Wim Malgo
“No devido tempo, para se apresentar a oferta de manjares, aproximou-se o profeta Elias e disse: Ó Senhor, Deus de Abraão, de Isaque e de Israel, fique, hoje, sabido que tu és Deus em Israel, e que eu sou teu servo e que, segundo a tua palavra, fiz todas estas coisas. Responde-me, Senhor, responde-me, para que este povo saiba que tu, Senhor, és Deus e que a ti fizeste retroceder o coração deles. Então, caiu fogo do Senhor, e consumiu o holocausto, e a lenha, e as pedras, e a terra, e ainda lambeu a água que estava no rego. O que vendo todo o povo, caiu de rosto em terra e disse: O Senhor é Deus! O Senhor é Deus! Disse-lhes Elias: Lançai mão dos profetas de Baal, que nem um deles escape. Lançaram mão deles; e Elias os fez descer ao ribeiro de Quisom e ali os matou” (1 Rs 18.36-40).
Na vida de Elias vemos uma representação da oração de vitória. Sua oração venceu e derrotou o inimigo. Quem era esse inimigo? Era Baal com seus sacerdotes, o ídolo e seus servos. Eles haviam desviado o povo da genuína devoção ao Senhor, se apossado do coração de Israel e arrastado o povo a servir ao Senhor pela metade, de coração dividido. Toda a terra estava infestada com esse pecado. É uma boa imagem das forças do mal que nos cercam e que infestam o mundo todo. São os poderes das trevas que nos tentam à preguiça, à incredulidade e à paixão pelo mundo, à idolatria, a uma vida cristã pela metade e a seguirmos ao Senhor de coração dividido. Preste atenção: Elias derrotou o inimigo. Como? Através da oração! Tornemo-nos pessoas que oram! Todos os inimigos ao nosso redor são obrigados a fugir diante da santa majestade da presença de Deus, que se revelará pelas nossas orações. E o Deus de Elias vive ainda hoje!
Como era a oração de Elias?
1.Era uma oração concreta
A oração precisa e específica abriga um grande mistério! O Senhor
Jesus nos diz que não devemos usar de vãs repetições, ou seja, não
devemos usar muitas palavras, como fazem os gentios. Ele está querendo
dizer que nossas orações devem ser claras e centradas no alvo, que
devemos orar especificamente pelo que está em nosso coração. Muitos
vivem dentro de uma bolha de religiosidade, usam um vasto repertório de
palavras e frases feitas quando se dirigem ao Senhor, e quando se erguem
de seus joelhos já não sabem o que oraram e quais foram, de fato, seus
pedidos ao Senhor. Aprenda você também a orar concretamente. Uma oração
concreta não é nada mais do que contar com a presença do Salvador vivo,
poderoso para interferir e ajudar neste exato momento. Elias disse: “fique, hoje, sabido que tu és Deus em Israel”.
2. A oração de Elias tinha a motivação correta
A motivação mais profunda do coração de Elias nem era em primeiro lugar a conversão do povo, mas a honra do Senhor. Ele diz: “fique, hoje, sabido que tu és Deus em Israel...” e no versículo 37: “Responde-me, Senhor, responde-me, para que este povo saiba que tu, Senhor, és Deus...” A ardente paixão da vida de Elias era a glória de Deus e a honra ao Seu nome. Então, no versículo 37 lemos o que ele diz: “...e que a ti fizeste retroceder o coração deles”.
É muito bom que você ore pela conversão de sua esposa, de seu esposo ou
de seu filho, mas... por que você quer mesmo que eles se convertam? Sua
resposta é: para que não continuem perdidos? Então, preciso lhe dizer
que essa é uma motivação pouco profunda. Mesmo que o Senhor, em Sua
graça, ouça os seus pedidos, a resposta é adiada e freada pela sua
motivação egoísta. Sim, é muito importante que seus queridos não se
percam. Há mulheres que oram pela conversão de seus maridos, mas muitas
vezes a motivação mais profunda de seu coração é ter uma vida mais fácil
e usufruir a companhia do marido na hora de ir à igreja, e não a glória
de Deus em primeiro lugar. Como Deus é paciente! Quando você orar pelos
seus familiares, o impulso prioritário deveria ser: “Senhor, Teu Nome
está sendo blasfemado pela vida perdida de meu esposo (ou de meu filho,
etc). Por favor, salva-o para que Tu sejas honrado e glorificado e para
que Tu recebas o fruto do penoso trabalho de Tua alma”. A glória do
Senhor deve ser o alvo supremo de nossas orações.
3. A oração de Elias estava embasada na absoluta certeza de ser atendido
Como é que ele podia ter a certeza de que o Senhor atenderia
imediatamente sua oração curta e simples? Ele poderia fazer papel de
ridículo na frente dos sacerdotes de Baal. Todos olhavam atentos e
tensos esperando o resultado. Creio que a certeza de Elias advinha de
sua completa obediência ao Senhor. Em sua oração ele clama: “fique, hoje, sabido que tu és Deus em Israel, e que eu sou teu servo e que, segundo a tua palavra, fiz todas estas coisas”. Em
outras palavras ele disse: “Senhor, não estou aqui por iniciativa
minha. Fiz tudo o que me ordenaste fazer. Agora, faze Tu o que eu não
consigo fazer”.
Nós podemos orar vitoriosamente, podemos dar o primeiro passo de fé quando nos encontramos em solo sagrado, ao pé da cruz.
Vemos como é decidida a vida de obediência de Elias nas suas atitudes
e ações visíveis: primeiro, ele não teve a coragem de orar como orou antes que
o altar do Senhor, que estava em ruínas, tivesse sido restaurado
(v.30). Ele encontrava-se em solo sagrado, perto do altar. Portanto, nós
igualmente podemos orar vitoriosamente, podemos dar esse primeiro passo
de fé somente quando nos encontramos em solo sagrado, ao pé da cruz. Se continuamente entregamos nosso velho homem à morte em Jesus, podemos dizer: “Senhor, fiz tudo conforme a Tua Palavra”.
Em segundo lugar, Elias somente começou a orar quando era tempo de
trazer a oferta de manjares (v.36). Que ilustração maravilhosa, se
pararmos para pensar que a oferta de manjares era um dos cinco
sacrifícios do Antigo Testamento onde não havia derramamento de sangue. A
oferta de manjares é uma indicação da vida de Jesus, que não precisava
de sangue para sua própria expiação pois não tinha pecado. A Carta aos
Hebreus diz que “nos temos tornado participantes de Cristo” (Hb 3.14). Portanto, deveríamos nos identificar com a oferta de manjares, com a vida de Cristo, pois assim diz o Senhor: “Santos sereis, porque eu, o Senhor, vosso Deus, sou santo” (Lv 19.2b). Estar
em solo sagrado, estar ao pé da cruz e viver conscientemente uma vida
de santificação é a expressão prática de nossa obediência a Deus,
através da qual o Senhor atende nossas orações e envia fogo do céu. Por
essa razão João diz em sua primeira carta, no capítulo 3.22: “e aquilo que pedimos dele recebemos, porque guardamos os seus mandamentos e fazemos diante dele o que lhe é agradável”. Lembremos
que Elias, como também o diz Tiago, era um homem como nós. Mas Elias
era tão poderoso em oração porque fazia o que o Senhor queria. Você já
conhece o resultado triplo da oração de Elias?
Quando Elias orou...
1. O fogo do Senhor caiu e consumiu tudo, não apenas
o sacrifício, mas inclusive as coisas materiais: a lenha, pedras, terra
e água. Como é maravilhoso quando aprendemos a orar como Elias orava:
estar em solo sagrado, ao pé da cruz, com vidas santificadas! Então, o
Senhor aceitará nossa oferta, e tudo o que é terreno será consumido por
Seu fogo.
2. Através da oração de Elias o povo cego reconheceu o Senhor, pois exclamou: “o Senhor é Deus! O Senhor é Deus!” Se
quisermos que este mundo endurecido e obstinado, religioso e cego para
as coisas de Deus venha a reconhecer outra vez a glória do Senhor, é
necessário que homens e mulheres orem como Elias.
3. Outra consequência da oração de Elias foi que, na mesma hora os inimigos teimosos, que seduziam e enganavam o povo, foram derrotados e aniquilados.
Já que o Deus de Elias vive e é o mesmo ainda hoje, eu pergunto: Quem
quer orar como Elias? Você quer? Então ajoelhe-se e consagre-se ao
Senhor agora mesmo!
FONTE:
(Wim Malgo -http://www.chamada.com.br)
Extraído de Chamado a Orar
Nenhum comentário:
Postar um comentário