Apesar da antiguidade
dos livros bíblicos, os manuscritos mais antigos que possuímos datam a
maior parte do III e IV Século d.C.. Tais manuscritos são o resultado do
trabalho de copistas (escribas) que, durante séculos, foram fazendo
cópias dos textos, de modo a serem transmitidos às gerações seguintes. O
trabalho desenvolvido por especialistas que se dedicam a comparar as
diversas versões e a seleccioná-las, denomina-se Crítica Textual. E o
resultado de seu trabalho são os Textos-Padrão.
A grande fonte hebraica para o Antigo Testamento é o chamado Texto
Massorético. Trata-se do texto hebraico fixado ao longo dos séculos por
escolas de copistas, chamados Massoretas, que tinham como
particularidade um escrúpulo rigoroso na fidelidade da cópia ao
original. O trabalho dos massoretas, de cópia e também de vocalização do
texto hebraico (que não tem vogais, e que, por esse motivo, ao
tornar-se língua morta, necessitou de as indicar por meio de sinais),
prolongou-se até ao Século VIII d.C.. Pela grande seriedade deste
trabalho, e por ter sido feito ao longo de séculos, o Texto Massorético
(sigla TM) é considerado a fonte mais autorizada para o texto hebraico
bíblico original.
No entanto, outras versões do Antigo Testamento têm importância, e
permitem suprir as deficiências do Texto Massorético. É o caso do
Pentateuco Samaritano (os samaritanos eram uma comunidade étnica e
religiosa separada dos judeus, que tinham culto e templo próprios, e que
só aceitavam como livros sagrados os do Pentateuco), e principalmente a
Septuaginta Grega (sigla LXX).
A Versão dos Setenta ou Septuaginta Grega, designa a tradução grega
do Antigo Testamento, elaborada entre os séculos IV e II a.C., feita em
Alexandria, no Egipto. O seu nome deve-se à lenda que referia ter sido
essa tradução um resultado milagroso do trabalho de 70 eruditos judeus, e
que pretende exprimir que não só o texto, mas também a tradução, fora
inspirada por Deus. A Septuaginta Grega é a mais antiga versão do Antigo
Testamento que conhecemos. A sua grande importância provém também do
facto de ter sido essa a versão da Bíblia utilizada entre os cristãos,
desde o início, e a que é citada na grande parte do Novo Testamento.
Da Septuaginta Grega fazem parte, além da Bíblia Hebraica, os Livros
Deuterocanónicos (aceites como canónicos apenas pela Igreja Católica), e
alguns escritos apócrifos (não aceites como inspirados por Deus por
nenhuma das religiões cristãs ocidentais).
Encontram-se 4 mil manuscritos em grego do Novo Testamento, que
apresentam variantes. Diferentemente do Antigo Testamento, não há para o
Novo Testamento uma versão a que se possa chamar, por assim dizer,
normativa. Há contudo alguns manuscritos mais importantes, pelas sua
antiguidade ou credibilidade, e que são o alicerce da Crítica Textual.
Uma outra versão com importância é a chamada Vulgata Latina, ou seja,
a tradução latim por São Jerónimo, em 404 d.C., e que foi utilizada
durante muitos séculos pelas Igrejas Cristãs do Ocidente como a versão
bíblica autorizada.
De acordo com as Sociedades Bíblicas Unidas, a Bíblia já foi
traduzida, até 31 de dezembro de 2007, para pelo menos 2.454 línguas e
dialectos, sendo o livro mais traduzido do mundo.
Língua portuguesa
Os primeiros registros da tradução de trechos da Bíblia para o
português remontam ao final do século XIII, por Dom Dinis. Mas a
primeira Bíblia completa em língua portuguesa foi publicada somente em
1753, na tradução de João Ferreira de Almeida (1628-1691).
O missionário e tradutor João Ferreira de Almeida foi o principal
tradutor da Bíblia para a língua portuguesa. Ele já conhecia a Vulgata,
já que seu tio era padre. Após converter-se ao protestantismo aos 14
anos, Almeida partiu para a Batávia. Aos 16 anos traduziu um resumo dos
evangelhos do espanhol para o português, que nunca chegou a ser
publicado. Em Malaca traduziu partes do Novo Testamento também do
espanhol.
Aos 17, traduziu o Novo Testamento do latim, da versão de Theodore
Beza, além de ter se apoiado nas versões italiana, francesa e espanhola.
Aos 35 anos, iniciou a tradução diretamente dos originais, embora
seja um mistério como ele aprendeu os idiomas originais. É certo que ele
usou como base o Texto Massorético para o Antigo Testamento, o Textus
Receptus, editado em 1633 pelos irmãos Elzevir, e alguma tradução da
época, como a Reina-Valera. A tradução do Novo Testamento ficou pronta
em 1676.
O texto foi enviado para a Holanda para revisão. O processo de
revisão durou 5 anos, sendo publicado em 1681, e teve mais de mil erros.
A razão é que os revisores holandeses queriam harmonizar a tradução com
a versão holandesa publicada em 1637. A Companhia das Índias Orientais
ordenou que se recolhesse e destruísse os exemplares defeituosos. Os que
foram salvos foram corrigidos e utilizados em igrejas protestantes no
Oriente, sendo que um deles está exposto no Museu Britânico. Após sua
morte foram detectados vários erros de tradução, e as sucessivas edições
por que passou ao longo dos anos tornou o atual texto das Bíblias de
Almeida bastante diferente do texto da primeira edição, mantendo,
contudo, o estilo clássico do vocabulário.
VERSÕES DO ANTIGO TESTAMENTO
1. SEPTUAGINTA (LXX) – Esta é uma tradução do original hebraico do
Antigo Testamento para o grego. Foi feita em Alexandria, entre os
séculos III e I a.C., por diversos tradutores.
2. LATIM ANTIGO – Esta denominação é para distinguir dos manuscritos
posteriores, como os da Vulgata. Estes manuscritos já existiam ao final
do II séc. d. C. Suas traduções são da LXX e chegaram até nós muito
fragmentadas.
3. VULGATA LATINA – Feita ao final do séc. IV d.C., por Jerônimo. Ele
fez três traduções do livro de Salmos, sendo que a segunda é que foi
adotada. Sua tradução do Antigo Testamento, a princípio, deixou de lado
os livros apócrifos, por não desejar que os mesmos fossem incluídos em
sua versão, embora já houvesse traduzido os livros de Judite e Tobias.
Ao final, estes livros foram adicionados, fazendo parte da Vulgata. Esta
foi a Bíblia oficial durante toda a idade média, na Europa ocidental.
Existem cerca de oito mil manuscritos da Vulgata.
4. SIRÍACO PESHITTA – Foi traduzida do hebraico, no II século d. C. e
era o texto padrão dos cristãos sírios. Posteriormente houve uma
revisão, pela LXX.
5. HEXAPLA SIRÍACA – Foi traduzida com base na LXX de Orígines, pelo
bispo de Tela, em 617 d.C. Este manuscrito foi bastante estudado no
exame da LXX, em virtude de ter preservado as notas críticas do original
grego de Orígines.
6. COPTA (egípcio) – São quatro as versões do Antigo Testamento nesta
língua. A saídica ou tebaica foi preparada no século II d. C., no sul
do Egito, com base na LXX. No século IV d. C., no norte do Egito, foi
preparada a versão boárica ou menfítica. Com poucos fragmentos,
conhece-se também as versões fayúmica e akhmímica.
7. VERSÕES MENORES – Foram traduzidas para o gótico, etíope e o armênio, no século IV d.C.
VERSÕES DO NOVO TESTAMENTO
1. LATIM ANTIGO – Foi produzida no fim do século II, d.C.,
provavelmente na África. Existe a forma africana e européia. A européia,
ou itálica, serviu como uma das bases da Vulgata de Jerônimo, quanto ao
Novo Testamento. A africana foi usada por Cipriano. A versão em Latim
Antigo é importante testemunho do tipo de texto anterior ao Textus
Receptus.
2. DIATESSARON – Preparada em grego cerca de 160 d.C. e traduzida
para o siríaco. Trata-se de uma harmonia dos evangelhos de autoria de
Taciano.
3. SIRÍACO ANTIGO – Traz este nome para não ser confundida com a
versão Peshitta posterior, que era a versão popular em siríaco. Essa
versão existe nos manuscritos sinaítico e curetoniano.
4. PESHITTA – É uma tradução para o siríaco, do fim do século IV d.C.
Seu cânon é composto por apenas 22 livros, não trazendo II Pedro, e III
João, Judas e Apocalipse.
5. COPTA – São conhecidas cinco versões do Novo Testamento em copta
ou egípcio. A versão saídica é a mais antiga e apareceu no sul do Egito
no século II d.C. Do norte do Egito veio a versão boárica e tornou-se a
versão dominante, pois é representada por um número maior de
manuscritos. As outras versões são a fayúmica, a akhmímica e a do Egito
Médio.
6. ARMÊNIA – É do final do século V d.C. e tem sua base numa fonte
cujo texto tinha similaridade com os manuscritos gregos Theta, 565 e
700. Afasta-se muito dos melhores manuscritos gregos, aproximando-se do
Textus Receptus. Há 1.244 cópias dessa versão.
7. GEÓRGIA – Seu manuscrito mais antigo é o Adysh, de 897 d.C. É
possível que essa tradução tenha sua origem do texto armênio. Era a
Bíblia da Geórgia.
8. VULGATA LATINA – Preparada por Jerônimo, ao final do século V, é
uma revisão dos manuscritos mais antigos. Tornou-se o texto latino do
Novo Testamento. A partir do Concílio de Trento, 1546, é considerado o
texto oficial da Igreja Católica Romana. Cerca de oito mil manuscritos
da Vulgata apresentam uma mistura de tipos textuais, visto suas adições,
exclusões e contaminações, feitas por muitos escribas através dos
séculos.
9. VERSÕES SECUNDÁRIAS – Destacamos a gótica, etíope, eslavônica, árabe e persa.
10. VERSÕES MODERNAS – Mesmo antes da Reforma protestante houve
muitas traduções da Bíblia para as diversas línguas faladas. Em 1382,
com John Wycliff, teve início a Bíblia inglesa, com base na Vulgata
Latina; por isso inclui também os livros apócrifos. Em 1280 e 1400
surgiram porções da Bíblia em português (veja o artigo sobre a BÍBLIA EM
PORTUGUÊS). Mas somente com a Reforma protestante é que a Bíblia
começou a ser traduzida para o inglês, alemão, francês, italiano,
espanhol, português e outras línguas européias. Para obter-se uma obra,
para que não fosse volumosa, então mais cara, os tradutores procuravam
produzir o texto com economia de palavras, perdendo em muito o
significado das línguas originais. Isso foi corrigido em tempo e
começaram a surgir traduções mais fieis ao texto original, sem
preocupação com economia de palavras. Destas novas traduções destacamos a
Amplified New Testament, da Zondervan Publishing House; The New
Testament de Charles B. Williams e The New Testament, an Expanded
Translation, de Kenneth S. Wuest. Outras traduções tornaram-se
importantes: A Bíblia de Tyndale, traduzida em 1525 diretamente do
hebraico e grego. A Versão do Rei Tiago (King James), baseada na Bíblia
de Tyndale, sob a encomenda do Rei Tiago, surgiu em 1611 e
popularizou-se entre os países de língua inglesa. The American Standard
Revised Bible, lançada por ingleses e americanos em 1901, sendo uma
espécie de revisão da versão do Rei Tiago. A partir de 1804, com a
British and Foreign Bible Society surgiram as modernas Sociedades
Bíblicas que muito vêm contribuindo para a divulgação da Bíblia.
A BÍBLIA EM PORTUGUÊS
1. Traduções parciais – D. Diniz (1279-1325), rei de Portugal,
traduziu da Vulgata os primeiros vinte capítulos do livro de Gênesis. O
rei D. João I (1385-1433) ordenou que houvesse uma tradução para o
português. Alguns padres católicos, a partir da Vulgata, traduziram os
evangelhos, Atos e as epístolas de Paulo. O próprio rei traduziu o livro
de Salmos. Com esses livros publicaram a obra. Mais tarde foram
preparadas outras traduções de porções Bíblicas: os evangelhos, que a
infanta Dona Filipa, neta do rei D. João I, traduziu do francês; o
evangelho de Mateus e porções dos outros evangelhos, da Vulgata, pelo
frei Bernardo de Alcobaça; os evangelhos e as epístolas, pelo jurista
Gonçalo Garcia de Santa Maria; uma harmonia dos evangelhos, por Valentim
Fernandes, em 1495; em 1505, por ordem da rainha Leonora, foram
publicados o livro de Atos e as epístolas gerais. Outras traduções
realizadas em Portugal foram: os quatro evangelhos, traduzidos pelo
padre jesuíta Luiz Brandão; e, no início do século XIX, os evangelhos de
Mateus e Marcos, pelo padre Antonio Ribeiro dos Santos.
2. Traduções Completas
2.1 Tradução por João Ferreira de Almeida. Por conhecer o hebraico e o
grego, usou os mss. dessas línguas para sua tradução. Quanto iniciou o
empreendimento era pastor protestante. Almeida utilizou-se do Textus
Receptus, que representa os mss. do grupo bizantino, possivelmente o
mais fraco entre os mss. gregos. Primeiramente traduziu e editou o N.T.
publicado em 1681, em Amsterdã, Holanda. Essa tradução apresentava
muitos erros. Almeida mesmo fez uma lista de dois mil erros. Muitos
desses erros foram feitos pela comissão holandesa, que procurou
harmonizar a tradução de Almeida com a versão holandesa de 1637. A
dificuldade de Almeida é que não havia papiro algum e os unciais (mss.
em letras maiúsculas) eram poucos. Esta a razão porque teve que lançar
mão de fontes inferiores. Ele utilizou-se da edição de Elzevir do Textus
Receptus, de 1633. As edições mais modernas muito progrediram na
tradução. Com base nesta tradução foram lançadas a Revista e Atualizada,
A Edição Revista e Atualizada e a Versão Revisada de acordo com os
melhores textos em Hebraico e Grego.
2.2 Tradução de Antônio Pereira de Figueiredo. Teve como base a
Vulgata Latina. Em 1896 fez sua primeira tradução em colunas paralelas
da Vulgata e de sua tradução para o português. Essa tradução foi usada
pela Igreja de Roma. Por ter sido utilizada a Vulgata como base, tem a
desvantagem de não representar o melhor texto do N.T. que conhecemos
pelos mss. unciais mais antigos e pelos papiros.
2.3 A Bíblia de Rahmeyer. – Manuscrito do comerciante hamburguês
Pedro Rahmeyer, que residiu em Lisboa, e traduziu em meados do século
XVIII. Este manuscrito se encontra na Biblioteca do Senado de Hamburgo,
Alemanha.
3. A Bíblia no Brasil. Traduções Parciais
3.1 No Brasil, a primeira tradução, somente do Novo Testamento, foi
feita por frei Joaquim de Nossa Senhora de Nazaré, traduzida da Vulgata e
somente do N.T. Foi publicada em São Luiz do Maranhão. Esta obra teve
forte impacto por trazer em seu prefácio acusações contra as “bíblias
protestantes”, que estariam “falsificadas” e falavam “contra Jesus
Cristo e contra tudo quanto há de bom”.
3.2 Primeira Edição Brasileira do Novo Testamento de Almeida – Esta
edição foi revista por José Manoel Garcia, pelo pastor M.P.B. de
Carvalhosa e pelo pastor Alexandre Blackford, agente da Sociedade
Bíblica Americana no Brasil. Esta obra foi lançada em 1879 pela
Sociedade de Literatura Religiosa e Moral do Rio de Janeiro.
3.3 Harpa de Israel, título dado à tradução do Livro dos Salmos, em 1898, por F.R. dos Santos Saraiva.
3.4 O Evangelho de Mateus, traduzida do grego em 1909 pelo padre Santana.
3.5 O Livro de Jó, publicado em 1912 por Basílio Teles.
3.6 O Novo Testamento, traduzido da Vulgata Latina por J. L. Assunção, em 1917.
3.7 O Livro de Amós, traduzido do idioma etíope por Esteves Pereira, em 1917.
3.8 O Novo Testamento e o Livro dos Salmos, baseados na Vulgata, em 1923, por J. Basílio Pereira.
3.9 Lei de Moisés (O Pentateuco) preparada em hebraico e português, pelo rabino Meir Masiah Melamed. Não há indicação de data.
3.10 Tradução do Padre Humberto Rodhen. Foi o primeiro católico a
fazer uma tradução diretamente do grego. Traduziu o N.T. que foi
publicado pela Cruzada de Boa Imprensa em 1930. Tal como Almeida
utilizou-se de textos inferiores, por isso, sofreu severas críticas.
3.11 Nova Versão Internacional. Lançada em 1993 pela Sociedade Bíblica Internacional.
4. A Bíblia no Brasil. Traduções Completas
4.1 Tradução Brasileira – Iniciada em 1902 e concluída em 1917, sob a
direção do Dr. H. C. Tucker. A comissão tradutora utilizou-se de mss.
melhores do que os de Almeida. Entretanto, nunca foi muito popular.
4.2 Tradução do Padre Matos Soares – Foi baseada na Vulgata. É de
1930, e em 1932 recebeu apoio papal. É muito popular entre os católicos.
4.3 Revisão da tradução de Almeida (Edição Revista e Atualizada) – O
trabalho de revisão iniciou-se em 1945, por uma Comissão formada pela
Sociedade Bíblica do Brasil. A linguagem foi muito melhorada, até porque
foram usados mss. gregos dos melhores.
4.4 Tradução pelos monges Meredsous (1959) (Bélgica) – Editada pela
Editora Ave Maria e traduzida do hebraico e grego para o francês e em
seguida para o português por uma equipe do Centro Bíblico de São Paulo
sob a supervisão do Frei João José Pedreira de Castro.
4.5 Revisão da tradução de Almeida (Imprensa Bíblica Brasileira) –
Foi publicada em 1967. Esta revisão segue os melhores manuscritos e, por
isso, foi bem acolhida pelos estudiosos da Bíblia.
4.6 A Bíblia de Jerusalém editada no Brasil em 1981 por Edições
Paulinas – traduzida pelos padres dominicanos da Escola Bíblica de
Jerusalém, incluindo alguns exegetas protestantes. A edição brasileira
foi feita sob a coordenação de Ludovico Garmus e editada pela Editora
Vozes e pelo Círculo do Livro.
4.7 A Bíblia na Linguagem de Hoje (Novo Testamento). Publicada em
1988 pela United Bible Societies, através de seu ramo brasileiro e
baseia-se na segunda edição do texto grego dessa sociedade. A intenção
da United Bible Societies foi de publicar em vários idiomas, Novos
Testamentos em conformidade com a linguagem comum e corrente.
4.8 Edição Contemporânea da Tradução de Almeida foi editada em 1990
pela Editora Vida. Essa edição eliminou arcaísmos do texto de Almeida.
MANUSCRITOS GREGOS
O N.T. tem registros manuscritos de diversas formas e que serviram como testemunhos sobre seu texto.
1. OS PAPIROS. Embora pelo século IV em quase todo o mundo já era
utilizado o pergaminho, o papiro ainda era o instrumento principal de
escrita dos livros Bíblicos. Para essa finalidade o papiro foi usado
entre os séculos I e VII. Há 76 papiros que contém quase 80% do texto do
N. T.
2. OS UNCIAIS. Os 252 manuscritos que levam este nome foram escritos
em pergaminhos entre os séculos IV a IX. Foram escritos com letras
maiúsculas.
CÓDICES BÍBLICOS EM MANUSCRITOS UNCIAIS
A. CODEX ALEXANDRINUS. Contém a Bíblia toda. Foi escrito em grego no
século V d.C. Encontra-se no Museu Britânico. Embora muito bem
conservado, apresenta algumas lacunas em Gênesis, I Reis, Salmos,
Mateus, João e I Coríntios. O AT é da LXX, com algumas variações do tipo
de texto. Os evangelhos seguem o texto bizantino, o restante do NT o
alexandrino.
B. CODEX VATICANUS. Este manuscrito, do século IV d.C., que também
abrange toda a Bíblia encontra-se na Biblioteca do Vaticano. Apresenta
algumas lacunas: Os 45 capítulos iniciais de Gênesis, parte de II Reis,
alguns Salmos, final da epístola aos Hebreus e o Apocalipse. O AT é da
LXX. O NT é alexandrino.
C. CÓDEX EPHRAEMI SIRY RESCRIPTUS. Manuscrito da Bíblia toda, do
século V d.C., e que está guardado na Bibliothèque Nationale de Paris. É
chamado de “rescriptus” porque o texto original foi apagado, embora
tenha ficado vestígios leves, e o material reutilizado no século XII
para anotar as obras de Efraem, o sírio. Duzentos e oito páginas foram
usadas para este fim e são as páginas que chegaram até nós. O texto
Bíblico foi restaurado por métodos modernos de recuperação. Estas
páginas contém parte do livros de Jó, Provérbios, Eclesiastes, Sabedoria
de Salomão, Eclesiástico, Cantares e quase todo o Novo Testamento, com
exceção de II Tessalonicenses e II João.
D. CÓDEX D OU DE BEZAE. Este manuscrito, do século V ou VI d.C., foi
escrito nas língua grega, lado esquerdo e latina, lado direito. Contém
os quatro evangelhos; Atos, com algumas lacunas; e uma parte de I João.
E. CODEX WASHINGTONIANUS II. É um manuscrito do século VII d.C., que
se encontra na Coleção Freer do Instituto Smithsoniano de Washington,
USA. Contém partes das epístolas de Paulo, e a carta aos Hebreus depois
de II Tessalonicenses.
F. CODEX REGIUS. Manuscrito do século VIII d.C. que está na
Biblioteca Nacional de Paris. Neste o evangelho de Marcos termina no
final de 16:9. Em seguida apresenta dois finais alternativos deste
evangelho.
G. CODEX WASHINGTONIANUS I. Foi produzido no século IV ou V d.C. e
também pertence à Coleção Freer do Instituto Smithsoniano de Washington,
USA. Contém os quatro evangelhos, na ordem ocidental: Mateus, João,
Lucas e Marcos. Foi copiado de outros manuscritos, pois apresenta
diversos tipos de textos. Apresenta dois finais para o evangelho de
Marcos.
ALEPH: CODEX SINAITICUS. O achado deste manuscrito envolve um drama
vivido por Tischendorf, que o encontrou. Em 1844 Constantino Tischendorf
trabalhava na biblioteca do mosteiro de Santa Catarina, na península do
Sinai, e notou uma cesta cheia de páginas soltas de manuscritos. Ficou
eufórico quando notou que acabara de encontrar um dos mais antigos
manuscritos Bíblicos na língua grega. Tirou 43 páginas, que atendendo
seu pedido foram-lhe dadas. Outro bibliotecário alertou que duas cestas
contendo o mesmo tipo de material fora consumido na fornalha do
mosteiro, para aquecer os monges. Entretanto, cerca de oitenta páginas
do AT ainda existiam. Não conseguiu ir mais longe em sua busca, porque
ao observar seu entusiasmo, os monges suspeitaram e deixaram de
cooperar. Tischendorf voltou à Europa com suas 43 páginas. Em 1854
retornou ao mosteiro, mas não foi desta vez que os monges concordaram em
falar sobre o restante das páginas de sua descoberta. Mas, em 1859,
voltando novamente ao mosteiro, sob o patrocínio do Czar Alexandre II,
patrono da igreja grega. Assim mesmo os monges não quiseram discutir
sobre seu achado. Entretanto, um dos monges, inocentemente falou de uma
cópia da Septuaginta que possuía e teria prazer em mostrar-lhe. Para
surpresa de Tishendorf, o manuscrito era o mesmo do qual ele encontrara
as 43 páginas. Continha o NT completo e parte do AT. Debalde Tischendorf
tentou convencer o monge em presenteá-lo ao Czar russo. Mas o czar
ofereceu um presente ao mosteiro, de acordo com costumes orientais, e
levou o manuscrito (livrando-o do risco de aquecer a fornalha dos
monges). Em 1933 o Museu Britânico adquiriu o manuscrito, onde se
encontram até hoje. O manuscrito contém parte dos livros de Gênesis,
Números, I Crônicas, II Esdras, os livros poéticos, Ester, Tobias,
Judite e os livros proféticos, com exceção de Oséias, Amós, Miquéias,
Ezequiel e Daniel. Estão ali incluídos também I e IV Macabeus. O NT está
completo. As epístolas de Barnabé e uma porção do Pastor de Hermas
também estão no manuscrito. O Texto assemelha-se ao Vaticanus e ao
Alexandrinus.
THETA: CODEX KORIDETHIANUS. Texto bizantino, do século IX d.C.
PI: CODEX PETROPOLITANUS. Manuscrito do século IX d.C.
1. OS MINÚSCULOS – São 2.646 escritos em pergaminhos entre os séculos IX e XV, em letras minúsculas.
2. OS LECIONÁRIOS – 1997 pergaminhos levam este nome. Trazem textos
selecionados para serem lidos nas igrejas. Foram escritos nas mesmas
datas dos unciais e minúsculos.
3. AS OSTRACAS – Trechos do N.T. foram escritos em pedaços de cerâmica. Temos 25 exemplares, que contém breves porções do N.T.
Fonte: http://pt.wikipedia.org
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