moeda. O siclo era a moeda para se pagar o tributo ao templo em
Jerusalém. Em 1982, Israel reintroduziu esta moeda bíblica e passou a
usar outra vez o siclo como moeda corrente.
A religião: Outras religiões se modificaram,
reformas e contra-reformas adaptaram as religiões ao espírito de cada
época. Com o Judaísmo não foi assim. A religião judaica se ateve
teimosamente aos preceitos da Bíblia.
A legislação: Apesar de Israel ser um Estado
democrático moderno, sua legislação se baseia em fundamento bíblico.
Assim, em Israel não existe casamento civil, só a cerimônia religiosa
rabínica; contratos de arrendamento só têm validade por 49 anos, para
que no 50º ano, que é ano de jubileu, tudo volte às mãos de seus
proprietários originais; soldados israelenses prestam juramento com a
Bíblia sobre o peito e com a arma na mão. A lei bíblica continua sendo a
instância máxima para a legislação em Israel.
Tudo em Israel… tem idade bíblica, mas isso não faz
de Israel um museu. Ele é um dos países mais modernos do mundo. Em
outros lugares se abandonam as tradições dos antepassados, mas em Israel
existe uma volta à antiga Bíblia. Assim, Israel vai se tornando mais e
mais um recipiente com formato bíblico para, algum dia, estar em
condições de receber em si o Espírito de Deus (Ez 37 e Jr 31). Por
enquanto, Israel é bíblico apenas em sua forma exterior, mas
interiormente ainda não; contudo, todas as coisas têm a sua hora para
acontecer. (Nota: alguns trechos deste tópico foram retirados do artigo:
“Quão Bíblico é Israel?”, com pequenas adaptações) [2]
Jesus Cristo (que é 100% Deus e, portanto, é Eterno), ao Se encarnar,
também Se tornou 100% Homem; e, humanamente falando, Ele é judeu, pois
nasceu da raiz de Jessé (Is 11:1, 10; Rm 9:3-5; 15:12).
Vejamos o que nos diz Dave Hunt: “Jesus Cristo, o Salvador e
Redentor de todos os que nEle creem, é, sem dúvida, o assunto mais
importante das Escrituras – contudo, sem Israel, não existiria um
Salvador. Jesus é um judeu, descendente de Abraão, Isaque e Jacó,
através do rei Davi, o que Lhe dá o direito de governar Israel e o
mundo. Ele nasceu em Israel, ali viveu todos os seus dias terrenos e
(com algumas exceções) ministrou exclusivamente aos judeus, conforme
Mateus 15.24: “Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de
Israel”. [3]
Israel, uma nação minúscula que representa apenas 1/1.000 da população mundial e, segundo o Pr. Ron Riffe: “Humanamente
falando, não há modo para que um minúsculo país conseguisse sobreviver a
qualquer uma das guerras movidas contra ele por seus vizinhos árabes do
Oriente Médio – muito menos quatro guerras de 1948 a 1973! A guerra de
1948 para a independência colocou cerca de 45 milhões de árabes contra
aproximadamente 64.000 judeus – Porém, quando a poeira abaixou, cerca de
dois anos depois, Israel tinha obtido uma surpreendente vitória.
Militarmente, ele estava em desvantagem – a proporção era de 40 contra
1, em população era de 100 para 1, em equipamento de 1000 contra 1 e em
terreno de 5000 contra 1, mas mesmo assim Israel venceu”. [4]
Como se vê, os fatos acima falam por si!
ISRAEL NÃO RECONHECEU O MESSIAS E REJEITOU A PALAVRA DE DEUS
Com relação ao ministério terreno de Jesus Cristo, Dave Hunt nos relata que: “Ele
nasceu em Israel, ali viveu todos os seus dias terrenos e (com algumas
exceções) ministrou exclusivamente aos judeus, conforme Mateus 15.24:
“Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel”. Ele
ordenou aos Seus discípulos: “Não tomeis rumo aos gentios, nem entreis
em cidade de samaritanos; mas, de preferência, procurai as ovelhas
perdidas da casa de Israel” (Mateus 10.5-6). Após a Cruz e a
Ressurreição, porém, Ele ordenou: “Ide, fazei discípulos de todas as
nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”
(Mateus 28.19 e Marcos 16.15). Mesmo assim, o Evangelho continua sendo
“primeiro do judeu e também do grego (Romanos 1.16)”. [5]
Como vimos, Jesus Cristo veio para os Seus (os judeus); mas, infelizmente, estes não O receberam: “Veio para o que era seu, e os seus não o receberam” (Jo 1:11). Mas, a rebelião de Israel alcançou seu auge quando seus líderes rejeitaram o Cristo Ressurreto.
Vejamos algumas ocasiões (dentre outras) em que os filhos de Israel rejeitaram Jesus Cristo e a Palavra de Deus, a seguir:
a) Uma ocasião foi quando os líderes de Israel taparam os ouvidos ao evangelho: “E,
ouvindo eles isto, enfureciam-se em seus corações, e rangiam os dentes
contra ele… Mas eles gritaram com grande voz, taparam os seus ouvidos, e
arremeteram unânimes contra ele” (At 7:54, 57);
b) Outra ocasião foi em Antioquia, da Pisídia, quando os judeus “… vendo a multidão, encheram-se de inveja e, blasfemando, contradiziam o que Paulo falava” (At 13:45). Diante dessa recusa por parte dos judeus, “…
Paulo e Barnabé, usando de ousadia, disseram: Era mister que a vós se
vos pregasse primeiro a palavra de Deus; mas, visto que a rejeitais, e
não vos julgais dignos da vida eterna, eis que nos voltamos para os gentios; porque o Senhor assim no-lo mandou: Eu te pus para luz dos gentios, a fim de que sejas para salvação até os confins da terra” (At 13:46-47) [grifos meus];
c) E mais uma ocasião foi em Corinto, conforme lemos: “E,
quando Silas e Timóteo desceram da Macedônia, foi Paulo impulsionado no
espírito, testificando aos judeus que Jesus era o Cristo. Mas,
resistindo e blasfemando eles, sacudiu as vestes, e disse-lhes: O vosso
sangue seja sobre a vossa cabeça; eu estou limpo, e desde agora parto para os gentios” (At 18:5-6) [grifos meus].
d) Em Atos 28:25-27, Paulo relembra as palavras do Espírito Santo
ditas aos pais, através do profeta Isaías, quanto ao endurecimento dos
corações dos judeus. E, como os judeus recusaram o evangelho, por fim,
ele declara: “Seja-vos, pois, notório que esta salvação de Deus é enviada aos gentios, e eles a ouvirão” (At 28:28).
Como os judeus rejeitaram a Palavra de Deus, Ele os colocou,
temporariamente, de lado. Paulo, sendo o ‘apóstolo dos gentios’, foi
para os gentios e lhes anunciou o ‘evangelho da graça’ (salvação
exclusivamente pela fé, sem obras, conforme At 13:39; Rm 3:20-31, 4:3-20; Gl 3:10-13; 5:4; Ef 2:8-9; Tt 3:5): “Mas
em nada tenho a minha vida por preciosa, contanto que cumpra com
alegria a minha carreira, e o ministério que recebi do Senhor Jesus,
para dar testemunho do evangelho da graça de Deus” (At 20:24).
Com isto, o evangelho que é primeiramente para os judeus (Rm 1:16) , é anunciado aos “gregos” (gentios).
Simultaneamente, quando Israel foi posta de lado temporariamente,
Deus revelou, através do apóstolo Paulo (Ef 3:1-9), Seus planos secretos
para esta época. Estes incluíam a formação da IGREJA, o Corpo de Cristo
(Ef 1:20-23; 5:32; Cl 1:18, 24).
ISRAEL CAIU DA GRAÇA?
Mas, por causa de terem rejeitado a Palavra, tendo crucificado Jesus Cristo, Deus se esqueceu ou rejeitou Israel?
Paulo também fez esta pergunta: “… Porventura rejeitou Deus o seu povo?”. Ele mesmo deu, rapidamente, a resposta: “De
modo nenhum; porque também eu sou israelita, da descendência de Abraão,
da tribo de Benjamim. Deus não rejeitou o seu povo, que antes
conheceu” (Rm 11:1).
Em Jeremias, lemos: “Assim diz o Senhor, que dá o sol para
luz do dia, e as ordenanças da lua e das estrelas para luz da noite, que
agita o mar, bramando as suas ondas; o Senhor dos Exércitos é o seu
nome. Se falharem estas ordenanças de diante de mim, diz o Senhor,
deixará também a descendência de Israel de ser uma nação diante de mim
para sempre. Assim disse o Senhor: Se puderem ser medidos os céus lá em
cima, e sondados os fundamentos da terra cá em baixo, também eu
rejeitarei toda a descendência de Israel, por tudo quanto fizeram, diz o
Senhor”. (Jr 31:35-37)
Durante esta “Era da Graça” (era da igreja), o remanescente dos
judeus eleitos é formado por aqueles ramos naturais de oliveira,
enxertados de volta na raiz, por causa de sua fé em Cristo: “E
também eles, se não permanecerem na incredulidade, serão enxertados;
porque poderoso é Deus para os tornar a enxertar. Porque, se tu foste
cortado do natural zambujeiro e, contra a natureza, enxertado na boa
oliveira, quanto mais esses, que são naturais, serão enxertados na sua
própria oliveira!” (Rm 11:23-24).
A igreja é o zambujeiro (espécie de oliveira brava, de madeira rija; azambujeiro, zambujeiro) [6], cujos ramos foram enxertados na oliveira, que é Israel, cuja raiz é Cristo: “E
se alguns dos ramos foram quebrados, e tu, sendo zambujeiro, foste
enxertado em lugar deles, e feito participante da raiz e da seiva da
oliveira, não te glories contra os ramos; e, se contra eles te
gloriares, não és tu que sustentas a raiz, mas a raiz a ti” (Rm 11:17-18).
Como vimos, em virtude do amor e fidelidade de Deus a Israel, Sua
aliança com este povo nunca foi rompida e eles continuam tendo um lugar
especial nos planos Dele!
Lemos, ainda: “Digo, pois: Porventura tropeçaram, para que
caíssem? De modo nenhum, mas pela sua queda veio a salvação aos gentios,
para os incitar à emulação. E se a sua queda é a riqueza do mundo, e a
sua diminuição a riqueza dos gentios, quanto mais a sua plenitude”! (Rm 11:11-12) [grifos meus].
Israel não foi abandonado por Deus (Ef 2:11-22; Rm 11:17-18). Após o
arrebatamento da igreja (1Ts 4:13-18), Deus recomeçará Seus planos e
programa para o povo escolhido (Rm 11). Podemos ver, então, que ainda
haverá, nos tempos finais, a plenitude de Israel, “porque os dons e a vocação de Deus são sem arrependimento” (Rm 11:29).
AGOSTINHO DE HIPONA E A TEOLOGIA DA SUBSTITUIÇÃO
Ao contrário do que muitos pregam por aí, a igreja não substituiu Israel nos planos de Deus. Esta
abominável “doutrina” é conhecida como “Teologia da Substituição”, cujo
autor é o “Pai do anti-semitismo”, Agostinho de Hipona, o tal “Santo
Agostinho” dos católicos.
“O teólogo católico Agostinho de Hipona (354-430), o qual com a
sua obra ‘Cidade de Deus’ criou o anti-semitismo, que iria gerar
implacáveis perseguições aos judeus no mundo inteiro, sob a alegação de
que eles foram os imperdoáveis assassinos do Senhor Jesus Cristo.
O livro de Agostinho tem dominado as mentes, desde que foi escrito, e
tem influenciado também os protestantes, que aderiram à teologia da
substituição, acreditando que a igreja substituiu Israel no plano divino
e, portanto, os judeus caíram definitivamente da graça de Deus, por
terem rejeitado o seu Messias. Agostinho criou a falsa teologia de que a
Igreja de Roma é a substituta literal e por direito de Israel e que
todas as promessas feitas por Deus ao Seu povo passaram a valer somente
para o ‘Israel de Deus’, isto é, a Igreja de Roma [segundo a interpretação dele].
A partir dessa doutrina, Roma tomou o lugar de Jerusalém,
autodenominando-se ‘Cidade Santa’ e os papas tomaram o lugar do Espírito
Santo, proclamando- se ‘Vigários de Cristo’.” (Mary Schultze) [7]
Os estragos da Teologia da Substituição têm sido enormes: separou a
Igreja de Israel e do povo judeu, trazendo ódio, divisão e separação;
criou-se um campo minado para que mais tarde várias atrocidades fossem
cometidas contra o povo judeu, como as Cruzadas, a Inquisição e o
próprio holocausto; o judeu passou a ter repúdio a todo cristão, pois o
via como aquele que lhe “roubou” o título de povo escolhido e, além de
tudo, “o substituiu”; decorreram-se inúmeras doutrinas dos “pais da
igreja”, acusando Israel de deicídio; isto é, o crime de ter matado o
próprio Deus, na pessoa do Seu Filho, Jesus Cristo; propiciou que a
intenção satânica de afastar a Igreja de Israel fosse uma aparente
verdade, pois o inimigo sabe, pelas Escrituras, que o inferno não pode
prevalecer contra a Igreja verdadeira de Jesus Cristo.
Para se ter ideia desta tragédia, até nos dias de hoje, esta Teologia
é pregada em quase todos os seminários das igrejas evangélicas e em
quase todas as centenas e centenas de denominações.
O Pr. Ron Riffe disse: “A partir de seus escritos, é aparente que
muitos dos primeiros pais da igreja, que adotaram a Teologia da
Substituição, foram influenciados pela destruição de Jerusalém e do
templo no ano 70. Formou-se uma opinião geralmente aceita entre eles que
Israel nunca mais voltaria a existir como nação…. Martinho Lutero, o
catalisador que esteve por trás da Reforma Protestante, tinha a mesma
opinião e era claramente anti-semita em algumas de suas opiniões. É
triste dizer, mas essa mentalidade foi passada adiante para outros na
igreja por meio dos ensinos deles”. [8]
Dave Hunt, por sua vez, declara: “… Jeremias declara que Israel
jamais deixará “de ser uma nação” (Jeremias 31.35-37). Paulo, em apenas
um sermão, refere-se três vezes a Israel como uma entidade ininterrupta
(Atos 13:17, 23, 24)… Ignorando isso, a “teologia da substituição” é uma
das várias doutrinas católicas romanas adotadas por Lutero, Calvino e
outros grandes reformadores, sendo aceita por muitos como teologia da
Reforma”. [9]
No livro de Atos, Israel e a Igreja existem simultaneamente; o termo
Israel é mencionado 20 vezes e o termo igreja, 19 vezes. Em Atos 14:2,
vemos a existência, concomitante, de Judeus incrédulos, irmãos (JUDEUS E GENTIOS convertidos = igreja) e gentios: “Mas os judeus incrédulos incitaram e irritaram, contra os irmãos, os ânimos dos gentios” [grifos meus].
Na 1Co 10:32, vemos a existência, concomitante, de judeus (ISRAEL), gregos (GENTIOS) e igreja (JUDEUS E GENTIOS convertidos): “Portai-vos de modo que não deis escândalo nem aos judeus, nem aos gregos [GENTIOS], nem à igreja de Deus” (1Co 10:32). [grifos meus].
Paulo nos esclarece: “Não que a palavra de Deus haja faltado, porque nem todos os que são de Israel são israelitas” (Rm 9:6). Ele deixa claro que há judeus não convertidos a Jesus Cristo (o Israel segundo a carne): “Vede a Israel segundo a carne; os que comem os sacrifícios não são porventura participantes do altar?” (1Co 10:18).
E há os judeus que se convertem, pela fé em Jesus Cristo (o Israel de Deus), tornando-se membros da igreja, do Corpo de Cristo: “Porque
em Cristo Jesus nem a circuncisão, nem a incircuncisão tem virtude
alguma, mas sim o ser uma nova criatura. E a todos quantos andarem
conforme esta regra, paz e misericórdia sobre eles e sobre o Israel de Deus” (Gl
6:16-17) [grifos meus]. Este “Israel de Deus” são os “ramos naturais”
que serão enxertados em sua própria “oliveira” (que é Israel).
Como vimos, Gl 6:16 trata da “Israel de Deus” (judeus convertidos a
Jesus Cristo) e 1Co 10:18 trata da “Israel segundo a carne” (judeus
incrédulos)!
Portanto, a igreja NÃO é o “Israel de Deus”, (ou o “Israel Espiritual”) como muitos pastores, equivocadamente, pregam por aí…
Antes da cruz, o mundo se dividia em 2 classes (judeus e gentios);
depois da cruz, se divide em 3 classes (judeus, gentios e
cristãos=judeus e gentios convertidos)!
Quanto aos gentios que nascem de novo, pela fé em Jesus Cristo, eles
também são considerados (espiritualmente) “filhos de Abraão” e também
são “… geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido…” (Gl 3:6-9; 1Pe 2:9-10). Mas, isto não os torna judeus ou ISRAEL!
SEMELHANÇAS ENTRE ISRAEL E A IGREJA
a) Qualidades iguais: Israel é um povo
eleito, reino sacerdotal, nação santa e propriedade particular(Gn
12:1-3, 17:7-8; Êx 19:5-6; Dt 7:6-26; Is 43:5-7; Jr 7:23; 13:11; At
13:17); a igreja é a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o
povo adquirido (1Pe 2:9);
b) Novo nascimento/conversão: nação de Israel
(Ez 36:25-27; “vale de ossos secos”: Ez 37); cada indivíduo da igreja
(Jo 3:3, 5);
c) a salvação sempre foi PELA FÉ:“Visto que Deus é um só, que justifica pela fé a circuncisão, e por meio da fé a incircuncisão” (Rm
3:30). (Vide também: Rm 4:3-20; Hb 11:4-5, 7-9, 11, 17, 20-24, 27-31,
33; etc.), com a diferença que no A.T., além da fé, era necessária,
também, a observância da Lei (a salvação era pela ‘fé + obras’). Mas,
nesta “era da igreja”, tanto judeus, como gentios, são salvos somente
pela fé;
d) eleição: Israel (Gn 12:1-3; 15:5; 17:7-8, 25:19; Dt 7:6-26;
Is 45:4; Jr 7:23; 13:11; Ml 1:3; Mt 24:22; At 13:17; Rm 9:3-5, 10, 11:5,
7; etc.); igreja (Mt 24:31; Jo 6:37; At 13:48; Rm 8:30, 33; Ef 1:4; Cl
3:12; 2Ts 2:13; Tt 1:1; 1Pe 1:2; Ap 17:14);
e) a promessa direta de Deus: para Israel: ”Eu, o Senhor, o disse e o farei” (Ez 36:36); para cada membro da Igreja de Jesus: “Fiel é o que vos chama, o qual também o fará” (1Ts 5:24);
f) ambos são chamadas povo “peculiar” separado do mundo: Israel (Lv 20:24-26; Dt 14:2); Igreja (Tt 2:14; 1Pe 2:9);
g) ambos seriam odiados e perseguidos pelo mundo (até a morte): Israel (Sl 119:161, 143:3); Igreja (Mt 24:9; Jo 15:20; 17:14);
h) ambos seriam chamados à santidade: Israel (Lv 20:7); Igreja (1Pe 1:15).
DIFERENÇAS ENTRE ISRAEL E A IGREJA
Existem muitas diferenças entre Israel e a igreja:
Israel surgiu há muitos séculos (Gn 12:1-3);
a Igreja começou no N.T., pois era um mistério (Mt 16:18; Rm 16:25);
Israel é o povo que revelaria ao mundo a sabedoria de Deus (Dt 4:5-8);
a Igreja só poderia existir após certos
acontecimentos no ministério de Jesus Cristo (Mt 16:18). A ressurreição e
ascensão são inclusos nesses eventos, bem como a capacitação do
Espírito Santo (At 2) através de dons;
Israel é o povo terrestre de Deus (Gn 17:7-8; Is 43:5-7);
a igreja (o Corpo de Cristo) é o povo celestial (Jo 14:1-3; 2Tm 4:18);
a Israel são prometidos um país e uma cidade nesta Terra (Gn 12:1-2, 15:18, 17:7-8; Dt 7:6; Js 21:43; Is 43:5-7, 11);
à Igreja é prometido um lar no céu (Jo 14:2; Hb 12:22)
as bênçãos para Israel são materiais, tais
como: possessões de terra, fartura, domínio sobre os povos vizinhos,
etc. (Gn 12:1-2; 15:18; 17:7-8);
as bênçãos para a igreja são espirituais
(Ef 1:3; Fp 3:20-21), sendo as riquezas do crente: o perdão (At 10:43;
1Jo 2:1); a adoção de filhos (Rm 9:24-26, 10:11-12; Gl 3:26);
justificação pela fé (Ef 2:8-9); o Espírito Santo habitando neles (1Co
3:16-17, 6:19; 2Co 6:16); santificação (Rm 6:19, 22; 2Co 7:1; 1Ts 4:3,
4, 7; 2Ts 2:13; Hb 12:14; 1Pe 1:2) e a glória eterna (Rm 8:30) que em
breve virá; reinado com Jesus Cristo, durante o Milênio (2Tm 2:12; Jd
1:14; Ap 1:6, 5:10, 20:6);
Israel deveria trazer o Messias ao mundo e a salvação aos gentios (Gn 12:3; Rm 9:4-5; Jo 4:22);
a Igreja era um mistério, só revelado no N.T. (Rm 16:25; Ef 3:1-12; 5:32; Cl 1:24-27), referência nunca dada a Israel;
Israel faz parte da “antiga aliança” (Gn 12:1-2; 15:18; 17:2, 19; Êx 2:24, 24:8; At 7:8; Rm 9:4; etc.), a dispensação da Lei;
a igreja faz parte da “nova aliança” (Mt
9:17, 26:28; Mc 14:24; Lc 22:20; 1Co 11:25; 2Co 3:6, 14; Gl 4:24-31; Hb
7:22, 8:6, 13, 9:15-16, 12:24), a dispensação da graça, que se iniciou
em At 28:28 (nesta era da igreja, inclusive os judeus só se salvam pela
fé em Jesus Cristo. Em 2Co 3 e em Gl 3, vemos a superioridade da nova
aliança sobre a antiga);
Israel, no A.T., era salvo através do “evangelho do reino” (Êx 20:20; Dt 6:1-2, 17; o Livro de Levítico; Tg 2:20-23);
a igreja (formada por gentios e judeus) é salva pelo “evangelho da graça” (At 13:39; Rm 3:20-31, 4:6-8; Gl 3:10-13; 5:4; Ef 2:8-9; Tt 3:5);
Israel é chamada de “mulher” (Ap 12:14);
a igreja é conhecida como a “noiva”, conforme se depreende da leitura de Ef 5:32;
Israel foi escolhido para ser povo especial de Deus dentre todas as outras nações (Dt 7:6-8). Sua tarefa primordial era ouvir a Palavra de Deus, para poder fazer Sua vontade: “Então falou Deus todas estas palavras…” (Êx 20.1); “Ouve, Israel…” (Dt 6.4);
Os crentes (a igreja) foram escolhidos para servirem a Deus (1Ts 1:9-10), “… para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1Pe 2:9);
Israel será governado por Cristo, durante o Milênio (Dn 2:35, 7:27; Zc 8:23; Ap 20:4-6);
a Igreja governará Israel e o mundo junto com Cristo, durante o Milênio (2Tm 2:12; Jd 1:14; Ap 1:6, 5:10, 20:6);
2/3 de todos os judeus na Terra serão mortos sob o Anticristo (Ap 9:15, 18);
a Igreja não estará na Terra nesse tempo, pois será unida a Cristo nas bodas do Cordeiro, no céu (Apocalipse 19.7-8);
Israel reconhecerá Cristo pela primeira vez no tempo de Sua Segunda Vinda (Ap 1:7);
a Igreja chegará do céu com Ele, em triunfo (Zc 14:4-5 e Jd 14), como Sua noiva, para nunca mais deixá-Lo;
Israel tem permanecido quase sempre em
total descrença, desde o princípio, até mesmo nos dias de Moisés (Sl
81:8-13), e apenas um remanescente eleito se converterá durante os
“últimos dias”, na Grande Tribulação (Is 10:22, 11;11, 16; Jr 50:20; Sf
3:13; Rm 9:27; 11:5);
a Igreja foi fiel no princípio, mas está
em processo de queda, à medida em que vai aumentando a apostasia, nestes
“últimos dias” (At 20:29-30; 2Ts 2:3);
Israel abandonará a apostasia, em completa transformação e restauração nesta Terra (Ez 36 e 37; Rm 11);
a Igreja mergulhará cada vez mais na
apostasia, até a hora do Arrebatamento (At 20:29-31; 2 Ts 2:3; Jd 3-4) e
somente será aperfeiçoada no céu (Ef 5:27; Ap 4:4);
Israel, com a idolatria, adotava deuses das nações ao seu redor (Dt 29:26);
a Igreja, através do crescente Movimento
Ecumênico, tem abraçado falsas doutrinas (At 20:29-30; 2Ts 2:3; 2Tm
4:3). A apostasia de Israel, inclusive a adoração aos ídolos, não era
pior do que as práticas de Roma, às quais os evangélicos têm aderido, na
parceria ecumênica. [10] (itens retirados do site Israel Heute, com pequenas adaptações).
Israel e a Igreja são vistos como dois organismos diferentes na
Bíblia. Se fossem apenas um não haveria necessidade da restauração de
Israel. Não é correto fundir Israel e a Igreja em um único objeto
apenas, pois, além de todas as razões já vistas, lemos no N.T. sobre o
arrebatamento da Igreja (1 Co 15:51-58) e não de Israel, o qual passará
pela Grande Tribulação (Jr 30:4-9; Dn 12:1; Mt 24:15, 21).
A IGREJA
Paulo mostrou que a IGREJA era um mistério (Rm 16:25; Ef 3:1-12; 5:32; Cl 1:24-27), só revelado no Novo Testamento: “O mistério que esteve oculto desde todos os séculos, e em todas as gerações, e que agora foi manifesto aos seus santos” (Cl 1:26).
O que a palavra “mistério” (grego musterion) significa
quando é usada no Novo Testamento? Ela se refere a uma verdade
anteriormente não revelada na Escritura. Nenhum dos profetas do A. T.
“viu” a época da Igreja, porque Deus não revelou isso a eles – era um
“mistério” divino!
Na Bíblia lemos algumas características que demonstram que a Igreja era um mistério:
judeus e gentios são unidos em um só corpo (Ef 3:3-6);
Cristo em cada crente (Cl 1:27);
a Igreja como noiva de Cristo (Ef 5:32);
o arrebatamento da Igreja (1Co 15:51-52);
o relacionamento entre judeus e gentios na
Igreja é peculiar, completamente diferente do relacionamento incrédulo
entre ambos (Ef 2:11-16). Deus ainda salva pessoas judias e gentios
combinando-os em um terceiro organismo completamente novo: a Igreja (Cl
3:11).
A igreja começou no N.T., sendo batizada no
dia de Pentecoste (com a vinda do Espírito Santo). Este período também é
conhecido como “dispensação da graça” (Ef 3:2, 9; Cl 1:25), que se iniciou em Atos 28:28, com a recusa do evangelho, por parte dos judeus.
No livro de Apocalipse, vemos representada a era da igreja em
diversas épocas, através das sete igrejas da Ásia: Éfeso, Esmirna,
Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia (a última igreja).
A igreja é a assembleia, a reunião corporal e local, “Onde não há grego, nem judeu, circuncisão, nem incircuncisão, bárbaro, cita, servo ou livre; mas Cristo é tudo em todos” (Cl 3:11), formando o Corpo de Cristo (1Co 12:12-13; Ef 1:20-23; 5:32; Cl 1:18, 24), composto tanto por judeus, quanto por “gregos” (gentios) convertidos,
tornando-se todos “filhos de Deus” (Rm 9:24-26, 10:11-12; Gl 3:26),
através do novo nascimento (Jo 3:3, 5), pela fé em Jesus Cristo.
Ela não é um edifício nem uma organização, mas um organismo
espiritual, constituída de judeus e gentios e reconciliada com Deus pela
obra de Cristo na Cruz (Ef 2:16)!
O trecho a seguir resume tudo: “Por esta causa eu, Paulo, sou o prisioneiro de Jesus Cristo por vós, os gentios; se é que tendes ouvido a dispensação da graça de Deus, que para convosco me foi dada; como me foi este mistério manifestado pela revelação,
como antes um pouco vos escrevi; por isso, quando ledes, podeis
perceber a minha compreensão do mistério de Cristo, O qual noutros
séculos não foi manifestado aos filhos dos homens, como agora tem sido
revelado pelo Espírito aos seus santos apóstolos e profetas; a saber,
que os gentios são co-herdeiros, e de um mesmo corpo, e participantes
da promessa em Cristo pelo evangelho; do qual fui feito ministro,
pelo dom da graça de Deus, que me foi dado segundo a operação do seu
poder. A mim, o mínimo de todos os santos, me foi dada esta graça de
anunciar entre os gentios, por meio do evangelho, as riquezas
incompreensíveis de Cristo, e demonstrar a todos qual seja a dispensação do mistério, que desde os séculos esteve oculto em Deus, que tudo criou por meio de Jesus Cristo; para que agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus,
segundo o eterno propósito que fez em Cristo Jesus nosso Senhor, no
qual temos ousadia e acesso com confiança, pela nossa fé nele” (Ef 3:1-12). [grifos meus]
AS BÊNÇÃOS E PROMESSAS PARA ISRAEL, NO A.T., FORAM TRANSFERIDAS PARA A IGREJA?
Tendo feito a análise sobre a importância de Israel e, tendo
mostrado que a igreja não substituiu Israel nos planos de Deus, posso
afirmar que: NÃO SOU O “ISRAEL DE DEUS” (nem o “Israel Espiritual”), POIS NÃO SOU JUDEU!
Portanto, as bênçãos e promessas do Senhor no A.T. são para Israel e não para mim. Não confundo as coisas!
Sou gentio, como todos os não-judeus (Rm 9:24-26; Gl 3:8; 3:14; Ef
3:6; Cl 1:27; 2Tm 4:17, etc.). Faço parte da igreja, pois nasci de novo
(Jo 3:3,5), como qualquer gentio que se converta a Jesus Cristo (bem
como os judeus que venham a crer Nele, durante esta era da igreja,
conforme Rm 11:23-24).
Não me tornei judeu por causa disto (continuo sendo brasileiro!) e as
profecias e promessas do A.T. inerentes a Israel não foram transferidas
para mim (igreja), ao contrário do que muitos “pastores” ensinam por
aí, distorcendo totalmente as Escrituras, para sua própria perdição (2Pe
3:16).
Como igreja, sou salvo exclusivamente pela graça, mediante a fé em
Jesus Cristo, e não por obras ou por “cumprir a Lei” (Mt 12:7; At 13:39;
Rm 3:20-31; Gl 3:10-13, 19, 24; 5:4; Ef 2:8-9), pois Jesus Cristo já
cumpriu a lei e os profetas e está tudo consumado! (Mt 5:17; Jo 19:30;
Ef 2:15; Cl 2:14).
Os judeus andam por vista, por sinais (Mt 12:38; 16:1; Jo 2:18, 23;
3:2; 4:48; 6:2, 30; 11:47; 12:37; 20:25, 29; At 8:6; 1Co 1:22). Eu creio
em Jesus Cristo, pela fé, pela Palavra e não preciso de sinais para
crer, pois sou igreja, e “… andamos por fé, e não por vista” (2Co 5:7).
Toda a Bíblia é importante para o crente (2Tm 3:16-17), sem qualquer
dúvida; mas, o A.T. não é a doutrina que direciona minha prática cristã,
haja vista o ensino neotestamentário do fim da Lei mosaica em Cristo
Jesus (Lc 16:16; Rm 14:5, 17; Gl 3:23-25; 5:4; Ef 2:15; Cl 2:14-16) e
porque sou igreja, e não judeu.
Também não sei tocar o shofar, pois não sou judeu, culto não é rodeio
e, portanto, não pega bem tocar “berrante” dentro da igreja (1Co 10:32;
2Co 6:3), como vêm fazendo algumas igrejas por aí!
Portanto, não vivo sob a Lei, sob os costumes e festas judaicas e não
vivo sob as doutrinas do A.T. (inclusive a obrigatoriedade de dar
exatamente 10% da minha renda para, em razão disso, receber grandes
bênçãos materiais ao invés de grandes maldições; pois, como igreja, só
tenho que dadivar, ofertar com amor e liberalidade, com o que tiver
proposto em meu coração, conforme o Espírito Santo nos disse, através do
apóstolo Paulo – Mt 10:8; 1Co 9:18, 16:2; 2Co 9:7, 11:7).
O evangelho da graça ainda era desconhecido no período relatado nos
quatro evangelhos, pois, Jesus Cristo ainda não tinha morrido (Seu
trabalho ainda não estava “consumado”), a igreja ainda estava sendo
“edificada” (Mt 16:18) e a época da Graça (Era da igreja) ainda não
tinha iniciado. De modo que 100% do que encontramos nos relatos dos evangelhos está sob a lei e não sob a graça! Eu vivo sob a graça, e não sob a Lei!
Ao compararmos o Evangelho de Mateus com o livro de Efésios vamos
notar a diferença óbvia entre o propósito profético de Deus (profecia) e
o propósito secreto de Deus (mistério).
A doutrina que me guia, como igreja/gentio que sou, são as Cartas
Paulinas (de Romanos a Filemom), pois o apóstolo Paulo é “o apóstolo dos
gentios” (At 9:15; 13:46-48; 18:6; 21:19; 22:21; 28:25-29; Rm 11:13; Ef
3:1, 8; Gl 1:15-16; 2:9; 1Tm 2:7; 2Tm 1:11; 4:17).
Vivo sob uma “nova aliança”, um “novo testamento” (Mt 9:17, 26:28; Mc
14:24; Lc 22:20; 1Co 11:25; 2Co 3:6, 14; Gl 4:24-31; Hb 7:22, 8:6, 13,
9:15-16, 12:24), que se iniciou, obviamente, após a morte do “Testador”,
Jesus Cristo (Hb 9:15-16), “Porque onde há testamento, é necessário que intervenha a morte do testador” (Hb
9:16). A “antiga aliança” se tornou antiquada (Hb 8:7, 13) e, com a
mudança do sacerdócio, a Lei também mudou (Hb 7:12). Vivo nesta época da
“dispensação da graça” (Ef 3:2, 9; Cl 1:25), que se iniciou em
Atos 28:28, com a recusa do evangelho, por parte dos judeus e perdurará
até o arrebatamento da igreja (quando o “evangelho do reino” será
restaurado – Mt 24:14).
Somente no Pentecoste, a igreja foi incluída no agir de Deus e,
posteriormente, revelada através do apóstolo Paulo. Portanto, minha
doutrina, como já disse, são as Cartas Paulinas!
William R. Newell escreveu: “As cartas de Paulo constituem uma
doutrina independente e completa. Elas revelam não somente o método de
Deus para a salvação nesta época, mas também o caráter, chamamento e
destino verdadeiro da Igreja”. Neste mesmo sentido, a Bíblia de Referência Scofield diz num rodapé: “Somente nos seus escritos (de Paulo) encontramos a doutrina, posição, andar e destino da Igreja”.
PLANO DE SALVAÇÃO
Embora seja muito importante saber que Deus
tem dois povos distintos: Israel e a Igreja, isto não implica que haja
dois modos de salvação. A Bíblia claramente diz que Jesus Cristo, em Sua
obra redentora, é o Único Caminho, uma vez que judeus e gentios são
descendentes do mesmo homem caído – Adão. É importante observarmos que a salvação sempre foi PELA FÉ: “Visto que Deus é um só, que justifica pela fé a circuncisão, e por meio da fé a incircuncisão” (Rm 3:30). (Vide também: Jo 8:56; Rm 4:3-20; Gl 3:8; Hb 11:4-5, 7-9, 11, 17, 20-31, 33; etc.).
A diferença é que no A.T. e no período em que Jesus Cristo esteve na Terra (período narrado nos quatro evangelhos), a salvação era pela fé + obras, pois estava em vigor o ‘evangelho do reino’ (Êx 20:20; Dt 6:1-2, 17; o Livro de Levítico; Tg 2:20-23).
Tanto João Batista, quanto Jesus Cristo, pregaram: “Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus” (Mt 3:2, 4:17; etc.). Este “reino dos céus” é o milênio (Ap 20:4), em que Jesus Cristo reinará, finalmente, nesta Terra.
Após a ascensão de Cristo, veio o Pentecoste (At 2) e, aí, entramos
na “era da igreja” (dispensação da graça), haja vista os judeus terem
recusado Jesus Cristo e a mensagem do ‘evangelho do reino’. Assim, a
salvação passou a ser SOMENTE PELA FÉ (At 13:39; Rm 3:20-31, 4:6-8; Gl 3:10-13; 5:4; Ef 2:8-9; Tt 3:5). Sejam judeus ou gentios, TODOS são salvos SOMENTE pela fé. Este é o ‘evangelho da graça’, que prevalecerá durante toda a “era da igreja” e vigorará até o arrebatamento da mesma.
Após o arrebatamento da igreja, ocasião em que terá início a 70ª
Semana de Daniel (Dn 9:24), a Grande Tribulação, o ‘evangelho do reino’
será restabelecido na Terra, e a salvação voltará a ser mediante a Lei,
ou seja, ‘fé + as obras da Lei’: “E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim” (Mt 24:14).
ISRAEL E A IGREJA NOS TEMPOS FINAIS
“Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo, e sobre a tua santa cidade,
para cessar a transgressão, e para dar fim aos pecados, e para expiar a
iniquidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e
para ungir o Santíssimo”. (Dn 9:24)
IGREJA: A Era da igreja não é contada como dentro das 70 semanas de Daniel, pois ela não corresponde à expressão “teu povo e a tua santa cidade”, de Dn 9:24, pois a profecia é para Israel (povo) e Jerusalém (cidade).
A igreja será arrebatada antes do início da 70ª semana, que
corresponde à Grande Tribulação que assolará o mundo, e que é o “tempo
de angústia para Jacó” (Jr 30:7) [Jacó = Israel].
O propósito de Cristo, no arrebatamento, é receber Sua noiva (o
conjunto de todos os salvos do N.T. = igreja) em eterna e bendita união
(Ef 5:27; Ap 19:6-8; 22:20).
Jerusalém foi invadida em 70 d. C. pelas legiões romanas do General
Tito e o templo foi destruído e os judeus foram dispersos pelo mundo: “E cairão ao fio da espada, e para todas as nações serão levados cativos; e Jerusalém será pisada pelos gentios, até que os tempos dos gentios se completem” (Lc 21:24) [grifos meus].
O termo “tempos dos gentios” é o período no qual Jerusalém
estaria sob o domínio dos gentios, desde o cativeiro babilônico,
continuando até hoje e continuará durante a tribulação; terminando na 2ª
vinda de Jesus à Terra onde irá julgar as nações (Dn 2:35).
No fim da era dos gentios (Lc 21:24; Rm 11:25-27), é que ocorrerá o
arrebatamento da igreja (Jo 5:24; 14:2-3; Rm 5:9; 1Co 15:51-52; Ef 5:27;
1Ts 1:10, 4:17, 5:9; Ap 3:10; 19:6-8; 22:20); ocasião em que Deus
voltará a tratar do Seu povo Israel (Rm 11:25), a menina dos Seus olhos,
quando terá início a 70ª Semana de Daniel (Dn 9:24).
Retirada a Igreja (seu sal), o mundo rapidamente entrará no mais
completo estado de putrefação moral e espiritual (Gn 6:3; Mt 5:13-16;
2Ts 2:6-8).
Então, no contexto da Grande Tribulação (7 anos), enquanto o mundo
ímpio e os judeus incrédulos estiverem sofrendo os horrores daqueles
dias, a igreja estará com o Senhor, no céu, nas Bodas do Cordeiro.
Uma distinção entre Israel e a Igreja, conforme ensinada na Bíblia,
oferece mais uma base de apoio ao arrebatamento pré-tribulacional da
igreja. Encontramos outro forte argumento para um arrebatamento anterior
à Tribulação, em 1Ts 5:9, em que lemos: “Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para a aquisição da salvação, por nosso Senhor Jesus Cristo”.
O sermão de Jesus Cristo, em Mateus 24 e 25, é dirigido aos judeus e
não à igreja, pois esta ainda não estava visível naquele momento em que
Ele falou estas coisas; pois, como vimos, ela era um mistério e ainda
seria revelada posteriormente, pois estava ainda sendo edificada (Mt
16:18) e, somente no Pentecoste, ela foi incluída no agir de Deus.
De modo que, como já dissemos, anteriormente, 100% do que encontramos nos relatos dos evangelhos está sob a lei e não sob a graça!
O ensino do Senhor em Mateus 24:34 é perfeitamente coerente com este
princípio. Ele está instruindo os judeus sobre o que “esta geração” (os
judeus que estiverem vivos durante os dias da Grande Tribulação)
experimentará durante o Período da Tribulação.
Com essa ideia em mente, observe que Mt 24:4-13 descreve os acontecimentos que o remanescente judaico eleito experimentará durante os dias tenebrosos do período da Tribulação – o “tempo da angústia para Jacó” (Jr 30:7).
Falsos profetas e falsos cristos (como são chamados em Mt 24:5, 23,
26) representam um perigo para Israel. A Igreja enfrenta outros perigos,
pois deve se preocupar mais com falsos mestres, falsos apóstolos e
falsos evangelistas e em discernir os espíritos (2Co 11:13; 2Pe 2:1; Gl
1:6-9). Filhos de Deus renascidos pelo Espírito Santo certamente não vão
sucumbir às seduções de falsos cristos e cair nesses enganos; mas os
judeus sim, conforme disse o Senhor: “Eu vim em nome de meu Pai, e não me aceitais; se outro vier em seu próprio nome, a esse aceitareis” (Jo 5:43).
ISRAEL: A Grande Tribulação, embora afetando o mundo inteiro, é primordialmente para castigar Israel (Jr 30:4-9; Dn 12:1; Mt 24:15, 21). Estes 7 anos serão primeiramente tempos para restauração de Israel, o período chamado de “Dia do Senhor” (Is 13:6), “tempo de angústia para Jacó” (Jr 30:7), “Dia da ira do Senhor” (Sf 2:3), “Dia de trevas” (Jl 2:2), “dia
de indignação, dia de tribulação e de angústia, dia de alvoroço e de
assolação, dia de trevas e de escuridão, dia de nuvens e de densas
trevas” (Sf 1:15), etc.
O Período da Tribulação objetiva fazer a purificação (Ap 7:9; 14:4) e preparar a conversão nacional de Israel (compare com Ez 20:37-38; Zc 13:1, 8, 9).
O endurecimento dos corações dos judeus (Is 63:17; Mt 13:15; Mc 6:52;
8:17; Jo 12:40; At 28:25-27; Rm 11:7-10, 25; 2Co 3:4, 14-16) será
retirado e muitos deles se converterão a Jesus Cristo, a Quem
traspassaram (Ap 1:7).
Na ocasião da Grande Tribulação, muitos judeus (e até gentios)
morrerão pelo testemunho de Jesus Cristo (Ap 20:4). A perseguição e
matança serão tão grandes que Deus abreviará aqueles dias para que
alguns permaneçam vivos para povoar o Reino Milenar (Mt 24:22). E,
naqueles dias, “… aquele que perseverar até ao fim será salvo. E
este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a
todas as nações, e então virá o fim” (Mt 24:13-14).
A passagem de Mt 24:13 tem sido mal compreendida e mal aplicada por
muitos cristãos, pensando que precisamos “perseverar até o fim” para
sermos salvos, quando na realidade isso está se referindo ao livramento físico dos judeus que estarão vivos na 2ª vinda de Cristo – no final do Período da Tribulação!
Lembre-se que isso não pode se aplicar aos cristãos de forma alguma,
pois naquele ponto – quando Jesus proferiu as palavras registradas em
Mateus 24 – a igreja ainda era um mistério (Ef 3:1-6).
Deus selará 144.000 judeus no início desse período terrível da Grande
Tribulação e é para eles que esse discurso é dirigido. Eles serão
odiados por todos (Mc 13:13) e perseguidos (Lc 21:12). Mateus 24:9 diz
que: “Então vos hão de entregar para serdes atormentados, e matar-vos-ão; e sereis odiados de todas as nações por causa do meu nome”.
Observe que Mateus 24:14 diz “E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim”.
Muitos interpretam erroneamente essa passagem, como se estivesse se
referindo à igreja. Pensam que é missão da igreja “converter o mundo
inteiro” e que ela “governará o mundo”, pois, somente assim, Jesus
Cristo retornaria. Este absurdo é uma teologia católico-romana (chamada
“Teologia do Domínio”) e tem muito crente acreditando nisso!
O evangelho da graça ainda era desconhecido naquele tempo! Esse
“evangelho do reino” (Mt 24:14) – a mensagem que João Batista e Jesus
Cristo pregaram e à qual o Senhor está se referindo aqui – era “Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus”.
Essa mensagem (o “evangelho do reino”) será pregada novamente durante
o período da Tribulação pelos 144.000 judeus e pelas “duas
testemunhas”, Moisés e Elias (Ap 11:3, 5-6). Como Deus reservara 7000
homens que não se dobraram a Baal (Rm 11:4), também o fará durante a
Grande Tribulação, selando esses 144.000 judeus (Mt 24:14; Ap 7:4,
14:1-5).
A salvação voltará a ser mediante a Lei, ou seja, ‘fé + as obras da Lei’: “E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim” (Mt 24:14).
O final do Período da Tribulação – que ocorrerá com a 2ª vinda de
Cristo – não acontecerá até que essa mensagem do evangelho tenha sido
ouvida por todas as nações e por meio da qual elas saberão que o reino
literal de Jesus Cristo (o reino de Deus) na Terra (o Milênio) está
prestes a ser iniciado!
Importante frisar que todo o capítulo 24 de Mateus está lidando com
os judeus sob a Lei e não com a igreja sob a graça – o arrebatamento,
naquele tempo, ainda era um mistério não revelado dos conselhos de Deus.
Arno Froese nos diz que: “O anseio rebelde de Israel em tempos
antigos, ao pedir um rei ao profeta Samuel para ser “como as outras
nações” (veja 1Sm 8:5-7), não desapareceu simplesmente. Ao contrário,
ele atingiu seu clímax 1000 anos mais tarde. Em Jo 19:15 está escrito:
“… Não temos rei, senão César!” Todo o peso da afirmação dos
antepassados, refletindo o desejo de serem parte da família das nações,
de serem como qualquer outro povo, atingiu, então, a realização… Israel
ainda será confrontado com essa afirmação quando as nações da terra se
ajuntarem para batalhar contra Jerusalém!” [11]
Porém, somente um remanescente de Israel será salvo (Is 10:22; 11:11,
16; Jr 50:20; Sf 3:13; Rm 9:27; 11:5). Nos capítulos 12 a 14 do livro
de Zacarias, lemos sobre o futuro quebrantamento de Israel!
O Pr. Ron Riffe nos diz que:“… o que não consigo compreender é como homens bons e tementes a Deus negligenciam o fato que a raiz da oliveira ainda existe e sustenta a igreja,
que é formada tanto por ramos bravios (os gentios convertidos a Cristo)
e ramos naturais (os judeus convertidos a Jesus Cristo) enxertados na
oliveira… Como os produtores podem lhe dizer, muito freqüentemente
quando o enxerto da rosa morre, a sarça brota e cresce! De modo algum o
enxerto toma conta da raiz e muda suas características essenciais. Ela
começou com uma sarça e permanece uma sarça – tenazmente! De maneira
análoga, o Israel espiritual é a raiz na qual a igreja foi enxertada e,
quando os “ramos bravios” dos gentios (juntamente com os ramos naturais
– os judeus salvos) da Igreja forem removidos no arrebatamento, a oliveira natural crescerá novamente”. [12]
Durante o Milênio, Deus estabelecerá nova aliança com Israel: “Porque
esta é a aliança que depois daqueles dias farei com a casa de Israel,
diz o Senhor; porei as minhas leis no seu entendimento, e em seu coração
as escreverei; e eu lhes serei por Deus, e eles me serão por povo. E
não ensinará cada um a seu próximo, nem cada um ao seu irmão, dizendo:
Conhece o Senhor; porque todos me conhecerão, desde o menor deles até ao
maior” (Hb 8:10-11). Vide também Hb 11:25-27.
Os capítulos 5 até o 19, do evangelho segundo Mateus, serão as leis
do reinado milenar de Jesus Cristo (Ap 20:4-7), aqui na Terra.
Israel será a nação principal e cumprirá o propósito para o qual foi escolhida por Deus: “E
os gentios verão a tua justiça, e todos os reis a tua glória; e
chamar-te-ão por um nome novo, que a boca do Senhor designará. E serás
uma coroa de glória na mão do Senhor, e um diadema real na mão do teu
Deus” (Is 62:2-3). “Assim diz o Senhor dos Exércitos:
Naquele dia sucederá que pegarão dez homens, de todas as línguas das
nações, pegarão, sim, na orla das vestes de um judeu, dizendo: Iremos
convosco, porque temos ouvido que Deus está convosco” (Zc 8:23).
UM POUCO DE HISTÓRIA
No ano 306, o Imperador de Roma, Constantino, adere ao
Cristianismo e declara que todo o mundo Romano é automaticamente
cristão. No Édito de Milão ele abole as sinagogas, os judeus que não
obedecessem eram queimados vivos e todos os privilégios dos judeus foram
cancelados. No Concílio de Nicéia, dita o credo cristão que difere em
vários itens da Palavra de Deus; endossa a substituição de Israel pela
Igreja; remove o centro da Igreja de Jerusalém e a transfere para Roma;
introduz uma série de festas pagãs em substituição às festas judaicas
ordenadas pelo Senhor.
Agostinho, por sua vez, chamava os judeus de “assassinos de Cristo”
e, lamentavelmente, o seu refrão ecoa até hoje. Para ele, os judeus
serviram apenas para deixar à Igreja o legado da fé Cristã.
O terrível e herege Marcião era um anti-semita declarado e pregava
que qualquer cristão que utilizasse algum símbolo judaico ou mesmo um
nome ou realizasse qualquer celebração judaica seria considerado
cúmplice da morte de Cristo juntamente com os judeus.
As oposições de Tertuliano para que a igreja não perdesse suas raízes
foram em vão. No final do século IV, o Bispo da Antioquia, Crisóstomo,
escreveu uma série de oito sermões contra o povo judeu. Crisóstomo
declarava os judeus culpados da morte de Cristo.
É bom frisar que foram os fariseus e os doutores da Lei que
condenaram Jesus Cristo, manipulando o povo para tal fim (Mc 15:11; Lc
23:5, 10, 23; 1Ts 2:14-15). [13]
Como nos diz o Pr. Ron Riffe: “Embora seja óbvio que alguns
judeus sejam malignos e não façam nada de bom, o mesmo também é
verdadeiro para todos os outros grupos de pessoas, de modo que condenar
todo um grupo étnico apenas por causa dos pecados de alguns, obviamente
não é uma atitude cristã. Precisamos encarar uma verdade desagradável – a
razão fundamental que está por trás da maior parte do anti-semitismo
não é necessariamente atribuível à rejeição e ao assassinato de Jesus
Cristo cometidos pelos antepassados deles, mas a um ódio sobrenatural
que o próprio Satanás tem contra eles! Até mesmo um exame superficial
dos fatos revelará que nenhuma outra explicação faz sentido à luz da
constante e infindável luta que esse povo enfrenta, apenas para tentar
sobreviver e viver em paz no mundo”. [14]
Em 1492, na Espanha, instaurou-se oficialmente a “Santa
Inquisição” (que de “santa” não teve nada), onde milhares de judeus
tiveram os seus bens confiscados e foram expulsos da Espanha.
Na verdade, a perseguição aos judeus e crentes verdadeiros, pela
fúria de Roma (igreja católica romana), começou séculos antes de 1492,
com períodos de menos e de mais atividades. O que houve em 1492 em
diante, foi um grande recrudescimento dessas barbáries.
Muitos dos judeus perseguidos foram para o Marrocos, outros para a
Holanda, e muitos outros para Portugal. Com o casamento do rei da
Espanha com Isabel, da coroa portuguesa, a perseguição se estendeu para
aquele país, e a história registrou que mais de 100.000 judeus fugiram
para o Brasil, outros para a Europa, Américas e África.
Porém, por volta de 1640, em todas as Igrejas de Portugal, os editais
da inquisição (conhecidos como “Regimento do Santo Ofício da Inquisição
dos Reinos de Portugal”) eram lidos, constrangendo os fiéis a
denunciarem pessoas que praticassem o Judaísmo, sob pena de excomunhão.
Estes editais da fé foram estendidos também ao Brasil e, muitos judeus
foram extraditados do Brasil para Portugal, após serem denunciados.
Durante a Reforma Protestante, os reformistas protestantes
reconheceram muitos dos erros da igreja católica, mas, infelizmente,
ainda mantiveram muito do sentimento e atitudes anti-semitas. Os
luteranos foram dos mais ferrenhos anti-semitas.
Quando se realizou a primeira Cruzada autorizada pelo Papa Urbano II,
como causa unificadora da religião Cristã, a mesma tinha por objetivo
fazer a “guerra santa” contra os muçulmanos que os católicos pensavam
estar na Terra Santa.
Como lá não encontraram muçulmanos, começaram a perseguir e saquear
os judeus sob a égide de “assassinos de Cristo”. Milhares de judeus
foram barbaramente mortos. Muitos eram queimados vivos, caso não “se
arrependessem” e “mudassem de fé/religião”.
Foi com base nas doutrinas luteranas que, na Alemanha de Lutero,
Hitler com suas ideias e atitudes desumanas e macabras, totalmente
anti-semitas, conduziu o mundo ao Holocausto.
O HOLOCAUSTO dizimou mais de seis milhões de judeus que viviam na
Europa (dentre outros). O plano era aniquilar toda a raça judaica e
todos os que a defendessem ou reconhecessem.
Como se vê, Israel sempre foi perseguido em toda a história: “…
indica a história que todas as nações gentias do mundo têm sua culpa
sobre o sangue dos judeus derramado, pois navios saíam lotados de
refugiados judeus e as nações não permitiam seu desembarque. O próprio
Brasil, na era de Getúlio Vargas, recusou-se a receber um navio de
refugiados, fazendo-os retornar à Alemanha. O presidente americano
Roosevelt também procedeu assim. Em Cuba ocorreu a mesma situação.
Chegou ao ponto de Hitler anunciar a venda de 500 mil prisioneiros
judeus, para qualquer nação interessada, ao custo de 2 dólares por
pessoa! Nenhuma nação mostrou interesse em pagar essa ninharia para
evitar o massacre deles nos fornos crematórios dos nazistas. Todos temos
culpa no holocausto…” [15]
“Em um estudo da USP, encontraram várias circulares editadas
entre 1938 e 1944 pelo então chanceler Osvaldo Aranha. “Uma delas é a
Circular 1.249, datada de 27 de setembro de 1938, que exigia a
apresentação de passagem de ida e volta para a concessão de visto de
entrada de judeus na categoria turista”, conta Maria Luiza, a
pesquisadora.” [16]
“Somente para mencionar um episódio, em 7 de junho de 1937, um
pouco antes de Vargas instaurar a ditadura do Estado Novo, foi editada,
por ordem pessoal de Vargas, a Circular Secreta nº 1.127 do Ministério
das Relações Exteriores que proibia a concessão de visto de entrada no
Brasil de pessoas de “origem semítica”, uma atitude afinada com a
perseguição racista movida contra os judeus pela Alemanha de Hitler”. [17]
“… ao menos 9.000 vistos de judeus de diversos países, fugindo da
perseguição nazista, foram negados. “Perdemos importantes intelectuais,
cientistas, técnicos, artistas”, diz a pesquisadora. [18]
Israel é considerada a menina dos olhos de Deus (Dt 32:9-10 e Zc 2:8): “… aquele que tocar em vós toca na menina do seu olho” (olho
de Deus) e o Senhor disse que abençoaria os que abençoassem Israel;
porém, amaldiçoaria os que amaldiçoassem este povo eleito (Gn 12:3).
Mesmo assim, como vimos no trecho acima, várias nações, entre elas o
Brasil, têm sua culpa sobre o sangue derramado dos judeus…
O QUE É A TEOLOGIA DO DOMÍNIO
“A Teologia do Domínio se embasa em três crenças básicas: 1.) –
Satanás usurpou o domínio do homem sobre a Terra, com a queda de Adão e
Eva. 2.) – A igreja é o instrumento de Deus para reaver esse domínio do
poder de Satanás. 3.) – Jesus Cristo não poderá retornar à Terra, até
que a igreja tenha retomado o domínio, obtendo o controle das
instituições governamentais e sociais. (Al Dager, “Vengeance is Ours”;
The Church in Dominion”) [N. T. – O Dominionismo está concorrendo,
prazerosamente, para a implantação da Agenda Global do Anticristo].” [19]
Entretanto, essa linha de pensamento apresenta muitas barreiras bíblicas:
1. A origem de um “Reino Cristão” terreno governado por homens de
carne e sangue não-ressurretos foi uma fabricação do sistema católico
romano. A igreja de Roma era (e é) amilenarista, pois rejeita o reinado
literal de mil anos de Cristo, e vê as referências ao Reino terreno de
Deus como manifestas em si própria: A Igreja Católica Romana. Sendo
assim, algumas denominações protestantes (por exemplo, a luterana)
retiveram a ideia que a igreja é a manifestação do Reino de Deus.
2. Outros protestantes seguiram os ensinos de Knox e Calvino e
alegorizaram as Escrituras proféticas dentro de um produto pós-milenar
de suas imaginações. Essa visão pós-milenar conjecturava que o Reino
Milenar de Deus era a igreja, e que os mil anos não eram anos literais,
mas simbólicos.
3. O sincretismo dessas posições errôneas conduzem ao conceito de que
o Reino de Deus na Terra seria representado pela igreja; que a igreja
foi corrompida depois do primeiro século e entrou em um estado de
semiletargia; que a “verdadeira igreja” seria reconstruída, nos últimos
tempos, sob a liderança de um novo grupo de “profetas e apóstolos”, que
se caracterizariam pela utilização dos “sinais e maravilhas restaurados”
e que essa igreja (apóstata, diga-se de passagem!), reconstruída dos
últimos tempos, prepararia então a Terra para o Rei Jesus Cristo, que
governaria (somente então) o mundo.
4. Esse cenário requereria que a igreja dos últimos tempos ganhasse o
controle sobre toda a humanidade, tomando posse do controle do sistema
jurídico. Isso requereria um governo mundial, controlado pela igreja,
funcionando como a entidade legislativa para toda a humanidade.
Em resumo, essa é a essência da Teologia Reconstrutivista, ou do
Domínio. Ela ensina que a igreja ou que os cristãos ganharão o controle
do planeta antes da Segunda Vinda de Jesus Cristo, para tornar o mundo
um lugar perfeito para o reinado dEle.
Para citar apenas algumas questões associadas com a Teologia do Domínio:
1. É grosseiramente antibíblica. DEUS NÃO ESTÁ FAZENDO UMA “COISA
NOVA”. Aqueles que estão procurando por essa coisa nova precisam voltar
para as “veredas antigas” do Evangelho de Jesus Cristo (Jr 6:16).
2. É uma armação para ligar os “evangélicos” e carismáticos de hoje na construção da Religião Mundial Unificada do Anticristo.
3. Os falsos conceitos da Teologia do Domínio estão entrando
sorrateiramente nas igrejas conservadoras e fundamentalistas por meio
das livrarias “cristãs”, das redes de TV “cristãs” e da música “cristã”.
4. Os proponentes da Religião Orientada Para Resultados utilizam fortemente todas as formas de mídia descritas acima. [20]
Os mais recentes adeptos da Teologia do Domínio, embora a maioria nem
saiba o que está fazendo, são os neoevangélicos adeptos da “Teologia da
Prosperidade”. A adoção de trechos isolados do Antigo Testamento,
originalmente dirigidos aos israelitas na Terra Prometida, leva muitos a
acreditarem que ser rico e próspero faz parte das promessas de Deus
para os cristãos. Obviamente basta ligar a TV para ver a quantas andam
essas crenças. Mas quem utilizar a Bíblia verá trechos que descrevem a
vida simples de Cristo e dos discípulos, como Paulo (Mt 8:20; Fp
4:11-13).
A ideia de que Deus ordena aos cristãos que acumulem riquezas é a
mesma que justificou a glória secular da igreja católica romana, com sua
sede por poder secular, riquezas e posse material nos últimos 2 mil
anos.
CONCLUSÃO
Enfim, como pudemos verificar, a igreja NÃO substituiu Israel, nem se tornou o “Israel de Deus”.
Portanto, as igrejas evangélicas que estão adotando práticas judaicas
(tais como: usos e costumes, festas judaicas, símbolos judaicos, etc) e
que só pregam o A.T., como se nós fôssemos judeus, estão totalmente
equivocadas e seguindo uma herética teologia católico-romana!
Quando Paulo explica aos Romanos sobre a diferença entre Israel e a
igreja, ele realça a soberania de Deus para a eleição, dizendo: “Ó
profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus!
Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus
caminhos!” (Rm 11:33).
Deus disse a Moisés: “Compadecer-me-ei de quem me compadecer, e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia” (Rm
9:15). Ele eleger uma nação (Israel), em detrimento das demais, em sua
época (Gn 12:1-3; 15:5; 17:7-8, 25:19; Dt 7:6-26; Jr 7:23; 13:11; Ml
1:3; Mt 24:22; At 13:17; Rm 9:3-5, 10, 11:7; etc.). E, também, elegeu
pessoas, antes da fundação do mundo (Jo 6:37; At 13:48; Rm 8:33; Ef 1:4;
Cl 3:12; Tt 1:1; 1Pe 1:2; Ap 17:14), para serem salvas (igreja) pela
graça, mediante a fé em Jesus Cristo.
Quem ousa discutir com Ele?
“Mas, ó homem, quem és tu, que a Deus replicas? Porventura a
coisa formada dirá ao que a formou: Por que me fizeste assim? Ou não tem
o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para
honra e outro para desonra?” (Rm 9:20-21)
Não discutamos, pois, com Deus. Amemos o povo de Israel e oremos pela
conversão deles, reconhecendo que são um povo especial para Deus; até
porque “… a salvação vem dos judeus”! (Jo 4:22)
Artigo de: http://solascriptura-tt.org/EscatologiaEDispensacoes/NaoSouOIsraelDeDeus-HFontes.htm
via:
http://aservicodorei.com/a-falsa-teologia-da-substituicao/