I – ESPÍRITO DE HOMICÍDIO: AUMENTANDO A IRA (Mt. 5:21-26)
A.
O Sermão no Monte é o ensino mais compreensível de Jesus sobre nossa
papel em cooperar com a graça. Nós precisamos de ensinamentos de fé para
nos capacitar a caminhar nas bem-aventuranças. A promessa de ser
abençoado inclui viver com um coração vibrante pela atividade do
Espírito Santo em nós.
B.
Jesus identifica seis tentações (Mt. 5:21-48) que envenenam e lutam
contra nosso coração (1 Pe. 2:11). O primeiro problema identificado por
Ele foi a ira, talvez por ser comum e surgir cedo em nós.
C.
Jesus não estava levantando o padrão moral da Lei do Velho Testamento,
mas estava explicando a intenção original no coração de Deus. Deus
sempre desejou que o sexto mandamento significasse não deixar o espírito
de homicídio ter lugar em nossa vida. Jesus não estava ensinando contra
a punição capital (Gn. 9:6; Lv. 24:17; Ex. 21:12-14; Nm. 35:16-17), nem
contra a defesa frente à agressão, nem contra nos proteger contra
ataques.
D.
Jesus ensinou que o espírito de homicídio opera em diferentes níveis e
cresce em variados estágios. Nós não devemos considerar a ira de forma
suave, pois ela é como um câncer espiritual que continua a crescer se
não resistirmos. Todos nós nascemos com a fraqueza pecaminosa
relacionada à ira, que deve ser resistida. As emoções de raiva são o primeiro estágio de expressão do espírito de homicídio, o qual cresce em amargura através de palavras de ira e então aumenta para ações de vingança.
E. Qualquer um que odeia ou sente amargura contra um irmão está operando no espírito de homicídio.
O Diabo é homicida e sutilmente nos atrai para expressões maiores de
homicídio (Jo. 8:44). Ele deseja que nossa fraqueza pecaminosa
relacionada à ira cresça em maldade, mas ele precisa de nossa
cooperação. Ele envenena nosso espírito e depois o aprisiona (1 Jo.
3:15).
F. Jesus revelou de forma graciosa o quanto a ira é perigosa. Ele
enfatizou que a única maneira de ser livre é lidar rápida e
completamente contra a ira em cada estágio (Mt. 5:22-26).
II – VENCENDO A IRA: 4 PRINCÍPIOS
A. Princípio 1:
Qualquer um que sente ira está sujeito ao julgamento diante de Deus e
dos homens (v. 22a), pois a natureza da ira pode crescer poderosamente
em nós, levando a resultados perigosos.
1. Às vezes a ira é causada por pessoas impedindo nossos objetivos (por honra, conforto, dinheiro, etc.) (Tg. 4:1-2).
2.
O julgamento da ira tem diferentes níveis, dependendo do grau em que é
expressada. Existe uma forte relação entre o que pensamos, dizemos e
fazemos, como nossas emoções desenvolvem e o que acontece no reino
espiritual. O que dizemos e fazemos dá acesso legal aos poderes
angelicais e demoníacos para serem mais ativos em nossa vida.
3.
O espírito de homicídio é imparcial e opera no grau em que nós abrimos a
porta para ele. Nós podemos honrar as regras sociais de etiqueta em
público, mas ter pensamentos de ira e estarmos em perigo.
B. Princípio 2:
Qualquer um que fala ou age com ira (sem arrependimento) está em
perigo, pois as consequências relacionadas a isto com certeza irão
aumentar (v. 22b). Isto faz com que as consequências da ira aumentem na
vida desta pessoa, que vai acarretar outros sendo feridos por ele,
relacionamentos sendo quebrados, circunstâncias negativas e a dureza de
coração que leva ao julgamento eterno.
1. Raca ou tolo: Estas
são palavras de insulto proferidas em raiva contra uma pessoa. Chamar
alguém de “raca” era como chamar de imbecil ou idiota ou mesmo estúpido.
2. Quem somos nós para dizer palavras de contenda e julgar o coração, habilidades e valor das pessoas diante de Deus?
3.
Quando falamos e agimos com ira e insultos, abrimos a porta para a ira
crescer em nós. O espírito de homicídio opera em nós com capacidade
total no seu “direito legal” quando escancaramos esta porta.
4.
Quando nossas palavras e ações são santas, então nossas emoções
seguirão este caminho e o mundo espiritual (anjos) será mais ativo em
nossas vidas. Quando nossas palavras e ações são impuras (ira e
imoralidade), nossas emoções seguirão este caminho e a esfera espiritual
(demônios) terá mais acesso às nossas vidas.
C. Princípio 3: Devemos
agir urgentemente contra o espírito de ira (v. 23-24). Assim começamos a
ser curados do veneno destilado em nosso coração.
1. Portanto:
Jesus relacionou a ofensa ao nosso irmão com as palavras proferidas por
nós, que Ele descrever no verso 22. Nós devemos buscar tratar nosso
irmão da mesma maneira que Jesus nos trata. Ele nos chamou para ser
pacificadores com mansidão e misericórdia.
2. Deixa a tua oferta: Nossas
ofertas para Jesus são uma forma de expressão do nosso amor por Ele.
Ele não as aceita se ignoramos as ofensas que causamos a um irmão por
palavras e ações de ira. Jesus exige uma atitude imediata, sem nenhuma
espera. Ele deseja que deixemos nossa oferta de lado até agirmos de
forma correta com os outros. Isto deve começar pela confissão de nossa
ira.
3. Primeiro:
Nós não podemos apresentar nosso coração para Deus como uma oferta de
adoração se falamos de forma irada contra Seus filhos. Nossa união com
Jesus em adoração está profundamente ligada à honra que damos aos
outros. Nossa adoração é impedida pela maneira como tratamos nosso
irmão. Nós devemos amar as pessoas que Deus ama.
4.
É impossível ser um filho de Deus sem ser um irmão ou irmã de Seus
outros filhos, por quem Jesus morreu. A encarnação, morte e ressurreição
de Cristo significam que Ele tornou-se inseparável daqueles que Ele
redimiu. O efeito da morte de Jesus por nós é que Ele nos fez “um nEle“.
Não podemos nos oferecer em união com Ele se nos iramos contra aqueles
que pertencem a Ele. Nos humilhar para estar em paz com nosso irmão e
irmã é uma parte essencial do nosso amor e sujeição à Jesus e de nossa
vida espiritual.
5.
O relacionamento da Trindade tem uma expressão humana no nosso
relacionamento com nosso irmão. Relacionamento é fazer visível na terra a
vida da Trindade que vem para nós através de Jesus. Esta gloriosa
comunidade humana está enraizada em Deus e em Seu caráter
misericordioso.
D.
Caim buscou adorar a Deus da sua própria maneira e não da maneira de
Deus. Caim foi o primeiro homem na história a lutar contra a raiz de
amargura. Ele estava irado contra Deus e Abel (Gn. 4:6-7).
E.
Deus deu oportunidade para Caim fazer o certo e ter um bom futuro. Deus
nos dá esperança quando nos chama ao arrependimento. Nunca é tarde para
recomeçar. Nós fazemos o certo somente se seguimos em nossas boas
escolhas. Se não fazemos o certo, o pecado fica à porta e nos ataca,
como um leão à espreita de sua presa. Se nos entregarmos à ira, a raiz
de amargura nos levará a maiores expressões do pecado e irá espalhar
como câncer em outras áreas de nossa vida emocional.
F. Princípio 4:
Nós pagamos a dívida inteira quando não arrependemos por irarmos. Só
somos livres quando arrependemos e nos apropriamos da graça de Deus,
para remover a ira que nos aprisiona.
1. Em verdade:
Jesus estava destacando que certamente ficaremos aprisionados até
resistirmos à ira. Nós temos um dívida de amor com as pessoas pois
recebemos gratuitamente o amor de Deus. Como devedores do Seu amor, nós
devemos resistir à ira ou sentiremos seu poder, mesmo como crentes (Rm.
13:8).
2. Prisão: Qualquer um que continua se irando, irá experimentar prisão emocional.
3. Sem demora:
Nós devemos rapidamente interromper nossa ira. Em outras palavras, nós
pagamos nossa dívida de amor pedindo perdão ao irmão, antes que as
coisas piorem. O objetivo é imediatamente finalizar a amargura ao invés
de deixá-la aumentar. As consequências da amargura e ira não
desaparecerão até lidarmos com elas.
4. Inimigo: A ira é nosso inimigo, que tem poder de nos aprisionar se nos sujeitarmos a ela.
5. Não sairás:
A maneira de sair da dívida espiritual e emocional de nossa ira é
arrepender-se e consertar as coisas com as pessoas que expressamos nossa
ira. Isto só funciona pela graça de Deus em nos perdoar e capacitar a
andar em liberdade, enquanto nos humilhamos e aceitamos Seu perdão e
poder transformador. Quando estamos diante de Deus podemos perceber
claramente quantas oportunidades de crescimento perdemos como resultado
da ira.
6. Pagar o último centavo:
Jesus disse que não sairíamos da prisão até que pagássemos o último
centavo. Nós fazemos isso nos arrependendo da ira em cada área de nossa
vida que o Espírito Santo destaca. Todos pagarão as consequências por
sua ira não arrependida. Nós pagamos em nossas emoções, relacionamentos e
circunstâncias. Por isso, é importante entender e desejar viver esse
princípio espiritual antes que consequências severas aconteçam.
FONTE: Mikebickle.org
VIA: http://lhop.com.br/sm07-vencendo-o-espirito-de-ira/
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