Bobby Conway
“Contudo, o Senhor espera o momento de ser bondoso com vocês; ele ainda se levantará para mostrar-lhes compaixão. Pois o Senhor é Deus de justiça. Como são felizes todos os que nele esperam!” (Isaías 30.18)
Muitas pessoas assumem erroneamente que o Deus do Novo Testamento
difere do Deus do Antigo Testamento. Eles o fazem porque acham que o
Deus do Antigo Testamento é um rabugento temperamental e volátil,
enquanto consideram o Deus do Novo Testamento como um doce pai sem
regras, gracioso e glorificado. É assim que a Bíblia apresenta um embate
entre os Deuses? O Deus benevolente total do Novo Testamento contra o
Deus malevolente total do Antigo Testamento?
A resposta resumida é “não”. Enquanto consigo ver como as pessoas
chegam a tal conclusão com um olhar simples para as Escrituras, não
consigo ver como a afirmação se mantém sob um olhar firme. Para o
estudante neófito da Bíblia, é possível; para o estudioso honesto da Bíblia, inconcebível. Mesmo um recém devoto pode ver um retrato consistente do único verdadeiro Deus.
Mediante uma inspeção mais aproximada das Escrituras fica evidente
que Deus é gracioso e justo e que ambas as qualidades estão descritas tanto no Antigo Testamento quanto
no Novo Testamento. Admito que alguém talvez veja a evidência da graça
de Deus mais distintamente no Novo Testamento, onde sua graça é cravada
na cruz por meio da morte expiatória de Jesus, mas isso não significa
que o Deus do Antigo Testamento era desprovido de graça.
Nem um pouco.
Vamos considerar um pouco da ampla evidência.
Desde o primeiro livro da Bíblia, a graça de Deus foi rapidamente aplicada com a finalidade de cobrir o primeiro pecado humano (Gênesis 3.21).
Além disso, enquanto seguimos em nossa caminhada através do Antigo
Testamento, a graça de Deus continua aparecendo. Por exemplo, tomemos os
profetas. Esses chamados “profetas de juízo” também eram “mensageiros
da graça”. Pense no seguinte. Deus não era obrigado a emitir um alerta
para aqueles que estavam em rebelião aberta contra ele. Uma sirene. Um
chamado de alerta. O próprio fato de serem alertados repetidamente é um
verdadeiro sinal do amor de Deus e da vontade em derramar sua graça
sobre o seu povo.
Além disso, sua graça não é limitada. Não, ela é sem limites. Sua
graça possui tentáculos de amplo e longo alcance. Considere os
ninivitas. O profeta Jonas sabia muito bem que Deus é gracioso, tanto
que ele estava ressentido por isso. Ele inclusive fugiu de Deus tentando
evitar ser o mensageiro dele. Após Deus ter derramado sua graça e
misericórdia sobre os ninivitas, Jonas orou: “Senhor, não foi isso que
eu disse quando ainda estava em casa? Foi por isso que me apressei em
fugir para Társis. Eu sabia que tu és Deus misericordioso e compassivo,
muito paciente, cheio de amor e que prometes castigar mas depois te
arrependes” (Jonas 4.2).
Assim como a graça incondicional de Deus é vista no Antigo
Testamento, assim também sua santa justiça está onipresente no Novo
Testamento. Leia Romanos 1–3 e então tente dizer que “Deus não é
justo!”. Ou considere a história em que Jesus purifica o templo (Marcos 11.15-17). Ali vemos a justa ira de Deus em carne e osso. Além disso, consideremos o quanto Jesus falou sobre juízo (Mateus 13.36-43,47-50; 25.41-46; Lucas 12.4-5; 16.19-31).
É algo espetacular. E para cobrir tudo isso, simplesmente leiamos o
livro de Apocalipse e veremos rapidamente que Deus é um Deus justo (Apocalipse 20.11-15).
Após uma inspeção mais detalhada, fica claro que a Bíblia não retrata
um deus de duas cabeças, bipolar e que sofre de crise de identidade,
nem o Novo Testamento insere um calço teológico entre eles para separar
deuses. Antes, a Bíblia inteira nos apresenta um Deus multifacetado que é
justo e gracioso.
Publicado com permissão do ministério The One Minute Apologist (disponível em: <https://oneminuteapologist.com/blog/is-the-god-of-the-old-testament-the-same-god-of-the-new-testament/>)
https://www.chamada.com.br/mensagens/o_deus_do_antigo_testamento_e_o_mesmo_do_novo_testamento.html?
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