Em Cristo estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento. (Colossenses 2:3)

Ninguém vos engane com palavras vãs; porque por essas coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência.(Efésios5:6)
Digo isso a vocês para que não deixem que ninguém os engane com argumentos falsos. (Colossenses 2:4)
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4 de abril de 2020

Da Igreja primitiva à Idade Média, da Idade Média à Reforma, e da Reforma ao Neopentecostalismo


A Igreja que nasceu antes da Bíblia


Cl 1.26. "o mistério que esteve oculto dos séculos, e das gerações; mas agora foi manifesto aos seus santos, a quem Deus quis fazer conhecer quais são as riquezas da glória deste mistério entre os gentios, que é Cristo em vós, a esperança da glória" .

Me parece que, a Igreja Primitiva via as Escrituras como um guia capaz de levá-la a conhecer a Cristo. Este conhecimento era o seu alvo maior, sendo o Antigo Testamento,
o mapa para se achegar a Jesus.

O Novo Testamento ainda estava em formação e mais tarde se tornou o seu guia para a leitura do Antigo. Enquanto isso, era interpretado pelo grupo apostólico, os únicos que ouviram diretamente de Jesus aquilo que passaram adiante.

Durante a Idade média, o centro gravitacional mudou, pois a Igreja passou a ocupar esta posição, chegando, mesmo a ser considerada como o guia máximo para quem desejava se encontrar com Deus.

A doutrina era formulada pela Igreja, e nem tanto pela Bíblia, que passou ser usada para justificar as instruções e regras da Instituição. A Igreja atingiu o ápice da carreira institucional ao se tornar a única autoridade capaz de representar a Cristo.

Naquele momento a fé deixou de ser uma iniciativa pessoal e passou a ser corporativa. Quem era fiel à Igreja, era fiel a Cristo. A Igreja era o clero e, dentre ele, alguns foram canonizados por causa da sua extrema dedicação à ela.

A reforma propôs uma mudança de foco, devolvendo às Escrituras a posição de nosso condutor. O que pelo menos consta do currículo da maioria das Igrejas Reformadas.

O advento do neopentecostalismo foi um retrocesso nesta caminhada. Na prática, ocorreu uma forte centralização baseada na ênfase em uma neo apostolicidade. Homens que decidem usar o título de apóstolo ou não, mas detêm as rédeas da Igreja em suas mãos, buscando nas leis deutoronômicas a base para a sucessão parental ou relacional do seu sacerdócio.

Talvez uma nova reforma aconteça, mais popular, menos acadêmica, mas com muito amor a Jesus. Talvez uma intervenção cristológica, que servirá de preparação para a última rodada para a História da cristandade.
https://www.guiame.com.br/colunistas/ubirajara-crespo/da-igreja-primitiva-idade-media-da-idade-media-reforma-e-da-reforma-ao-neopentecostalismo.html 

5 de março de 2020

O que está acontecendo no cristianismo?


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Certo, preciso me manifestar, pois se trata de algo muito importante para deixar de fazê-lo. O que está acontecendo no cristianismo? Nossos líderes ou influenciadores que já foram os “rostos” da fé estão cada vez mais se afastando dela. E, ao mesmo tempo, estão sendo muito vocais e ousados ​​em relação a isso. De maneira chocante, eles ainda querem influenciar os outros (com que propósito?) à medida que anunciam que estão deixando a fé. Vou apresentar minha conclusão e, em seguida, oferecerei algumas réplicas às declarações que li por alguns deles. Em primeiro lugar, nunca julgo pessoas fora da minha fé (mesmo que elas odeiem a religião ou o cristianismo). Essa não é minha posição. Tenho muitos amigos que não concordam com a minha religião e isso é 100% bom para mim. No entanto, quando se trata de pessoas dentro da minha fé, deve haver uma medida de lealdade e amizade e prestação de contas uns aos outros e à Palavra de Deus.

Minha conclusão para a igreja (a todos nós cristãos) é a seguinte: devemos PARAR de acreditar que líderes de louvor, líderes de pensamento, influenciadores, pessoas legais ou pessoas “relevantes” são as pessoas mais influentes da cristandade. (E sim, isso inclui pessoas como eu!). Há vinte anos venho dizendo (e eu provavelmente parecia ser bastante crítico para alguns de meus colegas) que estamos em um terreno perigoso quando a igreja direciona seus olhares para cantores de louvor de vinte anos de idade como sendo nossa fonte de verdade. Agora temos uma cultura de igreja que aprende quem Deus é cantando canções de louvor modernas, ao invés de aprender isso a partir dos ensinamentos da Palavra. Não estou sendo rude com meus amigos líderes de louvor (muitos deles concordariam comigo) em dizer que cantores e músicos são bons em comunicar emoções e sentimentos. Criamos um momento e um veículo para Deus falar. Contudo, os cantores nem sempre são os melhores para escrever verdade e doutrina bíblicas sólidas. Às vezes, somos muito jovens, ignorantes demais nas Escrituras, ignorantes demais ou despreocupados demais com a pureza das Escrituras e a santidade do Deus a quem estamos cantando. Você já considerou como é desrespeitoso cantar canções a Deus que são falsas sobre seu caráter?  
 
Tenho alguns pensamentos e respostas específicos às declarações feitas pelos influenciadores de igreja que recentemente negaram a fé. Em primeiro lugar, estou surpreso que a coisa aparentemente mais importante para esses líderes que perderam a fé seja adotar uma nova postura ousada. Estão basicamente dizendo: “Tenho vivido e pregado corajosamente por vinte anos e conduzido gerações de pessoas com meus ensinamentos e, agora, não acredito mais nisso. Portanto, direi às pessoas corajosamente, e em alta voz, que estava tudo errado, enquanto eu, corajosamente, e em alta voz, as conduzo à minha próxima verdade.” Estou perplexo. Por que não se sentem envergonhados? Ou humilhados? Ou envergonhados, temerosos, confusos? Por que estão tão ansiosos em continuar liderando as pessoas quando claramente não sabem para onde estão indo?  
 
Meu segundo pensamento é: por que as pessoas agem como se “ser autêntico” cobrisse uma multidão de pecados? Como se alguém fosse corajoso simplesmente por compartilhar viralmente todo pensamento ou questão obscura. Isso não é ser corajoso, é ser arrogante. Eles consideraram as ramificações? Como se fossem os precursores da verdade, eles dizem: “Eu costumava pensar de um jeito, praticá-lo e pregá-lo, mas agora aprendi toda a nova verdade e começarei a praticá-la e pregá-la”. Assim, os influenciadores tornam-se a voz da verdade em qualquer estágio da vida e em qualquer evolução que ocorra em seu pensamento.  
 
Em terceiro lugar, há uma característica comum entre esses líderes/influenciadores, que basicamente acreditam que ninguém além deles está falando sobre o VERDADEIRO problema. Isso é simplesmente falso. Acabei de ler hoje a declaração de um renomado líder de louvor: “Como um Deus de amor poderia mandar pessoas para o inferno? Ninguém fala sobre isso.” Como se ele fosse a primeira pessoa a perguntar isso. Irmão, você não é tão único. A igreja tem lutado com isso por 1.500 anos. Literalmente. Todo mundo fala sobre isso. As crianças discutem sobre isso na escola dominical. Há cerca de um bilhão de livros escritos sobre o assunto. Só porque você não consegue a resposta que quer, não significa que não estamos dispostos a lutar com a questão. Lutamos com as Escrituras até que sejamos transformados pela renovação de nossas mentes.  
 
Por fim, e de modo mais chocante, à medida que esses influenciadores negam sua fé, eles sempre terminam suas declarações com sua “nova percepção/nova verdade”, que é basicamente uma regurgitação das palavras de Jesus! É realmente bizarro e irônico. Eles dizem: “Estou negando minha fé, mas, lembre-se, ame as pessoas, seja generoso, perdoe os outros”. Humm, por quê? Isso não é realmente da natureza humana. Nenhuma criança nasce e diz: “Eu só quero amar os outros antes de amar a mim mesmo. Quero dar a outra face. Quero dar o meu dinheiro às pessoas necessitadas”. Esses são princípios bíblicos ensinados por um Profeta/Sacerdote/Rei dos reis que quer que vivamos segundo um padrão mais elevado que não é um padrão terreno, mas sim o padrão do “Reino de Deus”. Portanto, se Jesus não é a verdade e se a Palavra de Deus não é absoluta, então, ao pregar os ensinamentos de Jesus, você está endossando as palavras de um louco. Um lunático que disse “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim”. Ele também disse que estava vivo antes de Abraão, e que ver a ele era o mesmo que ver a Deus, pois ele era um com Deus. Então, por que um líder cristão que negou a fé promoveria a ideia de que “a generosidade é boa”? Como você saberia “o que é bom” sem os ensinamentos de Jesus? Suas ideias sobre o que é “bom” mudarão de ano em ano com base em sua experiência, tendências de cultura, opiniões populares etc.? Além disso, você continuará, ano após ano, a conduzir outros à sua ideia de bondade, embora não seja absoluta? Surpreende-me que tantos cristãos queiram os benefícios do reino de Deus, mas com a ressalva de que eles mesmos serão o rei.  
 
É hora de a igreja redescobrir a preeminência da Palavra e valorizar o seu ensino. Precisamos valorizar a verdade no lugar do sentimento. Colocar a verdade acima da emoção. E o que estamos vendo agora é resultado do que a igreja fez ao levantar influenciadores que não valorizaram a verdade de maneira suprema, os quais, por sua vez, lideraram uma geração que também não acreditam na supremacia da verdade. E agora esses líderes que negaram a fé ainda estão orgulhosamente liderando e influenciando com ousadia outras pessoas para FORA da verdade.  
 
É de admirar que alguns dos nossos líderes cristãos que negaram a fé estejam abandonando a verdade absoluta da Bíblia e que, subsequentemente, suas vidas estejam desmoronando? Eles estão cada vez mais se afundando no oceano enquanto gritam: “Agora eu encontrei a verdade! Sigam-me!” Irmãos e irmãs na fé em todo o mundo, pastores, mestres, líderes de louvor, influenciadores… Eu lhes imploro, por favor, por favor, em sua busca por relevância para o evangelho, NÃO encontremos maneiras criativas de moldar a Palavra de Deus à imagem de nossa cultura, sufocando as verdades inconvenientes. Antes, porém, nos agarremos ainda mais à âncora da Palavra viva de Deus. Pois ele NÃO muda. “Seca a relva e cai a sua flor, mas a palavra de nosso Deus permanece para sempre” (Isaías 40.8).


Texto original: “What in God’s Name is Happening in Christianity?

Traduzido e revisado por Jonathan Silveira.

Fonte: TUPOREM

 

12 de fevereiro de 2020

O que são os Portões do Inferno?


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A frase traduzida em algumas versões como “portões do Hades” ou “portões do inferno” é encontrada apenas uma vez em todas as Escrituras.
E eu lhe digo que você é Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do Hades não poderão vencê-la. Mateus 16:18
Nesta passagem, Jesus está se referindo à construção e o poder que teria a igreja.

Naquele tempo, Jesus ainda não havia estabelecido a sua igreja. Na verdade, esta é a primeira instância da palavra igreja no Novo Testamento. A palavra igreja , usada por Jesus, é derivada da ekklesia grega, o que significa o “chamado” ou “assembleia”.

Em outras palavras, a igreja que Jesus faz referência como Sua igreja é a assembleia de pessoas que foram chamados fora do mundo pelo evangelho de Cristo.

Os estudiosos da Bíblia debatem o significado real da frase “e as portas do inferno não prevalecerão”. Uma das melhores interpretações para o significado desta frase é a seguinte:

Nos tempos antigos, as cidades estavam cercadas por paredes com portões, e nas batalhas, os portões dessas cidades seriam geralmente o primeiro lugar que seus inimigos atacariam.

Isso ocorria porque a proteção da cidade era determinada pela força ou poder de seus portões.

Como tal, os “portões do inferno” ou “portões do Hades” significam o poder do Hades. O nome “Hades” era originalmente o nome do “deus” que presidia o reino dos mortos e muitas vezes era chamado de “casa do Hades”.

No Novo Testamento, Hades é o reino dos mortos, e neste versículo, o Hades ou o inferno é representado como uma cidade poderosa com seus portões representando seu poder sobre a humanidade.

Jesus se refere aqui à morte iminente. Embora Ele fosse crucificado e enterrado, Ele ressuscitaria dos mortos e construiria Sua igreja.

Jesus está enfatizando o fato de que os poderes da morte não poderiam aprisioná-lo. Não só a igreja seria estabelecida apesar dos poderes do Hades ou do inferno, mas a igreja prosperaria em seus propósitos.

A igreja nunca falhará, embora geração após a geração sucumbam ao poder da morte física, ainda outras gerações surgirão para perpetuar a igreja. E continuará até cumprir sua missão na terra como Jesus ordenou:
Então, Jesus aproximou-se deles e disse: “Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra. Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei. E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos”. Mateus 28:18-20
É claro que Jesus estava declarando que a morte não tem poder para manter o povo de Deus em cativeiro. Seus portões não são fortes o suficiente para dominar e manter presa a igreja de Deus.

O Senhor conquistou a morte (Romanos 8:2; Atos 2:24). E porque “a morte já não é mestre sobre Ele” (Romanos 6:9), já não é mestre sobre aqueles que pertencem a Ele.

Satanás tem o poder da morte, e ele sempre usará esse poder para tentar destruir a igreja de Cristo. Mas nós temos essa promessa de Jesus de que Sua igreja, o “chamado” prevalecerá:
Dentro de pouco tempo o mundo já não me verá mais; vocês, porém, me verão. Porque eu vivo, vocês também viverão. João 14:19

Fonte: GotQuestions
 
 

3 de novembro de 2019

Céu para os Ímpios?


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Publicado por bibliaco em 26 de julho de 2017
 
Recentemente, Charles Colson, um dos principais escritores evangélicos, apontou:
Em junho, uma pesquisa do Pew Forum on Religion e Public Life encontrou uma ignorância doutrinária desenfreada entre os cristãos americanos. Cinquenta e sete por cento dos evangélicos acreditavam que pessoas que seguem religiões além da sua, podem desfrutar da vida eterna.

Os resultados foram tão inesperados que Pew repetiu a pesquisa, fazendo perguntas mais específicas. As respostas foram praticamente inalteradas. Surpreendentemente, cerca de metade acreditava que todos, incluindo os ateus, iriam acabar no céu. Céu para os ímpios? Essa é a antiga heresia do universalismo (2009).
O pensamento de muitos que professam uma identificação com alguma forma de “cristianismo” tornou-se bastante comum, algo como estar na moda.

Se pudermos emprestar uma expressão de Salomão, “não há nada novo sob o sol” (Eclesiastes 1:9); As mesmas antigas heresias apenas passam por uma cirurgia plástica teológica superficial – ou para usar outra metáfora, são recicladas. Refletem sobre várias ideias antigas com novos rostos.
 
Universalismo

O Universalismo afirma que haverá a salvação final e completa de todos os seres. O dogma foi ensinado por alguns dos escritores da igreja primitiva, por exemplo, Clemente e Orígenes de Alexandria, que viveram no meio do segundo ao meio do século III dC. Não existe uma base bíblica para esse dogma.

No entanto, a maioria das pessoas parece estar inclinada à noção de que quase todos – se não literalmente todos – serão salvos em última instância.
 
Pós-modernismo

A expressão “pós-modernismo” não é encontrada no livro de Van Harvey, Manual de Termos Teológicos , publicado em 1968. É uma designação relativamente nova. O pós-modernismo nega a verdade universal.

Supostamente, a verdade é como cada indivíduo se sente sobre as coisas, e não como elas realmente são. Portanto, supostamente não existe um evangelho exclusivo e verdadeiro. Os fatos do cristianismo devem ser redefinidos por um novo vocabulário na pregação, na escrita e na adoração. Esta é uma ideologia errada.
 
A Igreja Emergente

A chamada “igreja emergente” é o enteado do pós-modernismo. Esta ideologia afirma que é arrogante acreditar que alguém conhece a verdade; Em vez disso, a “verdade” é apenas determinada subjetivamente, sendo modelada pela cultura, não pela Escritura.

É afirmado que cada pessoa deve encontrar seu próprio caminho para Deus e não ser viciada em “bibliolatria”. Isso soa como a filosofia dos rebeldes que viveram na era das trevas da história de Israel (Juízes 21:25).

O “emergente” acredita que todos são arrogantes que não se inscrevem em sua visão elástica da verdade. Ele absolutamente sabe que não se pode conhecer a verdade absoluta.

Várias dessas ideias aberrantes encontraram caminho para as igrejas que antes eram conservadoras. Por exemplo, é argumentado por um número crescente que não podemos declarar como verdade do evangelho que aqueles que estão errados estão em desacordo com o nosso ensino “tradicional”. Todo o ensino agora é declarado como uma mera tradição, como por exemplo o batismo.

Igrejas “emergentes” estão reestruturando o formato de adoração. A ceia do Senhor é oferecida em conjunto com eventos especiais, por exemplo, casamentos.

O memorial da comunhão não se restringe ao dia do Senhor; Em vez disso, os grupos ultrapassam o padrão bíblico e fornecem-no nos dias de semana, ignorando um Novo Testamento que está subordinado à verdade histórica, a saber, a ressurreição do Senhor no domingo.

A questão da música está bem aberta entre um número crescente de igrejas. Uma igreja proeminente em Dallas (que uma vez hospedou uma escola de pregação respeitada) anunciou recentemente uma vaga para “ministro de louvor”. Uma das exigências era que ele deveria poder tocar violão ou o teclado eletrônico.

Coros, equipes de louvor, palmas para acompanhar o canto, etc., estão se tornando uma tarefa padrão em várias igrejas. O desempenho complementa rapidamente a adoração congregacional. A autoridade bíblica cede ao emocionalismo. É a nova “adoração” (Colossenses 2:23).

Estes são tempos difíceis para o corpo de Cristo. Mas não é um momento de desespero. Em vez disso, homens e mulheres corajosos devem manter o navio de Sião em um caminho direto (e estreito) dentro dos limites da verdade divina. A verdade prevalecerá apesar dos ventos da mudança – e estatísticas irrelevantes.
 

Publicado por bibliaco em 26 de julho de 2017
https://bibliacomentada.com.br/index.php/ceu-para-os-impios/?
 
 
 

31 de outubro de 2019

Disciplina eclesiástica, uma marca da verdadeira igreja que precisa ser restaurada






João Calvino e Disciplina Eclesiástica


Vivemos em uma época onde as igrejas estão se adaptando ao mundo. As igrejas que deveriam influenciar, estão sendo influenciadas.

O mundo pós-moderno e relativista ensina que não existe um padrão de conduta absoluto, uma regra a qual todos devem se submeter e serem julgados. Sendo assim, ninguém deve se intrometer na vida do próximo. Ninguém precisa dar satisfação de suas escolhas. O mundo redefiniu o amor. Segundo o mundo, o amor não é querer e fazer o bem ao próximo segundo a Escritura, mas fazer com o que os outros sintam -se bem como estão, seja no pecado ou não.

Infelizmente, muitas igrejas em nome de um falso amor, mantém em seu rol de membros pessoas entregues ao pecado, que vivem em contradição com a fé que professam. Disciplinar virou sinônimo de ódio e não de amor como diz a Escritura( hb 12.6-7); Ap 3.19).

Pastores temerosos de esvaziarem suas igrejas, preferem manter membros em pecados visíveis dentro delas. Isso revela uma falta de temor e confiança em Deus, mas um temor aos homens e confiança em seus própios métodos. A ideia de alguns é: “Se você está interessado no crescimento da igreja, enchendo-a de pessoas, a disciplina não é um bom metodo.” Infelizmente, isso parte de pessoas carnais, que usam métodos carnais para atrair e manter as pessoas dentro das igrejas. Esses querem ser mais sábios e mais poderosos do que Deus, pois eles não creem no que Deus estabeleceu na Escritura sobre a Igreja. O pragmatismo é uma substituição da Bíblia, que determina que a igreja deve ser conduzida visando os melhores resultados.

Mas a igreja não é nossa, é de Cristo e deve honrar a Cristo. Não somos nós que edificamos a igreja à nossa maneira, mas Cristo edifica a Sua igreja de acordo com sua autoridade revelada na Bíblia. Nós devemos ser obedientes aos métodos de Cristo, não criadores dos nossos métodos

A Igreja não deve ser influenciada pela sociedade. A Igreja tem um Senhor que por sua Palavra a governa, Deus. Não é a sociedade, nem os pastores que determinam o que e certo e errado, o que pode e não pode, mas a Palavra de Deus. É a Escritura que julgar a conduta do povo de Deus. Quando alguém decide o que fazer com um pecador negando a disciplina devida, essa pessoa se coloca no lugar de Cristo, roubando a Sua autoridade e governo sobre a igreja: “Onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles” ( Mt 18.15- 20). O nosso Senhor Jesus Cristo deixa claro como proceder em relação a disciplina eclesiástica, sendo assim fazer diferente do que Ele ordenou é está em desobediência ao Senhor da Igreja.

Esse é o interesse de nosso Senhor para a Igreja: ela precisa tratar com o pecado em seu meio. Cristo comprou a Igreja com seu precioso sangue, Ele está santificado-a. Ele faz isso em nós e através de nós. Paulo disse: “Para vos apresentar como virgem pura a um só esposo, que é Cristo”.


A igreja não deve somente pregar contra pecado, mas agir contra o pecado em seu meio.
Em 1 Coríntios 5: Paulo diz que devemos lançar fora o fermento que leveda toda a massa, excluir o homem imoral; e em 2 Tessalonicenses 3.6-15 somos instruídos, como igreja, a excluir alguém que é contencioso ou transgressor da verdade.
Em Mateus 18.17: O nosso Senhor Jesus Cristo ordena que depois de todas as tentativas para restaurar o transgressor forem feitas sem sucesso, ele deve ser excluído da igreja e considerado como um ímpio que precisa ser evangelizado.

Toda disciplina é amor. O alvo da disciplina é a restauração do pecador, é tira-lo do caminho que conduz a perdição, e traze-lo de volta para o caminho da salvação ( Mt.18. 12-14; Gl 6.1;Ap 3.19 ;1 co 5.5)

A igreja que não disciplina não está praticando o amor, negar confrontar o pecado de alguém é negar-lo o amor, é desvaloriza-lo como alguém que Cristo comprou por infinito valor. Infelizmente, muitos por amarem mais a si mesmos não amam ao próximo, preferem ver pessoas caminhando para a perdição do que arriscar perder amizades. Preferem ver a igreja destruída pelo pecado do que arriscar perder alguns membros não convertidos.

A Igreja é uma comunidade de pessoas que foram salvas e estão sendo santificadas, que amam umas as outras e estão caminhando juntas rumo a Glória celestial. O processo disciplinar faz parte da santificação.

A Igreja não é um lugar para se acomodar aos não-salvos, dando a eles conforto, mas para incomoda-los a abandonarem seus pecados e a crerem em Cristo como Senhor e Salvador. A Igreja não é o mundo onde cada um faz o que quer sem dar satisfação a ninguém. A Igreja é o corpo de Cristo onde cada membro é importante para o outro. Se alguém não quer dar satisfação de sua vida ou se importar com a vida dos outros, a igreja não é o seu lugar.

“O exercício da disciplina na igreja é algo tão importante que o reformador João Calvino a considerou, ao lado da proclamação da Palavra e da administração dos sacramentos, uma das marcas que distinguem a igreja verdadeira da falsa.” Solano Portela.

O reformador João Calvino afirmou que disciplina na Igreja é “como um freio com o que são detidos e domados os que se revoltam contra a doutrina de Cristo; ou como um aguilhão que estimula os que são negligentes e preguiçosos; ou às vezes, a modo de castigo paterno, para castigar com clemência e conforme a mansidão do espírito de Cristo aos que falharam gravemente” ( Institutas da Religião Cristã, Vol 4, Cap 12, pg 1).

Em outro local Calvino afirma: “Assim como a doutrina de Cristo é a vida da Igreja, também a disciplina é semelhante aos nervos da Igreja, porque dela depende a coesão dos membros do corpo, estando cada um no seu próprio lugar”.

João Calvino introduziu em Genebra a organização e a disciplina da igreja. Era a visão predominante entre os Protestantes que a função da igreja era pregar o evangelho e administrar os sacramentos, deixando completamente às autoridades civis o lidar com as ofensas. Calvino não conseguia entender essa visão. A Igreja não deveria apenas pregar o evangelho, disse ele, mas cuidar para que o evangelho seja vivido entre aqueles que a constituem. O único instrumento pelo qual esse dever pode ser executado é a disciplina. Disciplina espiritual, é claro; pois a igreja é um corpo espiritual. Somente as penalidades espirituais poderiam ser infligidas, culminando com a exclusão das ordenanças da Igreja ou com a excomunhão.

Segundo B.B Warfield : “A purificação da Igreja por meio da disciplina teve o seu efeito sobre o estado. O fermento fermentará a massa na qual ele é colocado. Uma igreja santa tende a promover uma comunidade moral, e Calvino não foi escasso na pregação de que entre os deveres cristãos está o dever da boa cidadania. E, como subproduto dos trabalhos de Calvino, Genebra se tornou uma comunidade moral notável: as leis sumptuárias se tornaram, ao contrário daquelas de muitos ao redor, saudáveis e sãs, e sua execução se tornou justa e honesta. “

Quando a Igreja é santa, seus membros são influências positivas na sociedade. Uma sociedade em decadência moral, necessita de uma Igreja com um padrão absoluto de moralidade onde os seus membros aplicam a Palavra de Deus em todas áreas de suas vidas.

Com estabelecimento da disciplina da igreja em Genebra, Calvino iniciou uma ruptura entre a Igreja e o Estado, cujo efeito final o tornou o pai do princípio de uma igreja livre em um estado livre. John Knox dá o seu testemunho do resultado: “Em outros lugares eu confesso que Cristo é pregado, mas os costumes e a religião sendo tão sinceramente reformados eu não vi em nenhum outro lugar”.
Houve um conflito em Genebra em torno da proteção da Ceia do Senhor contra os participantes indignos.
“Durante seu primeiro ministério na cidade, ele se recusou a ministrar a Ceia do Senhor por causa das maldades da cidade. Cidadãos libertinos reagiram contra seu zelo inflexível, dando o nome de Calvino a seus cachorros, e ele foi expulso da cidade por três anos. Ao retornar, Calvino estabeleceu um tribunal da Igreja, composto de seis pastores da cidade e de doze presbíteros de suas congregações, que se reuniam cada quinta-feira para disciplinar “todo tipo de malfeitor, sem acepção de pessoas””. (Revista: os puritanos).
Assim como João Calvino em Genebra, a disciplina eclesiástica precisa ser restaurada em em muitas igrejas. Quando muitos pastores e membros voltarem a Escritura aplicando a disciplina eclesiástica junto com a exposição fiel da Bíblia, teremos igrejas cheias, não de pessoas não convertidas, mas de crentes genuínos que poderão influenciar moralmente a nossa sociedade decadente.

 
Sola Scritura.

Por Thiago da Silva Vieira
https://teologiapresbiteriana.home.blog/2019/10/30/disciplina-eclesiastica-uma-marca-da-verdadeira-igreja-que-precisa-ser-restaurada


30 de janeiro de 2019

O FOGO ESTRANHO DE NADABE E ABIÚ




Nadabe e Abiú eram em todas as coisas, aparentemente justos, homens respeitáveis e líderes espirituais piedosos. Eles eram sacerdotes do Deus único e verdadeiro, e não eram levitas de segunda classe. Nadabe era o herdeiro natural ao cargo de sumo sacerdote, e Abiú era o próximo na fila depois dele. Eles eram os filhos mais velhos de Arão. Moisés era tio deles. Seus nomes encabeçam a lista dos “nobres dos filhos de Israel” (Êxodo 24:11). Além de Arão, eles são os únicos apontados pelo nome na primeira vez em que as Escrituras mencionam “setenta anciãos de Israel”, o grupo de líderes que compartilhou a supervisão espiritual da nação hebraica (Números 11:16-24). As Escrituras não os apresentam como figuras sinistras ou homens notoriamente maus — muito pelo contrário.

Estes dois irmãos, juntamente com os outros setenta anciãos, receberam, no Sinai, o privilégio de subir parcialmente o monte e ver à distância como Deus conversava com Moisés (Êxodo 24:9-10). O povo de Israel tinha sido instruído a ficar ao pé do monte e a ter “cuidado de não subir ao monte e não tocar na sua base” (Êxodo 19:12). Enquanto Deus estava ali, falando com Moisés, se até mesmo um animal perdido se dirigisse para a base do Sinai deveria ser apedrejado ou morto a flechadas (v. 13). Na base do monte, todos os cidadãos israelitas podiam ver a fumaça e os relâmpagos. Mas Nadabe e Abiú foram explicitamente chamados pelo próprio Senhor, que os convidou a subir e a trazer os demais anciãos. E “eles viram a Deus, e depois comeram e beberam” (Êxodo 24:11).

Em outras palavras, Nadabe e Abiú estiveram mais perto de Deus do que provavelmente qualquer outra pessoa. A nenhum outro israelita, exceto ao próprio Moisés, fora dado um privilégio tão grande. Estes homens certamente pareciam ser piedosos, líderes espirituais confiáveis e servos fiéis de Deus — pessoas de renome. Sem dúvida, praticamente todos em Israel os tinham em alta estima. E, sem dúvida, todos em Israel ficaram perplexos quando Deus subitamente atingiu Nadabe e Abiú, matando-os com uma rajada de fogo sagrado. Isto ocorreu, aparentemente, no primeiro dia de serviço no tabernáculo.

Arão e seus filhos foram ungidos em uma cerimônia que durou sete dias, quando a construção do tabernáculo foi concluída. No oitavo dia (Levítico 9:1), Arão apresentou a primeira oferta pelo pecado já feita no tabernáculo, e a cerimônia foi pontuada com um milagre: “Saiu fogo da presença do SENHOR e consumiu o holocausto e as porções de gordura sobre o altar. E, quando todo o povo viu isso, gritou de alegria e prostrou-se com o rosto em terra” (Levítico 9:24). Moisés relata o que aconteceu a seguir: “Nadabe e Abiú, filhos de Arão, tomaram cada um o seu incensário, e puseram neles fogo, e sobre este, incenso, e trouxeram fogo estranho perante a face do SENHOR, o que lhes não ordenara. Então, saiu fogo de diante do SENHOR e os consumiu; e morreram perante o SENHOR. E falou Moisés a Arão: Isto é o que o SENHOR disse: Mostrarei a minha santidade naqueles que se cheguem a mim a serei glorificado diante de todo o povo. Porém Arão se calou. (Levítico 10:1-3; Almeida Revista e Atualizada)

O mais provável é que Nadabe e Abiú pegaram o fogo de alguma outra fonte que não era o altar de bronze e o usou para acender seus incensários. Lembre que o próprio Deus incendiou o altar com fogo do céu. Aparentemente Nadabe e Abiú tinham enchido seus incensários com fogo feito por eles, ou brasas de alguma fogueira no acampamento de Israel. A real origem de onde eles obtiveram o fogo não é mencionada, e isso também não é importante. A questão é que eles usaram outra coisa que não era o fogo que o próprio Deus acendera.

A ofensa deles pode parecer insignificante para alguém acostumado a esse tipo de negligência, à adoração auto-indulgente pela qual a nossa geração é conhecida. Eles também podem ter bebido, e talvez tenham se embriagado o suficiente para se equivocarem (Levítico 10:9 parece sugerir que este foi o caso). Ainda assim, o que a Bíblia condena expressamente é o “fogo estranho” que foi oferecido. O cerne do pecado foi aproximarem-se de Deus de forma descuidada, arrogante, inadequada, sem a reverência que ele merecia. Eles não o trataram como santo nem exaltaram o seu nome diante do povo. A resposta do Senhor foi rápida e mortal. O “fogo estranho” de Nadabe e Abiú acendeu o fogo inextinguível do juízo divino contra eles, e foram incinerados no local.

Este é um relato preocupante e assustador, e tem implicações óbvias para a Igreja contemporânea. É evidente que é um pecado grave desonrar o Senhor, tratá-lo com desprezo ou aproximar-se dele de uma maneira que ele despreze. Aqueles que adoram a Deus devem fazê-lo da maneira que ele exige em Sua palavra, tratando o como santo. O Espírito Santo — a gloriosa terceira pessoa da Trindade — não é menor do que o Deus Pai ou o Deus Filho. Assim, desonrá-lo é desonrar o próprio Deus. Insultar o Espírito é tomar o nome de Deus em vão. Afirmar que é ele quem autoriza a adoração obstinada, caprichosa e antibíblica é tratar Deus com desprezo. Transformar o Santo Espírito em um espetáculo é adorar a Deus de uma maneira que o desagrada. É por isso que muitas atitudes irreverentes e doutrinas distorcidas trazidas para a Igreja pelo movimento carismático hodierno são iguais ao fogo estranho de Nadabe e Abiú, ou até mesmo pior. Elas são uma afronta ao Espírito Santo e, portanto, ao próprio Deus — o que é motivo para julgamento severo (cf. Hebreus 10:31).


29 de janeiro de 2019

10 crenças não-bíblicas comuns na igreja de hoje


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Existem várias crenças, que nós na igreja acreditamos ter respaldo bíblicos, sendo que na verdade não tem, são crenças relacionados a fé, confissão de pecados, salvação dízimos e outras.

Como observador e participante mais amplo do corpo de Cristo desde 1978, ouvi muitas coisas comunicadas que considero não-bíblicas. Muitos desses ensinamentos são tão comumente acreditados ou assumidos que o cristão comum os abraça sem examinar as Escrituras. 

A seguir estão algumas das crenças erradas mais comuns: 

1 – A salvação e a decisão por Cristo em um altar são as mesmas.

Um dos equívocos mais comuns que observei na igreja hoje é o fato de que as pessoas pensam que, se uma pessoa repete “a oração do pecador” ou responde a um apelo, ela é “salva”. Isso é problemático, uma vez que podemos estar dando uma falsa esperança ao respondente, assegurando-o de sua salvação, quando na verdade eles podem não ser realmente salvos.
Além disso, em nenhum lugar da Bíblia diz que meramente dizer palavras garante a salvação. Além disso, o apelo do altar é um desenvolvimento moderno na igreja evangélica que surgiu da metodologia empregada pelos evangelistas que apelaram às massas para virem ao altar para receberem a Cristo. Embora não haja nada errado com essa abordagem que identifica aqueles que querem dar sua vida a Cristo (para que as pessoas possam obter seus nomes, orar com elas e segui-las), não é o mesmo que salvação.

As escrituras são claras de que tanto o coração como a boca têm que confessar que Jesus é o Senhor (ver Romanos 10: 9-10), e o apóstolo Paulo regularmente repetia a palavra de João Batista quando dizia que produzia frutos que provassem seu arrependimento (veja Atos 26:20, Mateus 3:8). Assim, fazer uma “decisão” emocionalmente motivada para pedir a Jesus em sua vida é um bom passo, mas uma pessoa verdadeiramente convertida dará frutos, provando que eles realmente entregaram sua vida a Jesus. (Veja também 1 João 3:9.) Eu costumava dizer que “centenas foram salvos hoje à noite” quando eu estava me referindo a uma resposta de chamada de altar de massas de pessoas; agora eu simplesmente digo: “centenas tomaram” decisões por Cristo, uma vez que, depois de todos esses anos, tenho agora muito cuidado em distinguir entre uma "decisão" e uma "experiência de conversão".

2 - Adoração é apenas cantar músicas.

Eu aprendi que o mero cantar de palavras para uma música não significa adoração. Jesus também disse que as pessoas podem honrá-lo com seus lábios enquanto seus corações estão longe Dele (ver Marcos 7: 6-8).

A verdadeira adoração inclui abençoar o Senhor com toda a sua alma (ver Sl 103), o que implica que todo o seu coração, mente e alma – todo o seu ser – está disposto a se curvar diante do senhorio de Cristo enquanto adora e adora a Divindade. (Veja Rev. 4.)

A verdadeira adoração também implica obediência, e é por isso que Jesus disse: “Se você me ama, obedecerá aos meus mandamentos” (ver João 14:15). Consequentemente, eu conheci muitas pessoas em equipes de louvor e / ou pessoas na igreja que – durante o culto da igreja – exibiam exuberantes louvores e adoração, mas sua vida privada era tudo menos submetida a Deus. 

3 – O arrependido está chorando no altar.

Eu tenho visto inúmeras pessoas fazendo “chamadas de altar” semana após semana, chorando quando elas surgiram. O crente comum pensa que isto é um sinal de arrependimento; no entanto, a palavra “arrependimento” tem a ver com uma mudança de mentalidade, uma mudança de pensamento, mais do que uma experiência emocional. Eu aprendi que, a menos que uma pessoa mude a maneira de pensar em Deus, seu coração nunca será transformado pelo Seu poder. Mesmo Esaú não conseguiu encontrar arrependimento, apesar de tê-lo procurado com choro e lágrimas! (Veja Hebreus 12:17) 

4 – Devemos dizer orações.

Em nenhum lugar da Bíblia diz apenas “dizer” orações. Mas em todos os lugares, em ambos os testamentos, é um comando para “buscar a Deus”. Deus se revela aos buscadores – não apenas aos inquiridores casuais. (Veja Sal. 42, 63; Mateus 6: 7,33; Hebreus 11: 6.)

5 – Deus só espera que demos um décimo das nossas finanças.

O dízimo é apenas um princípio transmitido de Deus a Adão e à sua descendência, razão pela qual Abel deu a Deus uma oferta de primeira fruta (veja Gn 4) e Abraão, Isaque e Jacó deram a Deus um dízimo. Isto foi reiterado novamente na Lei de Moisés (Levítico 27) e nos profetas (Ml 3) e ensinado no Novo Testamento (veja Mt 23, Hb 7).

Dito isto, quando Jesus veio, Ele não se concentrou em um mero dízimo – Ele ordenou a Seus discípulos que entregassem tudo o que tinham a Ele. (Veja Lucas 14: 26-33.) Esta passagem deveria dissipar a noção de que Deus requer apenas um décimo. .

Nada menos que um total coração se rendendo de tudo o que somos e temos é esperado pelo Senhor Jesus Cristo (veja Fp 3, 2Co 5:15). Consequentemente, embora ainda seja importante definir pelo menos 10% para dar a Deus, isso não significa que você pode fazer o que quiser com os outros 90%. A terra é do Senhor e Ele exige uma mordomia e obediência adequadas em relação ao que fazemos com 100% de nossas finanças e posses – não apenas 10%.

6 – A igreja é um local de encontro.

Os cristãos referem-se continuamente aos edifícios que abrigam os cultos da igreja como “a igreja” – e é por isso que, quando vão ao referido edifício, dizem: “Vamos à igreja”. Isto apesar do fato de que a Escritura ensina que Seu povo é a igreja e que cada crente faz o templo do Espírito Santo (veja 1 Co. 3: 16,12).

Precisamos mudar nossa linguagem para concordar com a realidade de que o edifício ou a catedral em que nos encontramos não é a igreja, mas meramente abriga o corpo de Cristo para o culto corporativo, a instrução bíblica e a Ceia do Senhor.

7 – Os ministros estão somente no lugar da igreja.

A palavra “ministro” significa simplesmente servo. Como todos somos chamados a ser servos de Deus, somos todos ministros de Deus – independentemente de estarmos ou não no ministério da igreja em tempo integral. Qualquer que seja seu trabalho, seu empregador está lhe pagando (sabendo ou não) para ser um ministro de Deus, representando-o para a entidade em particular onde você trabalha. 

8 – A vida eterna começa quando morremos fisicamente.

Enquanto muitos crentes falam em ir para o céu para estar com Deus para a eternidade, a verdade da questão é: a vida eterna começa no momento em que alguém recebe a Cristo aqui na terra (ver João 3: 16-19, 5:24). Consequentemente, podemos começar a desfrutar da vida abundante (eterna) agora enquanto vivemos na terra! 

9 – Quanto maior a igreja, mais influência ela tem. 

O fato é que nossa nação nunca teve tanta megaigrejas como hoje, o cristianismo nunca teve tão pouco impacto na cultura como hoje. Portanto, não há necessariamente uma correlação entre o tamanho de uma igreja e seu impacto na comunidade circundante.

Há até mesmo igrejas de pequeno a médio porte que têm muito mais impacto em uma comunidade do que megaigrejas que estão preocupadas apenas em atrair seus vizinhos para o crescimento da igreja e não se preocupam com as condições das comunidades dos sem igreja. 

10 – Não há necessidade de um verdadeiro cristão confessar seus pecados.

Há um ensinamento antibíblico circulando em alguns círculos de hiper-graça que, uma vez que uma pessoa nasce de novo, eles nunca precisam confessar outro pecado, uma vez que Jesus pagou o preço por todos os pecados, passados, presentes e futuros. Embora seja verdade que Jesus pagou pelos pecados dos crentes – passado, presente e futuro – precisamos viver uma vida de verdadeiro arrependimento e aplicar o sangue de Jesus em nossa vida depois de pecarmos. Assim como o apóstolo João disse a todos os crentes: “Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (1 João 1: 9).

O apóstolo Tiago também aconselha os crentes a “Confessar seus pecados uns aos outros e orar uns pelos outros, para que você seja curado” (ver Tiago 5: 16a). Se alguém ensina que os cristãos podem viver o resto de suas vidas com pecados não confessados, sem arrependimento – depois de lamentar o Espírito Santo de Deus (veja Efésios 4:30), então eu não sei que Bíblia eles estão lendo, mas não é o mesmo que eu!


por: pastor Dr. Joseph Mattera
traduzido e adaptado por: Pb. Thiago Dearo

https://www.portalpadom.com.br/10-crencas-nao-biblicas-comuns-na-igreja-de-hoje/


28 de janeiro de 2019

4 maneiras pela qual a igreja moderna não se parece com a igreja primitiva


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Muitas vezes ouço os cristãos dizerem que devemos ser mais como a igreja primitiva. E devo admitir que fui um desses cristãos. Mas se nos demoramos em como isso ficaria, eu me pergunto quantos de nós prefeririam ficar em nossas igrejas do século 21. Afinal, os cristãos do primeiro século se apegam a um conjunto de valores que difere radicalmente da maioria dos cristãos hoje em dia.


COMO VEMOS OUTROS CRISTÃOS

Um valor desconfortável alardeado pelos primeiros cristãos era a visão da igreja como uma família. Os primeiros cristãos viram-se como irmãos e irmãs e mães e pais de todos que faziam parte da comunidade cristã.

Isto é, naturalmente, bem conhecido de quem lê o Novo Testamento. Mas não devemos ler a metáfora da igreja como família através da lente de nossos valores familiares ocidentais modernos, onde nossos avós de alta manutenção são levados para casas de repouso e irmãos irritantes são tratados como párias.

No primeiro século, a unidade familiar se estendeu muito além da família nuclear e foi mantida unida por um laço incondicional de compromisso e serviço. Você não precisava gostar de seus parentes, mas esperava-se que os amasse.

É nesse contexto que Jesus e Paulo abriram as portas do lar e acolheram em todos os crentes como irmãos e irmãs. Eles criaram um novo foco na família que se estendia muito além dos parentes nucleares e incluía pessoas de todas as raças e estratos sociais que davam sua lealdade ao Cristo ressuscitado.

COMO GASTAMOS NOSSO DINHEIRO

Muitas igrejas hoje gastam a maior parte de sua receita em salários, construindo hipotecas e outros suplementos materiais para o ministério. Olhe para qualquer orçamento da igreja e você provavelmente encontrará 1 ou 2% dos fundos da igreja alocados para a benevolência – ajudando as pessoas necessitadas. Talvez outros 5%, ou 10% na melhor das hipóteses, sejam dados a necessidades externas à igreja que, em algum nível, ajudem os pobres.

Mas tal distribuição de fundos é contrária a como a igreja primitiva gastou seu dinheiro. O Novo Testamento fala muito sobre dar dinheiro, mas raramente – se alguma vez – fala sobre doar para os salários, e nunca menciona dar dinheiro para um prédio. (Por que vale a pena, também nunca menciona dar 10 por cento, o que ainda é um valor básico nas igrejas modernas.)

Quando o Novo Testamento fala sobre dar, ele se refere à redistribuição de dinheiro para os pobres – geralmente crentes pobres fora dos muros da igreja (Romanos 15: 22-29; 1 Coríntios 16: 1-4; 2 Coríntios 8-9). Quando Paulo declara “Deus ama quem dá com alegria” (2 Coríntios 9:7), por exemplo, foi no contexto das igrejas gentias dando dinheiro aos pobres crentes judeus que moravam em Jerusalém. De fato, Paulo falou mais sobre dar aos pobres do que na doutrina da justificação pela fé.

O próprio Jesus disse que dar aos pobres é um dos principais critérios da fé genuína (Lucas 12:33, 14:33; Mateus 19: 16-30) e o principal meio pelo qual Ele separará os iníquos dos justos Dia do juízo final (Mt 25: 31-46). Se levarmos as palavras de Jesus a sério – e os orçamentos da nossa igreja sugerem que não -, nossas igrejas suburbanas podem parecer um pouco diferentes.


COMO PENSAMOS SOBRE O PODER


Outro valor moderno que era desconhecido para a igreja primitiva é o militarismo. O militarismo se refere à “crença ou desejo de que um país mantenha uma forte capacidade militar e esteja preparado para usá-lo agressivamente para defender ou promover interesses nacionais”. Não há dúvida sobre isso – o militarismo molda profundamente os valores americanos.

Mas também molda os valores cristãos americanos. O historiador militar Andrew Bacevich desenterrou as raízes do militarismo americano e descobriu que o homem por trás da cortina não era outro senão a igreja evangélica. Depois de muita pesquisa, Bacevich conclui: “Se não fosse pelo apoio oferecido por várias dezenas de milhões de evangélicos, o militarismo neste país profundamente e genuinamente religioso se torna inconcebível”.
Mas a igreja primitiva não era inequivocamente militarista. Os primeiros cristãos nunca ficaram fascinados com o poder dos militares romanos; em vez disso, eles se agarravam ao ritmo da cruz, onde o mal é conquistado não por espadas e lanças, mas por sofrimento e amor. De fato, o verso mais citado entre os primeiros cristãos era o mandamento de Jesus de que devemos amar nossos inimigos (Mateus 5:44); foi o João 3:16 dos primeiros séculos.

Hoje, ele está enterrado sob uma pilha de advertências e notas de rodapé – não podemos realmente amar todos os nossos inimigos. Quando se trata de pessoas percebidas como ameaças, a maioria das pessoas hoje – ironicamente, até mesmo cristãos – prefere a justiça à graça.

Talvez os cristãos devam servir nas forças armadas ou usar a violência como último recurso para defender os inocentes. Essas são perguntas difíceis de responder. Mas quando a Igreja se tornou o motor turbo por trás da máquina militar – para defender agressivamente ou promover interesses nacionais -, fugimos das raízes de nossa igreja primitiva, cuja fidelidade ao Reino de Deus rebaixou sua lealdade ao reino de Roma.

COMO ESTUDAMOS A BÍBLIA

A igreja primitiva também valorizava o estudo corporativo da Bíblia. Você pode pensar que a igreja moderna tem essa queda. A maioria dos cristãos possui várias Bíblias, e os programas da igreja geralmente contêm uma grande variedade de estudos bíblicos e aulas espirituais.

Seja como for, os cristãos de hoje exibem um analfabetismo bíblico sem precedentes, apesar de possuírem dezenas de Bíblias. De acordo com uma estatística, 60% dos cristãos confessos nascidos de novo não podem nomear cinco dos 10 mandamentos, 81% não acreditam (ou não conhecem) os princípios básicos da fé cristã, e 12% acham que Joana d’Arc era a esposa de Noé.

Os primeiros cristãos absorveram avidamente a palavra de Deus como uma esponja. As cartas do Novo Testamento, por exemplo, não apenas contêm citações diretas do Antigo Testamento, mas também muitas alusões sutis (breves frases) que se esperava que fossem compreendidas pelo leitor. Por exemplo, o livro de Apocalipse sozinho não contém uma única citação direta do Antigo Testamento, e ainda tem mais de 500 alusões a palavras ou frases do Antigo Testamento. Essas alusões só podiam ser apanhadas por leitores que estavam intimamente familiarizados com as Escrituras do Antigo Testamento.

A igreja primitiva levou a sério a declaração de Jesus de que as pessoas não podem viver só de pão, mas de toda palavra que vem da boca do Senhor (Mateus 4: 4). E quando Jesus disse a Seus discípulos para ensinar aos outros “tudo o que eu te ordeno”, eles fizeram isso (Mateus 28:20).

É por isso que os líderes cristãos nos primeiros séculos da fé ordenaram um rigoroso estudo comunitário da Bíblia para todos que se tornaram crentes. Cada novo convertido ao Cristianismo passou os primeiros três anos da fé estudando através da Bíblia inteira, de modo que ela se infiltrasse em seus ossos.

Isso não era uma opção. Tornar-se cristão significava ser reconfigurado pela Palavra de Deus. E aqui está a coisa: Antes da imprensa (AD 1450), a maioria das pessoas não sabia ler. Toda a ideia de fazer devoções privadas era impensável até 500 anos atrás. E ainda assim – apesar de serem analfabetos – os primeiros cristãos tornaram-se fluentes nas Escrituras ouvindo a leitura comunitária e ensinando a palavra de Deus.

Os primeiros cristãos, na verdade, viveram como se o mesmo Deus que soprou estrelas para a existência também respirasse a Sua Palavra para que pudéssemos apreciar, memorizar e ler dez mil vezes. Eles teriam sido mistificados pela nossa capacidade moderna de possuir, ler e ainda negligenciar a inestimável palavra escrita.

Temo que nosso desejo de voltar à igreja primitiva exigiria uma revisão bastante extensa do formato das reuniões contemporâneas.

por: Preston Sprinkle
traduzido e adaptado por: Pb. Thiago Dearo

https://www.portalpadom.com.br/4-maneiras-pela-qual-a-igreja-moderna-nao-se-parece-com-a-igreja-primitiva/?

22 de janeiro de 2019

O triste significado atual de “evangélico”


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“Pois chegou a hora de começar o julgamento pela casa de Deus...” (1Pedro 4.17) 

“Evangélico” era a definição que identificava cristãos fiéis à Bíblia, que levavam a sério a Palavra de Deus no ensino e no viver, sem supressões ou acréscimos. Hoje, porém, o termo infelizmente se tornou inconsistente. Numa época em que seria necessária uma oposição especial ao espírito anticristão da época, muitos evangélicos estão em litígio recíproco, infiltrados, mundanizados, contemporizados, fracos na fé, desanimados e debilitados. As discussões, cisões e escândalos dos últimos tempos são provas suficientes. O único satisfeito com essa situação é o Diabo, ao qual resta “pouco tempo” (Apocalipse 12.12) e espera que o reinado do Anticristo se desenvolva possivelmente sem entraves. Aqui estão alguns exemplos dessa triste situação, que esperamos que seja revertida. Em muitos círculos e comunidades de cristãos encontramos: 
  • a substituição de uma postura bíblica consistente por sistemas contrários à Bíblia e afirmações abertas ou adaptadas para, por exemplo, a relativização das doutrinas bíblicas da Criação, igreja e sobre o fim dos tempos; 
  • a introdução de enganos do humanismo, feminismo, evolucionismo e outros “ismos”; 
  • a relativização ou inobservância de padrões éticos bíblicos, referentes a, por exemplo, concubinato, divórcio com base em mera “desordem”; opiniões, moda e estilo musical mundano; 
  • a falta de disciplina na igreja em caso de pecados crassos e falsas doutrinas que destroem a igreja; 
  • a ascendência do “eu” (mesmo o “eu piedoso”), com seus “privilégios” em relação à majestade e santidade de Deus; 
  • a substituição de verdadeiro discipulado bíblico de confissão de pecados, arrependimento e perdão por métodos de psicologia humanista; 
  • a prática da “cultura do entretenimento” nas igrejas com shows, festas e jogos de diversão; 
  • a mercantilização do evangelho por meio de eventos agressivos de divulgação de editoras, altos cachês para artistas, além de “pregações de arrecadação” desleais, manipuladas e incisivas; 
  • a apresentação de um evangelho de “bem-estar” e de “prosperidade”; 
  • a substituição do ensino bíblico por uma “cultura romântica” superficial; 
  • o crescente prejuízo do teor bíblico e da profundidade doutrinária em favor de experiências e necessidades humanas em muitos novos hinos cristãos; 
  • a crescente omissão com relação a temas bíblicos básicos como “pecado”, “arrependimento”, “cruz”, “seriedade do discipulado”, “inferno” e “perdição eterna”; 
  • a antiga ênfase para o amor e “ternura” de Deus em relação à santidade e à seriedade de seu juízo; 
  • a substituição do espírito bíblico de confissão e resistência por uma busca errônea de unidade e harmonia; 
  • a total falta de ênfase da apologética bíblica (doutrina sobre identificação dos espíritos ou defesa da fé); 
  • a crescente abertura para um ecumenismo de denominações (em parte também de religiões), existente inclusive entre alguns líderes evangélicos; 
  • a ridicularização de irmãos que desejam se manter firmes aos claros padrões da Escritura Sagrada, rotulando-os de “limitados”, “legalistas” e “antiquados”. 
Certamente isso – graças a Deus – não acontece em todas as igrejas “evangélicas”. No entanto, a pergunta deve ser feita: será que os cristãos que “valorizam” uma vida cristã tão pobre e superficial estão aptos a enfrentar o Anticristo e os seus precursores? Temo que não, e por isso mencionarei no próximo texto alguns critérios para uma vida cristã resiliente e preparada para o fim dos tempos.

Lothar Gassmann nasceu em 1958 na cidade alemã de Pforzheim. É pregador, professor, evangelista e publicista. Escreveu numerosos livros, artigos e canções na área teológica. Desde 2009, é colaborador do Serviço das Igrejas Cristãs (CGD, na sigla original) e editor da revista trimestral Der schmale Weg [O Caminho Estreito]. Completou seu doutorado em teologia em 1992, na Universidade de Tubinga, na Alemanha.

https://www.chamada.com.br


17 de novembro de 2018

O DECLÍNIO DA IGREJA EVANGÉLICA NA EUROPA E ESTADOS UNIDOS





Uma questão que sempre surge é: como as igrejas evangélicas na Europa e mesmo nos Estados Unidos entraram em declínio tão acentuado, de tal forma que hoje estão esvaziadas e se tornaram mera caixa de ressonância da agenda de partidos da esquerda e extrema-esquerda?

É necessário destacar que tal mudança ocorreu primeiro nas escolas teológicas. E esse declínio começou quando professores de teologia repudiaram a crença na inspiração e infalibilidade da Escritura Sagrada. A partir desta ruptura com o fundamento da fé cristã a queda foi livre. Outras doutrinas centrais do cristianismo também foram descartadas em sequência: o ser humano não teria sido criado à imagem de Deus, milagres não acontecem, o nascimento virginal e a divindade de Cristo, assim como sua morte vicária e ressurreição foram negadas ou reinterpretadas.

Em vez de se submeterem à Escritura Sagrada, Palavra inspirada pelo Espírito de Deus, professores de teologia abraçaram filosofias como o existencialismo ou o marxismo como chave para interpretação da realidade, rompendo assim com a fé cristã. Uma vez que esses professores precisavam do sustento que vinha das igrejas, foram intencionalmente ambíguos em sala de aula. Assim, foram os alunos desses professores que aceitaram as novas releituras da fé cristã como verdadeiras, e disseminaram tais ideias nas igrejas, semeando a incredulidade na comunidade da fé com resultados trágicos não somente na Europa e nos Estados Unidos, mas também no Brasil.

O resultado dessa reinterpretação da fé cristã não poderia ter sido outro senão o agnosticismo e ateísmo, influenciando consideravelmente o pensamento inclusive dos que permanecem dentro da igreja cristã.


- Franklin Ferreira
#DefensordoEvangelhoOficial



3 de novembro de 2018

A IGREJA É O ISRAEL DE DEUS?





A Falsa Teologia da Substituição

Um erro comum, que alguns cristãos tem cometido, e que tem dificultado uma interpretação saudável das Escrituras, é acreditar que somos o Israel de Deus. A alegação que tem sido feita, é que a Igreja tem ocupado o lugar de Israel. Essa falsa doutrina é chamada de “teologia da substituição”.

O que é a teologia da substituição?
Kenneth Gentry, define a “teologia da substituição” da seguinte maneira: “cremos que a Igreja sucedeu, para sempre, o Israel nacional como a instituição para a administração da benção divina ao mundo”.
À sua afirmação inicial, Gentry adiciona o seguinte embasamento: “Ou seja, cremos que, no desenrolar do plano divino na história, a Igreja cristã é a exata realização do propósito redentivo de Deus. Como tal, a Igreja sucede o Israel nacional como ponto de focalização do reino de Deus. Na verdade cremos que a Igreja se torna o “Israel de Deus” (Gl 6:16)…
A teologia da substituição, ensina que os Judeus foram rejeitados por Deus, e não são mais o seu povo escolhido. Aqueles que assumem esse ponto de vista, rejeitam qualquer futuro étnico para o povo Judeu em relação as alianças bíblicas. Paulo, é claro, ao ensinar em Romanos 11, diz que apesar da incredulidade da nação de Israel ter levado eles, como ramos naturais, serem cortados, ele também garante que no futuro, quando vier, de Sião, o libertador, por amor aos patriarcas, por ser os dons e a vocação de Deus irrevogáveis, todo o Israel será salvo (Rm 11:25-29). Em outras palavras, o fato de a geração da primeira vinda de Jesus ter sido infiel ao senhor, sua descrença não tem o poder de anular o que Deus prometeu incondicionalmente aos patriarcas.
Gálatas 6:16, tem sido o texto em que os defensores da teologia da substituição tem se apoiado para seus argumentos.“E, a todos que andarem de conformidade com esta regra, paz e misericórdia sejam sobre eles e sobre o Israel de Deus”. Para eles, Gl 6:16 ensina que a Igreja sucedeu Israel: ”Se Abraão pode ter gentios como sua “descendência espiritual”, por que não deveria haver um Israel espiritual? De fato, os cristãos são chamados pelo nome “Israel”. (3)
O “Israel espiritual” realmente existe. Esse termo refere-se aos Judeus que confiaram em Jesus como o seu Messias. “Porque não é Judeu quem o é apenas exteriormente, nem é circuncisão a que é somente na carne. Porém Judeu é aquele que o é INTERIORMENTE, e circuncisão, a que é do coração, no espírito, não segundo a letra, e cujo louvor não procede dos homens, mas de Deus (Rm 2:28-29). A Igreja no entanto, nunca é chamada de “Israel espiritual”. O Novo testamento não muda ou espiritualiza o sentido de Israel. Há 77 referências a Israel ou Israelita, e tais expressões nunca foram usadas como sinônimo de Igreja.
O texto em Gálatas 6:16 é simples e claro. A primeira parte do versículo 16: “E, a todos quantos andarem de conformidade com esta regra”,  refere-se à regra recém mencionada por Paulo no verso 15: “Pois nem a circuncisão é coisa alguma, nem a incircuncisão, mas o ser NOVA CRIATURA” (Gl 6:15). Esta é uma categoria espiritual que engloba todos os crentes, para os quais Paulo pronuncia uma benção: “paz e misericórdia sejam sobre eles”. A ela segue-se se comentário adicional: “e sobre o Israel de Deus”.
Se a intenção de Paulo fosse identificar “eles” como o “Israel de Deus”, então, porque não eliminou simplesmente o “e” após o “eles”? O resultado seria muito mais apropriado, caso Paulo tivesse identificado o pronome “eles”, ou seja, a Igreja, com o termo “Israel”. Nesse caso, o versículo seria traduzido da seguinte forma: “E, a todos que andarem de conformidade com esta regra, paz e misericórdia sejam sobre eles, o Israel de Deus…Entretanto, Paulo não eliminou o “e”, deixando claro que ao invés de identificar a Igreja como o Israel de Deus, se o próprio Israel de Deus, andar de conformidade com o ser Nova Criatura, experimentará de paz e misericórdia.
Gálatas refere-se a gentios que procuravam alcançar a salvação pela lei. Eles estavam sendo enganados pelos Judaizantes – Judeus que exigiam a adesão à lei de Moisés. Para estes, um gentio tinha de converter-se primeiro ao Judaísmo a fim de ser qualificado para a salvação em Cristo. Paulo argumenta que o que realmente é necessário para a salvação é a fé. Ele pronuncia uma benção sobre dois grupos de pessoas que deveriam seguir essa regra para a salvação. O primeiro grupo, referido na passagem pelo pronome “eles”, é o dos Cristãos gentios, a quem ele havia dedicado a maior parte da Epístola. O segundo grupo, é denominado de “o” Israel de Deus. Nesse caso, trata-se dos Cristãos Hebreus que, em contraste com os judaizantes, seguiam a regra da salvação unicamente pela fé.
Para concluir, vale mencionar o fato de que a Igreja só surge após a ressurreição do Senhor. Deus o ressuscitou e fez dele o cabeça do corpo, que é a Igreja, a plenitude daquele que a tudo enche em todas as coisas (Ef 1:19-23). Não podemos nos esquecer que a Igreja era um mistério na Antiga Aliança (Rm 16:25-27 – ICo 2:6-10 – Ef 3:1-13 – Cl 1:24-29), e que ela, como já mencionado, se distingue de Israel em todo o Novo Testamento. No livro de Atos, tanto Israel como a Igreja existem simultaneamente. O termo Israel é usado 29 vezes, e o termo “ekklesia” (Igreja) é usado 19 vezes. Por fim, os capítulos 9 a 11 de Romanos nos proíbe de falar da Igreja como tendo tomado o lugar do povo Judeu, por isso, não empregue a linguagem da substituição de Israel pela Igreja.

artigo de: http://verbodavida.org.br/lista-blogs/sa-doutrina/somos-o-israel-de-deus/


Uma análise bíblica sobre as diferenças e semelhanças entre Israel e a igreja
“É porventura Deus somente dos judeus? E não o é também dos gentios? Também dos gentios, certamente, visto que Deus é um só, que justifica pela fé a circuncisão, e por meio da fé a incircuncisão”. (Rm 3:29-30)


INTRODUÇÃO

O motivo deste estudo é mostrar que devermos amar Israel e orar pela paz em Jerusalém (Sl 122:6), sabendo que Israel é a nação eleita de Deus. Porém, não podemos confundir Israel com igreja e temos que saber separar as coisas. Há muita confusão com relação a estes dois povos. Muitos interpretam erroneamente as promessas de Deus para Israel, como se fossem para a igreja (assim como várias passagens dos evangelhos, relativas a Israel e não à igreja, como Mateus 24 e 25) e tem muitas igrejas evangélicas pregando práticas e doutrinas do A.T., aos crentes neotestamentários!
Devemos saber que apesar de haver muita semelhança entre ambos, também há grandes e importantes diferenças. Portanto:
“Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade” (2Tm 2:15).

ISRAEL

“Porque povo santo és ao Senhor teu Deus; o Senhor teu Deus te escolheu, para que lhe fosses o seu povo especial, de todos os povos que há sobre a terra” (Dt 7:6)
Israel, em termos de nação, é o povo escolhido por Deus (Gn 12:1-3, 17:7-8; Êx 19:5-6; Dt 7:6-26; Is 43:5-7; Jr 7:23; 13:11; At 13:17), não por seus atributos mas, muito pelo contrário, pela graça e soberania de Deus. Ele disse que, através desta nação, seriam abençoadas todas as famílias da terra (Gn 12:3).
Israel surgiu da semente de Abrão: “Ora, o Senhor disse a Abrão: Sai-te da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei. E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei e engrandecerei o teu nome; e tu serás uma bênção” (Gn 12:1-2). O Senhor disse a Abrão que sua descendência seria mais numerosa que as estrelas do céu (Gn 15:5).
A Aliança Abraâmica é uma aliança com três elementos vitais, onde Deus: 1. Declara a estratégia de alcançar o mundo através de Israel. 2. Lega uma terra como uma possessão eterna a Israel. 3. promete abençoar aqueles que abençoarem a Israel e amaldiçoar aqueles que a amaldiçoarem.
Esta possessão de terra (bênçãos materiais) iria do Rio Nilo até o Eufrates: “Naquele mesmo dia fez o Senhor uma aliança com Abrão, dizendo: À tua descendência tenho dado esta terra, desde o rio do Egito até ao grande rio Eufrates” (Gn 15:18).
Porém, o mais importante ainda é que esta aliança é PERPÉTUA (eterna!): “E estabelecerei a minha aliança entre mim e ti e a tua descendência depois de ti em suas gerações, por aliança perpétua, para te ser a ti por Deus, e à tua descendência depois de ti. E te darei a ti e à tua descendência depois de ti, a terra de tuas peregrinações, toda a terra de Canaã em perpétua possessão e ser-lhes-ei o seu Deus” (Gn 17:7-8).
Deus não anulou esta aliança, sob nenhuma hipótese, mesmo com toda a desobediência por parte do povo de Israel; até porque, Deus sempre soube que este povo era de dura cerviz e, por isso, a aliança não seria jamais firmada sob a condição da obediência de Israel: “Porque eu sabia que eras duro, e a tua cerviz um nervo de ferro, e a tua testa de bronze” (Is 48:4).
A aliança foi mantida, pois Deus é Fiel e “… guarda a aliança e a misericórdia até mil gerações aos que o amam e guardam os seus mandamentos” (Dt 7:9); pois, como Deus mesmo disse: “Porque eu, o Senhor, não mudo; por isso vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos” (Ml 3:6).
A aliança foi firmada, com base no amor de Deus, que nunca muda, por amor do Seu Santo Nome (Is 48:9; Ez 20:9, 14, 22, 44; 36:21). Mesmo com a desobediência do povo, Deus os perdoou várias vezes: “Não obstante o meu olho lhes perdoou, e eu não os destruí nem os consumi no deserto” (Ez 20:17).
Em Deus, “não há mudança nem sombra de variação” (Tg 1:17); o que Ele prometeu, Ele cumpriu, cumpre e cumprirá: “Desta maneira deu o Senhor a Israel toda a terra que jurara dar a seus pais; e a possuíram e habitaram nela” (Js 21:43). (vide também: Is 43:11, 13, 46:5, 9-10; Hb 6:17-18; etc.).
Israel foi necessário para revelar ao mundo a sabedoria de Deus (Dt 4:5-8). Também, seria o povo através do qual Deus traria o Messias ao mundo e a consequente oportunidade de salvação aos gentios (Gn 12:3; Jo 4:22; Rm 9:4-5).
Em Romanos, vemos Paulo indagar: “Qual é, pois, a vantagem do judeu? Ou qual a utilidade da circuncisão? Muita, em toda a maneira, porque, primeiramente, as palavras de Deus lhe foram confiadas. Pois quê? Se alguns foram incrédulos, a sua incredulidade aniquilará a fidelidade de Deus?” (Rm 3:1-3). Ele mesmo responde: “De maneira nenhuma; sempre seja Deus verdadeiro, e todo o homem mentiroso” (Rm 3:4a).
            Assim, Deus se identificou a Moisés, na sarça ardente: “… Eu sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó” (Êx 3:6).
Na Palavra de Deus, vemos bênçãos e promessas para aqueles que amarem Israel, bem como, maldições para os que a odiarem: “E abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra” (Gn 12:3). “Orai pela paz de Jerusalém; prosperarão aqueles que te amam” (Sl 122:6).
Profecias sobre o milagre da indestrutibilidade de Israel: TODAS AS OUTRAS NAÇÕES ESPALHADAS DESAPARECERAM! (Gn 12:1-3; 15:5 versus Jr 30:11; Lv 26:44; Is 11:11-12; Jr 31:35-36; 46:28; Ez 37:21; Mt 24:34; Rm 11:1-5; 25-32).
Profecias sobre a História de Israel: Israel teve profetizada sua dispersão (Lv 26:33; Dt 28:15, 64-65 (ou 15-68); Jr 15:4; 16:13; 24:9; Os 3:4; 9:17). Primeiro seria dispersa só a parte de Israel (1Rs 14:15; Is 7:6-8; Os 1:6-8). Depois, Judá seria dispersa (Is 39:6; Jr 25:9-12). 70 (Setenta) anos depois, Judá seria parcialmente restaurada (Mq 1:6-9 versus Jr 29:10-14). Até o nome de Ciro, o rei Persa que restauraria Judá, foi previsto com 120 anos de antecedência!!! (Is 44:28-45:1).
Os judeus foram desobedientes a Deus e contaminaram a casa de Israel “… com seus caminhos e com as suas ações” e “por causa do sangue que derramaram sobre a terra, e dos seus ídolos, com que a contaminaram” (Ez 36:17-18). Israel havia sido eleito e escolhido para seguir pelo caminho indicado pelo Senhor. Mas andou por seus próprios caminhos e fez aquilo que achava certo segundo seu raciocínio humano. Os israelitas se recusaram a ser uma nação teocrática e quiseram imitar os povos vizinhos (1Sm 8:5). Esta foi e continua sendo, até aos dias de hoje, a grande tragédia de Israel.
Em virtude de serem tão desobedientes, Deus os espalhou pelo mundo: “E espalhei-os entre os gentios, e foram dispersos pelas terras; conforme os seus caminhos, e conforme os seus feitos, eu os julguei” (Ez 36:19).
A primeira diáspora inicia-se em 586 a.C., quando o imperador babilônico Nabucodonosor II (605 a.C.-562 a.C.) invade Jerusalém e deporta os judeus para a Babilônia.
Mas, mesmo que os judeus tenham profanado o Nome do Senhor, entre os gentios, Deus os poupou por amor do Seu Nome (Ez 36:21) e prometeu que os traria de volta à sua terra (Ez 36:24) e os trouxe (Jr 15:14-21).
Em Lucas 21:24, lemos que: “E cairão ao fio da espada, e para todas as nações serão levados cativos; e Jerusalém será pisada pelos gentios, até que os tempos dos gentios se completem”.
O segundo momento da diáspora acontece no ano 70 d.C., com a destruição de Jerusalém e do templo, pelas legiões romanas do General Tito, quando os judeus foram dispersos pelo mundo. A partir desse momento, os judeus se dirigiram para diversos países da Ásia Menor e do sul da Europa, formando comunidades que mantiveram a religião e os hábitos culturais judaicos.
Contudo, Deus prometeu que os traria de volta, mesmo estando eles dispersos por todo o mundo: “Não temas, pois, porque estou contigo; trarei a tua descendência desde o oriente, e te ajuntarei desde o ocidente. Direi ao norte: Dá; e ao sul: Não retenhas; trazei meus filhos de longe e minhas filhas das extremidades da terra. A todos os que são chamados pelo meu nome e os que criei para a minha glória, os formei, e também os fiz” (Is 43:5-7).
Esta fantástica profecia se cumpriu debaixo de nossos olhos! Em 14 de Maio de 1948, em uma reação rápida, Israel recebeu da ONU o seu reconhecimento como nação! Esse evento está mencionado na Bíblia: “Quem jamais ouviu tal coisa? Quem viu coisas semelhantes? Poder-se-ia fazer nascer uma terra num só dia? Nasceria uma nação de uma só vez? Mas Sião esteve de parto e já deu à luz seus filhos” (Is 66:8). {Provavelmente este foi um cumprimento parcial e menor, em alguns sentidos, mas era antes considerado totalmente impossível, e foi um extraordinário milagre da providência de Deus, e ilustra e comprova o cumprimento pleno que certamente virá. É um exemplo da “Lei do Duplo Cumprimento” (vide livros e cursos de Hermenêutica, as leis para a sã interpretação da Bíblia, particularmente da linha dispensacionalista, como Manual de Escatologia, de Dwight Pentecost). Em resumo, esta lei de interpretação reconhece que, antes do infalível cumprimento maior (literal, completo, e definitivo), profecias às vezes podem ser cumpridas somente num sentido menor (figurativo, incompleto, e temporário), uma espécie de “pequena amostra preliminar, um penhor comprobatório de que o todo virá”, o que de modo algum substitui e impede o cumprimento literal, completo e definitivo}.
“Todavia, nenhum outro grupo étnico da face da Terra tem uma reivindicação mais legítima à sua terra do que os judeus – o que é atestado pelos manuscritos antigos que contêm descrições detalhadas de títulos agrários muitos séculos anteriores ao surgimento da fé islâmica agora professada por aqueles que insistem que a terra pertence, não aos judeus, mas a eles. Apenas para mostrar o quão fraca e ridícula é realmente a reivindicação dos assim-chamados “palestinos”, muitos autores observaram que até que Israel foi restabelecido como uma nação, os árabes e outros muçulmanos na região tinham pouco interesse pela terra ou por Jerusalém – a cidade que agora, de repente, tornou-se o “terceiro sítio sagrado mais importante do Islã”.” (Pr. Ron Riffe) [1]
Paulo, referindo-se aos israelitas disse o quanto esta nação é especial, pois dela veio o Salvador: “Porque eu mesmo poderia desejar ser anátema de Cristo, por amor de meus irmãos, que são meus parentes segundo a carne; que são israelitas, dos quais é a adoção de filhos, e a glória, e as alianças, e a lei, e o culto, e as promessas; dos quais são os pais, e dos quais é Cristo segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito eternamente. Amém”. (Rm 9:3-5) [grifos meus]. E, também, destacou a importância dos judeus “porque, primeiramente, as palavras de Deus lhe foram confiadas” (Rm 3:2).
Por essas e outras, vemos que Israel é um povo peculiar, especial para Deus. Deus nunca os abandonou. E, uma vez que o Altíssimo ama, incondicionalmente, este maravilhoso povo, nós (gentios) também devemos amá-lo e orar por sua conversão!

ISRAEL, UMA NAÇÃO, UM MILAGRE – SUAS PECULIARIDADES

O povo: Nos quase 2.000 anos de diáspora (dispersão) entre todos os povos, os judeus continuaram isolados como um povo e sobreviveram a todas as ondas de perseguição. O Estado de Israel é, portanto, a continuação do povo bíblico, o que se mostra inclusive nos cohanin, os descendentes de Arão, que são os únicos a possuírem o gene YAP DYS19B.

A terra: Vimos que, em cumprimento a várias profecias, em 14 de Maio de 1948, em uma reação rápida, Israel recebeu da ONU o seu reconhecimento como nação e retornou à sua terra prometida! Jerusalém é mencionada 811 vezes na Bíblia e nenhuma vez no Corão, revelando a mentira de que Jerusalém sempre foi sagrada para os muçulmanos.

A língua: A língua oficial de Israel é o hebraico bíblico enriquecido com vocábulos modernos e se chama “ivrit”. Isso significa que hoje poderíamos conversar com o rei Davi, com o profeta Isaías e com o apóstolo Paulo. Elieser Ben-Yehuda (1858-1922) ressuscitou e deu nova vida ao hebraico bíblico, que, na Diáspora, era a linguagem usada na liturgia e na teologia. A língua hebraica se manteve em seu estado original e não se modificou com o passar do tempo como aconteceu com as outras línguas vivas (por exemplo, o grego) porque ficou hibernando por quase 2.000 anos e conservou-se igual ao hebraico bíblico original.

A moeda: Já há 2.000 anos a.C., o “shekel” (siclo) era uma moeda. O siclo era a moeda para se pagar o tributo ao templo em Jerusalém. Em 1982, Israel reintroduziu esta moeda bíblica e passou a usar outra vez o siclo como moeda corrente.

A religião: Outras religiões se modificaram, reformas e contra-reformas adaptaram as religiões ao espírito de cada época. Com o Judaísmo não foi assim. A religião judaica se ateve teimosamente aos preceitos da Bíblia.

A legislação: Apesar de Israel ser um Estado democrático moderno, sua legislação se baseia em fundamento bíblico. Assim, em Israel não existe casamento civil, só a cerimônia religiosa rabínica; contratos de arrendamento só têm validade por 49 anos, para que no 50º ano, que é ano de jubileu, tudo volte às mãos de seus proprietários originais; soldados israelenses prestam juramento com a Bíblia sobre o peito e com a arma na mão. A lei bíblica continua sendo a instância máxima para a legislação em Israel.

Tudo em Israel… tem idade bíblica, mas isso não faz de Israel um museu. Ele é um dos países mais modernos do mundo. Em outros lugares se abandonam as tradições dos antepassados, mas em Israel existe uma volta à antiga Bíblia. Assim, Israel vai se tornando mais e mais um recipiente com formato bíblico para, algum dia, estar em condições de receber em si o Espírito de Deus (Ez 37 e Jr 31). Por enquanto, Israel é bíblico apenas em sua forma exterior, mas interiormente ainda não; contudo, todas as coisas têm a sua hora para acontecer. (Nota: alguns trechos deste tópico foram retirados do artigo: “Quão Bíblico é Israel?”, com pequenas adaptações) [2]
Jesus Cristo (que é 100% Deus e, portanto, é Eterno), ao Se encarnar, também Se tornou 100% Homem; e, humanamente falando, Ele é judeu, pois nasceu da raiz de Jessé (Is 11:1, 10; Rm 9:3-5; 15:12).
Vejamos o que nos diz Dave Hunt: “Jesus Cristo, o Salvador e Redentor de todos os que nEle creem, é, sem dúvida, o assunto mais importante das Escrituras – contudo, sem Israel, não existiria um Salvador. Jesus é um judeu, descendente de Abraão, Isaque e Jacó, através do rei Davi, o que Lhe dá o direito de governar Israel e o mundo. Ele nasceu em Israel, ali viveu todos os seus dias terrenos e (com algumas exceções) ministrou exclusivamente aos judeus, conforme Mateus 15.24: “Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel”. [3]
Israel, uma nação minúscula que representa apenas 1/1.000 da população mundial e, segundo o Pr. Ron Riffe: “Humanamente falando, não há modo para que um minúsculo país conseguisse sobreviver a qualquer uma das guerras movidas contra ele por seus vizinhos árabes do Oriente Médio – muito menos quatro guerras de 1948 a 1973! A guerra de 1948 para a independência colocou cerca de 45 milhões de árabes contra aproximadamente 64.000 judeus – Porém, quando a poeira abaixou, cerca de dois anos depois, Israel tinha obtido uma surpreendente vitória. Militarmente, ele estava em desvantagem – a proporção era de 40 contra 1, em população era de 100 para 1, em equipamento de 1000 contra 1 e em terreno de 5000 contra 1, mas mesmo assim Israel venceu”. [4]
Como se vê, os fatos acima falam por si!

ISRAEL NÃO RECONHECEU O MESSIAS E REJEITOU A PALAVRA DE DEUS

Com relação ao ministério terreno de Jesus Cristo, Dave Hunt nos relata que: “Ele nasceu em Israel, ali viveu todos os seus dias terrenos e (com algumas exceções) ministrou exclusivamente aos judeus, conforme Mateus 15.24: “Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel”. Ele ordenou aos Seus discípulos: “Não tomeis rumo aos gentios, nem entreis em cidade de samaritanos; mas, de preferência, procurai as ovelhas perdidas da casa de Israel” (Mateus 10.5-6). Após a Cruz e a Ressurreição, porém, Ele ordenou: “Ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mateus 28.19 e Marcos 16.15). Mesmo assim, o Evangelho continua sendo “primeiro do judeu e também do grego (Romanos 1.16)”. [5]
Como vimos, Jesus Cristo veio para os Seus (os judeus); mas, infelizmente, estes não O receberam: “Veio para o que era seu, e os seus não o receberam” (Jo 1:11).  Mas, a rebelião de Israel alcançou seu auge quando seus líderes rejeitaram o Cristo Ressurreto.
Vejamos algumas ocasiões (dentre outras) em que os filhos de Israel rejeitaram Jesus Cristo e a Palavra de Deus, a seguir:
a) Uma ocasião foi quando os líderes de Israel taparam os ouvidos ao evangelho: “E, ouvindo eles isto, enfureciam-se em seus corações, e rangiam os dentes contra ele… Mas eles gritaram com grande voz, taparam os seus ouvidos, e arremeteram unânimes contra ele” (At 7:54, 57);
b) Outra ocasião foi em Antioquia, da Pisídia, quando os judeus “… vendo a multidão, encheram-se de inveja e, blasfemando, contradiziam o que Paulo falava” (At 13:45). Diante dessa recusa por parte dos judeus, “… Paulo e Barnabé, usando de ousadia, disseram: Era mister que a vós se vos pregasse primeiro a palavra de Deus; mas, visto que a rejeitais, e não vos julgais dignos da vida eterna, eis que nos voltamos para os gentios; porque o Senhor assim no-lo mandou: Eu te pus para luz dos gentios, a fim de que sejas para salvação até os confins da terra” (At 13:46-47) [grifos meus];
c) E mais uma ocasião foi em Corinto, conforme lemos: “E, quando Silas e Timóteo desceram da Macedônia, foi Paulo impulsionado no espírito, testificando aos judeus que Jesus era o Cristo. Mas, resistindo e blasfemando eles, sacudiu as vestes, e disse-lhes: O vosso sangue seja sobre a vossa cabeça; eu estou limpo, e desde agora parto para os gentios (At 18:5-6) [grifos meus].
d) Em Atos 28:25-27, Paulo relembra as palavras do Espírito Santo ditas aos pais, através do profeta Isaías, quanto ao endurecimento dos corações dos judeus. E, como os judeus recusaram o evangelho, por fim, ele declara: “Seja-vos, pois, notório que esta salvação de Deus é enviada aos gentios, e eles a ouvirão” (At 28:28).
Como os judeus rejeitaram a Palavra de Deus, Ele os colocou, temporariamente, de lado. Paulo, sendo o ‘apóstolo dos gentios’, foi para os gentios e lhes anunciou o ‘evangelho da graça’ (salvação exclusivamente pela fé, sem obras, conforme At 13:39; Rm 3:20-31, 4:3-20; Gl 3:10-13; 5:4; Ef 2:8-9; Tt 3:5): “Mas em nada tenho a minha vida por preciosa, contanto que cumpra com alegria a minha carreira, e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da graça de Deus” (At 20:24).
Com isto, o evangelho que é primeiramente para os judeus (Rm 1:16) , é anunciado aos “gregos” (gentios).
Simultaneamente, quando Israel foi posta de lado temporariamente, Deus revelou, através do apóstolo Paulo (Ef 3:1-9), Seus planos secretos para esta época. Estes incluíam a formação da IGREJA, o Corpo de Cristo (Ef 1:20-23; 5:32; Cl 1:18, 24).

ISRAEL CAIU DA GRAÇA?

Mas, por causa de terem rejeitado a Palavra, tendo crucificado Jesus Cristo, Deus se esqueceu ou rejeitou Israel?
Paulo também fez esta pergunta: “… Porventura rejeitou Deus o seu povo?”. Ele mesmo deu, rapidamente, a resposta: “De modo nenhum; porque também eu sou israelita, da descendência de Abraão, da tribo de Benjamim. Deus não rejeitou o seu povo, que antes conheceu” (Rm 11:1).
Em Jeremias, lemos: “Assim diz o Senhor, que dá o sol para luz do dia, e as ordenanças da lua e das estrelas para luz da noite, que agita o mar, bramando as suas ondas; o Senhor dos Exércitos é o seu nome. Se falharem estas ordenanças de diante de mim, diz o Senhor, deixará também a descendência de Israel de ser uma nação diante de mim para sempre. Assim disse o Senhor: Se puderem ser medidos os céus lá em cima, e sondados os fundamentos da terra cá em baixo, também eu rejeitarei toda a descendência de Israel, por tudo quanto fizeram, diz o Senhor”. (Jr 31:35-37)
Durante esta “Era da Graça” (era da igreja), o remanescente dos judeus eleitos é formado por aqueles ramos naturais de oliveira, enxertados de volta na raiz, por causa de sua fé em Cristo: “E também eles, se não permanecerem na incredulidade, serão enxertados; porque poderoso é Deus para os tornar a enxertar. Porque, se tu foste cortado do natural zambujeiro e, contra a natureza, enxertado na boa oliveira, quanto mais esses, que são naturais, serão enxertados na sua própria oliveira!” (Rm 11:23-24).
A igreja é o zambujeiro (espécie de oliveira brava, de madeira rija; azambujeiro, zambujeiro) [6], cujos ramos foram enxertados na oliveira, que é Israel, cuja raiz é Cristo: “E se alguns dos ramos foram quebrados, e tu, sendo zambujeiro, foste enxertado em lugar deles, e feito participante da raiz e da seiva da oliveira, não te glories contra os ramos; e, se contra eles te gloriares, não és tu que sustentas a raiz, mas a raiz a ti” (Rm 11:17-18).
Como vimos, em virtude do amor e fidelidade de Deus a Israel, Sua aliança com este povo nunca foi rompida e eles continuam tendo um lugar especial nos planos Dele!
Lemos, ainda: “Digo, pois: Porventura tropeçaram, para que caíssem? De modo nenhum, mas pela sua queda veio a salvação aos gentios, para os incitar à emulação. E se a sua queda é a riqueza do mundo, e a sua diminuição a riqueza dos gentios, quanto mais a sua plenitude! (Rm 11:11-12) [grifos meus].
Israel não foi abandonado por Deus (Ef 2:11-22; Rm 11:17-18). Após o arrebatamento da igreja (1Ts 4:13-18), Deus recomeçará Seus planos e programa para o povo escolhido (Rm 11). Podemos ver, então, que ainda haverá, nos tempos finais, a plenitude de Israel, “porque os dons e a vocação de Deus são sem arrependimento” (Rm 11:29).

AGOSTINHO DE HIPONA E A TEOLOGIA DA SUBSTITUIÇÃO

Ao contrário do que muitos pregam por aí, a igreja não substituiu Israel nos planos de Deus. Esta abominável “doutrina” é conhecida como “Teologia da Substituição”, cujo autor é o “Pai do anti-semitismo”, Agostinho de Hipona, o tal “Santo Agostinho” dos católicos.
“O teólogo católico Agostinho de Hipona (354-430), o qual com a sua obra ‘Cidade de Deus’ criou o anti-semitismo, que iria gerar implacáveis perseguições aos judeus no mundo inteiro, sob a alegação de que eles foram os imperdoáveis assassinos do Senhor Jesus Cristo.
O livro de Agostinho tem dominado as mentes, desde que foi escrito, e tem influenciado também os protestantes, que aderiram à teologia da substituição, acreditando que a igreja substituiu Israel no plano divino e, portanto, os judeus caíram definitivamente da graça de Deus, por terem rejeitado o seu Messias. Agostinho criou a falsa teologia de que a Igreja de Roma é a substituta literal e por direito de Israel e que todas as promessas feitas por Deus ao Seu povo passaram a valer somente para o ‘Israel de Deus’, isto é, a Igreja de Roma [segundo a interpretação dele]. A partir dessa doutrina, Roma tomou o lugar de Jerusalém, autodenominando-se ‘Cidade Santa’ e os papas tomaram o lugar do Espírito Santo, proclamando- se ‘Vigários de Cristo’.” (Mary Schultze) [7]
Os estragos da Teologia da Substituição têm sido enormes: separou a Igreja de Israel e do povo judeu, trazendo ódio, divisão e separação; criou-se um campo minado para que mais tarde várias atrocidades fossem cometidas contra o povo judeu, como as Cruzadas, a Inquisição e o próprio holocausto; o judeu passou a ter repúdio a todo cristão, pois o via como aquele que lhe “roubou” o título de povo escolhido e, além de tudo, “o substituiu”; decorreram-se inúmeras doutrinas dos “pais da igreja”, acusando Israel de deicídio; isto é, o crime de ter matado o próprio Deus, na pessoa do Seu Filho, Jesus Cristo; propiciou que a intenção satânica de afastar a Igreja de Israel fosse uma aparente verdade, pois o inimigo sabe, pelas Escrituras, que o inferno não pode prevalecer contra a Igreja verdadeira de Jesus Cristo.
Para se ter ideia desta tragédia, até nos dias de hoje, esta Teologia é pregada em quase todos os seminários das igrejas evangélicas e em quase todas as centenas e centenas de denominações.
O Pr. Ron Riffe disse: “A partir de seus escritos, é aparente que muitos dos primeiros pais da igreja, que adotaram a Teologia da Substituição, foram influenciados pela destruição de Jerusalém e do templo no ano 70. Formou-se uma opinião geralmente aceita entre eles que Israel nunca mais voltaria a existir como nação…. Martinho Lutero, o catalisador que esteve por trás da Reforma Protestante, tinha a mesma opinião e era claramente anti-semita em algumas de suas opiniões. É triste dizer, mas essa mentalidade foi passada adiante para outros na igreja por meio dos ensinos deles”. [8]
Dave Hunt, por sua vez, declara: “… Jeremias declara que Israel jamais deixará “de ser uma nação” (Jeremias 31.35-37). Paulo, em apenas um sermão, refere-se três vezes a Israel como uma entidade ininterrupta (Atos 13:17, 23, 24)… Ignorando isso, a “teologia da substituição” é uma das várias doutrinas católicas romanas adotadas por Lutero, Calvino e outros grandes reformadores, sendo aceita por muitos como teologia da Reforma”. [9]
No livro de Atos, Israel e a Igreja existem simultaneamente; o termo Israel é mencionado 20 vezes e o termo igreja, 19 vezes. Em Atos 14:2, vemos a existência, concomitante, de Judeus incrédulos, irmãos (JUDEUS E GENTIOS convertidos = igreja) e gentios: “Mas os judeus incrédulos incitaram e irritaram, contra os irmãos, os ânimos dos gentios” [grifos meus].
Na 1Co 10:32, vemos a existência, concomitante, de judeus (ISRAEL), gregos (GENTIOS) e igreja (JUDEUS E GENTIOS convertidos): “Portai-vos de modo que não deis escândalo nem aos judeus, nem aos gregos [GENTIOS], nem à igreja de Deus” (1Co 10:32). [grifos meus].
Paulo nos esclarece: “Não que a palavra de Deus haja faltado, porque nem todos os que são de Israel são israelitas (Rm 9:6). Ele deixa claro que há judeus não convertidos a Jesus Cristo (o Israel segundo a carne): “Vede a Israel segundo a carne; os que comem os sacrifícios não são porventura participantes do altar?” (1Co 10:18).
E há os judeus que se convertem, pela fé em Jesus Cristo (o Israel de Deus), tornando-se membros da igreja, do Corpo de Cristo: “Porque em Cristo Jesus nem a circuncisão, nem a incircuncisão tem virtude alguma, mas sim o ser uma nova criatura. E a todos quantos andarem conforme esta regra, paz e misericórdia sobre eles e sobre o Israel de Deus (Gl 6:16-17) [grifos meus]. Este “Israel de Deus” são os “ramos naturais” que serão enxertados em sua própria “oliveira” (que é Israel).
Como vimos, Gl 6:16 trata da “Israel de Deus” (judeus convertidos a Jesus Cristo) e 1Co 10:18 trata da “Israel segundo a carne” (judeus incrédulos)!
Portanto, a igreja NÃO é o “Israel de Deus”, (ou o “Israel Espiritual”) como muitos pastores, equivocadamente, pregam por aí…
Antes da cruz, o mundo se dividia em 2 classes (judeus e gentios); depois da cruz, se divide em 3 classes (judeus, gentios e cristãos=judeus e gentios convertidos)!
Quanto aos gentios que nascem de novo, pela fé em Jesus Cristo, eles também são considerados (espiritualmente) “filhos de Abraão” e também são “… geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido…” (Gl 3:6-9; 1Pe 2:9-10). Mas, isto não os torna judeus ou ISRAEL!

SEMELHANÇAS ENTRE ISRAEL E A IGREJA

a) Qualidades iguais: Israel é um povo eleito, reino sacerdotal, nação santa e propriedade particular(Gn 12:1-3, 17:7-8; Êx 19:5-6; Dt 7:6-26; Is 43:5-7; Jr 7:23; 13:11; At 13:17); a igreja é a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido (1Pe 2:9);
b) Novo nascimento/conversão: nação de Israel (Ez 36:25-27; “vale de ossos secos”: Ez 37); cada indivíduo da igreja (Jo 3:3, 5);
c) a salvação sempre foi PELA FÉ:“Visto que Deus é um só, que justifica pela fé a circuncisão, e por meio da fé a incircuncisão” (Rm 3:30).  (Vide também: Rm 4:3-20; Hb 11:4-5, 7-9, 11, 17, 20-24, 27-31, 33; etc.), com a diferença que no A.T., além da fé, era necessária, também, a observância da Lei (a salvação era pela ‘fé + obras’). Mas, nesta “era da igreja”, tanto judeus, como gentios, são salvos somente pela fé;
d) eleição: Israel (Gn 12:1-3; 15:5; 17:7-8, 25:19; Dt 7:6-26; Is 45:4; Jr 7:23; 13:11; Ml 1:3; Mt 24:22; At 13:17; Rm 9:3-5, 10, 11:5, 7; etc.); igreja (Mt 24:31; Jo 6:37; At 13:48; Rm 8:30, 33; Ef 1:4; Cl 3:12; 2Ts 2:13; Tt 1:1; 1Pe 1:2; Ap 17:14); 
e) a promessa direta de Deus: para Israel: Eu, o Senhor, o disse e o farei” (Ez 36:36); para cada membro da Igreja de Jesus: “Fiel é o que vos chama, o qual também o fará” (1Ts 5:24); 
f) ambos são chamadas povo “peculiar” separado do mundo: Israel (Lv 20:24-26; Dt 14:2); Igreja (Tt 2:14; 1Pe 2:9); 
g) ambos seriam odiados e perseguidos pelo mundo (até a morte): Israel (Sl 119:161, 143:3); Igreja (Mt 24:9; Jo 15:20; 17:14); 
h) ambos seriam chamados à santidade: Israel (Lv 20:7); Igreja (1Pe 1:15).

DIFERENÇAS ENTRE ISRAEL E A IGREJA

Existem muitas diferenças entre Israel e a igreja:
  • Israel surgiu há muitos séculos (Gn 12:1-3);
  • a Igreja começou no N.T., pois era um mistério (Mt 16:18; Rm 16:25);
  • Israel é o povo que revelaria ao mundo a sabedoria de Deus (Dt 4:5-8);
  • a Igreja só poderia existir após certos acontecimentos no ministério de Jesus Cristo (Mt 16:18). A ressurreição e ascensão são inclusos nesses eventos, bem como a capacitação do Espírito Santo (At 2) através de dons;
  • Israel é o povo terrestre de Deus (Gn 17:7-8; Is 43:5-7);
  • a igreja (o Corpo de Cristo) é o povo celestial (Jo 14:1-3; 2Tm 4:18);
  • a Israel são prometidos um país e uma cidade nesta Terra (Gn 12:1-2, 15:18, 17:7-8; Dt 7:6; Js 21:43; Is 43:5-7, 11);
  • à Igreja é prometido um lar no céu (Jo 14:2; Hb 12:22)
  • as bênçãos para Israel são materiais, tais como: possessões de terra, fartura, domínio sobre os povos vizinhos, etc. (Gn 12:1-2; 15:18; 17:7-8);
  • as bênçãos para a igreja são espirituais (Ef 1:3; Fp 3:20-21), sendo as riquezas do crente: o perdão (At 10:43; 1Jo 2:1); a adoção de filhos (Rm 9:24-26, 10:11-12; Gl 3:26); justificação pela fé (Ef 2:8-9); o Espírito Santo habitando neles (1Co 3:16-17, 6:19; 2Co 6:16); santificação (Rm 6:19, 22; 2Co 7:1; 1Ts 4:3, 4, 7; 2Ts 2:13; Hb 12:14; 1Pe 1:2)  e a glória eterna (Rm 8:30) que em breve virá; reinado com Jesus Cristo, durante o Milênio (2Tm 2:12; Jd 1:14; Ap 1:6, 5:10, 20:6);
  • Israel deveria trazer o Messias ao mundo e a salvação aos gentios (Gn 12:3; Rm 9:4-5; Jo 4:22);
  • a Igreja era um mistério, só revelado no N.T. (Rm 16:25; Ef 3:1-12; 5:32; Cl 1:24-27), referência nunca dada a Israel;
  • Israel faz parte da “antiga aliança” (Gn 12:1-2; 15:18; 17:2, 19; Êx 2:24, 24:8; At 7:8; Rm 9:4; etc.), a dispensação da Lei;
  • a igreja faz parte da “nova aliança” (Mt 9:17, 26:28; Mc 14:24; Lc 22:20; 1Co 11:25; 2Co 3:6, 14; Gl 4:24-31; Hb 7:22, 8:6, 13, 9:15-16, 12:24), a dispensação da graça, que se iniciou em At 28:28 (nesta era da igreja, inclusive os judeus só se salvam pela fé em Jesus Cristo. Em 2Co 3 e em Gl 3, vemos a superioridade da nova aliança sobre a antiga);
  • Israel, no A.T., era salvo através do “evangelho do reino” (Êx 20:20; Dt 6:1-2, 17; o Livro de Levítico; Tg 2:20-23);
  • a igreja (formada por gentios e judeus) é salva pelo “evangelho da graça” (At 13:39; Rm 3:20-31, 4:6-8; Gl 3:10-13; 5:4; Ef 2:8-9; Tt 3:5);
  • Israel é chamada de “mulher” (Ap 12:14);
  • a igreja é conhecida como a “noiva”, conforme se depreende da leitura de Ef 5:32;
  • Israel foi escolhido para ser povo especial de Deus dentre todas as outras nações (Dt 7:6-8). Sua tarefa primordial era ouvir a Palavra de Deus, para poder fazer Sua vontade: “Então falou Deus todas estas palavras…” (Êx 20.1); “Ouve, Israel…” (Dt 6.4);
  • Os crentes (a igreja) foram escolhidos para servirem a Deus (1Ts 1:9-10), “… para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1Pe 2:9);
  • Israel será governado por Cristo, durante o Milênio (Dn 2:35, 7:27; Zc 8:23; Ap 20:4-6);
  • a Igreja governará Israel e o mundo junto com Cristo, durante o Milênio (2Tm 2:12; Jd 1:14; Ap 1:6, 5:10, 20:6);
  • 2/3 de todos os judeus na Terra serão mortos sob o Anticristo (Ap 9:15, 18);
  • a Igreja não estará na Terra nesse tempo, pois será unida a Cristo nas bodas do Cordeiro, no céu (Apocalipse 19.7-8);
  • Israel reconhecerá Cristo pela primeira vez no tempo de Sua Segunda Vinda (Ap 1:7);
  • a Igreja chegará do céu com Ele, em triunfo (Zc 14:4-5 e Jd 14), como Sua noiva, para nunca mais deixá-Lo;
  • Israel tem permanecido quase sempre em total descrença, desde o princípio, até mesmo nos dias de Moisés (Sl 81:8-13), e apenas um remanescente eleito se converterá durante os “últimos dias”, na Grande Tribulação (Is 10:22, 11;11, 16; Jr 50:20; Sf 3:13; Rm 9:27; 11:5);
  • a Igreja foi fiel no princípio, mas está em processo de queda, à medida em que vai aumentando a apostasia, nestes “últimos dias” (At 20:29-30; 2Ts 2:3);
  • Israel abandonará a apostasia, em completa transformação e restauração nesta Terra (Ez 36 e 37; Rm 11);
  • a Igreja mergulhará cada vez mais na apostasia, até a hora do Arrebatamento (At 20:29-31; 2 Ts 2:3; Jd 3-4) e somente será aperfeiçoada no céu (Ef 5:27; Ap 4:4);
  • Israel, com a idolatria, adotava deuses das nações ao seu redor (Dt 29:26);
  • a Igreja, através do crescente Movimento Ecumênico, tem abraçado falsas doutrinas (At 20:29-30; 2Ts 2:3; 2Tm 4:3). A apostasia de Israel, inclusive a adoração aos ídolos, não era pior do que as práticas de Roma, às quais os evangélicos têm aderido, na parceria ecumênica. [10] (itens retirados do site Israel Heute, com pequenas adaptações).
Israel e a Igreja são vistos como dois organismos diferentes na Bíblia. Se fossem apenas um não haveria necessidade da restauração de Israel. Não é correto fundir Israel e a Igreja em um único objeto apenas, pois, além de todas as razões já vistas, lemos no N.T. sobre o arrebatamento da Igreja (1 Co 15:51-58) e não de Israel, o qual passará pela Grande Tribulação (Jr 30:4-9; Dn 12:1; Mt 24:15, 21).

A IGREJA

Paulo mostrou que a IGREJA era um mistério (Rm 16:25; Ef 3:1-12; 5:32; Cl 1:24-27), só revelado no Novo Testamento: “O mistério que esteve oculto desde todos os séculos, e em todas as gerações, e que agora foi manifesto aos seus santos” (Cl 1:26).
O que a palavra “mistério” (grego musterion) significa quando é usada no Novo Testamento? Ela se refere a uma verdade anteriormente não revelada na Escritura. Nenhum dos profetas do A. T. “viu” a época da Igreja, porque Deus não revelou isso a eles – era um “mistério” divino!
Na Bíblia lemos algumas características que demonstram que a Igreja era um mistério:
  • judeus e gentios são unidos em um só corpo (Ef 3:3-6);
  • Cristo em cada crente (Cl 1:27);
  • a Igreja como noiva de Cristo (Ef 5:32);
  • o arrebatamento da Igreja (1Co 15:51-52);
  • o relacionamento entre judeus e gentios na Igreja é peculiar, completamente diferente do relacionamento incrédulo entre ambos (Ef 2:11-16). Deus ainda salva pessoas judias e gentios combinando-os em um terceiro organismo completamente novo: a Igreja (Cl 3:11).
A igreja começou no N.T., sendo batizada no dia de Pentecoste (com a vinda do Espírito Santo). Este período também é conhecido como “dispensação da graça” (Ef 3:2, 9; Cl 1:25), que se iniciou em Atos 28:28, com a recusa do evangelho, por parte dos judeus.
No livro de Apocalipse, vemos representada a era da igreja em diversas épocas, através das sete igrejas da Ásia: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia (a última igreja).
A igreja é a assembleia, a reunião corporal e local, “Onde não há grego, nem judeu, circuncisão, nem incircuncisão, bárbaro, cita, servo ou livre; mas Cristo é tudo em todos” (Cl 3:11), formando o Corpo de Cristo (1Co 12:12-13; Ef 1:20-23; 5:32; Cl 1:18, 24), composto tanto por judeus, quanto por “gregos” (gentios) convertidos, tornando-se todos “filhos de Deus” (Rm 9:24-26, 10:11-12; Gl 3:26), através do novo nascimento (Jo 3:3, 5), pela fé em Jesus Cristo.
Ela não é um edifício nem uma organização, mas um organismo espiritual, constituída de judeus e gentios e reconciliada com Deus pela obra de Cristo na Cruz (Ef 2:16)!
O trecho a seguir resume tudo: “Por esta causa eu, Paulo, sou o prisioneiro de Jesus Cristo por vós, os gentios; se é que tendes ouvido a dispensação da graça de Deus, que para convosco me foi dada; como me foi este mistério manifestado pela revelação, como antes um pouco vos escrevi; por isso, quando ledes, podeis perceber a minha compreensão do mistério de Cristo, O qual noutros séculos não foi manifestado aos filhos dos homens, como agora tem sido revelado pelo Espírito aos seus santos apóstolos e profetas; a saber, que os gentios são co-herdeiros, e de um mesmo corpo, e participantes da promessa em Cristo pelo evangelho; do qual fui feito ministro, pelo dom da graça de Deus, que me foi dado segundo a operação do seu poder. A mim, o mínimo de todos os santos, me foi dada esta graça de anunciar entre os gentios, por meio do evangelho, as riquezas incompreensíveis de Cristo, e demonstrar a todos qual seja a dispensação do mistério, que desde os séculos esteve oculto em Deus, que tudo criou por meio de Jesus Cristo; para que agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus, segundo o eterno propósito que fez em Cristo Jesus nosso Senhor, no qual temos ousadia e acesso com confiança, pela nossa fé nele” (Ef 3:1-12). [grifos meus]

AS BÊNÇÃOS E PROMESSAS PARA ISRAEL, NO A.T., FORAM TRANSFERIDAS PARA A IGREJA?

Tendo feito a análise sobre a importância de Israel e, tendo mostrado que a igreja não substituiu Israel nos planos de Deus, posso afirmar que: NÃO SOU O “ISRAEL DE DEUS” (nem o “Israel Espiritual”), POIS NÃO SOU JUDEU!
Portanto, as bênçãos e promessas do Senhor no A.T. são para Israel e não para mim. Não confundo as coisas!
Sou gentio, como todos os não-judeus (Rm 9:24-26; Gl 3:8; 3:14; Ef 3:6; Cl 1:27; 2Tm 4:17, etc.). Faço parte da igreja, pois nasci de novo (Jo 3:3,5), como qualquer gentio que se converta a Jesus Cristo (bem como os judeus que venham a crer Nele, durante esta era da igreja, conforme Rm 11:23-24).
Não me tornei judeu por causa disto (continuo sendo brasileiro!) e as profecias e promessas do A.T. inerentes a Israel não foram transferidas para mim (igreja), ao contrário do que muitos “pastores” ensinam por aí, distorcendo totalmente as Escrituras, para sua própria perdição (2Pe 3:16).
Como igreja, sou salvo exclusivamente pela graça, mediante a fé em Jesus Cristo, e não por obras ou por “cumprir a Lei” (Mt 12:7; At 13:39; Rm 3:20-31; Gl 3:10-13, 19, 24; 5:4; Ef 2:8-9), pois Jesus Cristo já cumpriu a lei e os profetas e está tudo consumado! (Mt 5:17; Jo 19:30; Ef 2:15; Cl 2:14).
Os judeus andam por vista, por sinais (Mt 12:38; 16:1; Jo 2:18, 23; 3:2; 4:48; 6:2, 30; 11:47; 12:37; 20:25, 29; At 8:6; 1Co 1:22). Eu creio em Jesus Cristo, pela fé, pela Palavra e não preciso de sinais para crer, pois sou igreja, e “… andamos por fé, e não por vista” (2Co 5:7).
Toda a Bíblia é importante para o crente (2Tm 3:16-17), sem qualquer dúvida; mas, o A.T. não é a doutrina que direciona minha prática cristã, haja vista o ensino neotestamentário do fim da Lei mosaica em Cristo Jesus (Lc 16:16; Rm 14:5, 17; Gl 3:23-25; 5:4; Ef 2:15; Cl 2:14-16) e porque sou igreja, e não judeu.
Também não sei tocar o shofar, pois não sou judeu, culto não é rodeio e, portanto, não pega bem tocar “berrante” dentro da igreja (1Co 10:32; 2Co 6:3), como vêm fazendo algumas igrejas por aí!
Portanto, não vivo sob a Lei, sob os costumes e festas judaicas e não vivo sob as doutrinas do A.T. (inclusive a obrigatoriedade de dar exatamente 10% da minha renda para, em razão disso, receber grandes bênçãos materiais ao invés de grandes maldições; pois, como igreja, só tenho que dadivar, ofertar com amor e liberalidade, com o que tiver proposto em meu coração, conforme o Espírito Santo nos disse, através do apóstolo Paulo – Mt 10:8; 1Co 9:18, 16:2; 2Co 9:7, 11:7).
O evangelho da graça ainda era desconhecido no período relatado nos quatro evangelhos, pois, Jesus Cristo ainda não tinha morrido (Seu trabalho ainda não estava “consumado”), a igreja ainda estava sendo “edificada” (Mt 16:18) e a época da Graça (Era da igreja) ainda não tinha iniciado. De modo que 100% do que encontramos nos relatos dos evangelhos está sob a lei e não sob a graça! Eu vivo sob a graça, e não sob a Lei!
Ao compararmos o Evangelho de Mateus com o livro de Efésios vamos notar a diferença óbvia entre o propósito profético de Deus (profecia) e o propósito secreto de Deus (mistério).
A doutrina que me guia, como igreja/gentio que sou, são as Cartas Paulinas (de Romanos a Filemom), pois o apóstolo Paulo é “o apóstolo dos gentios” (At 9:15; 13:46-48; 18:6; 21:19; 22:21; 28:25-29; Rm 11:13; Ef 3:1, 8; Gl 1:15-16; 2:9; 1Tm 2:7; 2Tm 1:11; 4:17).
Vivo sob uma “nova aliança”, um “novo testamento” (Mt 9:17, 26:28; Mc 14:24; Lc 22:20; 1Co 11:25; 2Co 3:6, 14; Gl 4:24-31; Hb 7:22, 8:6, 13, 9:15-16, 12:24), que se iniciou, obviamente, após a morte do “Testador”, Jesus Cristo (Hb 9:15-16), “Porque onde há testamento, é necessário que intervenha a morte do testador” (Hb 9:16). A “antiga aliança” se tornou antiquada (Hb 8:7, 13) e, com a mudança do sacerdócio, a Lei também mudou (Hb 7:12). Vivo nesta época da “dispensação da graça” (Ef 3:2, 9; Cl 1:25), que se iniciou em Atos 28:28, com a recusa do evangelho, por parte dos judeus e perdurará até o arrebatamento da igreja (quando o “evangelho do reino” será restaurado – Mt 24:14).
Somente no Pentecoste, a igreja foi incluída no agir de Deus e, posteriormente, revelada através do apóstolo Paulo. Portanto, minha doutrina, como já disse, são as Cartas Paulinas!
William R. Newell escreveu: “As cartas de Paulo constituem uma doutrina independente e completa. Elas revelam não somente o método de Deus para a salvação nesta época, mas também o caráter, chamamento e destino verdadeiro da Igreja”. Neste mesmo sentido, a Bíblia de Referência Scofield diz num rodapé: “Somente nos seus escritos (de Paulo) encontramos a doutrina, posição, andar e destino da Igreja”.

PLANO DE SALVAÇÃO

Embora seja muito importante saber que Deus tem dois povos distintos: Israel e a Igreja, isto não implica que haja dois modos de salvação. A Bíblia claramente diz que Jesus Cristo, em Sua obra redentora, é o Único Caminho, uma vez que judeus e gentios são descendentes do mesmo homem caído – Adão. É importante observarmos que a salvação sempre foi PELA FÉ“Visto que Deus é um só, que justifica pela fé a circuncisão, e por meio da fé a incircuncisão” (Rm 3:30).  (Vide também: Jo 8:56; Rm 4:3-20; Gl 3:8; Hb 11:4-5, 7-9, 11, 17, 20-31, 33; etc.).
A diferença é que no A.T. e no período em que Jesus Cristo esteve na Terra (período narrado nos quatro evangelhos), a salvação era pela fé + obras, pois estava em vigor o ‘evangelho do reino’ (Êx 20:20; Dt 6:1-2, 17; o Livro de Levítico; Tg 2:20-23).
Tanto João Batista, quanto Jesus Cristo, pregaram: “Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus” (Mt 3:2, 4:17; etc.). Este “reino dos céus” é o milênio (Ap 20:4), em que Jesus Cristo reinará, finalmente, nesta Terra.
Após a ascensão de Cristo, veio o Pentecoste (At 2) e, aí, entramos na “era da igreja” (dispensação da graça), haja vista os judeus terem recusado Jesus Cristo e a mensagem do ‘evangelho do reino’. Assim, a salvação passou a ser SOMENTE PELA FÉ (At 13:39; Rm 3:20-31, 4:6-8; Gl 3:10-13; 5:4; Ef 2:8-9; Tt 3:5). Sejam judeus ou gentios, TODOS são salvos SOMENTE pela fé. Este é o ‘evangelho da graça’, que prevalecerá durante toda a “era da igreja” e vigorará até o arrebatamento da mesma.
Após o arrebatamento da igreja, ocasião em que terá início a 70ª Semana de Daniel (Dn 9:24), a Grande Tribulação, o ‘evangelho do reino’ será restabelecido na Terra, e a salvação voltará a ser mediante a Lei, ou seja, ‘fé + as obras da Lei’: “E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim” (Mt 24:14).

ISRAEL E A IGREJA NOS TEMPOS FINAIS

“Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo, e sobre a tua santa cidade, para cessar a transgressão, e para dar fim aos pecados, e para expiar a iniquidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e para ungir o Santíssimo”. (Dn 9:24)

IGREJA: A Era da igreja não é contada como dentro das 70 semanas de Daniel, pois ela não corresponde à expressão “teu povo e a tua santa cidade”, de Dn 9:24, pois a profecia é para Israel (povo) e Jerusalém (cidade).
A igreja será arrebatada antes do início da 70ª semana, que corresponde à Grande Tribulação que assolará o mundo, e que é o “tempo de angústia para Jacó” (Jr 30:7) [Jacó = Israel].
O propósito de Cristo, no arrebatamento, é receber Sua noiva (o conjunto de todos os salvos do N.T. = igreja) em eterna e bendita união (Ef 5:27; Ap 19:6-8; 22:20).
Jerusalém foi invadida em 70 d. C. pelas legiões romanas do General Tito e o templo foi destruído e os judeus foram dispersos pelo mundo: “E cairão ao fio da espada, e para todas as nações serão levados cativos; e Jerusalém será pisada pelos gentios, até que os tempos dos gentios se completem” (Lc 21:24) [grifos meus].
O termo “tempos dos gentios” é o período no qual Jerusalém estaria sob o domínio dos gentios, desde o cativeiro babilônico, continuando até hoje e continuará durante a tribulação; terminando na 2ª vinda de Jesus à Terra onde irá julgar as nações (Dn 2:35).
No fim da era dos gentios (Lc 21:24; Rm 11:25-27), é que ocorrerá o arrebatamento da igreja (Jo 5:24; 14:2-3; Rm 5:9; 1Co 15:51-52; Ef 5:27; 1Ts 1:10, 4:17, 5:9; Ap 3:10; 19:6-8; 22:20); ocasião em que Deus voltará a tratar do Seu povo Israel (Rm 11:25), a menina dos Seus olhos, quando terá início a 70ª Semana de Daniel (Dn 9:24).
Retirada a Igreja (seu sal), o mundo rapidamente entrará no mais completo estado de putrefação moral e espiritual (Gn 6:3; Mt 5:13-16; 2Ts 2:6-8).
Então, no contexto da Grande Tribulação (7 anos), enquanto o mundo ímpio e os judeus incrédulos estiverem sofrendo os horrores daqueles dias, a igreja estará com o Senhor, no céu, nas Bodas do Cordeiro.
Uma distinção entre Israel e a Igreja, conforme ensinada na Bíblia, oferece mais uma base de apoio ao arrebatamento pré-tribulacional da igreja. Encontramos outro forte argumento para um arrebatamento anterior à Tribulação, em 1Ts 5:9, em que lemos: “Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para a aquisição da salvação, por nosso Senhor Jesus Cristo”.
O sermão de Jesus Cristo, em Mateus 24 e 25, é dirigido aos judeus e não à igreja, pois esta ainda não estava visível naquele momento em que Ele falou estas coisas; pois, como vimos, ela era um mistério e ainda seria revelada posteriormente, pois estava ainda sendo edificada (Mt 16:18) e, somente no Pentecoste, ela foi incluída no agir de Deus.
De modo que, como já dissemos, anteriormente, 100% do que encontramos nos relatos dos evangelhos está sob a lei e não sob a graça!
O ensino do Senhor em Mateus 24:34 é perfeitamente coerente com este princípio. Ele está instruindo os judeus sobre o que “esta geração” (os judeus que estiverem vivos durante os dias da Grande Tribulação) experimentará durante o Período da Tribulação.
Com essa ideia em mente, observe que Mt 24:4-13 descreve os acontecimentos  que o remanescente judaico eleito experimentará durante os dias tenebrosos do período da Tribulação – o “tempo da angústia para Jacó” (Jr 30:7).
Falsos profetas e falsos cristos (como são chamados em Mt 24:5, 23, 26) representam um perigo para Israel. A Igreja enfrenta outros perigos, pois deve se preocupar mais com falsos mestres, falsos apóstolos e falsos evangelistas e em discernir os espíritos (2Co 11:13; 2Pe 2:1; Gl 1:6-9). Filhos de Deus renascidos pelo Espírito Santo certamente não vão sucumbir às seduções de falsos cristos e cair nesses enganos; mas os judeus sim, conforme disse o Senhor: “Eu vim em nome de meu Pai, e não me aceitais; se outro vier em seu próprio nome, a esse aceitareis” (Jo 5:43).

ISRAEL: A Grande Tribulação, embora afetando o mundo inteiro, é primordialmente para castigar Israel (Jr 30:4-9; Dn 12:1; Mt 24:15, 21). Estes 7 anos serão primeiramente tempos para restauração de Israel, o período chamado de “Dia do Senhor” (Is 13:6), “tempo de angústia para Jacó” (Jr 30:7), “Dia da ira do Senhor” (Sf 2:3), “Dia de trevas” (Jl 2:2), “dia de indignação, dia de tribulação e de angústia, dia de alvoroço e de assolação, dia de trevas e de escuridão, dia de nuvens e de densas trevas” (Sf 1:15), etc.
O Período da Tribulação objetiva fazer a purificação (Ap 7:9; 14:4) e preparar a conversão nacional de Israel (compare com Ez 20:37-38; Zc 13:1, 8, 9).
O endurecimento dos corações dos judeus (Is 63:17; Mt 13:15; Mc 6:52; 8:17; Jo 12:40; At 28:25-27; Rm 11:7-10, 25; 2Co 3:4, 14-16) será retirado e muitos deles se converterão a Jesus Cristo, a Quem traspassaram (Ap 1:7).
Na ocasião da Grande Tribulação, muitos judeus (e até gentios) morrerão pelo testemunho de Jesus Cristo (Ap 20:4). A perseguição e matança serão tão grandes que Deus abreviará aqueles dias para que alguns permaneçam vivos para povoar o Reino Milenar (Mt 24:22). E, naqueles dias, “… aquele que perseverar até ao fim será salvo. E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim” (Mt 24:13-14).
A passagem de Mt 24:13 tem sido mal compreendida e mal aplicada por muitos cristãos, pensando que precisamos “perseverar até o fim” para sermos salvos, quando na realidade isso está se referindo ao livramento físico dos judeus que estarão vivos na 2ª vinda de Cristo – no final do Período da Tribulação!
Lembre-se que isso não pode se aplicar aos cristãos de forma alguma, pois naquele ponto – quando Jesus proferiu as palavras registradas em Mateus 24 – a igreja ainda era um mistério (Ef 3:1-6).
Deus selará 144.000 judeus no início desse período terrível da Grande Tribulação e é para eles que esse discurso é dirigido. Eles serão odiados por todos (Mc 13:13) e perseguidos (Lc 21:12). Mateus 24:9 diz que: “Então vos hão de entregar para serdes atormentados, e matar-vos-ão; e sereis odiados de todas as nações por causa do meu nome”.
Observe que Mateus 24:14 diz “E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim”.
Muitos interpretam erroneamente essa passagem, como se estivesse se referindo à igreja. Pensam que é missão da igreja “converter o mundo inteiro” e que ela “governará o mundo”, pois, somente assim, Jesus Cristo retornaria. Este absurdo é uma teologia católico-romana (chamada “Teologia do Domínio”) e tem muito crente acreditando nisso!
O evangelho da graça ainda era desconhecido naquele tempo! Esse “evangelho do reino” (Mt 24:14) – a mensagem que João Batista e Jesus Cristo pregaram e à qual o Senhor está se referindo aqui – era “Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus”.
Essa mensagem (o “evangelho do reino”) será pregada novamente durante o período da Tribulação pelos 144.000 judeus e pelas “duas testemunhas”, Moisés e Elias (Ap 11:3, 5-6). Como Deus reservara 7000 homens que não se dobraram a Baal (Rm 11:4), também o fará durante a Grande Tribulação, selando esses 144.000 judeus (Mt 24:14; Ap 7:4, 14:1-5).
A salvação voltará a ser mediante a Lei, ou seja, ‘fé + as obras da Lei’: “E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim” (Mt 24:14).
O final do Período da Tribulação – que ocorrerá com a 2ª vinda de Cristo – não acontecerá até que essa mensagem do evangelho tenha sido ouvida por todas as nações e por meio da qual elas saberão que o reino literal de Jesus Cristo (o reino de Deus) na Terra (o Milênio) está prestes a ser iniciado!
Importante frisar que todo o capítulo 24 de Mateus está lidando com os judeus sob a Lei e não com a igreja sob a graça – o arrebatamento, naquele tempo, ainda era um mistério não revelado dos conselhos de Deus.
Arno Froese nos diz que: “O anseio rebelde de Israel em tempos antigos, ao pedir um rei ao profeta Samuel para ser “como as outras nações” (veja 1Sm 8:5-7), não desapareceu simplesmente. Ao contrário, ele atingiu seu clímax 1000 anos mais tarde. Em Jo 19:15 está escrito: “… Não temos rei, senão César!” Todo o peso da afirmação dos antepassados, refletindo o desejo de serem parte da família das nações, de serem como qualquer outro povo, atingiu, então, a realização… Israel ainda será confrontado com essa afirmação quando as nações da terra se ajuntarem para batalhar contra Jerusalém!”  [11]
Porém, somente um remanescente de Israel será salvo (Is 10:22; 11:11, 16; Jr 50:20; Sf 3:13; Rm 9:27; 11:5). Nos capítulos 12 a 14 do livro de Zacarias, lemos sobre o futuro quebrantamento de Israel!
O Pr. Ron Riffe nos diz que:“… o que não consigo compreender é como homens bons e tementes a Deus negligenciam o fato que a raiz da oliveira ainda existe e sustenta a igreja, que é formada tanto por ramos bravios (os gentios convertidos a Cristo) e ramos naturais (os judeus convertidos a Jesus Cristo) enxertados na oliveira… Como os produtores podem lhe dizer, muito freqüentemente quando o enxerto da rosa morre, a sarça brota e cresce! De modo algum o enxerto toma conta da raiz e muda suas características essenciais. Ela começou com uma sarça e permanece uma sarça – tenazmente! De maneira análoga, o Israel espiritual é a raiz na qual a igreja foi enxertada e, quando os “ramos bravios” dos gentios (juntamente com os ramos naturais – os judeus salvos) da Igreja forem removidos no arrebatamento, a oliveira natural crescerá novamente”[12]
Durante o Milênio, Deus estabelecerá nova aliança com Israel: “Porque esta é a aliança que depois daqueles dias farei com a casa de Israel, diz o Senhor; porei as minhas leis no seu entendimento, e em seu coração as escreverei; e eu lhes serei por Deus, e eles me serão por povo. E não ensinará cada um a seu próximo, nem cada um ao seu irmão, dizendo: Conhece o Senhor; porque todos me conhecerão, desde o menor deles até ao maior” (Hb 8:10-11). Vide também Hb 11:25-27.
Os capítulos 5 até o 19, do evangelho segundo Mateus, serão as leis do reinado milenar de Jesus Cristo (Ap 20:4-7), aqui na Terra.
Israel será a nação principal e cumprirá o propósito para o qual foi escolhida por Deus: “E os gentios verão a tua justiça, e todos os reis a tua glória; e chamar-te-ão por um nome novo, que a boca do Senhor designará. E serás uma coroa de glória na mão do Senhor, e um diadema real na mão do teu Deus” (Is 62:2-3). “Assim diz o Senhor dos Exércitos: Naquele dia sucederá que pegarão dez homens, de todas as línguas das nações, pegarão, sim, na orla das vestes de um judeu, dizendo: Iremos convosco, porque temos ouvido que Deus está convosco” (Zc 8:23).

UM POUCO DE HISTÓRIA

No ano 306, o Imperador de Roma, Constantino, adere ao Cristianismo e declara que todo o mundo Romano é automaticamente cristão. No Édito de Milão ele abole as sinagogas, os judeus que não obedecessem eram queimados vivos e todos os privilégios dos judeus foram cancelados. No Concílio de Nicéia, dita o credo cristão que difere em vários itens da Palavra de Deus; endossa a substituição de Israel pela Igreja; remove o centro da Igreja de Jerusalém e a transfere para Roma; introduz uma série de festas pagãs em substituição às festas judaicas ordenadas pelo Senhor.
Agostinho, por sua vez, chamava os judeus de “assassinos de Cristo” e, lamentavelmente, o seu refrão ecoa até hoje. Para ele, os judeus serviram apenas para deixar à Igreja o legado da fé Cristã.
O terrível e herege Marcião era um anti-semita declarado e pregava que qualquer cristão que utilizasse algum símbolo judaico ou mesmo um nome ou realizasse qualquer celebração judaica seria considerado cúmplice da morte de Cristo juntamente com os judeus.
As oposições de Tertuliano para que a igreja não perdesse suas raízes foram em vão. No final do século IV, o Bispo da Antioquia, Crisóstomo, escreveu uma série de oito sermões contra o povo judeu. Crisóstomo declarava os judeus culpados da morte de Cristo.
É bom frisar que foram os fariseus e os doutores da Lei que condenaram Jesus Cristo, manipulando o povo para tal fim (Mc 15:11; Lc 23:5, 10, 23; 1Ts 2:14-15). [13]
Como nos diz o Pr. Ron Riffe: “Embora seja óbvio que alguns judeus sejam malignos e não façam nada de bom, o mesmo também é verdadeiro para todos os outros grupos de pessoas, de modo que condenar todo um grupo étnico apenas por causa dos pecados de alguns, obviamente não é uma atitude cristã. Precisamos encarar uma verdade desagradável – a razão fundamental que está por trás da maior parte do anti-semitismo não é necessariamente atribuível à rejeição e ao assassinato de Jesus Cristo cometidos pelos antepassados deles, mas a um ódio sobrenatural que o próprio Satanás tem contra eles! Até mesmo um exame superficial dos fatos revelará que nenhuma outra explicação faz sentido à luz da constante e infindável luta que esse povo enfrenta, apenas para tentar sobreviver e viver em paz no mundo”. [14]
Em 1492, na Espanha, instaurou-se oficialmente a “Santa Inquisição” (que de “santa” não teve nada), onde milhares de judeus tiveram os seus bens confiscados e foram expulsos da Espanha.
Na verdade, a perseguição aos judeus e crentes verdadeiros, pela fúria de Roma (igreja católica romana), começou séculos antes de 1492, com períodos de menos e de mais atividades. O que houve em 1492 em diante, foi um grande recrudescimento dessas barbáries.
Muitos dos judeus perseguidos foram para o Marrocos, outros para a Holanda, e muitos outros para Portugal. Com o casamento do rei da Espanha com Isabel, da coroa portuguesa, a perseguição se estendeu para aquele país, e a história registrou que mais de 100.000 judeus fugiram para o Brasil, outros para a Europa, Américas e África.
Porém, por volta de 1640, em todas as Igrejas de Portugal, os editais da inquisição (conhecidos como “Regimento do Santo Ofício da Inquisição dos Reinos de Portugal”) eram lidos, constrangendo os fiéis a denunciarem pessoas que praticassem o Judaísmo, sob pena de excomunhão. Estes editais da fé foram estendidos também ao Brasil e, muitos judeus foram extraditados do Brasil para Portugal, após serem denunciados.
Durante a Reforma Protestante, os reformistas protestantes reconheceram muitos dos erros da igreja católica, mas, infelizmente, ainda mantiveram muito do sentimento e atitudes anti-semitas. Os luteranos foram dos mais ferrenhos anti-semitas.
Quando se realizou a primeira Cruzada autorizada pelo Papa Urbano II, como causa unificadora da religião Cristã, a mesma tinha por objetivo fazer a “guerra santa” contra os muçulmanos que os católicos pensavam estar na Terra Santa.
Como lá não encontraram muçulmanos, começaram a perseguir e saquear os judeus sob a égide de “assassinos de Cristo”. Milhares de judeus foram barbaramente mortos. Muitos eram queimados vivos, caso não “se arrependessem” e “mudassem de fé/religião”.
Foi com base nas doutrinas luteranas que, na Alemanha de Lutero, Hitler com suas ideias e atitudes desumanas e macabras, totalmente anti-semitas, conduziu o mundo ao Holocausto.
O HOLOCAUSTO dizimou mais de seis milhões de judeus que viviam na Europa (dentre outros). O plano era aniquilar toda a raça judaica e todos os que a defendessem ou reconhecessem.
Como se vê, Israel sempre foi perseguido em toda a história: “… indica a história que todas as nações gentias do mundo têm sua culpa sobre o sangue dos judeus derramado, pois navios saíam lotados de refugiados judeus e as nações não permitiam seu desembarque. O próprio Brasil, na era de Getúlio Vargas, recusou-se a receber um navio de refugiados, fazendo-os retornar à Alemanha. O presidente americano Roosevelt também procedeu assim. Em Cuba ocorreu a mesma situação. Chegou ao ponto de Hitler anunciar a venda de 500 mil prisioneiros judeus, para qualquer nação interessada, ao custo de 2 dólares por pessoa! Nenhuma nação mostrou interesse em pagar essa ninharia para evitar o massacre deles nos fornos crematórios dos nazistas. Todos temos culpa no holocausto…” [15]
Em um estudo da USP, encontraram várias circulares editadas entre 1938 e 1944 pelo então chanceler Osvaldo Aranha. “Uma delas é a Circular 1.249, datada de 27 de setembro de 1938, que exigia a apresentação de passagem de ida e volta para a concessão de visto de entrada de judeus na categoria turista”, conta Maria Luiza, a pesquisadora.” [16]
“Somente para mencionar um episódio, em 7 de junho de 1937, um pouco antes de Vargas instaurar a ditadura do Estado Novo, foi editada, por ordem pessoal de Vargas, a Circular Secreta nº 1.127 do Ministério das Relações Exteriores que proibia a concessão de visto de entrada no Brasil de pessoas de “origem semítica”, uma atitude afinada com a perseguição racista movida contra os judeus pela Alemanha de Hitler”. [17]
“… ao menos 9.000 vistos de judeus de diversos países, fugindo da perseguição nazista, foram negados. “Perdemos importantes intelectuais, cientistas, técnicos, artistas”, diz a pesquisadora. [18]
Israel é considerada a menina dos olhos de Deus (Dt 32:9-10 e Zc 2:8): “… aquele que tocar em vós toca na menina do seu olho” (olho de Deus) e o Senhor disse que abençoaria os que abençoassem Israel; porém, amaldiçoaria os que amaldiçoassem este povo eleito (Gn 12:3). Mesmo assim, como vimos no trecho acima, várias nações, entre elas o Brasil, têm sua culpa sobre o sangue derramado dos judeus…

O QUE É A TEOLOGIA DO DOMÍNIO

A Teologia do Domínio se embasa em três crenças básicas: 1.) – Satanás usurpou o domínio do homem sobre a Terra, com a queda de Adão e Eva. 2.) – A igreja é o instrumento de Deus para reaver esse domínio do poder de Satanás. 3.) – Jesus Cristo não poderá retornar à Terra, até que a igreja tenha retomado o domínio, obtendo o controle das instituições governamentais e sociais. (Al Dager, “Vengeance is Ours”; The Church in Dominion”) [N. T. – O Dominionismo está concorrendo, prazerosamente, para a implantação da Agenda Global do Anticristo].” [19]
Entretanto, essa linha de pensamento apresenta muitas barreiras bíblicas:
1. A origem de um “Reino Cristão” terreno governado por homens de carne e sangue não-ressurretos foi uma fabricação do sistema católico romano. A igreja de Roma era (e é) amilenarista, pois rejeita o reinado literal de mil anos de Cristo, e vê as referências ao Reino terreno de Deus como manifestas em si própria: A Igreja Católica Romana. Sendo assim, algumas denominações protestantes (por exemplo, a luterana) retiveram a ideia que a igreja é a manifestação do Reino de Deus.
2. Outros protestantes seguiram os ensinos de Knox e Calvino e alegorizaram as Escrituras proféticas dentro de um produto pós-milenar de suas imaginações. Essa visão pós-milenar conjecturava que o Reino Milenar de Deus era a igreja, e que os mil anos não eram anos literais, mas simbólicos.
3. O sincretismo dessas posições errôneas conduzem ao conceito de que o Reino de Deus na Terra seria representado pela igreja; que a igreja foi corrompida depois do primeiro século e entrou em um estado de semiletargia; que a “verdadeira igreja” seria reconstruída, nos últimos tempos, sob a liderança de um novo grupo de “profetas e apóstolos”, que se caracterizariam pela utilização dos “sinais e maravilhas restaurados” e que essa igreja (apóstata, diga-se de passagem!), reconstruída dos últimos tempos, prepararia então a Terra para o Rei Jesus Cristo, que governaria (somente então) o mundo.
4. Esse cenário requereria que a igreja dos últimos tempos ganhasse o controle sobre toda a humanidade, tomando posse do controle do sistema jurídico. Isso requereria um governo mundial, controlado pela igreja, funcionando como a entidade legislativa para toda a humanidade.
Em resumo, essa é a essência da Teologia Reconstrutivista, ou do Domínio. Ela ensina que a igreja ou que os cristãos ganharão o controle do planeta antes da Segunda Vinda de Jesus Cristo, para tornar o mundo um lugar perfeito para o reinado dEle.
Para citar apenas algumas questões associadas com a Teologia do Domínio:
1. É grosseiramente antibíblica. DEUS NÃO ESTÁ FAZENDO UMA “COISA NOVA”. Aqueles que estão procurando por essa coisa nova precisam voltar para as “veredas antigas” do Evangelho de Jesus Cristo (Jr 6:16).
2. É uma armação para ligar os “evangélicos” e carismáticos de hoje na construção da Religião Mundial Unificada do Anticristo.
3. Os falsos conceitos da Teologia do Domínio estão entrando sorrateiramente nas igrejas conservadoras e fundamentalistas por meio das livrarias “cristãs”, das redes de TV “cristãs” e da música “cristã”.
4. Os proponentes da Religião Orientada Para Resultados utilizam fortemente todas as formas de mídia descritas acima. [20]
Os mais recentes adeptos da Teologia do Domínio, embora a maioria nem saiba o que está fazendo, são os neoevangélicos adeptos da “Teologia da Prosperidade”. A adoção de trechos isolados do Antigo Testamento, originalmente dirigidos aos israelitas na Terra Prometida, leva muitos a acreditarem que ser rico e próspero faz parte das promessas de Deus para os cristãos. Obviamente basta ligar a TV para ver a quantas andam essas crenças. Mas quem utilizar a Bíblia verá trechos que descrevem a vida simples de Cristo e dos discípulos, como Paulo (Mt 8:20; Fp 4:11-13).
A ideia de que Deus ordena aos cristãos que acumulem riquezas é a mesma que justificou a glória secular da igreja católica romana, com sua sede por poder secular, riquezas e posse material nos últimos 2 mil anos.

CONCLUSÃO 

Enfim, como pudemos verificar, a igreja NÃO substituiu Israel, nem se tornou o “Israel de Deus”. Portanto, as igrejas evangélicas que estão adotando práticas judaicas (tais como: usos e costumes, festas judaicas, símbolos judaicos, etc) e que só pregam o A.T., como se nós fôssemos judeus, estão totalmente equivocadas e seguindo uma herética teologia católico-romana!
Quando Paulo explica aos Romanos sobre a diferença entre Israel e a igreja, ele realça a soberania de Deus para a eleição, dizendo: “Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos!” (Rm 11:33).
Deus disse a Moisés: “Compadecer-me-ei de quem me compadecer, e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia” (Rm 9:15). Ele eleger uma nação (Israel), em detrimento das demais, em sua época (Gn 12:1-3; 15:5; 17:7-8, 25:19; Dt 7:6-26; Jr 7:23; 13:11; Ml 1:3; Mt 24:22; At 13:17; Rm 9:3-5, 10, 11:7; etc.). E, também, elegeu pessoas, antes da fundação do mundo (Jo 6:37; At 13:48; Rm 8:33; Ef 1:4; Cl 3:12; Tt 1:1; 1Pe 1:2; Ap 17:14), para serem salvas (igreja) pela graça, mediante a fé em Jesus Cristo.
Quem ousa discutir com Ele?
“Mas, ó homem, quem és tu, que a Deus replicas? Porventura a coisa formada dirá ao que a formou: Por que me fizeste assim? Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para desonra?” (Rm 9:20-21)
Não discutamos, pois, com Deus. Amemos o povo de Israel e oremos pela conversão deles, reconhecendo que são um povo especial para Deus; até porque “…  a salvação vem dos judeus”! (Jo 4:22)


Artigo de: http://solascriptura-tt.org/EscatologiaEDispensacoes/NaoSouOIsraelDeDeus-HFontes.htm
via:
http://aservicodorei.com/a-falsa-teologia-da-substituicao/