INTRODUÇÃO
O
evangelho segundo Lucas destaca a atuação de pessoas marginalizadas,
dentre elas as crianças, as mulheres e os pobres. Na aula deste final de
semana estudaremos a respeito do papel das mulheres no ministério de
Jesus, notadamente na narrativa lucana. Ao final, avaliaremos, a partir
de uma perspectiva neotestamentária, a atuação do ministério feminino na
igreja de Jesus Cristo. Destacaremos que o evangelho é inclusivo, não
fazendo diferença entre judeu ou gentio, macho ou fêmea, pois todos são
um em Cristo (Gl. 3.28).
1. AS MULHERES NO MINISTÉRIO DE JESUS
No
contexto da sociedade judaico-romana, no qual as mulheres eram
colocadas em segundo plano, o cristianismo privilegiou a atuação
feminina. Enquanto que os gregos desprezavam as mulheres, inclusive
alguns dos mais conceituados filósofos, Jesus dignificou a posição
social das mulheres, ressaltando o papel delas na vida pública. Ao
contrário dos que era defendido em Sua época, Jesus reafirmou que homem e
mulher foram feitos uma só carne (Gn. 2.24; Mt. 19.3-9). Jesus se opôs à
coisificação da mulher, transformando-a em mero objeto de desejo (Mt.
5.28), como ainda acontece na sociedade contemporânea. A preocupação de
Jesus com as mulheres é digna de destaque ao longo dos evangelhos. Ele
curou a sogra de Pedro, possibilitando o retorno dela ao serviço (Mc.
1.30-31; Mt. 8.14,15; Lc. 4.38,39). Jesus mostrou interesse pela viúva
de Naim, confortando-a em um momento de aflição (Lc. 7.11-15). O Senhor
também curou uma mulher curvada por dezoito anos, defendendo-a das
acusações dos religiosos (Lc. 13.10-17). Jesus curou uma mulher
acometida de um fluxo de sangue, que sofria há vários anos (Mc.
5.22-29). Ele permitiu que uma mulher considerada pecadora ungisse seus
pés (Lc. .36-50). Mesmo as prostitutas não foram desprezadas por Jesus,
essas têm maior disposição para o arrependimento do que os religiosos
(Mt. 21.31). O interesse inclusivista de Jesus atraiu mulheres que eram
conhecidas como adúlteras na sociedade, orientando-as para que
abandonassem os seus pecados (Jo. 4.4-42; Jo. 8.1-11).
2. AS MULHERES NO EVANGELHO DE LUCAS
Como
apontamos anteriormente, algumas mulheres tiveram proeminência no
ministério de Jesus, e essas são destacadas por Lucas no evangelho que
traz o seu nome. Isabel, a mãe de João Batista, é destacada como uma
mulher piedosa (Lc. 1.5-7). Maria, a mãe de Jesus, recebeu a visitação
de um ajo, informando-lhe que ela seria a mãe do Salvador (Lc. 1.26-38;
Lc. 2.5-7), e essa acompanhou o ministério do Seu filho até o fim (Lc.
8.19). Ana, a profetisa do templo, abençoou Jesus quando criança (Lc.
2.36-38). Maria e Marta, irmãs de Lázaro, serviam ao Senhor em Betânia
(Jo. 11.5; Lc. 10.38). As mulheres acompanharam o ministério de Jesus,
algumas delas contribuíam financeiramente para esse, dentre elas Maria
Madalena, Joana e Susana (Lc. 8.1-3). Conforme destacamos anteriormente,
Jesus curou várias mulheres: a sogra de Pedro (Lc. 4.38-39), uma menina
de doze anos (Lc. 8.41-56), uma mulher com uma enfermidade por doze
anos (Lc. 8.43-48), e uma mulher curvada por dezoito anos (Lc.
13.10-17). O exemplo de algumas mulheres é destacado no evangelho
lucano: uma mulher pecadora que unge o Mestre e é perdoada (Lc.
7.37-50), a mulher da parábola da dracma perdida (Lc. 15.8-10), uma
viúva que busca um juiz para obter justiça (Lc. 18.1-5) e uma viúva
pobre que entrega duas moedas no templo (Lc. 21.1-4). As mulheres foram
as primeiras a testemunharem a ressurreição de Jesus. Na verdade, elas O
acompanharam durante a crucificação (Lc. 23.27,49), prepararam
especiarias para ungir Seu corpo (Lc. 23.55,56), encontraram Jesus no
túmulo vazio (Lc. 24.1-3), e a elas os anjos anunciaram que Jesus havia
ressuscitado (Lc. 24.4-8).
3. A ATUAÇÃO DAS MULHERES NA IGREJA
Ao
contrário do que defendem alguns críticos do Novo Testamento, Paulo foi
favorável ao ministério feminino na igreja. Em I Co. 11 o apóstolo
instruiu sobre como as mulheres deveriam orar e profetizar na igreja,
respaldando esse ministério. Várias mulheres auxiliaram Paulo em seu
ministério missionário (Rm.16.1). A utilização isolada da passagem
bíblica de I Tm. 2.12-14 não pode ser usada para limitar a atuação da
mulher na igreja, apenas para restringi-la. O texto diz que a mulher não
deve ter “domínio sobre o homem”. O argumento bíblico é o de que a
supremacia e a liderança do homem não é uma questão cultural, pois se
baseia no princípio da criação, pois Deus criou primeiro o homem, em
seguida, a mulher (I Co. 11.9; I Tm. 2.13). A Bíblia não orienta a
escolha de mulheres para a posição do pastorado na Igreja, esse
ministério parece estar restrito aos homens (I Tm.3.2). No
entanto, as mulheres não devem se sentir menosprezadas por isso. Deus,
em Jesus Cristo, subverteu muitos padrões em Sua época em relação à
mulher. Elas eram desprezadas naquela cultura, mas não por Ele, que as
tornou, juntamente com os homens, “um em Cristo” (Gl.3.28). O Espírito
Santo concedeu a elas os dons espirituais (I Co.12), mediante o qual
elas podem tomar parte na edificação do corpo de Cristo. Elas podem
profetizar (At.2.17-18; 21.9), bem como ensinar na igreja, como fazia
Priscila, cujo ministério é destacado no Novo Testamento (At.18.26;
Tt.2.4).
CONCLUSÃO
A
sociedade dos tempos de Jesus menosprezava as mulheres, mas o Senhor se
opôs a esse preconceito, e atraiu várias mulheres para apoiar Seu
ministério. O Evangelho segundo Lucas reforça a inclusão da mulher na
dimensão evangélica, elas acompanhavam e sustentavam o ministério do
Mestre. A maneira digna com a qual Jesus, inclusive o apóstolo Paulo,
tratou as mulheres, deve servir de estímulo para que nós, os cristãos do
tempo presente, façamos o mesmo, pois todos somos um em Cristo.
BIBLIOGRAFIA
GREEN, J. The theology of the gospel of Luke. Cambridge: CUP, 1995.
MARSSHALL, I. H. Luke: historian and theologian. Downers Grove: IVP, 1998.
MARSSHALL, I. H. Luke: historian and theologian. Downers Grove: IVP, 1998.
Por Ev. José Manoel de Souza – Diretor de Ensino AD Içara
FONTE:
http://adicara.com.br/licao-6-mulheres-que-ajudaram-jesus-10052015/
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