Em Cristo estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento. (Colossenses 2:3)

Ninguém vos engane com palavras vãs; porque por essas coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência.(Efésios5:6)
Digo isso a vocês para que não deixem que ninguém os engane com argumentos falsos. (Colossenses 2:4)
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16 de maio de 2020

O PECADO NA VISÃO DA IGREJA CATÓLICA ROMANA



O catolicismo romano considera que o pecado é constituído de dois tipos distintos: “o pecado original e os pecados atuais”, sendo que os atuais são divididos, conforme a gravidade da transgressão, e conforme o grau de voluntariedade e deliberação: “pecados mortais e pecados veniais”. Outra classificação divide os pecados atuais em “formais”, (todas as transgressões deliberadas) e “materiais” (transgressões onde não haja consentimento ou conhecimento). Os pecados materiais, não são propriamente considerados pecados, porque a transgressão não é voluntária. De acordo com a visão teológica do catolicismo romano, a Igreja tem o poder de fazer com que a alma, volte à amizade de Deus, e ela assim o faz através do sacramento da “Penitencia ou Confissão”. Esse poder foi recebido quando Jesus Cristo disse: "recebei o Espírito Santo. Os pecados a quem perdoardes serão perdoados, e os pecados a quem retiverdes, serão retidos".
 
PECADO ATUAL -Todos os atos ou omissões que são contrários à Lei de Deus. São pessoais e voluntários, sendo assim chamados em contraposição ao pecado original.
 
PECADOS CAPITAIS - São as sete principais fontes de atos pecaminosos: ORGULHO; AVAREZA; LUXURIA; INVEJA; IRA; PREGUIÇA; GULA. È importante notar que essas fontes não são primitivamente o “pecado”, mas sim tendências da natureza para os atos descritos. Recebem o nome de “capitais”, porque são as fontes ou as raízes de outros pecados. A visão da “Igreja Romana” é de que a vida cristã é uma continua luta contra estas sete tendências ou inclinações para atos pecaminosos.
 
PECADOS QUE CLAMAM AOS CÉUS POR VINGANÇA -
O homicídio voluntário, o pecado de Sodoma, a opressão do pobre, a defraudação dos operários no seu salário. Em virtude de sua má fé ou dolo, (são pecados cometidos contra a sociedade) parecem pedir castigo por um ato especial da Justiça Divina. O nome especial dado a esse tipo de pecado, se deve ao motivo das Escrituras Sagradas, assim se referirem a eles. Gênesis 4.10 “e disse Deus: Que fizeste? A voz do sangue de teu irmão clama da terra a mim”. Êxodo 22. 22 e 23: “A nenhuma viúva nem órfão afligireis, pois se de algum modo os afligirdes, e eles clamarem a mim, eu irei lhes ouvir o clamor.” Deuteronômio 24.14 e 15: “Não oprimirás o jornaleiro pobre e necessitado, seja ele teu irmão ou estrangeiro que está na tua terra e na tua cidade. No seu dia, lhes dará o seu salário, antes que o sol se ponha, porquanto é pobre, e disso depende a sua vida; para que não clame contra ti ao Senhor, e haja em ti pecado.”
 
PECADOS CONTRA O ESPIRITO SANTO: Conforme o relato bíblico em Mateus 12. 22 a 32, alguém trouxe a Jesus um endemoninhado, cego e mudo. Jesus expulsou o demônio, e aquele homem passou a ver e a falar. Enquanto a multidão se admirava, os fariseus murmuravam, acusando a Jesus de expelir os demônios senão pelo poder de Belzebu, o maioral dos demônios. Jesus, porém conhecendo seus pensamentos, lhes contou uma parábola, afirmando ao final: “se alguém proferir alguma palavra contra o Filho do Homem ser-lhe-á isso perdoado; mas se alguém falar contra o ESPÍRITO SANTO, não lhe será isso perdoado, nem neste mundo nem no porvir.” Em Marcos 3.29, lê-se: “mas aquele que blasfemar contra o ESPÍRITO SANTO jamais terá perdão, pois será réu de eterno pecado.” Este pecado, cognominado como “o pecado dos fariseus,” se diz contra o ESPÍRITO SANTO, porque vai contra a bondade e o poder milagroso de Deus. Cristo expulsava os demônios pelo poder divino, então os fariseus ao atribuírem esse ato ao poder de Belzebu, simplesmente colocavam em duvida o poder de Deus. Consoante a esse, há outros seis pecados citados pelos “teólogos medievais” e, que de forma especial, podem também ser considerados contra o ESPÍRITO SANTO. São eles: 
1- desesperar-se da própria salvação; 
2- acreditar presunçosamente na misericórdia de Deus; 
3- atacar as verdades aceitas pela Igreja; 
4- invejar o bem espiritual dos outros; 
5- permanecer obstinadamente em estado de pecado mortal; 
6- a impenitência final (falta de arrependimento). 
Embora sejam diferentes do pecado que Jesus descreveu como sendo contra o ESPÍRITO SANTO, estes seis também recebem a mesma cognominação porque endurecem o pecador contra o auxilio do ESPÍRITO SANTO, o que torna mais difícil a possibilidade do arrependimento.
 
PECADO MORTAL: Transgressão da lei de Deus em matéria grave com advertência e consentimento, ou seja: “voluntariamente”. Para que haja um pecado mortal, três condições são requeridas: 
A- que a ação seja em “matéria grave” ou como tal considerada pelo pecador, como assassinato, furto, blasfêmia; 
B- deve haver “plena advertência” de que a atitude a ser realizada é falta grave. 
C- deve haver “pleno consentimento” da vontade, escolhendo-se livremente o perfazer a atitude má.
Esses pecados são chamados mortais, porque matam a vida sobrenatural da alma, tirando-lhe a graça santificante. Todo o que perecer, em estado de pecado mortal não terá condições de ir para o céu, e será condenado ao inferno eternamente.
 
PECADO VENIAL: desobediência em matéria leve ou por não ter havido pleno consentimento. O pecado venial, embora prepare o caminho para o pecado mortal e seja o maior mal depois deste, ainda não destrói de forma completa a amizade da alma com Deus. É uma enfermidade da alma, mas ainda não significa morte, pois a graça santificante permanece na alma.
 
PECADO ORIGINAL: esta expressão designa duas coisas diversas, porém relacionadas entre si:
I- o pecado de Adão, ao desobedecer a Deus;
II- as consequências dessa desobediência, que se constituiu na perda para si e para todos seus descendentes, da graça santificante e bens sobrenaturais, que lhe fora dado por Deus, tais como o direito ao céu, a imortalidade e a imunidade contra o sofrimento, o paraíso terrestre, o dom da integridade, « o perfeito controle das paixões pela razão cuja perda prejudicou os dons naturais no sentido de que, só através de luta e esforço, poderá o homem alcançar a perfeição de qualquer um deles » assim pois, Tomas de Aquino aponta a luta pela verdade para suplantar a ignorância, a luta pelo árduo para suplantar a fraqueza, a luta pelo uso moderado, daquilo que é altamente agradável para suplantar a concupiscência. [o livro da Sabedoria 10:1 e 2 nos informa que, mais tarde, Adão obteve o perdão de sua grande falta, “a sabedoria guardou aquele, que foi por Deus formado primeiro pai da redondeza da terra, tendo sido criado só, e o tirou do seu pecado e lhe deu virtude de governar todas as coisas”].
 
Uma vez que Adão foi não somente o primeiro homem, mas também o “chefe ou cabeça” do gênero humano, seu pecado (não o de Eva) causou sérias consequências a todos os seus descendentes, que ficaram privados dos mencionados dons que teriam se Adão não tivesse pecado. Esta privação da graça santificante e dos outros dons é o que se denomina pecado original em todos os homens (Rm 5.19). Nisto não há injustiça alguma, já que não tínhamos direito a esses dons. O pecado de Adão, não nos fez perder nada que, como seres humanos, tivéssemos direito. Pelo sacramento do Batismo, Deus nos restitui o mais precioso dos dons gratuitos outorgados outrora a nossos primeiros pais, que é a graça santificante. Entretanto, as outras consequências tais como a morte corporal, doenças, fraqueza da inteligência e da vontade etc. permanecem. Apenas uma pessoa, Maria, mãe de Jesus, não chegou a ser privada da graça santificante devido ao extraordinário privilegio de uma redenção preservativa, em vista dos méritos futuros de seu filho, Jesus. Esse singular privilegio de Maria é conhecido como “A IMACULADA CONCEIÇÃO DE MARIA”, tendo sido majestosamente instituído como “dogma de fé” em 08 de dezembro de 1854, pelo papa Pio IX. [Imaculada Conceição, é o peculiar privilegio pelo qual a Virgem Maria, em vista dos méritos futuros de seu “Divino Filho Jesus Cristo, foi concebida livre do pecado no seio de sua mãe Santa Ana, ou seja, no primeiro instante de sua concepção, foi preservada de toda mancha do pecado original]”.
 
 
FONTE:
Dicionário Prático por Mons. José Alberto L. de Castro Pinto – Bíblia Sagrada, Edição Barsa 1968; Rio de Janeiro.
 
VIA: https://www.facebook.com/fabio.biblioteca/?
 
 

11 de janeiro de 2020

Os piores papas da História - Assassinatos, massacres e estupros



 
Papa Leão X - Wikimedia Commons



Papas particularmente ruins praguejaram a Igreja do século 10 ao 16. Nessa época, havia uma enorme promiscuidade entre a política dos nobres e a da Igreja, e pessoas sem qualquer formação religiosa - ou sequer interesse na vida religiosa - podiam chegar ao Trono de Pedro.

A corrupção desses papas seria um dos motivadores da Reforma Protestante. E a Reforma mudaria a dinâmica do poder entre reis e papas, também pondo uma enorme pressão sobre a Igreja Católica, encerrando a era dos escândalos.

10. Alexandre VI (1492-1503)


Crédito: Wikimedia Commons

Membro da família Bórgia, comprou o título, subornando os cardeais. Foi um investimento: por todo seu papado desviou dinheiro para a família, vendeu posições eclesiásticas, e mandou matar “hereges” para confiscar sua propriedade. Na imaginação popular, ainda hoje "Bórgia" é sinônimo de libertinagem - lenda mais infame é que teria cometido incesto com a própria filha. Mas foi também um grande patrono das artes e aceitou em Roma os judeus expulsos da Espanha em 1492.

9. Urbano VI (1378-1389)
 
Crédito: Wikimedia Commons

Seu problema era a falta de diplomacia. Austero e propenso a ataques de fúria, era tão detestado que os cardeais elegeram um segundo papa em seu mandato. Isso deu início ao Cisma do Ocidente, quando o catolicismo teve dois líderes rivais, de 1378 a 1417. Isso causou uma guerra civil em Portugal entre facções que apoiavam papas diferentes. Sua "solução" foi mandar torturar os cardeais que o rejeitaram, reclamando que não ouvia gritos o suficiente.

8. Leão X (1513-1521)
 
Crédito: Wikimedia Commons

Na inauguração de seu mandato, ele mandou pintar um menino em ouro e fazê-lo desfilar em Roma, anunciando uma nova "Era Dourada". A criança morreu, mas a festa continuou. Esse seria seu crime: a ostentação.

Da família Médici, foi criado desde criança para a carreira religiosa, e não parece ter passado por escândalos sexuais. Mas arruinou os cofres da Igreja com sua gastança em arte e arquitetura. O que levou à ideia de cobrar indulgências, pedir dinheiro para absolver os pecados, revoltando certo monge alemão chamado Martinho Lutero. O papa finório nem se incomodou em defender a Igreja do ataque, e o cristianismo seria dividido até hoje.

7. Bonifácio VIII (1294-1303)
 
Crédito: Wikimedia Commons

Declarou o poder absoluto do pontífice sobre todos os outros governantes. Com seu exército, saqueou e queimou a cidade de Palestrina em 1298, fazendo 6 mil mortos. Foi deposto militarmente pelos franceses.

Curiosamente para quem queria o papa como imperador do mundo, parece que não acreditava em Deus. Segundo o historiador britânico John McCabe, ele teria afirmado diante de bispos, arcebispos e um rei: "Nunca existiu jesus e a hóstia é só água e farinha. Maria não era mais virgem que minha própria mãe e não existe mais problema em adultério que em esfregar uma mão na outra".

6. Clemente VII (1523-1534)
 
Crédito: Wikimedia Commons

Outro com tara por guerra. Membro da família Médici, suas maquinações políticas levaram à Guerra da Liga de Cognac, em que franceses e italianos enfrentaram espanhóis e alemães. Em 1527, uma tropa alemã-espanhola se amotinou com a falta de pagamento e rumou para Roma, que foi saqueada e arruinada. Com isso, Clemente seria o maior responsável pelo fim da Renascença italiana.

5. Inocêncio IV (1243-1254)
 
Crédito: Wikimedia Commons

Este não foi condenado por seus contemporâneos. Não se envolveu em nenhum escândalo e o que fez era considerado perfeitamente sensato. Mandou confiscar e queimar todos os talmudes, o livro sagrado extra-bíblico dos judeus - mas tentou evitar que eles fossem linchados pelo populacho e exigiu que os cruzados não os massacrassem.

Mas a parte mais influente de seu legado seria a bula Ad Extirpanda, de 1252. Ela autorizou e regulamentou o uso de tortura pela Inquisição. A regra era que não podia haver mortes ou amputações, e que as execuções seriam feitas por autoridades seculares. Estas podiam confiscar a propriedade como ressarcimento pelo serviço prestado. Não é difícil imaginar a que isso levou: condenações por "heresia" por puro interesse econômico.

4. João XII (955-964)
 
Crédito: Wikimedia Commons

Num sínodo, em 963, recebeu diversas acusações. Teria fornicado, incluindo com sua sobrinha; estuprado peregrinas; castrado um padre e cegado outro; feito brindes aos deuses e ao diabo. Convocou um sínodo para declarar a si mesmo inocente e mandou mutilar ou matar seus acusadores. Acabou morto por um marido ciumento.

3. Estêvão VI (896-897)
 
Crédito: Wikimedia Commons

Para agradar aliados políticos, mandou escavar o corpo putrefato do seu pré-antecessor, o papa Formoso, e o pôs num trono para que fosse julgado, no que ficou conhecido como Sínodo do Cadáver. Condenado, o corpo teve os dedos cortados, para que todas suas bênçãos fossem consideradas inválidas. Foi enterrado, desenterrado outra vez e atirado ao rio Tibre. O julgamento causou escândalo e o papa foi preso e estrangulado meses depois.
 
2. Sérgio III (904-911)
 
Crédito: Wikimedia Commons

Julgar cadáveres não era suficiente para Sérgio, que mandou executar seus dois antecessores. Mandou desenterrar outra vez o pobre Formoso, anulou novamente todas suas decisões e providenciou um túmulo mais honrado para Estêvão, que havia morrido em desgraça.

Era também um grande festeiro: seu papado foi o início da “pornocracia”, o domínio das prostitutas com que os papas se cercavam. Com uma delas, Sérgio teve um filho, que se tornaria o papa João XI (ausente nesta lista, felizmente).

 1. Bento IX (1012 - 1056)
 
Crédito: Wikimedia Commons

A razão da pilha de números acima é que o Benedito vendeu seu papado e se arrependeu. O trono papal foi um presente de seu pai, que comprou ou pressionou os cardeais a colocarem ele "na fila". Assumiu pela primeira vez aos 20 anos. Acumulando escândalos e decidido a casar, ofereceu a cadeira a seu padrinho, o padre Giovanni Gratian - ao custo de suas "despesas" com a eleição.

Como o casamento não deu certo, voltou à Roma e conquistou a cidade militarmente. Expulso, faria mais uma vez. Foi acusado de assassinatos, estupros, bestialidade, sodomia... enfim, a ficha corrida média dos piores papas de seu tempo.


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28 de julho de 2017

Agostinho: a Porta Oriental e a “virgindade perpétua” de Maria



 
T.A. McMahon

Pergunta: Agostinho usou Ezequiel 44.2 como “prova” de que José e Maria não consumaram seu casamento: “Esta porta permanecerá fechada, não se abrirá; ninguém entrará por ela, porque o Senhor, Deus de Israel, entrou por ela; por isso, permanecerá fechada”. Ele interpretou a “porta fechada”, através da qual passou o “príncipe” em Ezequiel 44.3, como um “tipo” da virgindade perpétua de Maria. Maria seria a cidade fechada, e o príncipe passou miraculosamente pela porta fechada.

A “explicação” de Agostinho continua:
O que significa essa porta fechada na casa do Senhor senão que Maria será sempre inviolada? O que significa que “ninguém entrará por ela”, a não ser que José não a deveria conhecer? E o que é isto: “ninguém entrará por ela, porque o Senhor, Deus de Israel, entrou por ela”, exceto que o Espírito Santo a deveria engravidar e que o Senhor dos Anjos nasceria dela? E o que significa: “por isso, permanecerá fechada”, a não ser que Maria era Virgem antes do nascimento dEle, era Virgem no nascimento dEle e continua Virgem depois do nascimento dEle.

Resposta: A redução que Agostinho fez da Bíblia ao espiritualizá-la gerou todo tipo de males, como explicamos em outras oportunidades.[1] Uma exegese adequada, manejando “bem a palavra da verdade” (2 Timóteo 2.15), não poderia nunca, honestamente, permitir que essa porção da Escritura apoiasse a ideia da virgindade perpétua de Maria. Somente a imaginação limitada do homem, à medida que ele é influenciado por Satanás, poderia ousar colocar mãos não-santas sobre um texto sagrado dessa maneira. Mateus 1.25 declara abertamente que José “não a conheceu, enquanto ela não deu à luz um filho, a quem pôs o nome de Jesus”. Sim, eles consumaram seu casamento e Maria e José tiveram filhos (veja Mateus 13.55-56; Marcos 6.3).

O que esses versículos significam? Se lermos o contexto completo de Ezequiel 44, ele não só não apóia a espiritualização da passagem por Agostinho, como também não trata da Teologia da Substituição de Agostinho, nem da ideia falsa de que o Senhor terminou Sua ação com o Israel físico. Quando o Senhor retornar à terra, Ele voltará especificamente para Jerusalém, cumprindo a seguinte promessa ao Israel físico: “Declaro-vos, pois, que, desde agora, já não me vereis, até que venhais a dizer: Bendito o que vem em nome do Senhor!” (Mateus 23.39).

Em Ezequiel 44.2, as Escrituras dizem claramente: “Disse-me o Senhor: Esta porta permanecerá fechada, não se abrirá; ninguém entrará por ela, porque o Senhor, Deus de Israel, entrou por ela; por isso, permanecerá fechada”. Em Sua entrada triunfal em Jerusalém (Mateus 21.1-5), o Senhor Jesus veio pelo monte das Oliveiras e entrou na cidade pela Porta Oriental. Isso dificilmente seria um paralelo ou sugeriria um nascimento humano.

A história revela que a Porta Oriental foi fechada pelos muçulmanos no ano de 810, mas foi reaberta no ano de 1102 pelos Cruzados durante o curto período em que eles controlaram aquela terra. Foi o líder otomano Saladino que novamente confinou a cidade entre muros, depois de ter retomado Jerusalém no ano de 1187. O sultão otomano Solimão, o Magnífico, manteve a Porta Oriental fechada quando reconstruiu os muros da cidade. Ela tem permanecido selada desde 1541. Existe a sugestão de que Solimão deve ter tomado essa decisão puramente por motivos de defesa. De qualquer forma, ela permanece desse jeito até os dias de hoje.

Portanto, a porta será fechada e não será mais reaberta. Nós estamos vendo o cumprimento dessa palavra atualmente. Quem ainda não viu uma fotografia da entrada bloqueada da Porta Oriental de Jerusalém, diante da qual os muçulmanos colocaram um cemitério? Os muçulmanos aprenderam que os rabinos judeus falaram do Messias como um grande líder militar enviado por Deus, vindo do Oriente. O Messias entraria pela Porta Oriental e libertaria a cidade da ocupação estrangeira. Os muçulmanos selaram a porta e colocaram um cemitério muçulmano em frente a ela, crendo que um homem santo como o Messias não se contaminaria por caminhar em um cemitério, não imaginando que eles estavam exatamente cumprindo a profecia ao fazerem tal coisa!

Embora o cemitério tenha sido colocado ali para fazer o solo ficar impuro, impedindo que o Senhor pise sobre ele, Ezequiel 44.3 nos diz: “Quanto ao príncipe, ele se assentará ali por ser príncipe, para comer o pão diante do Senhor; pelo vestíbulo da porta entrará e por aí mesmo sairá”.

Atos 1.9-12 declara: “Ditas estas palavras, foi Jesus elevado às alturas, à vista deles, e uma nuvem o encobriu dos seus olhos. E, estando eles com os olhos fitos no céu, enquanto Jesus subia, eis que dois varões vestidos de branco se puseram ao lado deles e lhes disseram: Varões galileus, por que estais olhando para as alturas? Esse Jesus que dentre vós foi assunto ao céu virá do modo como o vistes subir. Então, voltaram para Jerusalém, do monte chamado Olival, que dista daquela cidade tanto como a jornada de um sábado”.
Zacarias 14.3-4 profetiza sobre o retorno do Senhor à terra: “Então, sairá o Senhor e pelejará contra essas nações, como pelejou no dia da batalha. Naquele dia, estarão os seus pés sobre o monte das Oliveiras, que está defronte de Jerusalém para o oriente; o monte das Oliveiras será fendido pelo meio, para o oriente (...)”. Ezequiel 43.2,4 nos diz: “E eis que, do caminho do oriente, vinha a glória do Deus de Israel; a sua voz era como o ruído de muitas águas, e a terra resplandeceu por causa da sua glória. (...) A glória do Senhor entrou no templo pela porta que olha para o oriente”. O Espírito Santo, que deixou o templo em Ezequiel 8-11, retornará como a glória do “Filho do Homem”, cuja voz é: “como o som de muitas águas” (Apocalipse 1.13-15). O monte das Oliveiras está voltado para a Porta Oriental, que será aberta pelo Senhor em Sua vinda, independentemente do que o homem possa planejar ou espiritualizar relativamente ao significado completo das Escrituras. 
 

(T.A. McMahon – The Berean Call


Nota:
1. Veja (em inglês) https://goo.gl/sX8E7f e https://goo.gl/coEYSc

Extraído de Revista Chamada da Meia-Noite janeiro de 2016