O arrependimento verdadeiro só começa quando termina o processo de colocar a culpa no outro.
[...] ele também só começa quando a autopiedade termina e nós começamos a nos afastar do pecado por amor a Deus e não por mero interesse próprio.
[...] só começa se nosso propósito for mais do que enxergar o perigo do pecado ( isto é, suas consequências) e estivermos dispostos a encontrar maneiras de convencer o nosso coração da gravidade do pecado - de como ele desonra e entristece aquele a quem tudo devemos.
“Preciso parar ou serei punido” é um solilóquio que só alimenta o egocentrismo do pecado, ainda que você pense que está se arrependendo.
[Mas sim pensar]: “Como posso tratar Jesus assim - aquele que morreu para que eu não fosse punido? É assim que trato aquele que me trouxe a esse estado de ser amado incondicionalmente? É assim que o trato depois de tudo que ele fez? Fracassarei em perdoar quando ele morreu para me perdoar? Ficarei ansioso por perder dinheiro quando ele se entregou para ser minha segurança e riqueza verdadeira? Alimentarei meu orgulho quando ele se esvaziou da própria glória para me salvar?”
O medo das consequências muda o comportamento por meio da coerção externa - os impulsos internos permanecem.
Contudo, o desejo de agradar e honrar aquele que nos salvou e que é digno de todo louvor - isso sim nos transforma de dentro pra fora.
O autor puritano Richard Sibbes diz que o arrependimento não é “o pequeno gesto de abaixar a cabeça, mas sim a atitude de levar o coração a experimentar tamanha dor a ponto de tornar o [ próprio] pecado mais odioso para nós do que o próprio castigo”.
[ Tim Keller ]
Trecho do livro: "Oração - experimentando intimidade com Deus".
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