Mark Hitchcock
Um dos sinais mais importantes dos tempos poderia ser o da globalização econômica e a respectiva tecnologia de apoio.
De maneira impressionante, a Bíblia afirma, com mais de 1900 anos de
antecedência, que no final um homem – o Anticristo vindouro – terá toda a
economia mundial sob seu controle. Muitos já se perguntaram como isso
poderia acontecer. O que seria necessário para unificar as economias dos
países do mundo sob um comando central único? As condições básicas para
o cumprimento dessa profecia já estão disponíveis.
O ponto de partida bíblico para as discussões sobre um sistema
econômico mundial unificado, uma sociedade sem moeda corrente e a
profecia sobre o fim dos tempos é encontrado em Apocalipse 13.16-18:
“Também obrigou todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e
escravos, a receberem certa marca na mão direita ou na testa, para que
ninguém pudesse comprar nem vender, a não ser quem tivesse a marca, que é
o nome da besta ou o número do seu nome. Aqui há sabedoria. Aquele que
tem entendimento calcule o número da besta, pois é número de homem. Seu
número é seiscentos e sessenta e seis.”
Muitos acreditam que o que acontece hoje diante dos nossos olhos
indica de modo angustiante aquilo que ainda nos sobrevirá. A Bíblia não
afirma explicitamente que o futuro sistema econômico mundial não
utilizará dinheiro vivo. Ela apenas nos comunica que as pessoas deverão
ter o sinal da besta para realizar negociações. No entanto, se ainda
houvesse dinheiro em moeda corrente sob o reinado do Anticristo, ele
teria muita dificuldade em controlar o comércio mundial. Imagine só: se
as pessoas continuassem com dinheiro em mãos, elas poderiam comprar as
mercadorias no mercado informal. Não havendo dinheiro vivo, elas serão
obrigadas a aceitar o sinal da besta. A indisponibilidade de moeda
corrente e a implantação de um sistema de transações eletrônicas dariam
os instrumentos ao Anticristo com os quais ele poderia controlar
totalmente o comércio mundial. A única possibilidade para as pessoas que
estivessem fora deste sistema econômico seria realizar trocas; no
entanto, estas funcionariam somente enquanto elas tivessem algum bem de
valor. Terry Cook, especialista em tecnologias modernas, observa:
Se as pessoas continuassem com dinheiro em mãos, elas poderiam comprar as mercadorias no mercado informal.
“Os apoiadores da nova ordem mundial sabem o significado do dinheiro
vivo e do seu potencial para atrapalhar o controle total do mundo. Eles
estão cientes da necessidade de suprimir o fluxo de dinheiro vivo para
que possam exercer controle e vigilância totais sobre a população do
mundo. Enquanto houver moeda corrente é impossível verificar no que as
pessoas gastam o seu dinheiro, se a favor ou contra o governo e sua
agenda. Já que o controle financeiro praticamente significa
supervisionar toda a vida de uma pessoa, os defensores de um governo
mundial se empenham, há décadas, para implantar transações sem dinheiro
corrente, através de inúmeros planos de movimentações bancárias, caixas
automáticos, cartões de crédito, terminais de autoatendimento e dados
sobre créditos – fazendo com que tudo seja controlado por enormes
sistemas computadorizados. Em um dado momento, o objetivo do líder
econômico da nova ordem mundial será assumir o controle desses
computadores.” [1]
Que ninguém se engane: se o Anticristo quiser controlar todas as
compras e vendas, para que cada transação realizada possa ser
registrada, ele será obrigado a tirar o dinheiro de circulação. No
futuro, o último meio de pagamento não será dinheiro.
Para que a sociedade sem dinheiro vivo se torne realidade no mundo
todo é necessário que a respectiva tecnologia esteja disponível. Muitos
consideraram os cartões de crédito e cartões bancários com o chipe como a
introdução da moderna sociedade sem dinheiro vivo. Somente nos EUA
existem mais de dois bilhões, sim, o número está correto, são bilhões –
de cartões de crédito ou de débito. Os especialistas afirmam que cada
pessoa com idade superior a 15 anos possui cerca de sete cartões de
crédito. [2]
Nossos meios de pagamentos já se alteraram drasticamente, e
isso é apenas uma pequena parcela daquilo que ainda virá. Estima-se que
no ano de 2020 somente 10% das transações financeiras sejam realizadas
em moeda corrente. “Podemos predizer, com certeza, que não demorará
muito para que a ideia de dinheiro como objeto em forma física estará
totalmente extinta, principalmente se lembrarmos das bactérias que são
transmitidas pelas cédulas imundas no caso de uma pandemia mundial. Ao
invés disso, serão realizadas transações através de computadores,
telefones móveis ou até pelos chips implantados em nosso antebraço.” [3]
De acordo com especialistas, os telefones celulares, no futuro,
substituirão os cartões de crédito. Ao se combinar o telefone móvel com
algum tipo de identificação biométrica, como por exemplo a impressão
digital do dedo polegar, a imagem da íris ocular ou da face, consegue-se
um método absolutamente seguro para tornar realidade a sociedade sem
dinheiro vivo.
Não é necessário ter fantasias florescentes nem uma inteligência
privilegiada para reconhecer para onde isso nos conduzirá. Cada nova
técnica desenvolvida traz consigo tecnologias mais complexas e assim
sucedem as etapas. Provavelmente hoje existam apenas poucas pessoas que
precisariam ser convencidas que estamos caminhando, a passos largos, em
direção à tecnologia do amanhã. Os meios de pagamento sem dinheiro vivo
chegarão. Não há mais razão para perguntar se eles chegarão, mas quando serão implantados e através de que tipo de tecnologia serão realizados.
Com todas as inovações, juntamente com a tendência gradativa da
suspensão do uso de dinheiro vivo, poderia ser algo muito simples
implantar o novo sistema econômico sem moeda corrente. Seria possível
adotar uma moeda única universal, mas não considero isso algo
indispensável. É necessário apenas convencer (ou obrigar) as pessoas a
autorizarem o depósito de seus proventos regulares diretamente em sua
conta bancária. Aliás, isso não é algo tão grandioso. Em 2007, mais de
80% dos beneficiários da seguridade social dos EUA recebiam sua
aposentadoria diretamente em suas contas bancárias. O resultado de uma
pesquisa recente revelou, ainda, que mais da metade (57%) dos cidadãos
americanos afirmam que, para eles, uma conta corrente bancária é algo
muito importante para ajudá-los a resolver suas necessidades financeiras
diárias. [4]
Agora, caro(a) leitor(a), pense um pouco sobre as suas transações financeiras:
- Você autorizou o depósito do valor do seu contracheque diretamente na sua conta corrente bancária?
- Você emitiu autorizações para débito de valores devidos diretamente em sua conta bancária?
- Quantos cartões de crédito você tem?
- Você utiliza o cartão de débito ao invés de dinheiro vivo?
- Você já utilizou o seu cartão de crédito para a compra de gêneros alimentícios?
- Você já utilizou algum cartão para abastecer o seu veículo para economizar tempo?
- Você utiliza o cartão de crédito, mesmo para compras inferiores a R$ 10,00?
- Quantas vezes você informou o número do seu cartão de crédito para efetuar compras através da internet?
A maioria de nós realiza regularmente algumas, senão todas, as
transações listadas acima. Deveríamos, agora, nos opor a essa tendência
de transações sem moeda corrente e evitar serviços de transferências
eletrônicas de dinheiro, pagamentos alfandegários ou cartões com chipe?
Não necessariamente. Nenhum desses serviços, por si só, é mau. Muitas
vezes essas novas tecnologias são extremamente práticas e fazem muito
sentido. No entanto, precisamos estar cientes daquilo que acontece em
nosso mundo, reconhecer as consequências desse desenvolvimento e lembrar
do quanto tudo isso prepara o palco para o que ainda virá. Considero,
para esses assuntos, que cada pessoa deva tomar suas próprias decisões.
Contudo, resumindo, essa tendência para a futura sociedade sem dinheiro
vivo não é imoral ou nociva, mas é um sinal de que estamos nos
aproximando do fim dos tempos. É uma amostra ou uma breve visão sobre a
vida durante o fim das eras, apontando para os dias em que as pessoas
serão solicitadas a aceitar o sinal da besta.
Vemos claramente, em Apocalipse 13.16-18, que o Anticristo controlará
a oferta e demanda no mundo todo. Qual é, portanto, esse sinal
enigmático da besta do qual quase todos já ouviram falar? Simplificando:
esse sinal será uma marca, sinal ou tatuagem real e visível que cada
pessoa receberá em sua mão direita ou na testa. Será um sinal de
submissão ou “pacto de fidelidade” ao Anticristo que servirá como uma
espécie de passaporte comercial. Aquele que aceitar o sinal, ao mesmo
tempo, aceita o nome do Anticristo e demonstra que, tanto ele como o seu
destino, estão totalmente submissos ao governador mundial. Como
consequência, a pessoa estará condenada à perdição eterna (Ap 14.9-10).
Precisamos levar em conta de que nada daquilo que vemos hoje é o
sinal da besta. Ele aparecerá somente quando tiver passado a metade do
período da tribulação. Ninguém precisa ficar preocupado, hoje, de estar
casualmente aceitando o sinal da besta. Durante a tribulação, todos
aqueles que aceitarem esse sinal o farão conscientes e voluntariamente,
selando assim seu destino eterno.
Por mais impressionante que seja a ideia do sinal da besta e de uma
sociedade sem dinheiro vivo, Apocalipse 13 contém algo ainda mais
impressionante e que não podemos desconsiderar. Há mais de 1 900 anos a
Bíblia anunciou antecipadamente sobre o sinal da besta, bem como sobre a
economia global. O fato de que Apocalipse 13 foi escrito na era da
madeira, da pedra, da espada, das lanças e das togas romanas transforma
essa profecia em mais uma prova contundente de que podemos confiar na
Palavra de Deus. Quem mais, além de Deus, teria condições de prever um
sistema econômico mundial unificado que controla todo o comércio?
Em sua obra excepcional Are We Living in the End Times?
[Estamos Vivendo no Fim dos Tempos?], Tim LaHaye e Jerry Jenkins
desenvolvem o significado da tecnologia moderna e o cumprimento de
Apocalipse 13.
“Pessoas inteligentes que leram o capítulo 13 de Apocalipse ficaram
indagando por muito tempo como o Anticristo faria para ter o controle
total sobre bilhões de pessoas. Como seria possível que as pessoas não
pudessem comprar nada se não tivessem o seu sinal? Pela primeira vez, em
2 000 anos, já é possível instituir um sistema desses. Já estão
disponíveis microchips que podem ser introduzidos no tecido gorduroso
atrás da orelha ou em alguma outra parte da pessoa para rastreá-la.
(Atualmente, tais sistemas já são utilizados em animais domésticos.)
Todos conhecem o scanner instalado junto aos caixas na maioria
das lojas. Seria apenas necessário instalar um programa de computador
capaz de ler o número ‘666’ na conta (ou na mão ou testa) da pessoa,
para que ela possa ‘comprar ou vender’. A tecnologia para o ‘sinal da
besta’ já existe!” [5]
LaHaye e Jenkins concluem: “Por enquanto, a tecnologia em si é
insuficiente. Ela se tornará relevante no sentido profético apenas no
próximo passo mundial em direção à sociedade sem moeda corrente [...] Os
arquitetos de uma ordem mundial unificada estão empenhados em agilizar
ao máximo a implantação dessa sociedade sem dinheiro vivo”. [6]
Para que um só homem consiga controlar todo o comércio mundial é
necessário que exista um sistema internacional unificado que consiga
viver sem dinheiro em mãos, que disponha de uma tecnologia capaz de
identificar cada indivíduo e que controle totalmente a oferta e a
demanda. Hoje, pela primeira vez na história, isso é possível e até
provável. Juntamente com tantos outros sinais dos tempos, esse
desenvolvimento me leva à conclusão de que a vinda do Senhor está muito
próxima. O caminho em direção ao fim dos tempos está totalmente
sinalizado.
Certamente é preciso contar com outros alarmes falsos e confusões até
que o sistema financeiro definitivo tome a devida forma. Ninguém
conhece a progressão correta do processo nem a época exata em que ele
será adotado. Uma coisa é certa: ele acontecerá, disso não há duvidas! O
cumprimento literal dessa profecia impressionante de Apocalipse
13.16-18 é tão certo como foi o cumprimento exato de centenas de outras
profecias bíblicas que já foram registradas.
https://www.chamada.com.br/mensagens/futura_sociedade_sem_moeda_corrente.html
Notas
- Terry L. Cook, The Mark of the New World Order (Springdale, PA: Whitaker House, 1996), p. 203-204.
- Daniel Stone, “The Greener Way to Pay”, Newsweek, 1 dez. 2008, p. 50.
- “Out of financial chaos, futurist predicts cashless society and robocops”, Aftermath News, 22 set. 2008. Disponível em: . Acesso em: 7 dez. 2018.
- “Americans Rank Direct Deposit Top Money Management Tool”, Go Direct, 6 fev. 2008. Disponível em: . Acesso em: 7 dez. 2018.
- Tim LaHaye e Jerry B. Jenkins, Are We Living in the End Times? (Wheaton, IL: Tyndale House Publishers, 1999), p. 198-199.
- Ibid., p. 199.
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