Em Cristo estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento. (Colossenses 2:3)

Ninguém vos engane com palavras vãs; porque por essas coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência.(Efésios5:6)
Digo isso a vocês para que não deixem que ninguém os engane com argumentos falsos. (Colossenses 2:4)

12 de novembro de 2014

A BÍBLIA E OS SONHOS



Os sonhos sempre foram um enigma para o homem. A ciência tenta desvendá-los; a psicologia, a psiquiatria e a psicanálise se preocupam com a sua origem. Os místicos (esotéricos e muitos religiosos) são muito dados a sonhos e a sua interpretação.
Devemos crer neles? São eles, uma forma de Deus se comunicar com o homem? O que a bíblia fala sobre o assunto?

A BÍBLIA E OS SONHOS
A bíblia relata alguns sonhos e a sua interpretação, sem se preocupar com grandes explicações. Entretanto, podemos aprender algumas coisas a respeito, em suas páginas. Vejamos:

A) OS  SONHOS  NO VELHO TESTAMENTO

1. No Velho Testamento, eles podiam ser uma forma de Deus se comunicar com o homem, mas nem todo sonho vinha de Deus.
2. Podiam ser resultado da preocupação com os afazeres diários com relação à sobrevivência.
 “...da muita ocupação vem os sonhos.” Ecl 5:3a. Segundo este texto, sonhar muito é vaidade, futilidade que revela preocupação demasiada com a vida material em decorrência da falta de fé.
3.  O Velho Testamento fala de três tipos de sonhos:
a. Sonhos corriqueiros, sem importância ou significado:
Jó 20:8 diz que o ímpio desaparecerá como um sonho sem importância que acaba e não é mais lembrado. Sl 73:20: “Como o que acorda faz com um sonho, assim, ó Senhor, quando acordares, desprezarás a aparência deles”.
b. Sonhos espirituais que fortaleciam a vida religiosa da pessoa ou do povo:
Entre estes estão o sonho de Jacó (Gn 28:10-22),  o de Salomão (I Rs 3:5-15) e o homem de Jz 7:13-15.
c. Sonhos proféticos que traziam revelações de Deus para a pessoa, no contexto da história, ou para a nação.Este grupo pertenceu ao tempo em que a Revelação Divina não era completa como está agora, no Novo Testamento, mas estava se formando.
Exemplos:
- O sonho de Faraó; revelação da fome na terra e a provisão de Deus para preservar a família de Jacó, que seria o instrumento divino para trazer, ao mundo, o Salvador. (Gn 41:1-37).
- O sonho de Nabucodonozor: profecia sobre a história completa da humanidade, desde Nabucodonozor até o destino final de todas as coisas. (Dn 2:1-49).
- O sonho de Daniel: profecia sobre os quatro grandes reinos que dominariam o mundo, e o reino do anticristo, seguido pelo reino visível do Senhor Jesus, nesta terra, depois de vencer, definitivamente seu grande inimigo, Satanás. (Dn 7: 3-28).
4. Quando um judeu sonhava, o próprio Deus revelava o significado para ele. (I Rs 3:5).
Isto se aplicava, também, a um gentio sincero como Abimeleque que, mesmo não sendo judeu, foi avisado por Deus, em sonho, que estava pecando. (Gn 20:1-7).
5. A capacidade especial para interpretar sonhos foi dada a dois homens, no Velho Testamento: José – Gn 41:11-12; 25-27 e Daniel – Dn 2:19, 47,; 4:18; 5:12,14, receberam esta capacidade por causa da sua relação íntima com Deus e pela santidade de suas vidas.
6. Havia uma estreita ligação entre sonho e visão. No Antigo Testamento, eles se confundem.
Exemplos: Is. 29: 7-8, 10-11; Dt 13:1-5.
Confira: Sonho e Profecia – Jr.3:25-32.
            Profecia e Vidência – I Sm 9:9.
7. Os sonhos eram conhecidos como “Visões da Noite”. (Dn 2:28-29; 7:3).
8. Encontramos avisos contra falsos sonhos, portadores de falsas revelações. (Jr 14: 14-15; 23:16). Nos templos pagãos estimulavam-se os sonhos através de drogas, em sessões noturnas; no Egito e, mais tarde na Grécia, entravam em verdadeiro êxtase demoníaco.

Como reconheciam o sonho revelação no Velho Testamento?

1. A palavra de Jeová era inconfundível. Ele imprimia na revelação, a seriedade de seu caráter. Hoje, em dia, ouve-se de sonho sobre coisas tão banais, sem qualquer seriedade e embasamento bíblico que, longe de edificar causam falatórios, contendas, disputas e outras obras da carne. Era mister ter muito zelo nestes assuntos.

2. Quem sonhava, deveria primeiro procurar entender se o sonho era uma revelação ou um simples sonho. Jr 23:28: “O profeta que teve um sonho, que conte o sonho; e aquele em quem está a minha palavra, que fale a minha palavra, com verdade. Que tem a palha com o trigo? – diz o Senhor”. A palavra de Deus é comparada com o fogo e com o martelo, em contraste com a palha que seria o sonho mentiroso. Confira em Sl 73:19-20; Is 29:8.

3. O sonho dado por Deus produzia um resultado positivo, enquanto o sonho comum, nada tinha de proveitoso. (Dt 13:1-4).
O sonho mentiroso levava o povo a errar e se afastar de Deus. Deus prometeu castigar o que contava um sonho falso como aqueles que davam ouvidos a ele.  Era responsabilidade de quem ouvia um sonho saber se ele tinha vindo de Deus ou não.
 “Eis que Eu sou contra os que profetizam sonhos mentirosos, diz o Senhor, e os contam e fazem errar o meu povo com as suas mentiras e com suas leviandades; pois eu não os enviei, nem lhes dei ordem e não trouxeram proveito nenhum a este povo, diz o Senhor.” Jr 23:32. Confiram versículos 34 e 39-40 e Zc 10:2-3.
É muito sério dizer que Deus falou. O profeta tinha que estar seguro de que Deus lhe deu uma mensagem, de quando e onde ela deveria ser entregue. Com Deus não se brinca. Ez 13: 3-6.
“Tenho ouvido o que dizem aqueles profetas, proclamando mentiras em meu nome, dizendo: Sonhei, sonhei”. Jr 23:25.

4. Os sonhos de Deus sempre se cumpriam. Toda revelação divina provava ser verdadeira, fosse uma profecia falada por boca de profetas, fosse uma vidência, fosse um sonho. Deus mesmo ensinou seu povo:
“...como conheceremos a palavra que o Senhor não falou? Quando o tal profeta falar em nome do Senhor, e tal palavra não se cumprir, nem suceder assim, esta é a palavra que o senhor não falou; com soberba a falou o tal profeta, não tenhas temor dele.”   DT 18:21-22.

5. Segundo Is. 56:10-11,  os falsos obreiros é que são dados a muitos sonhos. São preguiçosos, gostam de dormir muito e, dormindo muito, sonham muito.

6. Havia uma consciência de que a revelação recebida através do contato direto com Deus, numa busca íntima e contínua de santidade, é superior a sonhos e visões. Deus ressaltou a superioridade da maneira pela qual Ele se comunicava com Moisés, com relação à maneira pela qual se comunicava com profetas comuns. Leia Nm 12: 6-8;  Jr 23:16, 18,22.
“Boca a boca falo com ele (Moisés), claramente e não por enigmas; pois, ele vê a forma do Senhor...”. Nm 12:8.

B) OS SONHOS NO NOVO TESTAMENTO
1. Há relato de poucos sonhos no Novo Testamento:
- o sonho de José – Mt 1:20, 2:13-19.
- da mulher de Pilatos – Mt 27:19.
- de Paulo – At. 16:9, 18:9.

2. Na Igreja Primitiva, quase nenhuma ênfase é dada a eles. A razão é óbvia. Leia Hb 1:1: “Havendo Deus, antigamente falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos, nestes últimos dias, pelo Filho”.
Hoje, Deus tem uma maneira diferente de se comunicar com o homem. Agora, Ele fala através dos ensinos do seu Filho (a Palavra Viva) que os escritores do Novo Testamento nos transmitiram, através da palavra escrita.

3. Toda revelação de Deus ao homem se completou com os escritos do Novo Testamento. (Rm 16:25-26; Cl 1:26-27).

4. Os sonhos não fazem parte da lista de dons espirituais de I Co 12:28-31 e Rm  12:5.

5. Todos os sonhos relatados no Novo Testamento foram interpretados pelo próprio Deus e esclarecidos ao sonhador. Não há mais enigmas nem intérpretes como José e Daniel. Por esta razão, não há regras para a interpretação de símbolos e figuras.
Exemplos:
Animal = símbolo do diabo
Luz = símbolo de Deus
Mulher =símbolo da Igreja.
Isto não existe no Novo Testamento.

6. Paulo ensina em Col. 2:18-23 que na igreja podem aparecer pessoas carnais, desligadas de Cristo e que se fazem passar por pessoas espirituais, trazendo falsas revelações. Como proceder, nestes casos?
a. Não devemos nos submeter a suas orientações porque elas são legalistas e escravizam o cristão. (v.18).
b. Estas revelações, sejam sonhos ou visões, dizem respeito a costumes temporais, tem só aparência de espiritualidade, mas na verdade são evidências de falsa humildade (v.23), mente carnal (v.18), vaidade (v.18 – enfatuado), e do legalismo que anula a graça que há em Cristo.
c.  Tais coisas não tem qualquer valor para o espírito (v.23b). Elas não revelam espiritualidade. Os que faziam tais coisas, em Colossos nem eram verdadeiros cristãos, estavam desligados de cristo, o Cabeça da igreja (v.19).

d. A bíblia é o nosso modelo, nosso paradigma. Qualquer manifestação, dita espiritual, deve estar de acordo com seus ensinos. Ao ouvirmos o relato de algum sonho ou outro tipo de revelação, devemos conferir com o ensino da bíblia e, se não estiver de acordo com ele, é nosso dever rejeitar tal orientação, sem medo de pecar. Foi o que fizeram os cristãos de Bereia que, ouvindo a pregação de Paulo, conferiam-na com as escrituras sagradas. Esta deve ser a atitude de um cristão maduro.
CONCLUSÃO

Deus escolheu a bíblia, sua Palavra escrita, para se comunicar com a sua igreja. Tudo o que Ele quis nos dizer está contido nela. Não há mais o que acrescentar. A revelação se completou no Novo Testamento.
 
Eventualmente, Ele pode usar o sonho para avisar o cristão sobre algum perigo que o ameace, mas o sonho será sobre um problema pessoal e não uma revelação para a igreja.
Você e eu somos responsáveis pelo que ouvimos e seguimos; a Bíblia nos ensina como reconhecer o que vem de Deus. Daí, a necessidade de estudarmos a palavra.
Vamos amadurecer espiritualmente! Deixemos de correr atrás de manifestações “espirituais”. Apeguemo-nos às Escrituras sagradas para conhecer e obedecer a voz de Deus para nossas vidas.
Deus, assim, nos ajude!
 
FONTE:
Pra. Marlene Moraes de Sousa
http://www.igrejabatistasmirna.com.br/estudo-e-texto/os-sonhos-46 

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