“Quisera eu que me suportásseis um pouco mais na minha loucura. Suportai-me, pois porque zelo por vós com zelo de Deus; visto que vos tenho preparado para vos apresentar como virgem pura a um só esposo, que é Cristo. Mas receio que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia, assim também sejam corrompidas as vossas mentes, e se apartem da simplicidade e pureza devidas a Cristo. Se, na verdade, vindo alguém, que PREGA OUTRO JESUS que não temos pregado, ou se aceitais espírito diferente que não tendes recebido, ou EVANGELHO DIFERENTE que não tendes abraçado, a esses de boa mente o tolerais” (2 Coríntios 11.1-4). Então lhes perguntou: Mas vós, quem dizeis que eu sou? Respondendo, Pedro lhe disse: Tu és o Cristo” (Marcos 8.29).
“Irmão, eu não estou interessado em
qualquer conversa sobre doutrinas que nos dividam. A única coisa que me
importa saber é se alguém ama a Jesus. Se ele me diz que ama a Jesus,
não me interessa a qual igreja vai; eu o considero meu irmão em Cristo.” Naquele momento, não me pareceu que fosse a hora e o lugar certo para
argumentar com a pessoa que dizia isso. No entanto, eu me senti
compelido a fazer uma pergunta para ela antes que a conversa se
encerrasse: “Quando você fala com alguém que lhe diz amar a Jesus, você
nunca lhe pergunta: ‘Qual Jesus?'” Após um breve momento de reflexão,
tal pessoa me respondeu que nunca faria tal pergunta. “Não seria
simpático”.
Discussão doutrinária é sectarismo?
Alguns enxergam este meu questionamento
como algo não amoroso – como uma prova do sectarismo(visão estreita,
intolerante ou intransigente extremamente pessoal que se impõe a
outros). Eu o vejo como uma tentativa de clarear o caminho para que meu
amigo tenha um relacionamento genuíno com o único Salvador verdadeiro, o
nosso Senhor Jesus Cristo – não com alguém que ele ou outros homens,
intencionalmente ou não, têm imaginado ou inventado.
A Definição exata da palavra Doutrina, é
simplesmente ensinamento. As doutrinas podem ser verdadeiras ou falsas.
Uma doutrina verdadeira não pode ser divisiva de maneira prejudicial;
esta característica se aplica somente a ensinos falsos. “Rogo-vos,
irmãos, que noteis bem aqueles que provocam divisões e escândalos, em desacordo com a doutrina que aprendestes; afastai-vos deles”. Jesus, que é a Verdade, só pode ser conhecido em verdade e somente por aqueles que buscam a verdade (Jo 14.6; 18.37; 2 Ts 2.13; Dt 4.29). O próprio Cristo causou divisão (Mt 10.35; Jo 7.35; 9.16; 10.19), divisão entre a verdade e o erro (Lc 12.51).
“Qual Jesus?” é uma pergunta
importantíssima para todo crente em Cristo. Nós deveríamos primeiro nos
questionar, testar nossas próprias crenças sobre Jesus, “Examinai-vos a
vós mesmos se realmente estais na fé; provai-vos a vós mesmos. Ou não
reconheceis que Jesus Cristo está em vós? Se não é que já estais
reprovados.” 2 Co 13.5 e “Examinai tudo. Retenham o que é bom.” 1 Ts
5.21. Incompreensões sobre o Senhor inevitavelmente se tornam obstáculos
em nosso relacionamento com Ele. A avaliação também pode ser vital com
respeito à nossa comunhão com aqueles que se dizem cristãos.
Recentemente, durante uma rápida viagem aérea, um dos meus amigos,
preocupado o suficiente, fez algumas perguntas cruciais à pessoa próxima
a ele sobre o relacionamento dela com Jesus. Mesmo tendo confessado ser
um cristão, participando há quatro anos de uma comunidade cristã, essa
pessoa na verdade não conhecia a Jesus nem entendia o evangelho da
Salvação. Meu amigo o levou ao Senhor antes que o avião aterrizasse.
A “unidade cristã”
Com muita frequência, frases parecidas
com “nós teremos comunhão com qualquer um que confessar o nome de
Cristo”, estão sensivelmente impregnadas de camuflagens ecumênicas (ecumenismo: hoje em dia significa a união entre todas as religiões). O
medo de destruir a unidade domina os que levam a sério este tipo de
propaganda antibíblica, até mesmo ao ponto de desencorajar qualquer
menor interesse em lutar pela fé. Surpreendentemente, “a unidade cristã”
agora inclui a colaboração para o bem moral da sociedade com qualquer
seita “que confessa o nome de Jesus.”
“Jesus”, o irmão de Lúcifer
Os ensinamentos heréticos sobre Jesus
incluem todo tipo inimaginável de ideias sem base bíblica. O “Jesus
Cristo” dos mórmons, por exemplo, não poderia estar mais longe do Jesus
da Bíblia. O Jesus inventado por Joseph Smith fundador do movimento
mórmon, que a seguir inspirou o nome de sua igreja, é o primeiro filho
de Elohim, tal como todos os humanos, anjos e demônios são filhos
espirituais de Elohim. Este Jesus mórmon se tornou carne através de
relações físicas entre Elohim (Deus, o Pai, o qual tinha um corpo
físico) e a virgem Maria. O Jesus mórmon é meio-irmão de Lúcifer. Ele
veio à terra para se tornar um deus. Sua morte sacrificial dará
imortalidade para qualquer criatura (incluindo animais) na ressurreição.
No entanto, se uma certa criatura, individualmente, vai passar a sua
eternidade no inferno ou em um dos três céus, isto fica por conta de seu
comportamento (incluindo o comportamento dos animais).
“Jesus”, uma ideia espiritual
O Jesus Cristo das seitas da ciência da
mente (Ciência Cristã, Ciência Religiosa, Escola Unitária do
Cristianismo, etc.) não é diferente de qualquer outro ser humano.
“Cristo” é uma ideia espiritual de Deus e não uma pessoa. Jesus nem
sofreu nem morreu pelos pecados da humanidade, porque o pecado não
existe. Ao invés disto, ele ajudou a humanidade a desacreditar que o
pecado e a morte são fatos. Esta é a “salvação” ensinada pela Ciência
Cristã.
“Jesus “, o arcanjo Miguel
As Testemunhas de Jeová também amam a
Jesus, mas não o Jesus da Bíblia. Antes de nascer nesta terra, Jesus era
Miguel, o Arcanjo. Ele é um deus, mas não o Deus Jeová. Quando
o Jesus deles se tornou um homem, parou então de ser um deus. Não houve
ressurreição física do Jesus dos Testemunhas de Jeová; Jeová suscitou o
seu corpo espiritual, escondeu os seus restos mortais, e agora,
novamente, Jesus existe como um anjo chamado Miguel. A Bíblia promete
que, ao morrer um crente em nosso Senhor e Salvador, a pessoa
imediatamente estará com Jesus (2 Co 5.8; Fp 1.21-23). Com o Jesus
deles, no entanto, somente 144.000 Testemunhas de Jeová terão este
privilégio – mas não depois da morte, porque eles são aniquilados quando
morrem. Ou seja, eles gastam um período indefinido em um estado inativo
e inconsciente; de fato deixam de existir.
“Jesus”, ainda preso numa cruz
Os católicos romanos também amam a Jesus.
Eu também o amei da mesma forma durante vinte e poucos anos de minha
vida, mas ele era muito diferente do Jesus que eu conheço e amo agora.
Algumas vezes ele era apenas um bebê ou, no máximo, um garoto protegido
pela sua mãe. Quando queria a sua ajuda eu me assegurava rezando
primeiro para sua mãe. O Jesus para quem eu oro hoje já deixou de ser
um bebê por quase 2000 anos. O Jesus que eu amava como católico morava
corporalmente em uma pequena caixa, parecida com um tabernáculo que
ficava no altar de nossa igreja, na forma de pequenas hóstias brancas,
enquanto que, simultaneamente, morava em milhões de hóstias ao redor do
mundo. O Jesus dos católicos romanos que eu conhecia era o Cristo do
crucifixo, com seu corpo continuamente dependurado na cruz,
simbolizando, de forma apropriada, o sacrifício repetido perpetuamente
na missa e a Sua obra de salvação incompleta. Aproximadamente há dois
milênios, o Jesus da Bíblia pagou totalmente a dívida dos meus
pecados. Ele não necessita mais dos sete sacramentos, da liturgia, do
sacerdócio, do papado, da intercessão de Sua mãe, das indulgências, das
orações pelos mortos, do purgatório, etc. para ajudar a salvar alguém.
Os católicos romanos dizem que amam a Jesus, mesmo quando se chamam de
católicos carismáticos, católicos “evangélicos”, ou católicos
renascidos, mas na verdade eles amam um Jesus que não é o Jesus bíblico.
Ele é “um outro Jesus”.
“Jesus”, o bilionário
Até mesmo alguns que se dizem evangélicos
promovem um Jesus diferente. Os chamados pregadores do evangelho da
prosperidade promovem um Jesus que foi materialmente próspero. De acordo
com o evangelista John Avanzini, cujas roupas chiques refletem o seu
ensino, Jesus vestia roupas de marca (uma referência à sua capa sem costura)
semelhantes às vestidas por reis e mercadores ricos. Usando uma
argumentação distorcida, os pregadores da auto-ajuda e do sucesso
declaram que ser pobre é pecado, e já que Jesus não tinha pecado, então,
obviamente, ele devia ter sido extremamente rico. O pregador da
confissão positiva Fred Price explica que dirige um Rolls Royce
simplesmente porque está seguindo os passos de Jesus. Oral Roberts, um
dos mais famosos pregadores americanos, sustenta a ideia de que, pelo
fato de terem tido um tesoureiro (Judas), Jesus e Seus discípulos deviam
ter muito dinheiro. Além da pregação sobre um Cristo que era
materialmente rico, muitos pregadores da prosperidade, tais como Kenneth
Hagin e Kenneth Copeland, que fizeram discípulos no Brasil tais como,
André Valadão, Valnice Milhomes, R.R. Soares entre outros, proclamam um
Jesus que desceu ao inferno e foi torturado por Satanás a fim de
completar a expiação pelos pecados dos homens. Este não é o Jesus dos
discípulos.
O “Jesus” das igrejas psicologizadas
O Jesus de Tony Campolo habita em todas
as pessoas. O famosíssimo pregador televangelista Robert Schuller
apresenta um Jesus que morreu na cruz para nos assegurar uma auto-estima
positiva. Para apoiar sua tese sobre Jesus, psicólogos cristãos e
numerosos pregadores evangélicos dizem que Sua morte na cruz prova o
nosso valor infinito para com Deus e que isto é a base para nosso valor
pessoal. Não somente existe uma variedade enorme de “jesuses” que
promovem o ego humano hoje em dia, como também estamos ouvindo em nossas
“igrejas” psicologizadas que a verdade sobre Jesus pode não ser tão
importante para o nosso bem psicológico do que nossa própria percepção
sobre Ele. Esta é a base para o ensino atual do integracionista
psicoespiritual Neil Anderson e outros que promovem técnicas
não bíblicas de cura interior. Eles dizem que nós devemos perdoar Jesus
pelas situações passadas, nas quais nós sentimos que Ele nos desapontou ou nos feriu emocionalmente. Mas, qual Jesus?
Conclusão
A comunhão com Jesus é o coração do
Cristianismo. Não é algo que meramente imaginamos, mas é uma realidade.
Ele literalmente habita em todos que colocam nEle a sua fé como Senhor e
Salvador (Cl 1.27; Jo 14.20; 15.4). O relacionamento que temos com Ele é
ao mesmo tempo subjetivo e objetivo. Nossas experiências pessoais genuínas
com Jesus estão sempre em harmonia com a Sua Palavra objetiva (Is
8.20). O Seu Espírito nos ministra a Sua Palavra, e este conhecimento é o
fundamento para nossa comunhão com Ele (Jo 8.31; Fp 3.8). Nosso amor
por Ele é demonstrado e aumenta através de nossa obediência aos Seus
mandamentos; nossa confiança nEle é fortalecida através do conhecimento
do que Ele revela sobre Si mesmo (Jo 14.15; Fp 1.9). Jesus disse: “Todo
aquele que é da verdade ouve a minha voz” (Jo 18.37). Na proporção em
que nós crentes aceitarmos falsas doutrinas sobre Jesus e Seus
ensinamentos, também minaremos nosso relacionamento vital com Ele.
Nada pode ser melhor nesta terra do que a
alegria da comunhão com Jesus e com aqueles que O conhecem e são
conhecidos por Ele. Por outro lado, nada pode ser mais trágico do que
alguém oferecer suas afeições para outro Jesus, inventado por
homens e demônios. Nosso Senhor profetizou que muitos cairiam na
armadilha daquela grande sedução que viria logo antes de Seu retorno (Mt
24.23-26). Haverá muitos que, por causa de sinais e maravilhas, como
são chamados, feitos em Seu nome, se convencerão de que conhecem a Jesus
e O estão servindo. Mesmo que sejamos considerados divisivos por
perguntarmos “Qual Jesus?”, entendam que a resposta desta pergunta traz
consequências eternas.”
A esta lista podemos juntar o Jesus pop, pai do rock
O Jesus tatuado
O Jesus salvador da política brasileira
…Temos também o Jesus atleta, surfista…
O Jesus tecno
…rip rop…
…O pagodeiro, o Jesus rastafári dos jamaicanos
…O Jesus mahatma da nova era…
Todas essas versões de Cristo revelam o
desejo do ser humano de moldar tudo que o cerca ao seu prazer,
manipulando até o sagrado e subvertendo a ordem natural das coisas mesmo
que isso signifique prejuízo eterno da sua alma. Fujamos disso tudo!
Que só a bíblia nos influencie!
Roberto Aguiar
Tradução de Ebenezer Bittencourt
https://discernimentocristao.wordpress.com/2009/07/04/de-qual-jesus-estamos-falando/
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