Para celebrar o “ano de Darwin” em 2009, a revista alemã Die Zeit publicou um artigo de duas páginas com a manchete “Muito obrigado, Darwin!”,
 acompanhado de quatro páginas falando sobre evolução. Esse 
agradecimento foi para um homem que nasceu há 200 anos. Seu 
“revolucionário” livro A Origem das Espécies foi publicado há 
150 anos. [Naquela época, nada se sabia sobre o DNA, o armazenamento de 
informações genéticas e sua transmissão].
O filósofo Immanuel Kant (1724-1804) já afirmava, cheio de orgulho: “Dêem-me matéria, e dela farei um mundo”. Cinqüenta anos mais tarde, o matemático e astrônomo francês Laplace (1749-1827) vangloriava-se diante de Napoleão: “Minhas teorias não precisam da hipótese chamada ‘Deus’.”
 Esses e outros pais do ateísmo científico buscavam uma explicação para a
 origem da vida em que Deus pudesse ser descartado. A resposta 
aparentemente salvadora veio de Darwin, que tornou viável explicar a 
origem da vida “de forma natural”. Enquanto ele próprio ainda era 
reticente em relação às implicações de sua teoria, hoje o mundo, cada 
vez mais ímpio, aclama seu patrono em manchetes sem fim.
Até a viagem de Darwin às ilhas Galápagos em 1835, acreditava-se no 
filósofo grego Aristóteles, que dizia que as espécies são imutáveis. A 
partir das diferentes formas de bicos de tentilhões que viviam na ilha, 
Darwin concluiu com acerto: espécies podem se adaptar e se modificar. 
Mas sua conclusão seguinte, de que toda a vida viria de uma árvore 
genealógica comum, não é cientificamente defensável. O próprio Darwin 
percebeu que uma grande fraqueza de sua teoria era a inexistência, na 
natureza, de fósseis de formas intermediárias. Mesmo assim, seguindo a 
doutrina darwinista, o homem perdeu sua posição especial atribuída pelo 
Criador e passou a ser apenas um ser mais evoluído no reino animal.
As molas-mestras da evolução
Como molas-mestras da evolução são mencionadas hoje: mutações, 
seleção, isolamento, longas eras, acaso, necessidade e morte. Todos 
esses fatores existem; porém, nenhum deles é fonte de novas informações 
criadoras.
• Mutações apenas podem modificar informações 
herdadas pré-existentes. Entretanto, sem as informações do DNA já 
disponíveis, a evolução nem pode dar a largada inicial. Mutação é, por 
definição, um mecanismo aleatório sem qualquer objetivo definido, de tal
 forma que, por princípio, não pode fazer surgir novos conceitos (por 
exemplo, criar órgãos).
• A seleção favorece os seres vivos mais aptos e faz
 com que sua predisposição hereditária seja passada adiante. Mas, 
através da seleção ocorre apenas uma escolha ou um aniquilamento de algo
 que já existe; nada pode ser melhorado por ela, nem ela faz surgir algo
 novo.
• Os outros fatores evolutivos citados também não podem ser considerados fontes criadoras.
Vejamos alguns poucos exemplos de seres vivos e examinemos se os 
fatores evolutivos em ação aleatória poderiam tê-los trazido à 
existência.
A reprodução sexuada
Conforme a teoria da evolução, a “descoberta” da reprodução sexuada 
seria uma condição decisiva para o desenvolvimento progressivo dos seres
 vivos. Através de combinações genéticas sempre novas, surgem muitas 
variedades, das quais as mais adaptadas ao seu ambiente sobrevivem ao 
processo de seleção. Duas razões, porém, eliminam esse processo na 
almejada tendência ascendente no desenvolvimento de uma linhagem:
1. A reprodução sexuada nem pode começar por um 
processo evolutivo. Ela apenas seria possível se ambos os sexos 
dispusessem simultaneamente de órgãos prontos e plenamente funcionais. 
Entretanto, na evolução, por definição, não existem estratégias 
planejadas ou direcionadas. Como o desenvolvimento dos órgãos 
necessários à reprodução poderia estender-se por milhares de gerações se
 os seres vivos nem conseguem se reproduzir sem esses órgãos? Mas, se um
 desenvolvimento lento precisa ser excluído por ser inviável, como seria
 possível que órgãos tão diferentes e tão complexos, que precisam 
combinar entre si até nos mínimos detalhes, surgissem repentinamente? 
Além disso, eles precisariam estar presentes juntos no mesmo lugar no 
momento da reprodução.
2. Ainda que admitíssemos a possibilidade da 
reprodução sexuada ter “caído do céu”, mesmo assim não surgiria nova 
informação na mistura da carga genética. Em suas muitas experiências, 
criadores de plantas e animais demonstraram que vacas altamente 
aperfeiçoadas geneticamente continuaram sendo vacas, e que o trigo 
jamais produziu girassóis. A chamada microevolução (mutação dentro de 
uma espécie) é verificável cientificamente; de uma macroevolução 
(mutação que ultrapasse as fronteiras das espécies) falta toda e 
qualquer prova.
Técnica genial nos glóbulos vermelhos
Em cada gota de sangue temos aproximadamente 5 milhões de glóbulos 
vermelhos. Eles são como mini-submarinos altamente especializados que, 
ao invés de levarem a bordo torpedos mortais, realizam algo extremamente
 vital.
• 175.000 vezes durante seus 120 dias de vida eles são abastecidos 
com oxigênio, enquanto descarregam no pulmão o gás carbônico (CO2), 
resíduo que se forma pelo processo de oxidação.
• Esses minúsculos navios cargueiros são tão pequenos que conseguem 
ultrapassar os mais finos vasos capilares, chegando a todas as partes do
 corpo.
• A cada segundo são gerados dois milhões de novos glóbulos 
vermelhos, que contêm a hemoglobina (que dá a cor vermelha ao sangue), 
uma composição química muito notável e complexa.
Como molas-mestras da evolução são mencionadas hoje: 
mutações, 
seleção, isolamento, longas eras, acaso, 
necessidade e morte. Todos 
esses fatores existem; porém, 
nenhum deles é fonte 
de novas informações criadoras.
A hemoglobina é necessária para o transporte de 
oxigênio já na fase de desenvolvimento embrional. Evidentemente, até o 
terceiro mês as necessidades de oxigênio são diferentes do que no 
estágio fetal (a partir do terceiro mês), e por isso faz-se necessário 
um tipo distinto de hemoglobina, de composição química diferente. Pouco 
antes do parto, as fábricas celulares voltam a funcionar a todo vapor 
para realizar a alteração para hemoglobina adulta. Os três tipos de 
hemoglobina não poderiam ser descobertos pelo caminho evolutivo, através
 da experimentação, porque as outras variantes não transportariam 
oxigênio suficiente, o que seria fatal para o ser vivo supostamente em 
evolução. Mesmo que em dois estágios fosse produzida a molécula correta,
 isso significaria a morte certa se a molécula da terceira fase não 
estivesse disponível. Por três vezes a produção de hemoglobina necessita
 de um biomecanismo completamente diferente, que também precisa 
modificar completamente sua produção no momento exato.
De onde vem um mecanismo tão complicado? Aqui toda e qualquer idéia 
de evolução falha completamente, pois em seus estágios semi-prontos, que
 segundo a evolução teriam conduzido a esse mecanismo tão complexo, 
esses seres vivos nem poderiam ter sobrevivido.
Esse conceito de complexidade não-redutível também é válido para o 
sistema imunológico do organismo humano ou para o flagelo com que as 
bactérias se locomovem. Mais uma vez, vemos que os seres vivos não 
teriam sobrevivido em sua “jornada” até seu estágio atual se este fosse 
atingido por processos evolutivos. É mais razoável admitir que tudo 
esteve pronto desde o princípio, o que somente é possível se um Criador 
planejou e criou tudo funcionando plenamente desde seu começo.
O vôo da Tarambola-Dourada
A Tarambola-Dourada é um pássaro maravilhoso que nasce no Alasca. 
Como ali o inverno é extremamente frio, ele migra para o Havaí. Sua 
viagem é muito longa, pois o destino fica a 4.500 quilômetros de 
distância. O vôo tem de ser direto, sem escalas, uma vez que no caminho 
não existem ilhas para descanso, e essa ave não sabe nadar. Para seu 
vôo, a Tarambola-Dourada precisa de um tanque cheio de combustível na 
forma de 70 gramas de gordura armazenada em seu corpo. Desse total, 6,8 
gramas são uma reserva para enfrentar ventos contrários. Como o pássaro 
tem de voar ininterruptamente por três dias e meio, noite e dia, sem 
parar, e precisa manter a rota com exatidão dentro das coordenadas 
geográficas, ele necessita de um piloto automático trabalhando com 
extrema exatidão. Se não encontrar as ilhas do Havaí, sua morte é certa,
 pois não existe qualquer outra alternativa de pouso. Se não possuísse 
essa porção de gordura precisamente calculada, não sobreviveria.
A mutação e a seleção, nesse caso, mais uma vez são construtores 
incapazes. Mais plausível é admitir que a Tarambola-Dourada foi criada 
assim desde o começo – pronta e equipada com tudo o que precisa.
O raciocínio evolucionista é útil?
Como vimos nos exemplos desses seres vivos, em outras áreas também encontramos projetos altamente especializados:
• A baleia cachalote é um mamífero que está equipado
 de tal forma que pode emergir de 3.000 metros de profundidade sem 
morrer pela temida descompressão.
• Uma quantidade imensa de bactérias microscópicas em nosso trato intestinal tem motores elétricos embutidos, que podem funcionar para a frente e de marcha a ré.
• A sobrevivência dos seres vivos depende do funcionamento perfeito de cada um de seus órgãos (por exemplo, coração, fígado, rins).
Órgãos semi-prontos, em desenvolvimento, não têm valor algum. Nesse 
assunto, quem pensa segundo o darwinismo deveria saber que a evolução 
desconhece a perspectiva de um órgão que passará a funcionar 
perfeitamente no futuro. O biólogo evolucionista alemão G. Osche 
observou acertadamente: “Seres vivos não podem, durante certas 
fases evolutivas, parar tudo como um empresário que fecha a firma 
temporariamente por causa de reformas”.
A inteligência e a sabedoria expressas nas obras da Criação são 
simplesmente imponentes. O caminho que conduz das obras criadas até um 
autor criativo é mais que evidente – das obras deduz-se a existência de 
um Criador. Combina muito bem com nossa observação o que a Bíblia já diz
 em seu primeiro versículo: “No princípio, criou Deus!”
O biólogo evolucionista alemão G. Osche observou acertadamente: “Seres vivos
não podem, durante certas fases evolutivas, parar tudo como um empresário 
que fecha a firma temporariamente por causa de reformas”.
Influenciada pelo darwinismo, estabeleceu-se a teologia 
histórico-crítica, que rejeitou o relato literal da Criação, até então 
considerado mensagem de Deus. Mas fazemos bem “acreditando em todas as coisas que estejam escritas” (Atos 24.14), pois “Deus não é homem, para que minta” (Números 23.19).
De onde vem a informação?
Na discussão científica, o argumento sempre é mais forte quando se pode aplicar as leis naturais
 a algum processo ou fenômeno. As leis naturais não admitem exceção. 
Conforme essas leis, por exemplo, o moto-contínuo, uma máquina que 
funciona continuamente sem receber energia, é uma máquina impossível.
Hoje sabemos o que Darwin ainda não podia saber: nas
 células de todos os seres vivos existe uma quantidade praticamente 
inimaginável de informação, aglutinada na forma mais compacta que se 
conhece. A formação de todos os órgãos é conduzida pela informação, 
todos os processos nos seres vivos funcionam dirigidos por informação e a
 produção de todas as substâncias do corpo (por exemplo, 50.000 
proteínas no corpo humano) é controlada pela informação. O sistema da 
evolução somente poderia funcionar se houvesse na matéria a 
possibilidade de a informação surgir por acaso. A informação é 
absolutamente imprescindível, pois os projetos de todos os indivíduos e 
todos os processos complexos nas células ocorrem baseados em informação.
Informação é uma grandeza imaterial; portanto, não é uma qualidade da matéria.
 As leis da natureza acerca de grandezas não-materiais, especialmente da
 informação, dizem que a matéria jamais pode gerar uma grandeza 
não-material. É evidente: informação somente pode surgir a partir de um 
emissor dotado de inteligência e vontade. Assim está claro: quem 
considera a evolução possível, acredita no “moto-contínuo” da 
informação, ou seja, em algo que as leis gerais da natureza mostram ser 
completamente impossível. Assim, acertamos o calcanhar de Aquiles da 
evolução, que cientificamente chega a seu FIM. [Expliquei a questão com 
mais detalhes em meu DVD A Origem da Vida à Luz da Informação].
De onde vem a vida?
Diante de todo o barulho que se faz atualmente em torno da evolução, 
perguntamos: “De onde vem a vida realmente?” A evolução não tem a menor 
explicação para o surgimento da vida a partir da matéria morta.
Stanley Miller (1930-2007), cuja experiência com a “sopa 
pré-biótica” (1953) é 
mencionada em todo livro de Biologia, 
admitiu depois de 40 anos que nenhuma 
das atuais hipóteses 
sobre a origem da vida consegue ser convincente.
Stanley Miller (1930-2007), cuja experiência com a “sopa pré-biótica”
 (1953) é mencionada em todo livro de Biologia, admitiu depois de 40 
anos que nenhuma das atuais hipóteses sobre a origem da vida consegue 
ser convincente. Ele classificou todas elas de “bobagens”, de “gestações
 mentais químicas”. O microbiologista Louis Pasteur (l822-1895) 
reconheceu algo fundamental: “Vida só pode vir de vida”.
Apenas um pôde dizer: “Eu sou a vida” (João 14.6), e esse alguém foi Jesus Cristo. A Seu respeito está escrito em Colossenses 1.16: “Pois nele foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis”. Em João 1.3 lemos: “Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez”.
 Qualquer teoria sobre o início da vida e o surgimento do mundo que não 
mencione Jesus como a origem e a fonte da vida é uma concepção morta, 
que inevitavelmente se esfacela na Rocha que é Jesus.
Assim, a teoria da evolução passa a ser um dos maiores enganos da 
história mundial e lança milhões de pessoas no abismo da incredulidade. 
Infelizmente, o que muitos dos nossos contemporâneos não levam em 
consideração é que ao abismo da descrença segue o abismo da perdição 
eterna depois da morte (inferno). O dilema real na maneira de pensar de 
nosso mundo é que o verdadeiro Criador de todas as coisas não é honrado 
com manchetes, dizendo: Muito obrigado, Jesus!
Muitos não sabem que Jesus Cristo nos fez uma oferta grandiosa. Ele disse: “Eu sou a Porta” (João 10.9). Ele estava se referindo à porta do céu. Quem se volta para Jesus tem a vida eterna.
 (Dr. Werner Gitt — Chamada.com.br)
Werner Gitt formou-se na Universidade Técnica de Hannover (Alemanha) e concluiu seu doutorado em Engenharia em 1971. Dirigiu o Departamento de Tecnologia da Informação do Instituto Federal de Física e Tecnologia de Braunschweig de 1972 a 2002, onde, em 1978, foi nomeado professor titular. É autor de diversos livros sobre a Bíblia e a Ciência.
Extraído de Revista Chamada da Meia-Noite julho de 2009
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