Em Cristo estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento. (Colossenses 2:3)

Ninguém vos engane com palavras vãs; porque por essas coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência.(Efésios5:6)
Digo isso a vocês para que não deixem que ninguém os engane com argumentos falsos. (Colossenses 2:4)

2 de outubro de 2014

TJs: a respeito do inferno

 

As palavras originais, traduzidas por “Inferno” nas nossas Bíblias, são quatro:
1ª) Seol.  Esta palavra é hebraica e significa “o mundo dos mortos e abismo”;
2ª) Hades. Este vocábulo grego equivale a Seol;
3ª) Geena. Esta palavra grega tem dois significados, sendo um literal e outro figurativo ou simbólico. A definição ao pé da letra é Vale de Hinom, um vale de Jerusalém. E o significado simbólico é lugar de suplício eterno. Corresponde ao lago de fogo onde serão lançados no Dia do Juízo Final o diabo, os demônios e todos os humanos que se perderem;
4ª) Tártaros. Este termo também é grego e, segundo a Pequena Enciclopédia Bíblica, da Editora Vida, significa “o mais profundo abismo do Hades”;
Os líderes das TJ, no seu inglório afã de provarem a inexistência do Inferno, arranjaram para as palavras Seol, Hades, Geena e Tártaros, “definições” que colidem com a Bíblia e com o bom senso. Na ótica deles, estas palavras não designam lugares, mas sim, condições. Dizem que ir para o Seol ou Hades significa morrer com direito à ressurreição. Concordam que o vocábulo Geena possui dois significados, sendo um literal e outro simbólico. Aquiescem que a definição literal desta palavra é Vale de Hinom, um vale de Jerusalém, mas afirmam que a definição simbólica é morrer sem direito à ressurreição.
Quanto ao que dizem da palavra Tártaros, veremos no final deste capítulo.
Da exposição supra, certamente está claro que as TJ crêem que à morte não se vai para o Paraíso Celestial, nem tampouco para o Inferno, mas tão-somente deixa de existir. Afirmam as TJ que dos mortos que voltarão a existir, já que serão ressuscitados, pode-se dizer que estão no Seol ou Hades. E que daqueles que se perderam, isto é, dos que não voltarão à existência, visto que Jeová não pretende ressuscitá-los, pode-se afirmar que estão na Geena. Seol e Hades são, portanto, segundo pensam as TJ, a condição de graça na qual estão os mortos que Jeová, por sua benignidade imerecida, irá ressuscitar. E Geena é o contrário disso. Essa crença levou os líderes das TJ a afirmarem no capítulo 8 do livro intitulado Seja Deus Verdadeiro, o seguinte: “Inferno, Lugar de Descanso em Esperança”.

I. Sobre Seol e Hades

1.1. Analisando o Seol e o Hades

Dissemos que o que as TJ dizem dos vocábulos originais traduzidos por Inferno nas nossas Bíblias, está errado. Crendo que podemos provar isto, apresentamos os argumentos abaixo:

1º) O Sl 9.17 diz que os ímpios e todas as gentes que se esquecem de Deus serão lançados no Seol. Ora, se Seol é essa maravilha toda, à qual nem todos têm direito, mas somente aqueles a quem Jeová agraciar (como o crêem as TJ), tornemo-nos ímpios e esqueçamos de Deus, para que Ele nos agracie também. Ridículo, você não acha?;

2º) segundo Pv 7.27; a casa da adúltera é caminho que conduz ao Seol. Isto seria ilógico se Seol fosse o que as TJ pensam.

3º) de acordo com Pv 23.13-14, os pais devem educar seus filhos, até mesmo fustigando-os com varas, a fim de livrá-los do Seol. Ora, se o Seol fosse a sorte dos agraciados por Deus, por que os pais deveriam se esforçar para livrar seus filhos do Seol? Como sabemos, o verbo “livrar” significa isentar-se de mal ou perigo. E que mal ou perigo haveria no Seol, se as TJ estivessem conceituando o vocábulo Seol corretamente?

4º)Tudo que dissemos acima acerca do Seol, pode ser dito a respeito do Hades, pois como já vimos, nós e as TJ concordamos que Seol e Hades são termos equivalentes entre si. Logo, nenhum exemplo precisaria ser dado para demonstrarmos que Hades não é o que as TJ supõem. Contudo, para reforçarmos o que já dissemos em refutação ao que as TJ dizem a respeito do Seol, vejamos Mt 11.23: “E tu, Cafarnaum, porventura serás elevada até o Céu? Até o Hades descerás…” Segundo o contexto deste versículo (Mt 11.20-24), os habitantes de Cafarnaum, tão rebeldes quanto os de Corazim e Betsaida, não creram em Cristo nem mesmo vendo-o, ouvindo-o e presenciando seus estupendos milagres, por cujo motivo Jesus os qualificou como piores do que os habitantes de Tiro, Sidom e Gomorra, os quais foram severamente punidos por Deus, como expressão de Sua justiça. À base disso, Jesus bateu o martelo, asseverando que os cafarnaunenses seriam abatidos até o Hades. Ora, Cristo teria incentivado ao pecado, prometendo retribuir a incredulidade e a desobediência com bênçãos, se o Hades fosse o que as TJ dizem ser. Atentemos para o fato de que o texto em apreço não nos passa a idéia de que os cafarnaunenses iriam para o Hades, apesar do pecado, mas sim, por causa do pecado. Logo, o Hades, neste caso, não pode ser uma coisa boa. Sim, visto que o pecado não pode ser causa de bênçãos. Deus, por Sua bondade, pode até nos abençoar, a pesar dos nossos pecados; mas jamais fará do pecado, motivo de bênção. Cristo teria, pois, sido incoerente, se as TJ não estivessem enganadas sobre o que dizem do Hades.

Bem, provamos com sólidos argumentos que o Seol ou Hades não pode ser o que as TJ pensam, mas elas nos retrucam com um argumento tão ardiloso, que tem impressionado muitas pessoas. Trata-se do seguinte: Alegam as TJ que Seol ou Hades não pode significar um lugar de fogaréu, onde os ímpios são atormentados, visto que Jacó, além de crer que José havia ido para esse lugar, afirmou que ele também iria para lá um dia (Gn 37.35); o justo Jó desejou ir para o Seol (Jó 14.13) e o próprio Cristo esteve lá (Sl 16.10; At 2.27; Ef 4.9; 1 Pe 3.18-20). Contudo, esse raciocínio não é tão consistente como aparenta, pois se fundamenta numa falsa base, a saber, as TJ desconhecem o que os compêndios teológicos evangélicos dizem destes vocábulos. A opinião predominante entre os teólogos evangélicos é que Seol ou Hades significa, não um lugar de tormento, mas sim, o mundo dos mortos. É que esse lugar é dividido principalmente em duas partes, sendo uma boa e outra ruim. Do lado ruim ficam os ímpios, e do lado bom ficavam os salvos do Antigo Testamento, os quais, a partir da ascensão de Jesus, passaram a ocupar o Paraíso Celestial (Sl 68.18; Ef 4.8; 2 Co 5.1-9; Fp 1.21-26; Ap 6.9-11; At 7.59 etc.).

A Ilha Grande, distrito de Angra dos Reis/RJ, é um lugar maravilhoso, mas havia lá um presídio de segurança máxima, onde ficavam criminosos de alta periculosidade. Por estes motivos um bandido podia dizer: “Não me levem para a Ilha Grande!” E um turista exclamava: “Passarei as minhas férias na Ilha Grande!”. Tal se dava porque na boca do bandido, a expressão “Ilha Grande” significava o presídio que lá havia. Porém, na concepção do turista, a mesma expressão significa a Ilha Grande em si, com toda a exuberante beleza natural que ela ostenta. É por isso que o Sl 9.17 afirma que o Seol é o lugar dos ímpios, enquanto Jacó e Jó referem-se a esse lugar como a sorte dos justos. É que o Sl 9.17 trata do lado ruim do Seol, enquanto Jacó e Jó têm em mente a parte boa desse lugar.

Alguns poucos teólogos, bem como alguns tradutores da Bíblia, pensam que a palavra Seol pode significar sepultura, dependendo do contexto. Este é o motivo pelo qual às vezes Seol é vertido por sepultura em nossas Bíblias em português, como em Gn 37.35 e Jó 14.13. Este autor, embora respeite os que pensam assim, não comunga da mesma idéia. Cremos que a razão está com os teólogos que sustentam que o Seol não significa sepultura em hipótese alguma, como o fazem os pastores N. Lawrence Olson e Raimundo F. de Oliveira que, respectivamente asseveram:

1º) “… Embora haja grande diferença de sentido entre a palavra ‘queber’ e a palavra ‘Seol’, certas versões das Escrituras têm feito confusão entre as mesmas… Existe um só ‘Seol’, mas há muitos ‘queberes’… Concluímos… que ‘queber’…significa sepultura, que acolhe o cadáver, enquanto o ‘Seol’ acolhe o espírito do homem…” (OLSON, Lawrence. O Plano Divino Através dos Séculos. Rio de Janeiro: CPAD. 8 ed. 1986. p. 182-183);

2º)“…É verdade que a palavra hebraica ‘Sheol’ algumas vezes está traduzida como ‘sepultura’ em algumas de nossas Bíblias em português, mas isso se dá por força duma tradução equivocada”  (OLIVEIRA, Raimundo F. de. Seitas e Heresias, Um Sinal dos Tempos. Rio de Janeiro:CPAD. 9 ed. 1994 p. 96).

Que as TJ realmente pregam que o Seol é uma condição, e não um lugar, pode ser visto à página 96 de Seja Deus Verdadeiro, edição de 1.955, onde seus líderes registraram o seguinte: “… sheol ou ha’des  significam a sepultura comum da humanidade, uma CONDIÇÃO onde os humanos, bons e maus, irão descansar na esperança de uma ressurreição sob o reino de Deus” (grifo nosso). Esta transcrição deixa claro que quando as TJ chamam o Seol de “sepultura comum da humanidade” elas não estão se referindo às covas feitas para acolher cadáveres, visto que elas informam textualmente que usam esta palavra com o significado de CONDIÇÃO. Todavia, para que não haja mais dúvida alguma quanto a isso, informamos que são delas estas palavras: “…A palavra hebraica she’óhl e seu equivalente em grego haídes não se referem a um lugar individual de sepultamento…” (Raciocínios à Base das Escrituras, página 191, edição de 1.985).

À página 1.646 da TNM de 1.986, os líderes das TJ fizeram constar “que o Seol é o lugar (não uma condição) que pede ou exige todos sem distinção, ao acolher os mortos da humanidade”.Contudo, essa retratação (ou contradição?) é apenas parcial, já que elas continuam crendo que uma parte dos mortos está no Seol, e a outra na Geena. Senão, vejamos: “… Isso não significa que toda pessoa será ressuscitada. A Bíblia mostra que Judas Iscariotes, que traiu a Jesus, não será ressuscitado. Por causa de sua maldade proposital, Judas é chamado de ‘filho da destruição’. (Jo 17.12). Ele foi para a simbólica Geena, da qual não há ressurreição (Mt 23.33). Pessoas que propositalmente praticam o que é mau após conhecerem a vontade de Deus talvez estejam pecando contra seu espírito santo. (Mt 12. 32; Hb 6.4-6; 10.26,27). Contudo, visto que Deus é o Juiz, não há razão para tentarmos descobrir se certas pessoas más do passado ou do presente serão ressuscitadas ou não. DEUS SABE QUEM ESTÁ NO HADES E QUEM ESTÁ NA GEENA…” (Poderá Viver Para Sempre no Paraíso na Terra, página 171, parágrafo 16, edição de 1.989, grifo nosso).

O título do capítulo 8 de um dos livros das TJ intitulado Seja Deus Verdadeiro é: “INFERNO, LUGAR DE DESCANSO EM ESPERANÇA”.Em flagrante contradição, o parágrafo 13 deste capítulo diz: “Mas não estão Satanás … e seus demônios no Inferno alimentando os fogos e tornando o lugar insuportável para os que se encontram ali? Isto é o que ensina o clero da Cristandade, mas talvez surpreender-se-á ao saber que o Diabo nunca esteve em tal lugar. O servo humano do Diabo, o rei de Babilônia, foi condenado a ir ao Inferno, o Inferno da Bíblia. Mas Satanás, o Diabo, que se fez de si mesmo Lúcifer na sua organização é aquele de quem se fala sob a figura do “rei de Babilônia” nas seguintes palavras: ‘O Inferno desde o profundo se turbou por ti, para te sair ao encontro na sua vinda; despertou por ti os mortos, e todos os príncipes da terra, e fez levantar dos seus tronos a todos os reis das nações’ (Is 14.9 Al). Se o Diabo estivesse ali constantemente, como poderia ter-se turbado o Inferno para recebê-lo? Somente porque, como fala dele profeticamente o verso 15 (Al) ‘levado serás ao Inferno, ao mais profundo do abismo’. É claro, pois, que Satanás ali irá pela primeira vez por ocasião da Batalha do Armagedom para encontrar-se com os mortos. Assim o Inferno, neste caso, corresponde ao abismo onde será lançado e amarrado por mil anos, Ap 20:1-3, 7” (Grifo nosso)

Basicamente não discordamos do texto acima transcrito, pois está quase que em perfeita harmonia com as Escrituras Sagradas. Mas podemos ver mais uma vez o quanto as TJ são incoerentes, pois enquanto tentam provar que o Seol significa sepultura, e que os mortos não estão, nem no Inferno e nem no Paraíso, mas inconscientes nos sepulcros, dizem que o Inferno (Seol, no original hebraico), do qual nos fala Isaías no capítulo 14, versículo 15, e no qual o diabo será lançado, é o abismo, do qual nos fala Ap 20.1-3, 7, onde o diabo estará preso durante mil anos; e que então ele, o diabo, encontrará lá com os mortos. Ora, se já disseram que o Seol é sepultura e que os mortos estão inconscientes nos túmulos, por que dizem, agora, que o Seol de Isaías 14.15 é o abismo de Ap 20.1-3, 7, onde o diabo será lançado, e que ao chegar lá ele encontrará com os mortos? Se os mortos estão inconscientes nos sepulcros, como que o diabo os encontrará lá no abismo? Aqui as TJ entram num beco sem saída, pois o Seol de Isaías 14.15 não pode ser uma sepultura literal (sepultar o diabo?) e muito menos “uma condição de esperança, à qual nem todos têm direito, mas somente os que forem contemplados por Deus”, como erroneamente o supõem as TJ. Condição de esperança para Satanás? Nós e as TJ cremos não ser este o caso.

Talvez as TJ digam que sendo a sepultura algo indesejável, Deus comparou a uma sepultura o lugar onde o diabo será lançado. Mas, respondam-nos os líderes das TJ: Seol é sepultura, ou é uma “condição de esperança”? Recordamos que em o livro Seja Deus Verdadeiro, cap. 8, § 23, escrevem os líderes das TJ: “Seol ou Hades significam a Sepultura comum da humanidade, uma condição onde os humanos, bons e maus, irão descansar na esperança de uma ressurreição sob o Reino de Deus.” Perguntamos: Então o diabo irá descansar na esperança de uma ressurreição sob o Reino de Deus? Ou será sepultado? É ao ser lançado na sepultura que ele (o diabo) encontrará com os mortos, os quais se turbarão com sua chegada? Quem está inconsciente no sepulcro se turba com a chegada de mais um?

Os líderes das TJ perceberam que dariam muito na vista se dissessem que o Seol de Is 14.15 é uma “condição de esperança na qual descansam os justos ”, porquanto é muito irracional dizer que o diabo irá “descansar na esperança…”. Igualmente ridículo seria dizer que, neste caso, Seol equivale a sepulcro literal, pois como enterrar espírito?. Por este motivo eles disseram: “Assim, o Inferno, neste caso” (estão querendo dizer que, neste caso, a palavra Seol fugiu à regra), “corresponde ao abismo onde” (o diabo) “será lançado e amarrado por mil anos”.

Bem, esse emaranhado das TJ nos leva às seguintes conclusões:

1ª) se o Seol é um lugar de descanso, e o diabo será levado para lá durante o Milênio (como a Bíblia o diz e as TJ não negam), então Deus vai dar mil anos de descanso ao diabo;

2ª) se o Seol é uma condição de esperança, onde os mortos agraciados por Deus descansam na esperança de uma ressurreição sob o Reino de Deus (como o crêem as TJ), então o diabo irá morrer e descansar na esperança de uma ressurreição sob o Reino de Deus. Ele (o diabo) terá, pois, também uma oportunidade de salvação, já que as TJ ensinam que ir para o Seol é morrer com direito à ressurreição para, deste modo, ter uma chance de salvação;

3ª) se o Seol é o abismo onde o diabo estará preso durante o Milênio, como a Bíblia o diz e as TJ não negam, como acima demonstramos, então nós, os evangélicos, estamos certos por acreditarmos que há um lugar literal chamado Seol;

4ª) se o diabo, ao chegar no lugar chamado Seol (como a Bíblia o diz e as TJ não negam), encontrará lá com os mortos, os quais se turbarão com a chegada dele (novamente como a Bíblia o diz as TJ não negam), então os mortos não estão inconscientes nos sepulcros, e sim lúcidos no Seol;

5ª) já que o Seol dos líderes das TJ tem mil e uma utilidades, não é razoável dar-lhes crédito, visto saltar aos olhos que eles não estão falando coisa com coisa.

Na realidade, o vocábulo Seol não tem essas definições que os líderes das TJ lhe dão. Mas, aproveitando a deixa, perguntamos: Se o Seol de Is 14.15 é o abismo mencionado em Ap 20.1-3,7, onde o diabo será preso durante mil anos, por que o Seol do qual trata o Sl 9.17, Pv 23. 13-14 e Gn 37. 35 não pode significar esse mesmo lugar?
O Seol “camaleão” dos chefes das TJ recebe várias “cores”; menos, porém, a “cor” bíblica, pois o mesmo não está num ambiente cristão.

1.2. Localizando o Seol

Teólogo de renome, o Pastor e Missionário N. Lawrence Olson, de saudosa memória, fez constar de seu livro O Plano Divino Através dos Séculos, que Seol nunca significa sepultura, e se localiza “no coração da terra”, “abaixo da terra”, “nas profundezas.” Cremos que o Reverendo Lawrence dispunha de razões sobejas para se expressar assim. Vejamos, pois, algumas das muitas passagens bíblicas que, a nosso ver, corroboram com a posição defendida pelo saudoso Pastor.

1ª) A Bíblia diz que o Seol está embaixo, Pv 15.24;

2ª) A Bíblia diz que a sabedoria de Deus é “mais profunda” do que o Seol, Jó 11.8. Sendo portador de tão excelsa sabedoria, certamente só o mais profundo dos abismos serviria para ser contrastado com Sua sabedoria. Obviamente não seria razoável dizer que Deus é tão sábio, que Sua sabedoria é mais profunda do que um buraco de sete palmos de profundidade. Sim, pois que maravilha haveria nisso? Se assim fosse, nem tão profunda seria Sua sabedoria;

3ª) Provérbios 9.18 nos fala das “profundezas do Seol”;

4ª) Em Nm 16.30,33 somos informados acerca de alguns murmuradores que “desceram vivos ao Seol.” Ora, se ir para o Seol significasse simplesmente a condição na qual estão os mortos que Deus pretende ressuscitar, como poderia alguém descer vivo ao Seol? Como descer vivo à condição de morto? Aliás, que haveria de estupendo nisso, digno de nota, já que, naturalmente, só os vivos podem morrer? Quem não sabe que só os vivos podem morrer? Logo, este texto também confirma que o Seol está embaixo;

5ª) Em Am 9.2 encontramos Deus asseverando que o homem não se furta ao Seu juízo, nestes termos: “Ainda que cavem até ao Inferno”(Seol no original), “a minha mão os tirará dali…” Ora, como cavar até o Seol, se Seol fosse sepultura? Cavar a sepultura é possível, mas cavar até à sepultura é inadmissível, visto que a sepultura não fica oculta no interior da terra, já que vai do solo ao fundo da cova. De igual modo, não se poderia cavar até ao Seol se este fosse uma condição. Como cavar até a uma condição? Deste modo, o texto em apreço também ratifica que o seol está embaixo e que é um lugar literal;

6ª) O apóstolo Paulo disse que Cristo “desceu às partes mais baixas da terra”. Obviamente não se refere aqui à sepultura, já que todos nós conhecemos depressões bem mais profundas. A TNM tenta esconder isto, vertendo este versículo assim: “…desceu às regiões mais baixas, isto é, à terra?”. Assim esconde-se dos que não têm acesso ao original, que Cristo desceu ao lado bom do Hades, onde fez companhia ao ex-ladrão, durante três dias, conforme prometera em Lc 2.43. Deste modo a TNM dá mais um exemplo de fraude. Felizmente, a grande maioria dos tradutores da Bíblia mantém que Cristo desceu às partes mais baixas da terra, retendo a ideia de que a alma de Jesus desceu ao mundo dos mortos.

Cremos que os seis exemplos acima apreciados, provam cabalmente que o Seol está embaixo. Ora, sabemos que a Terra, além de ser relativamente redonda, paira no Espaço, o que nos impossibilita de determinarmos os seus lados superiores e inferiores, senão arbitrariamente. Portanto, se o Seol está embaixo, sua localização não pode ser, senão o centro da Terra. Este está sempre embaixo, na ótica dos que estão no solo.

A localização do Seol ou Hades, não é relevante, visto não possuir valor salvífico. Contudo, se é tema bíblico, não é supérfluo; sendo, pois, um assunto digno da nossa atenção. No nosso caso, este assunto só é abordado aqui porque cremos que os trechos bíblicos que falam de sua localização provam que ele é literal, não sendo, pois, uma condição em hipótese alguma.            

1.3. A Respeito da geena

Como já sabemos, a palavra original traduzida por “Inferno” em Mt 23.33, é Geena. Jesus asseverou que só Deus pode lançar na Geena (Lc 12.4-5; Mt 10.28).

As TJ dizem que por ser Deus o único juiz, não cabe a nós apontarmos quem está ou não na Geena. E acrescentam que os mortos para os quais não há mais esperança de salvação, como Judas Iscariotes, os que blasfemaram contra o Espírito Santo e outros, estão na Geena. E, como já sabemos, estar na Geena é, na opinião delas, estar morto sem direito à ressurreição. Porém, Jesus disse em Mt 12.36 que no Dia do Juízo os homens terão que prestar conta de todas as suas palavras frívolas. Isto, comparado com o versículo 32 que nos diz que a blasfêmia contra o Espírito Santo é imperdoável, nos permite compreender que os que blasfemaram contra o Espírito Santo, terão que responder por seus atos. E, se terão que responder por seus atos, então vão existir, já que um ser inexistente não pode ser responsabilizado por coisa alguma. Ora, se existisse a Geena das TJ, o morto que blasfemara contra o Espírito Santo, estaria na tal Geena inevitavelmente. Mas, por dizer Jesus que todos vão responder por suas palavras fúteis (o que inclui a blasfêmia contra o Espírito), salta aos olhos que não há ninguém extinto uma vez por todas, como pregam os líderes das TJ; o que prova cabalmente que o vocábulo Geena não significa o que as TJ pensam.

O ex-TJ Aldo Menezes, nos falou pessoalmente, e depois ratificou à página 258 de seu livro intitulado Porque Abandonei as Testemunhas de Jeová, 1ª edição de 2002, Editora Vida, que as TJ crêem que ao morrer, os injustos vão para o Seol, ao passo que os iníquos (ímpios nas Bíblias evangélicas), vão para a Geena. Se as TJ confirmarem esta afirmação, podemos citar novamente o Sl 9.17, para demolir mais um castelo de areia dessa seita. É que este texto bíblico promete o Seol aos iníquos. Veja, pois, o Sl 9.17 na TNM. Ora, se todos os que foram para o Seol serão ressuscitados, e os iníquos estão no Seol, então eles também ressuscitarão. Além disso, o Corpo Governante precisa voltar a pregar que o povo de Sodoma destruído por Deus numa chuva de fogo, há de ressuscitar, pelas seguintes razões:

a) já que a Bíblia afirma que os cafarnaunenses, declarados por Cristo como piores do que os sodomitas, ressuscitarão, visto ter dito o Senhor que eles (os cafarnaunenses) foram para o Hades, como já vimos. E relembramos que ir para o Hades é, segundo o Corpo Governante, o mesmo que morrer com direito à ressurreição;

b) ora, já que os cafarnaunenses, declarados por Cristo como piores do que os sodomitas, ressuscitarão para terem sua chance de também herdarem a vida eterna, certamente os sodomitas também terão a mesma bênção.

Em Jo 5.28,29 podemos ler o que se segue: “…todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz. E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal para a ressurreição da condenação.”  Se alguns dos mortos estão na Geena das TJ, por que diz então a Bíblia que todos os que estão nos sepulcros ouvirão ao voz do Senhor Jesus e sairão; sendo que uns, para a vida, e outros para a condenação? Isto prova que a ressurreição é para todos.

As TJ “refutam” este argumento que acabamos de apresentar da seguinte maneira: “A Bíblia não está dizendo que todos os mortos ressuscitarão, mas sim, que ‘todos os que estão nos sepulcros memoriais sairão’. A palavra ‘memoriais’, indica que estes mortos estão na memória de Jeová, isto é, Jeová não se esqueceu deles. Isto significa que eles não estão na Geena, mas no Hades ou Seol”. Porém, este sofisma é facilmente detectável e refutável pelas seguintes razões:

1ª)  A única “bíblia” que contém a palavra memoriais em Jo 5.28 é a das TJ. Consultamos várias versões e não encontramos esta palavra em nenhuma delas. A palavra original (gr) traduzida por túmulos memoriais na TNM é mnemeion. Esta traduçãozinha barata nada mais é que o cúmulo do absurdo exegético e da tradução descabida;

2ª)  ‘Túmulo memorial’ não existe em português. mnemo é, de fato, prefixo grego de lembrança, mas como substantivo não tem nada a ver com o que as TJ supõem;

3ª)  A palavra mnemeion, muda de significado de acordo com a frase, podendo significar lembrança, urna com restos mortais ou sepulcros. No caso em lide, significa sepulcro e nada mais. Aliás, qual é o túmulo que não é memorial?;

4ª)  Se mnemeion fosse o que as TJ disseram acima, o mesmo seria, então, a referida e suposta condição de esperança, à qual, segundo creem elas, nem todos têm direito, que elas dizem ser o mesmo que Hades ou seol, isto é, estar morto na esperança da ressurreição, como já sabemos. Logo, não seria um lugar individual de sepultamento, como elas mesmas já definiram os vocábulos Seol e hades, como já vimos. Porém, como conciliarmos isto com Mt 27.52,53 onde mnemeion se abrem literalmente? Como abrir ao pé da letra, uma condição de esperança? Porventura, é possível abrir literalmente a memória de Jeová? Será que não está claro que os mnemeion de Mt 27.52, 53 são sepulcros literais, e não a suposta condição de esperança com a qual Deus teria contemplado os mortos por Ele agraciados com a promessa da ressurreição, como o supõem as TJ? Este argumento torna-se mais forte ainda, quando consideramos que as Tj, baseando-se na sua TNM (que traduz erradamente os versículos 52 e 53 de Mt 27), não crêem que tenha ocorrido a ressurreição de alguns dos santos mencionados em Mt 27. 52-53. Elas creem que houve um terremoto, sob cujo impacto os corpos dos santos que jaziam mortos, foram expostos. Não concordamos com esse argumento, naturalmente. Porém, não estamos, por enquanto, discutindo se houve ou não ressurreição. Por hora queremos apenas deixar claro que à luz de Mt 27. 52-53, mnemeion é sepulcro ao pé da letra. Não há nada figurativo aqui. Deste argumento as TJ não podem discordar, visto que embora elas divirjam de nós quanto à ressurreição dos mortos aqui considerados, concordam, entretanto, que os sepulcros abertos com o dito terremoto são túmulos literais. Deste modo acabamos de provar que mnemeion não é o que as TJ pensam. Para chegarmos a esta conclusão, usamos o próprio raciocínio delas. Elas também crêem assim.

1.4. A Respeito do tártaro

Pregam os líderes das TJ que Tártaros também não é um lugar; antes refere-se à condição rebaixada ou decaída na qual estão os demônios (Poderá Viver para Sempre no Paraíso na Terra, página 95, parágrafo 12). Dizem que 2 Pe 2.4, que afirma que os anjos que pecaram estão no Tártaros, prova isso, já que eles, embora presos no Tártaros, estão soltos por aí, como o atestam outros textos correlatos. Esse argumento seria irrefutável, se as TJ pudessem provar que os anjos que estão retidos no Tártaros fossem os demônios que zanzam por aí. Mas, o fato de não haver um só dicionário grego-português que defina Tártaros à moda TJ, somado à realidade de que os trechos bíblicos que falam dos anjos que estão encarcerados no Tártaros, ao lado dos que descrevem os demônios soltos na Terra, podem tão-somente constituir-se em prova de que os anjos rebeldes mencionados em 2 Pe 2.4, e os demônios, são distintos, isto é, um não é o outro, torna-se infundado o parecer dos líderes das TJ.

Para se certificar que de fato as TJ pregam o que dissemos acima, basta consultar o livro delas intitulado Poderá Viver Para Sempre no Paraíso na Terra, páginas 76-89, 166-172.

Os líderes das TJ julgam facílimo provar que o Inferno, como um lugar de tormento, não existe, dizendo que Seol, Hades, Geena e Tártaros são apenas condições. Contudo, vimos que essa doutrina não resiste a um confronto com as Escrituras.

O que as TJ dizem sobre o Inferno está mais bem refutado na nossa obra intitulada As Testemunhas de Jeová e o Inferno. Se você deseja adquiri-la para aprofundar seus conhecimentos sobre este assunto, queira contatar-nos.

II. Inferno: uma questão de justiça

Como vimos na INTRODUÇÃO deste livro, as TJ afirmam que pregar a existência do Inferno como lugar de tormento eterno, desonra o Deus amoroso. Porém, a verdade é diametralmente oposta. A severa punição eterna aplicada sobre o pecado, por si só demonstra quão hediondo crime o pecado é; o que, por sua vez testifica da magnitude tanto de Deus como de Sua Lei. Sim, isto exibe com naturalidade a magnificência de Deus, cuja Lei justa, santa e boa não pode ser ultrajada sem horríveis conseqüências. O pecado, por ser contra Deus, o qual é infinito em todos os Seus atributos: justiça, santidade, bondade, etc., é um crime de hediondez infinita que reclama punição infinda. A extinção do diabo, dos demônios e dos homens que se perderem, seria algum tipo de misericórdia e afrouxamento da justiça divina, o que só ocorrerá no dia em que Deus deixar de ser Deus. Mas, como Deus é Deus de eternidade a eternidade (Sl 90.2), o fogo que se acendeu na Sua ira (Dt 32.22) jamais se apagará; o que perpetua infinitamente o tormento dos perdidos. Lembremo-nos que o “juízo será sem misericórdia” (Tg 2.13).

No livro Seja Deus Verdadeiro, as TJ afirmam que a crença na existência do Inferno é contrária às Escrituras Sagradas, oposto ao amor de Deus e repugnante à justiça. Contudo, já vimos que elas tiveram que redefinir as palavras Seol, Hades, Geena, Tártaro e Mnemeion, dando a estes vocábulos significados que quando não colidem entre si mesmos, chocam frontalmente com a Bíblia, com o bom senso e com a gramática dos idiomas de origem destes vocábulos, o que é indício de fraude.

O tormento eterno não é contrário à Bíblia, mas sim à consciência cauterizada (1 Tm 4.2) dos homens naturais que, por isso mesmo, não podem compreender as coisas do Espírito de Deus, por lhes parecerem loucura (1 Co 2.14).

As TJ crêem que Deus fará justiça punindo o pecado. O que elas não admitem é que a punição seja tão severa. Todavia, o castigo do pecado terá a duração que Deus julgar necessária, e não a que gostaríamos que tivesse. Não nos deve causar estranheza o fato dos padrões de justiça divina não coadunarem com os nosso pontos de vista.

Quanto a alegação das TJ de que o tormento eterno é oposto ao amor de Deus, respondemos que Deus preferiu nos dar Seu Filho Unigênito para nos livrar de perecermos no Inferno, a diminuir os castigo devido ao pecado. A eternidade da pena do pecado santifica o nome de Deus, pois evidencia que Ele não compactuou com o pecado, deixando de puni-lo a altura de seus méritos. Deus não precisa afrouxar a pena do pecado para demonstrar o Seu amor por nós, visto que o Seu infinito amor já se descortinou no Calvário (Rm 5.8).

Os horrores do tormento eterno provam o valor do sacrifício de  Jesus.  A grandeza de um  livramento é proporcional ao perigo do qual se livrou. São os livramentos das grandes catástrofes que nos deixam grandemente emocionados. Quando nos livramos de um pequeno inconveniente, não nos emocionamos muito. Assim podemos perceber quão grande é o livramento que Jesus nos deu! Ele nos livrou dos horrores eternos! Logo, infinito é o valor do seu sacrifício por nós. O sacrifício é infinito porque o sacrificado infinito é, pois se trata do sacrifício do Deus-Homem. Este sacrifício infinito se fez necessário porque a pena é infinita. A pena é infinita porque o pecado é crime infinito. E o pecado é crime infinito porque infinito é o Deus contra o qual se pecou. Este Deus, por ser infinitamente justo, lavrou uma sentença infinita. E por ser infinitamente bom, provê salvação infinita, através do sacrifício infinito, a todos os que arrependidos aceitam a graça infinita. Deste modo, o sacrifício infinito prova que a pena é infinita, pois do contrário seria desperdício. E a pena infinita prova o valor infinito do sacrifício de Jesus, pois doutro modo seria insuficiente, isto é, por não ser correspondente, não substituiria o pecador; e, portanto, não quitaria a dívida contraída por nós.

Do exposto até aqui, podemos dizer acerca do Inferno o seguinte: 1) o Inferno existe; 2) é justo que o Inferno exista; 3) a realidade do Inferno, muito longe de desonrar a Deus, exibe a Sua justiça; 4) A cruz de Cristo é a maior prova da existência do Inferno, visto que, doutro modo, ela seria supérflua; 5) Jesus preferiu suportar o “fogo” da crucificação em nosso lugar, a fazer vista grossa ao pecado, não acendendo o fogo do Inferno.



Extraído do livro: Testemunhas de Jeová: Que Seita é Essa?  PASTOR JOEL SANTANA
VIA:
http://www.cacp.org.br/tjs-a-respeito-do-inferno/ 

 

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