As palavras originais, traduzidas por “Inferno” nas nossas Bíblias, são quatro:
1ª) Seol. Esta palavra é hebraica e significa “o mundo dos mortos e abismo”;2ª) Hades. Este vocábulo grego equivale a Seol;3ª) Geena. Esta palavra grega tem dois significados, sendo um literal e outro figurativo ou simbólico. A definição ao pé da letra é Vale de Hinom, um vale de Jerusalém. E o significado simbólico é lugar de suplício eterno. Corresponde ao lago de fogo onde serão lançados no Dia do Juízo Final o diabo, os demônios e todos os humanos que se perderem;4ª) Tártaros. Este termo também é grego e, segundo a Pequena Enciclopédia Bíblica, da Editora Vida, significa “o mais profundo abismo do Hades”;
Os
líderes das TJ, no seu inglório afã de provarem a inexistência do
Inferno, arranjaram para as palavras Seol, Hades, Geena e Tártaros,
“definições” que colidem com a Bíblia e com o bom senso. Na ótica deles,
estas palavras não designam lugares, mas sim, condições. Dizem que ir
para o Seol ou Hades significa morrer com direito à ressurreição.
Concordam que o vocábulo Geena possui dois significados, sendo um
literal e outro simbólico. Aquiescem que a definição literal desta
palavra é Vale de Hinom, um vale de Jerusalém, mas afirmam que a
definição simbólica é morrer sem direito à ressurreição.
Quanto ao que dizem da palavra Tártaros, veremos no final deste capítulo.
Da
exposição supra, certamente está claro que as TJ crêem que à morte não
se vai para o Paraíso Celestial, nem tampouco para o Inferno, mas
tão-somente deixa de existir. Afirmam as TJ que dos mortos que voltarão a
existir, já que serão ressuscitados, pode-se dizer que estão no Seol ou
Hades. E que daqueles que se perderam, isto é, dos que não voltarão à
existência, visto que Jeová não pretende ressuscitá-los, pode-se afirmar
que estão na Geena. Seol e Hades são, portanto, segundo pensam as TJ, a
condição de graça na qual estão os mortos que Jeová, por sua
benignidade imerecida, irá ressuscitar. E Geena é o contrário disso.
Essa crença levou os líderes das TJ a afirmarem no capítulo 8 do livro
intitulado Seja Deus Verdadeiro, o seguinte: “Inferno, Lugar de Descanso em Esperança”.
I. Sobre Seol e Hades
1.1. Analisando o Seol e o Hades
Dissemos
que o que as TJ dizem dos vocábulos originais traduzidos por Inferno
nas nossas Bíblias, está errado. Crendo que podemos provar isto,
apresentamos os argumentos abaixo:
1º) O Sl 9.17 diz que os ímpios
e todas as gentes que se esquecem de Deus serão lançados no Seol. Ora,
se Seol é essa maravilha toda, à qual nem todos têm direito, mas somente
aqueles a quem Jeová agraciar (como o crêem as TJ), tornemo-nos ímpios e
esqueçamos de Deus, para que Ele nos agracie também. Ridículo, você não
acha?;
2º) segundo Pv 7.27; a casa da adúltera é caminho que conduz ao Seol. Isto seria ilógico se Seol fosse o que as TJ pensam.
3º) de acordo com Pv 23.13-14, os pais devem educar seus filhos, até mesmo fustigando-os com varas, a fim de livrá-los do Seol. Ora, se o Seol fosse a sorte dos agraciados por Deus, por que os pais deveriam se esforçar para livrar seus
filhos do Seol? Como sabemos, o verbo “livrar” significa isentar-se de
mal ou perigo. E que mal ou perigo haveria no Seol, se as TJ estivessem
conceituando o vocábulo Seol corretamente?
4º)Tudo que
dissemos acima acerca do Seol, pode ser dito a respeito do Hades, pois
como já vimos, nós e as TJ concordamos que Seol e Hades são termos
equivalentes entre si. Logo, nenhum exemplo precisaria ser dado para
demonstrarmos que Hades não é o que as TJ supõem. Contudo, para
reforçarmos o que já dissemos em refutação ao que as TJ dizem a respeito
do Seol, vejamos Mt 11.23: “E tu, Cafarnaum, porventura serás elevada até o Céu? Até o Hades descerás…” Segundo
o contexto deste versículo (Mt 11.20-24), os habitantes de Cafarnaum,
tão rebeldes quanto os de Corazim e Betsaida, não creram em Cristo nem
mesmo vendo-o, ouvindo-o e presenciando seus estupendos milagres, por
cujo motivo Jesus os qualificou como piores do que os habitantes de
Tiro, Sidom e Gomorra, os quais foram severamente punidos por Deus, como
expressão de Sua justiça. À base disso, Jesus bateu o martelo,
asseverando que os cafarnaunenses seriam abatidos até o Hades. Ora,
Cristo teria incentivado ao pecado, prometendo retribuir a incredulidade
e a desobediência com bênçãos, se o Hades fosse o que as TJ dizem ser.
Atentemos para o fato de que o texto em apreço não nos passa a idéia de
que os cafarnaunenses iriam para o Hades, apesar do pecado, mas sim, por causa do
pecado. Logo, o Hades, neste caso, não pode ser uma coisa boa. Sim,
visto que o pecado não pode ser causa de bênçãos. Deus, por Sua bondade,
pode até nos abençoar, a pesar dos nossos pecados; mas jamais fará do
pecado, motivo de bênção. Cristo teria, pois, sido incoerente, se as TJ
não estivessem enganadas sobre o que dizem do Hades.
Bem, provamos
com sólidos argumentos que o Seol ou Hades não pode ser o que as TJ
pensam, mas elas nos retrucam com um argumento tão ardiloso, que tem
impressionado muitas pessoas. Trata-se do seguinte: Alegam as TJ que
Seol ou Hades não pode significar um lugar de fogaréu, onde os ímpios
são atormentados, visto que Jacó, além de crer que José havia ido para
esse lugar, afirmou que ele também iria para lá um dia (Gn 37.35); o
justo Jó desejou ir para o Seol (Jó 14.13) e o próprio Cristo esteve lá
(Sl 16.10; At 2.27; Ef 4.9; 1 Pe 3.18-20). Contudo, esse raciocínio não é
tão consistente como aparenta, pois se fundamenta numa falsa base, a
saber, as TJ desconhecem o que os compêndios teológicos evangélicos
dizem destes vocábulos. A opinião predominante entre os teólogos
evangélicos é que Seol ou Hades significa, não um lugar de tormento, mas
sim, o mundo dos mortos. É que esse lugar é dividido principalmente em
duas partes, sendo uma boa e outra ruim. Do lado ruim ficam os ímpios, e
do lado bom ficavam os salvos do Antigo Testamento, os quais, a partir
da ascensão de Jesus, passaram a ocupar o Paraíso Celestial (Sl 68.18;
Ef 4.8; 2 Co 5.1-9; Fp 1.21-26; Ap 6.9-11; At 7.59 etc.).
A Ilha
Grande, distrito de Angra dos Reis/RJ, é um lugar maravilhoso, mas havia
lá um presídio de segurança máxima, onde ficavam criminosos de alta
periculosidade. Por estes motivos um bandido podia dizer: “Não me levem para a Ilha Grande!” E um turista exclamava: “Passarei as minhas férias na Ilha Grande!”.
Tal se dava porque na boca do bandido, a expressão “Ilha Grande”
significava o presídio que lá havia. Porém, na concepção do turista, a
mesma expressão significa a Ilha Grande em si, com toda a exuberante
beleza natural que ela ostenta. É por isso que o Sl 9.17 afirma que o
Seol é o lugar dos ímpios, enquanto Jacó e Jó referem-se a esse lugar
como a sorte dos justos. É que o Sl 9.17 trata do lado ruim do Seol,
enquanto Jacó e Jó têm em mente a parte boa desse lugar.
Alguns
poucos teólogos, bem como alguns tradutores da Bíblia, pensam que a
palavra Seol pode significar sepultura, dependendo do contexto. Este é o
motivo pelo qual às vezes Seol é vertido por sepultura em nossas
Bíblias em português, como em Gn 37.35 e Jó 14.13. Este autor, embora
respeite os que pensam assim, não comunga da mesma idéia. Cremos que a
razão está com os teólogos que sustentam que o Seol não significa
sepultura em hipótese alguma, como o fazem os pastores N. Lawrence Olson
e Raimundo F. de Oliveira que, respectivamente asseveram:
1º) “…
Embora haja grande diferença de sentido entre a palavra ‘queber’ e a
palavra ‘Seol’, certas versões das Escrituras têm feito confusão entre
as mesmas… Existe um só ‘Seol’, mas há muitos ‘queberes’… Concluímos…
que ‘queber’…significa sepultura, que acolhe o cadáver, enquanto o
‘Seol’ acolhe o espírito do homem…” (OLSON, Lawrence. O Plano Divino Através dos Séculos. Rio de Janeiro: CPAD. 8 ed. 1986. p. 182-183);
2º)“…É
verdade que a palavra hebraica ‘Sheol’ algumas vezes está traduzida
como ‘sepultura’ em algumas de nossas Bíblias em português, mas isso se
dá por força duma tradução equivocada” (OLIVEIRA, Raimundo F. de. Seitas e Heresias, Um Sinal dos Tempos. Rio de Janeiro:CPAD. 9 ed. 1994 p. 96).
Que
as TJ realmente pregam que o Seol é uma condição, e não um lugar, pode
ser visto à página 96 de Seja Deus Verdadeiro, edição de 1.955, onde
seus líderes registraram o seguinte: “… sheol ou ha’des significam a sepultura comum da humanidade, uma CONDIÇÃO onde os humanos, bons e maus, irão descansar na esperança de uma ressurreição sob o reino de Deus” (grifo nosso). Esta transcrição deixa claro que quando as TJ chamam o Seol de “sepultura comum da humanidade” elas
não estão se referindo às covas feitas para acolher cadáveres, visto
que elas informam textualmente que usam esta palavra com o significado
de CONDIÇÃO. Todavia, para que não haja mais dúvida alguma quanto a
isso, informamos que são delas estas palavras: “…A palavra hebraica she’óhl e seu equivalente em grego haídes não se referem a um lugar individual de sepultamento…” (Raciocínios à Base das Escrituras, página 191, edição de 1.985).
À página 1.646 da TNM de 1.986, os líderes das TJ fizeram constar “que o Seol é o lugar (não uma condição) que pede ou exige todos sem distinção, ao acolher os mortos da humanidade”.Contudo,
essa retratação (ou contradição?) é apenas parcial, já que elas
continuam crendo que uma parte dos mortos está no Seol, e a outra na
Geena. Senão, vejamos: “… Isso não significa que toda pessoa será
ressuscitada. A Bíblia mostra que Judas Iscariotes, que traiu a Jesus,
não será ressuscitado. Por causa de sua maldade proposital, Judas é
chamado de ‘filho da destruição’. (Jo 17.12). Ele foi para a simbólica Geena, da qual não há ressurreição (Mt
23.33). Pessoas que propositalmente praticam o que é mau após
conhecerem a vontade de Deus talvez estejam pecando contra seu espírito
santo. (Mt 12. 32; Hb 6.4-6; 10.26,27). Contudo, visto que Deus é o
Juiz, não há razão para tentarmos descobrir se certas pessoas más do
passado ou do presente serão ressuscitadas ou não. DEUS SABE QUEM ESTÁ
NO HADES E QUEM ESTÁ NA GEENA…” (Poderá Viver Para Sempre no Paraíso na Terra, página 171, parágrafo 16, edição de 1.989, grifo nosso).
O título do capítulo 8 de um dos livros das TJ intitulado Seja Deus Verdadeiro é: “INFERNO, LUGAR DE DESCANSO EM ESPERANÇA”.Em flagrante contradição, o parágrafo 13 deste capítulo diz: “Mas
não estão Satanás … e seus demônios no Inferno alimentando os fogos e
tornando o lugar insuportável para os que se encontram ali? Isto é o que
ensina o clero da Cristandade, mas talvez surpreender-se-á ao saber que
o Diabo nunca esteve em tal lugar. O servo humano do Diabo, o rei de
Babilônia, foi condenado a ir ao Inferno, o Inferno da Bíblia. Mas
Satanás, o Diabo, que se fez de si mesmo Lúcifer na sua organização é
aquele de quem se fala sob a figura do “rei de Babilônia” nas seguintes
palavras: ‘O Inferno desde o profundo se turbou por ti, para te sair ao
encontro na sua vinda; despertou por ti os mortos, e todos os príncipes
da terra, e fez levantar dos seus tronos a todos os reis das nações’ (Is
14.9 Al). Se o Diabo estivesse ali constantemente, como poderia ter-se
turbado o Inferno para recebê-lo? Somente porque, como fala dele
profeticamente o verso 15 (Al) ‘levado serás ao Inferno, ao mais
profundo do abismo’. É claro, pois, que Satanás ali irá pela primeira vez por ocasião da Batalha do Armagedom para encontrar-se com os mortos. Assim o Inferno, neste caso, corresponde ao abismo onde será lançado e amarrado por mil anos, Ap 20:1-3, 7” (Grifo nosso)
Basicamente
não discordamos do texto acima transcrito, pois está quase que em
perfeita harmonia com as Escrituras Sagradas. Mas podemos ver mais uma
vez o quanto as TJ são incoerentes, pois enquanto tentam provar que o
Seol significa sepultura, e que os mortos não estão, nem no Inferno e
nem no Paraíso, mas inconscientes nos sepulcros, dizem que o Inferno
(Seol, no original hebraico), do qual nos fala Isaías no capítulo 14,
versículo 15, e no qual o diabo será lançado, é o abismo, do qual nos
fala Ap 20.1-3, 7, onde o diabo estará preso durante mil anos; e que
então ele, o diabo, encontrará lá com os mortos. Ora, se já disseram que
o Seol é sepultura e que os mortos estão inconscientes nos túmulos, por
que dizem, agora, que o Seol de Isaías 14.15 é o abismo de Ap 20.1-3,
7, onde o diabo será lançado, e que ao chegar lá ele encontrará com os
mortos? Se os mortos estão inconscientes nos sepulcros, como que o diabo
os encontrará lá no abismo? Aqui as TJ entram num beco sem saída, pois o
Seol de Isaías 14.15 não pode ser uma sepultura literal (sepultar o
diabo?) e muito menos “uma condição de esperança, à qual nem todos têm direito, mas somente os que forem contemplados por Deus”, como erroneamente o supõem as TJ. Condição de esperança para Satanás? Nós e as TJ cremos não ser este o caso.
Talvez
as TJ digam que sendo a sepultura algo indesejável, Deus comparou a uma
sepultura o lugar onde o diabo será lançado. Mas, respondam-nos os
líderes das TJ: Seol é sepultura, ou é uma “condição de esperança”?
Recordamos que em o livro Seja Deus Verdadeiro, cap. 8, § 23, escrevem os líderes das TJ: “Seol
ou Hades significam a Sepultura comum da humanidade, uma condição onde
os humanos, bons e maus, irão descansar na esperança de uma ressurreição
sob o Reino de Deus.” Perguntamos: Então o diabo irá descansar na
esperança de uma ressurreição sob o Reino de Deus? Ou será sepultado? É
ao ser lançado na sepultura que ele (o diabo) encontrará com os mortos,
os quais se turbarão com sua chegada? Quem está inconsciente no sepulcro
se turba com a chegada de mais um?
Os líderes das TJ perceberam
que dariam muito na vista se dissessem que o Seol de Is 14.15 é uma
“condição de esperança na qual descansam os justos ”, porquanto é muito
irracional dizer que o diabo irá “descansar na esperança…”. Igualmente
ridículo seria dizer que, neste caso, Seol equivale a sepulcro literal,
pois como enterrar espírito?. Por este motivo eles disseram: “Assim, o Inferno, neste caso” (estão querendo dizer que, neste caso, a palavra Seol fugiu à regra), “corresponde ao abismo onde” (o diabo) “será lançado e amarrado por mil anos”.
Bem, esse emaranhado das TJ nos leva às seguintes conclusões:
1ª) se
o Seol é um lugar de descanso, e o diabo será levado para lá durante o
Milênio (como a Bíblia o diz e as TJ não negam), então Deus vai dar mil
anos de descanso ao diabo;
2ª) se o Seol é uma condição de
esperança, onde os mortos agraciados por Deus descansam na esperança de
uma ressurreição sob o Reino de Deus (como o crêem as TJ), então o diabo
irá morrer e descansar na esperança de uma ressurreição sob o Reino de
Deus. Ele (o diabo) terá, pois, também uma oportunidade de salvação, já
que as TJ ensinam que ir para o Seol é morrer com direito à ressurreição
para, deste modo, ter uma chance de salvação;
3ª) se o
Seol é o abismo onde o diabo estará preso durante o Milênio, como a
Bíblia o diz e as TJ não negam, como acima demonstramos, então nós, os
evangélicos, estamos certos por acreditarmos que há um lugar literal
chamado Seol;
4ª) se o diabo, ao chegar no lugar chamado
Seol (como a Bíblia o diz e as TJ não negam), encontrará lá com os
mortos, os quais se turbarão com a chegada dele (novamente como a Bíblia
o diz as TJ não negam), então os mortos não estão inconscientes nos
sepulcros, e sim lúcidos no Seol;
5ª) já que o Seol dos líderes das TJ tem mil e uma utilidades, não é razoável dar-lhes crédito, visto saltar aos olhos que eles não estão falando coisa com coisa.
Na
realidade, o vocábulo Seol não tem essas definições que os líderes das
TJ lhe dão. Mas, aproveitando a deixa, perguntamos: Se o Seol de Is
14.15 é o abismo mencionado em Ap 20.1-3,7, onde o diabo será preso
durante mil anos, por que o Seol do qual trata o Sl 9.17, Pv 23. 13-14 e
Gn 37. 35 não pode significar esse mesmo lugar?
O Seol “camaleão”
dos chefes das TJ recebe várias “cores”; menos, porém, a “cor” bíblica,
pois o mesmo não está num ambiente cristão.
1.2. Localizando o Seol
Teólogo de renome, o Pastor e Missionário N. Lawrence Olson, de saudosa memória, fez constar de seu livro O Plano Divino Através dos Séculos, que Seol nunca significa sepultura, e se localiza “no coração da terra”, “abaixo da terra”, “nas profundezas.” Cremos
que o Reverendo Lawrence dispunha de razões sobejas para se expressar
assim. Vejamos, pois, algumas das muitas passagens bíblicas que, a nosso
ver, corroboram com a posição defendida pelo saudoso Pastor.
1ª) A Bíblia diz que o Seol está embaixo, Pv 15.24;
2ª) A Bíblia diz que a sabedoria de Deus é “mais profunda” do
que o Seol, Jó 11.8. Sendo portador de tão excelsa sabedoria,
certamente só o mais profundo dos abismos serviria para ser contrastado
com Sua sabedoria. Obviamente não seria razoável dizer que Deus é tão
sábio, que Sua sabedoria é mais profunda do que um buraco de sete palmos
de profundidade. Sim, pois que maravilha haveria nisso? Se assim fosse,
nem tão profunda seria Sua sabedoria;
3ª) Provérbios 9.18 nos fala das “profundezas do Seol”;
4ª) Em Nm 16.30,33 somos informados acerca de alguns murmuradores que “desceram vivos ao Seol.” Ora,
se ir para o Seol significasse simplesmente a condição na qual estão os
mortos que Deus pretende ressuscitar, como poderia alguém descer vivo
ao Seol? Como descer vivo à condição de morto? Aliás, que haveria de
estupendo nisso, digno de nota, já que, naturalmente, só os vivos podem
morrer? Quem não sabe que só os vivos podem morrer? Logo, este texto
também confirma que o Seol está embaixo;
5ª) Em Am 9.2 encontramos Deus asseverando que o homem não se furta ao Seu juízo, nestes termos: “Ainda que cavem até ao Inferno”(Seol no original), “a minha mão os tirará dali…” Ora, como cavar até o Seol, se Seol fosse sepultura? Cavar a sepultura é possível, mas cavar até à sepultura
é inadmissível, visto que a sepultura não fica oculta no interior da
terra, já que vai do solo ao fundo da cova. De igual modo, não se
poderia cavar até ao Seol se este fosse uma condição. Como cavar até a
uma condição? Deste modo, o texto em apreço também ratifica que o seol
está embaixo e que é um lugar literal;
6ª) O apóstolo Paulo disse que Cristo “desceu às partes mais baixas da terra”. Obviamente
não se refere aqui à sepultura, já que todos nós conhecemos depressões
bem mais profundas. A TNM tenta esconder isto, vertendo este versículo
assim: “…desceu às regiões mais baixas, isto é, à terra?”. Assim
esconde-se dos que não têm acesso ao original, que Cristo desceu ao lado
bom do Hades, onde fez companhia ao ex-ladrão, durante três dias,
conforme prometera em Lc 2.43. Deste modo a TNM dá mais um exemplo de
fraude. Felizmente, a grande maioria dos tradutores da Bíblia mantém que
Cristo desceu às partes mais baixas da terra, retendo a ideia de que a alma de Jesus desceu ao mundo dos mortos.
Cremos
que os seis exemplos acima apreciados, provam cabalmente que o Seol
está embaixo. Ora, sabemos que a Terra, além de ser relativamente
redonda, paira no Espaço, o que nos impossibilita de determinarmos os
seus lados superiores e inferiores, senão arbitrariamente. Portanto, se o
Seol está embaixo, sua localização não pode ser, senão o centro da
Terra. Este está sempre embaixo, na ótica dos que estão no solo.
A
localização do Seol ou Hades, não é relevante, visto não possuir valor
salvífico. Contudo, se é tema bíblico, não é supérfluo; sendo, pois, um
assunto digno da nossa atenção. No nosso caso, este assunto só é
abordado aqui porque cremos que os trechos bíblicos que falam de sua
localização provam que ele é literal, não sendo, pois, uma condição em
hipótese alguma.
1.3. A Respeito da geena
Como
já sabemos, a palavra original traduzida por “Inferno” em Mt 23.33, é
Geena. Jesus asseverou que só Deus pode lançar na Geena (Lc 12.4-5; Mt
10.28).
As TJ dizem que por ser Deus o único juiz, não cabe a nós
apontarmos quem está ou não na Geena. E acrescentam que os mortos para
os quais não há mais esperança de salvação, como Judas Iscariotes, os
que blasfemaram contra o Espírito Santo e outros, estão na Geena. E,
como já sabemos, estar na Geena é, na opinião delas, estar morto sem
direito à ressurreição. Porém, Jesus disse em Mt 12.36 que no Dia do
Juízo os homens terão que prestar conta de todas as suas
palavras frívolas. Isto, comparado com o versículo 32 que nos diz que a
blasfêmia contra o Espírito Santo é imperdoável, nos permite compreender
que os que blasfemaram contra o Espírito Santo, terão que responder por
seus atos. E, se terão que responder por seus atos, então vão existir,
já que um ser inexistente não pode ser responsabilizado por coisa
alguma. Ora, se existisse a Geena das TJ, o morto que blasfemara contra o
Espírito Santo, estaria na tal Geena inevitavelmente. Mas, por dizer
Jesus que todos vão responder por suas palavras fúteis (o que inclui a
blasfêmia contra o Espírito), salta aos olhos que não há ninguém extinto
uma vez por todas, como pregam os líderes das TJ; o que prova
cabalmente que o vocábulo Geena não significa o que as TJ pensam.
O
ex-TJ Aldo Menezes, nos falou pessoalmente, e depois ratificou à página
258 de seu livro intitulado Porque Abandonei as Testemunhas de Jeová,
1ª edição de 2002, Editora Vida, que as TJ crêem que ao morrer, os
injustos vão para o Seol, ao passo que os iníquos (ímpios nas Bíblias
evangélicas), vão para a Geena. Se as TJ confirmarem esta afirmação,
podemos citar novamente o Sl 9.17, para demolir mais um castelo de areia
dessa seita. É que este texto bíblico promete o Seol aos iníquos. Veja,
pois, o Sl 9.17 na TNM. Ora, se todos os que foram para o Seol serão
ressuscitados, e os iníquos estão no Seol, então eles também
ressuscitarão. Além disso, o Corpo Governante precisa voltar a pregar
que o povo de Sodoma destruído por Deus numa chuva de fogo, há de
ressuscitar, pelas seguintes razões:
a) já que a Bíblia afirma que
os cafarnaunenses, declarados por Cristo como piores do que os
sodomitas, ressuscitarão, visto ter dito o Senhor que eles (os
cafarnaunenses) foram para o Hades, como já vimos. E relembramos que ir
para o Hades é, segundo o Corpo Governante, o mesmo que morrer com
direito à ressurreição;
b) ora, já que os cafarnaunenses, declarados por Cristo como piores do
que os sodomitas, ressuscitarão para terem sua chance de também
herdarem a vida eterna, certamente os sodomitas também terão a mesma
bênção.
Em Jo 5.28,29 podemos ler o que se segue: “…todos os
que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz. E os que fizeram o bem sairão
para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal para a ressurreição
da condenação.” Se alguns dos mortos estão na Geena das TJ, por
que diz então a Bíblia que todos os que estão nos sepulcros ouvirão ao
voz do Senhor Jesus e sairão; sendo que uns, para a vida, e outros para a
condenação? Isto prova que a ressurreição é para todos.
As TJ
“refutam” este argumento que acabamos de apresentar da seguinte maneira:
“A Bíblia não está dizendo que todos os mortos ressuscitarão, mas sim,
que ‘todos os que estão nos sepulcros memoriais sairão’. A palavra ‘memoriais’,
indica que estes mortos estão na memória de Jeová, isto é, Jeová não se
esqueceu deles. Isto significa que eles não estão na Geena, mas no
Hades ou Seol”. Porém, este sofisma é facilmente detectável e refutável
pelas seguintes razões:
1ª) A única “bíblia” que contém a palavra memoriais em
Jo 5.28 é a das TJ. Consultamos várias versões e não encontramos esta
palavra em nenhuma delas. A palavra original (gr) traduzida por túmulos memoriais na TNM é mnemeion. Esta traduçãozinha barata nada mais é que o cúmulo do absurdo exegético e da tradução descabida;
2ª) ‘Túmulo memorial’ não existe em português. mnemo é, de fato, prefixo grego de lembrança, mas como substantivo não tem nada a ver com o que as TJ supõem;
3ª) A palavra mnemeion,
muda de significado de acordo com a frase, podendo significar
lembrança, urna com restos mortais ou sepulcros. No caso em lide,
significa sepulcro e nada mais. Aliás, qual é o túmulo que não é
memorial?;
4ª) Se mnemeion fosse o que as TJ disseram
acima, o mesmo seria, então, a referida e suposta condição de esperança,
à qual, segundo creem elas, nem todos têm direito, que elas dizem ser o
mesmo que Hades ou seol, isto é, estar morto na esperança da
ressurreição, como já sabemos. Logo, não seria um lugar individual de
sepultamento, como elas mesmas já definiram os vocábulos Seol e hades,
como já vimos. Porém, como conciliarmos isto com Mt 27.52,53 onde mnemeion se
abrem literalmente? Como abrir ao pé da letra, uma condição de
esperança? Porventura, é possível abrir literalmente a memória de Jeová?
Será que não está claro que os mnemeion de Mt 27.52, 53 são sepulcros
literais, e não a suposta condição de esperança com a qual Deus teria
contemplado os mortos por Ele agraciados com a promessa da ressurreição,
como o supõem as TJ? Este argumento torna-se mais forte ainda, quando
consideramos que as Tj, baseando-se na sua TNM (que traduz erradamente
os versículos 52 e 53 de Mt 27), não crêem que tenha ocorrido a
ressurreição de alguns dos santos mencionados em Mt 27. 52-53. Elas
creem que houve um terremoto, sob cujo impacto os corpos dos santos que
jaziam mortos, foram expostos. Não concordamos com esse argumento,
naturalmente. Porém, não estamos, por enquanto, discutindo se houve ou
não ressurreição. Por hora queremos apenas deixar claro que à luz de Mt
27. 52-53, mnemeion é sepulcro ao pé da letra. Não há nada figurativo
aqui. Deste argumento as TJ não podem discordar, visto que embora elas
divirjam de nós quanto à ressurreição dos mortos aqui considerados,
concordam, entretanto, que os sepulcros abertos com o dito terremoto são
túmulos literais. Deste modo acabamos de provar que mnemeion não é o
que as TJ pensam. Para chegarmos a esta conclusão, usamos o próprio
raciocínio delas. Elas também crêem assim.
1.4. A Respeito do tártaro
Pregam
os líderes das TJ que Tártaros também não é um lugar; antes refere-se à
condição rebaixada ou decaída na qual estão os demônios (Poderá Viver
para Sempre no Paraíso na Terra, página 95, parágrafo 12). Dizem que 2
Pe 2.4, que afirma que os anjos que pecaram estão no Tártaros, prova
isso, já que eles, embora presos no Tártaros, estão soltos por aí, como o
atestam outros textos correlatos. Esse argumento seria irrefutável, se
as TJ pudessem provar que os anjos que estão retidos no Tártaros fossem
os demônios que zanzam por aí. Mas, o fato de não haver um só dicionário
grego-português que defina Tártaros à moda TJ, somado à realidade de
que os trechos bíblicos que falam dos anjos que estão encarcerados no
Tártaros, ao lado dos que descrevem os demônios soltos na Terra, podem
tão-somente constituir-se em prova de que os anjos rebeldes mencionados
em 2 Pe 2.4, e os demônios, são distintos, isto é, um não é o outro,
torna-se infundado o parecer dos líderes das TJ.
Para se
certificar que de fato as TJ pregam o que dissemos acima, basta
consultar o livro delas intitulado Poderá Viver Para Sempre no Paraíso
na Terra, páginas 76-89, 166-172.
Os líderes das TJ julgam
facílimo provar que o Inferno, como um lugar de tormento, não existe,
dizendo que Seol, Hades, Geena e Tártaros são apenas condições. Contudo,
vimos que essa doutrina não resiste a um confronto com as Escrituras.
O
que as TJ dizem sobre o Inferno está mais bem refutado na nossa obra
intitulada As Testemunhas de Jeová e o Inferno. Se você deseja
adquiri-la para aprofundar seus conhecimentos sobre este assunto, queira
contatar-nos.
II. Inferno: uma questão de justiça
Como
vimos na INTRODUÇÃO deste livro, as TJ afirmam que pregar a existência
do Inferno como lugar de tormento eterno, desonra o Deus amoroso. Porém,
a verdade é diametralmente oposta. A severa punição eterna aplicada
sobre o pecado, por si só demonstra quão hediondo crime o pecado é; o
que, por sua vez testifica da magnitude tanto de Deus como de Sua Lei.
Sim, isto exibe com naturalidade a magnificência de Deus, cuja Lei
justa, santa e boa não pode ser ultrajada sem horríveis conseqüências. O
pecado, por ser contra Deus, o qual é infinito em todos os Seus
atributos: justiça, santidade, bondade, etc., é um crime de hediondez
infinita que reclama punição infinda. A extinção do diabo, dos demônios e
dos homens que se perderem, seria algum tipo de misericórdia e
afrouxamento da justiça divina, o que só ocorrerá no dia em que Deus
deixar de ser Deus. Mas, como Deus é Deus de eternidade a eternidade (Sl
90.2), o fogo que se acendeu na Sua ira (Dt 32.22) jamais se apagará; o
que perpetua infinitamente o tormento dos perdidos. Lembremo-nos que o “juízo será sem misericórdia” (Tg 2.13).
No livro Seja Deus Verdadeiro,
as TJ afirmam que a crença na existência do Inferno é contrária às
Escrituras Sagradas, oposto ao amor de Deus e repugnante à justiça.
Contudo, já vimos que elas tiveram que redefinir as palavras Seol,
Hades, Geena, Tártaro e Mnemeion, dando a estes vocábulos significados
que quando não colidem entre si mesmos, chocam frontalmente com a
Bíblia, com o bom senso e com a gramática dos idiomas de origem destes
vocábulos, o que é indício de fraude.
O tormento eterno não é
contrário à Bíblia, mas sim à consciência cauterizada (1 Tm 4.2) dos
homens naturais que, por isso mesmo, não podem compreender as coisas do
Espírito de Deus, por lhes parecerem loucura (1 Co 2.14).
As TJ
crêem que Deus fará justiça punindo o pecado. O que elas não admitem é
que a punição seja tão severa. Todavia, o castigo do pecado terá a
duração que Deus julgar necessária, e não a que gostaríamos que tivesse.
Não nos deve causar estranheza o fato dos padrões de justiça divina não
coadunarem com os nosso pontos de vista.
Quanto a alegação das TJ
de que o tormento eterno é oposto ao amor de Deus, respondemos que Deus
preferiu nos dar Seu Filho Unigênito para nos livrar de perecermos no
Inferno, a diminuir os castigo devido ao pecado. A eternidade da pena do
pecado santifica o nome de Deus, pois evidencia que Ele não compactuou
com o pecado, deixando de puni-lo a altura de seus méritos. Deus não
precisa afrouxar a pena do pecado para demonstrar o Seu amor por nós,
visto que o Seu infinito amor já se descortinou no Calvário (Rm 5.8).
Os
horrores do tormento eterno provam o valor do sacrifício de Jesus. A
grandeza de um livramento é proporcional ao perigo do qual se livrou.
São os livramentos das grandes catástrofes que nos deixam grandemente
emocionados. Quando nos livramos de um pequeno inconveniente, não nos
emocionamos muito. Assim podemos perceber quão grande é o livramento que
Jesus nos deu! Ele nos livrou dos horrores eternos! Logo, infinito é o
valor do seu sacrifício por nós. O sacrifício é infinito porque o
sacrificado infinito é, pois se trata do sacrifício do Deus-Homem. Este
sacrifício infinito se fez necessário porque a pena é infinita. A pena é
infinita porque o pecado é crime infinito. E o pecado é crime infinito
porque infinito é o Deus contra o qual se pecou. Este Deus, por ser
infinitamente justo, lavrou uma sentença infinita. E por ser
infinitamente bom, provê salvação infinita, através do sacrifício
infinito, a todos os que arrependidos aceitam a graça infinita. Deste
modo, o sacrifício infinito prova que a pena é infinita, pois do
contrário seria desperdício. E a pena infinita prova o valor infinito do
sacrifício de Jesus, pois doutro modo seria insuficiente, isto é, por
não ser correspondente, não substituiria o pecador; e, portanto, não
quitaria a dívida contraída por nós.
Do exposto até aqui, podemos dizer acerca do Inferno o seguinte: 1) o Inferno existe; 2) é justo que o Inferno exista; 3) a realidade do Inferno, muito longe de desonrar a Deus, exibe a Sua justiça; 4) A cruz de Cristo é a maior prova da existência do Inferno, visto que, doutro modo, ela seria supérflua; 5) Jesus
preferiu suportar o “fogo” da crucificação em nosso lugar, a fazer
vista grossa ao pecado, não acendendo o fogo do Inferno.
Extraído do livro: Testemunhas de Jeová: Que Seita é Essa? PASTOR JOEL SANTANA
VIA:
http://www.cacp.org.br/tjs-a-respeito-do-inferno/
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