Por João Batista Cruzué
Fiz um resumo comparativo da população evangélica
por Igrejas entre os censos de 2010 e 2000. Notei que a tabulação dos
resultados não incluíram duas grandes denominações: A Igreja Internacional da
Graça de Deus e a Igreja Mundial do Poder de Deus. Parece que nao houve revisão
dos antigos papéis de trabalho do IBGE. Isto posto, vamos aos números,
resalvando que eles são resultado de amostragem e não de uma contagem física.
ALGUMAS ANÁLISES:
1. As Igrejas Assembleias de Deus cresceram cerca
de 3,9 milhões de membros em 10 anos. Em termos porcentuais, o crescimento foi
de 46,28%, a uma taxa (composta) anual de 3,8769%.
2. Entendo que o IBGE deveria ter atualizado seus
papéis de trabalho na tabulação, pois a ausência de grandes Igrejas Evangélicas
nos resultados, tais como: Igreja Internacional da Graça e Igreja Mundial do
Poder de Deus tiraram um pouco do brilho da performance do Instituto. Se isso
tivesse sido feito, o item "Outras", totalizando 14,7 milhões em
2010, não teria se mostrado maior que os membros da Igreja Assembleia de
Deus.
3. Igreja Universal do Reino de Deus - A redução de
227 mil membros na Seara da IURD põe em cheque uma crença sobre o potencial TV
na evangelização. É apenas um ponto de vista meu, e vou colocá-lo da seguinte
forma: quando o "produto" é ruim, nem a TV pode fazer milagres. A
dicotomia entre a pregação e o testemunho é tão notória que o óbvio foi
contundente. Com certeza a IURD vem perdendo membros para a Igreja Mundial do
Pastor Valdemiro Santiago.
4. Fico com a explicação do Pastor José Wellington
Bezerra da Costa, a maior liderança dentro das Assembleias de Deus, quando foi
Entrevistado no Jornal Nacional da Globo, no dia que o IBGE divulgou os dados
sobre religião, do Censo 2010. Disse o Pastor, mais ou menos nestas palavras,
que os Evangélicos crescem porque praticam a evangelização pessoal - homem a
homem. O curioso é que esta forma de evangelização funciona desde os tempos de
Jesus. O vizinho pregando para o vizinho; o colega de trabalho pregando para o
colega de trabalho, e a família ganhando os parentes para o Senhor.
5. Quero analisar o poder da Televisão na
divulgação do Evangelho e por analogia a Internet vai no mesmo pacote. As
pessoas que são atraídas para Jesus através destas mídias, precisam de integração
nas Igrejas. E não se faz integração dentro de um templo com 10 mil pessoas
para cima, onde ninguém conhece ninguém. Igreja é comunhão. Se não houver
comunhão, imagino que não pode haver coesão. Neste ponto as Assembleias de Deus
se utilizam da política certa.
6. E por último quero dizer que está acontecendo
uma elitização dentro das Igrejas Evangélicas. Se antes Igrejas como as
Assembleias de Deus eram muito fortes na evangelização entre as comunidades
mais carentes, hoje isto vem mudando, principalmente quando se trata de
evangelização nas periferias das cidades.
7. Infelizmente, a "igreja" que mais está
bombando nas periferias das cidades é a "igreja do pó". Fico
entristecido ao ver como o tráfico de drogas está ocupando o espaço do governo
e envergonhando as Igrejas que ao se elitizarem, deixam de lado os projetos de
evangelização, os cultos ao ar livre e têm vergonha de abraçar pobres. Não se
trata de opção pelos pobres, mas de continuar evangelizando os mais pobres - de
onde, por exemplo, veio as Igrejas Assembleias de Deus.
FONTES:
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