Em Cristo estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento. (Colossenses 2:3)

Ninguém vos engane com palavras vãs; porque por essas coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência.(Efésios5:6)
Digo isso a vocês para que não deixem que ninguém os engane com argumentos falsos. (Colossenses 2:4)

22 de novembro de 2010

A CIRCUNCISÃO DOS JUDEUS

 

O substantivo grego peritome (circuncisão) significa literalmente «um corte em volta».Circuncisão em hebraico é berit, que significa «aliança». A Circuncisão é o ato em que consiste em cortar o prepúcio, do órgão masculino, operação que podia ser praticada pelo chefe da família, às vezes pela própria mãe (Êx 4.25), ou por qualquer outro dos israelitas. Em tempos posteriores, usava-se uma autoridade designada, um especialista para esta operação chamado de mohel (corta-fora). Para os judeus, a circuncisão é um dos mais importantes dos seus 613 mandamentos. Era um rito de iniciação na família de Yahweh, representadas em Abraão, para que o indivíduo participasse dos privilégios e promessas contidas no concerto, ou pacto celebrado por Yahweh. Foi instituído por Yahweh como rito da religião judaica, e aplicado primeiramente a Abraão e todos os de sua casa, quer adquirido por compra ou não. O tempo próprio para esta operação ritual era o oitavo dia depois do nascimento do menino, compreendendo, ainda, os escravos (Gên 17.12,13). Entretanto, os nascidos antes da instituição deste rito, podiam ser circuncidados em qualquer época de sua idade. É o caso, por exemplo, de Abraão e Ismael, o primeiro circuncidado aos 99 anos, e o último aos 13 anos (Gên 17.11-27). Durante a estada no Egito, os israelitas não encontraram dificuldades na observância do rito, porquanto, entre os egípcios, a circuncisão era considerada como sinal distintivo e honroso. Os egípcios a praticavam a mais de 3000 anos a.C. Não só entre os judeus, mas ainda entre os maometanos a circuncisão é observada religiosamente.

A circuncisão era um rito exterior, um «sinal de pacto», a ser posto em todos os descendentes masculinos de Abraão, a fim de ficar como memorial da Aliança que Yahweh, assim, estabelecia com seu povo. Significava um compromisso tanto com o povo de Israel, como com o próprio Deus de Israel. Rejeitar a circuncisão resultava em ser «expulso» do seu povo (Gên 17.10-14). Os estrangeiros que desejavam entrar na comunhão com o povo de Israel, e com o seu Deus, bem como celebrar a Páscoa e participar de outras bênçãos, tinham de submeter-se a este rito, a circuncisão, qualquer que fosse a sua idade (Gên 34.14-17,22; Êx 12.48).

A circuncisão foi tornada um requisito obrigatório da Lei mosaica. «E, no oitavo dia, se circuncidará o menino a carne do seu prepúcio» (Lev 12.13). Isto era tão importante que, se oitavo dia caísse no altamente respeitado Sábado, ainda assim se devia realizar a circuncisão (João 7.22,23). Jesus, João Batista e Paulo foram circuncidados ao «oitavo dia» (Luc 1.59; 2.21; Filip 3.5). Já no 1º século parece ter sido costumeiro dar nome ao menino no dia da circuncisão (Luc 1.59,60; 2.21). - Durante a peregrinação de 40 anos no deserto, não se realizou a circuncisão. Assim, depois de atravessarem o Jordão, Josué fez com que todos os varões fossem circuncidados, para que pudessem celebrar a Páscoa de Yahweh (Josué 5.2-9).

A circuncisão era um ato de purificação religiosa, e em sua real significação, quer dizer abandonar todas as paixões carnais. O crente em Jesus Cristo segundo o N.T., passou por uma circuncisão espiritual, a saber: o despojar «do corpo da carne». Trata-se de um ato espiritual, mediante o qual Cristo remove nossa velha criação irregenerada e rebelde, e nos comunica a vida espiritual e ressurreta de Cristo (Col 2.11-13). Paulo escreveu aos cristãos de Filipos dizendo: «Porque a circuncisão somos nós que servimos a Deus no Espírito...» (Filip 3.3a). Paulo declara que a verdadeira circuncisão é uma obra do Espírito no coração da pessoa, pelo qual o pecado e o mal são cortados (ver em Rom 2.25-29 e no A.T., em Deut 10.16 e Jer 4.4; 9.26). «Circuncisão do coração»; significa regenerá-lo de modo a extinguir toda a resistência às influências santificadoras, habilitando-o para amar a Deus (Deut 30.6; 1 Cor 7.18,19; Gál 5.6; 6.14.15). Tudo isso é simbolizado (sinal externo) pelo Batismo em água, apropriado pela fé (Rom 6.1-11, Col 2.12). Portanto, o Batismo em certo sentido toma o lugar da circuncisão na Nova Aliança. Este é o nosso sinal de pacto para com Cristo Jesus, e, é claro num sentido ainda mais relevante do que a circuncisão dos judeus.

A Lei fazia distinção entre o «santo e o profano» e entre o «limpo e o imundo» (Lev 10.10). O fato de Jeová exigir a pureza de Seu povo, determina Seu «caráter», faz parte de Seu atributo; «Sede santos porque, eu sou santo...» (Lev 11.44,45). Conservar-se, puro, significa que a pessoa estava (e está) separada para fins sagrados e que, como pertencente a Yahweh, era santa e, não devia tocar o que era imundo. Além disso, a impureza é símbolo do pecado. A Lei exigia dois tipos de pureza, a saber:

1.6. Pureza Física:
As Escrituras muitas vezes usam a «pureza física» como símbolo ou representação da «pureza espiritual». Jesus recorreu ao princípio da «pureza física» quando salientou a «impureza espiritual» e a hipocrisia dos fariseus. A conduta enganosa deles foi comparada a se limpar por fora o copo e o prato, sem fazê-lo por dentro (Mat 23.25,26). Jesus usou uma ilustração similar durante a última Ceia Pascal, quando tirou a vestimenta de cima e, tomando uma toalha, cingiu-se com ela, depois deitou água numa bacia e começou a lavar os pés dos discípulos e a enxugar-lhes com a toalha com que estava cingido (João 13.4,5). Vemos que embora eles tivessem se banhado e seu Amo lhes tivessem lavado os pés, e eles, portanto, estivessem «inteiramente limpos», em sentido físico; todavia, em sentido espiritual, disse Jesus; «Nem todos estais limpos» (João 13.10.11), referindo-o a Judas Iscariotes.

A «pureza física» era diferente da «pureza cerimonial», não eram sinônimas, posto que ambas às vezes coincidiam-se. A eliminação de desejos por se enterrarem os excrementos era um requisito sanitário bem à frente dos tempos (Deut 23.9-14). A exigência de freqüentes banhos e da lavagem da roupa pela nação de Israel, era sinal de «pureza física». Os hábitos pessoais dos da nação de Israel fizeram dela um povo comparativamente sadio, apesar de sua peregrinação no deserto por 40 anos. As Leis de Yahweh, que governavam a vida no acampamento, inclusive a diagnose e o tratamento de doenças, inquestionavelmente eram responsáveis pela saúde do povo. Por exemplo; nem todos os animais eram classificados como limpos para consumo.

2.6. Pureza Cerimonial: As leis cerimoniais do A.T. eram mais exteriores. Já no N.T., o que realmente conta é a inclinação dos nossos corações. Entretanto, apesar das leis cerimoniais serem exteriores, contudo, sua exigência era um reflexo que atingia o coração de cada israelita, que se sujeitava a estas leis. Em toda história da humanidade, Deusa exigiu pureza total de Seu povo, tanto interior como exterior (1 Tess 5.23).

A «pureza cerimonial» do AT era tão severa que era observada entre os israelitas sob pena de morte. «Assim, separareis os filhos de Israel das suas imundícias, para que não morram nas imundícias contaminando o meu tabernáculo, que está no meio deles» (Lev 15.31). Especialmente os sacerdotes tinham a obrigação de estar tanto física como cerimonialmente limpos (Êx 30.17-21; Lev 21.1-7.22.2-8). Em Números 5.2, são especificadas três causas mais comuns de impureza cerimonial envolvendo pessoas:

a) Todo Leproso: A lepra é a doença que a Bíblia usa freqüentemente como símbolo da podridão do pecado; os povos orientais a reconheciam como um castigo provindo de Deus. Esta era a mais repugnante de todas as doenças, e exigia medidas severas de controle, inclusive um prolongado isolamento, com cuidado e repetido exame para determinar quando se realizou a cura (Lev 13.1-59; 14; Deut 24.8). Para sua purificação a Lei exigia ablução e sacrifícios especiais (Lev cap. 14). Devia ser dada cuidadosa atenção à prescrição divina para tratar com essa enfermidade, visto que a saúde da comunidade inteira corria perigo. A lepra era contagiosa, pois o leproso tinha que se manter isolado da comunidade israelita, durante «sete dias»; assim também é o pecado, pois mantém o homem isolado de Seu Criador (Isa 59.2; Rom 3.23). Veja a lepra que Yahweh colocara em Miriã, por ter murmurado contra Moisés, e seu isolamento do arraial por sete dias (Núm 12.10-16). Temos vários exemplos bíblicos de pessoas que eram leprosas: Naamã, que foi curado ao mergulhar-se por sete vezes no Jordão (2 Reis 5.1), Geazi (2 Reis 5.27), os quatro que estavam à entrada da porta de Samaria, quando estava cercada por Ben-Hadade, rei da Síria (2 Reis 7.2), o rei Uzias, de Judá (2 Crôn 26.19), os leprosos purificados por Jesus (Mat 8.2-4, Luc 17.12-19), Simão que morava em Betânia (Mat 26.6). A lepra era termo genérico usado para descrever uma variedade de doenças da pele, até bolor ou manchas nas vestimentas e nas casas (Lev 13.47-59; 14.34-53). Não é a doença hoje chamada de mal de Hansen. Para mais pormenores sobre a lepra, o leitor deve ler as passagens citadas acima.

b) Fluxo: Certos fluxos do corpo humano eram normais, mais causavam impureza cerimonial. Outros fluxos eram anormais e indicavam doenças. As doenças venéreas eram usualmente transmitidas através de relações sexuais promíscuas, sendo, pois, claramente associadas ao pecado. Quando um homem e sua esposa haviam tido relações sexuais, eles tinham que ser banhar e eram impuros até à tarde (Lev 15.16-18). Fluxo do hebraico zãbh, do verbo zubh«fluir». Expressão bíblica aplicável às condições dos órgãos genitais dos homens e das mulheres (Lev 15.2,19,25; Núm 5.2). Nenhum descendente masculino de Arão tinha permissão de comer «das coisas sagradas» enquanto impuros por causa de um fluxo (Lev 22.4). O termo «fluxo» às vezes se aplicava à menstruação regular, normal, da mulher (Lev 15.19-24). Todavia, era também usada para se referir a um fluxo de sangue doentio, prolongado e assim anormal (Lev 15.25-30). Neste último caso, aplicava-se ao crônico «fluxo de sangue» de uma mulher que padeceu por 12 anos antes de ser curada por Jesus Cristo (Mat 9.20-22).

Segundo a Lei, a pessoa que tivesse um fluxo era impura, e tornava objetos e pessoas que ele ou ela tocava (quando estava impuro (a)), e assim por diante. Pelos motivos de impureza, quando os homens eram convocados para uma expedição militar, tinham que estar santificados, eles eram obrigados a abster-se de relações sexuais com suas esposas (veja em 1Sm 21.4,5; 2Sm 11.8-11). Embora que, Yahweh não tivesse incluído no estatuto da Páscoa este tipo de impureza, porém, fica evidente que os israelitas, tinham que se abster de suas relações sexuais, durante os dias de Festas solenes (Lev 15.1-33). No Monte Sinai, Yahweh exigiu dos israelitas a santificação para que pudessem assim ouvir a Sua voz, entre os requisitos para a santificação estava a «abstenção de relações sexuais», Moisés disse ao povo: «Estai prontos ao terceiro dia; e não chegueis a mulher» (Êx 19.15 ver vv. 9-14). Alguém pode até perguntar por que a Lei mosaica considerava impuro aqueles que mantinham relações sexuais, não foi Jeová Deus que as instituiu?

No princípio, Yahweh criou os impulsos sexuais e a faculdade de procriação no primeiro homem e na primeira mulher, e ordenou-lhes que coabitassem e tivessem filhos. Todavia, quando Adão e Eva desobedeceram a Ele, não na questão de relações sexuais, mas por comerem do fruto proibido, ocorreram mudanças drásticas. De repente, sua consciência afligida pela culpa fez com que se apercebessem da sua nudez, e imediatamente cobriram seus órgãos genitais, ocultando-os da vista do Criador (Gên 1.28; 3.7,10,11). Daí em diante, o homem não podia cumprir em perfeição o mandato de procriação, em vez disso, se transmitia à mácula hereditária do pecado (Sal 51.5). Então, em tal sentido, fazer relações sexuais (entre o esposo e esposa), não é pecado, mas também não é santificação. Ainda em nossos dias atuais, é necessário sim, a abstenção sexual, ao fazermos um trabalho específico para o nosso Senhor Jesus Cristo, que seja, porém, com a sabedoria Divina (1 Cor 7.5).

c) Contato com o «cadáver de um homem»: Este foi o tipo de impureza que impediu alguns no deserto do Sinai, de celebrarem a Páscoa de Jeová no dia «catorze do primeiro mês» (Nm 9.6,7). -- Sob a Lei mosaica, referente a cadáveres, havia graus diferentes de «impureza»; tocar em um animal morto tornava a pessoa impura apenas por «um dia»; tocar em homem morto resultava em impureza durante uma semana, isto é, por «sete dias». No primeiro caso, exigia-se da pessoa apenas lavar as vestes, ou caso tivesse comido um animal selvagem, então tinha de banhar-se, além de lavar as vestes (Lev 5.2; 11.8,24, 27.31,39,40; 17.15). A mesma injunção era imposta aos sacerdotes, com a ordem adicional de que, se comessem algo santo enquanto estavam em um estado impuro, deviam ser mortos (Lev 22.3-8). Para quem tocasse num cadáver humano, era necessário realizar uma cerimônia de purificação mais complexa. Para este fim, uma bezerra vermelha, sem defeito era sacrificada fora do arraial. O sacerdote aspergia um pouco do sangue do animal «sete vezes» em direção à tenda da congregação. Em seguida, a bezerra inteira era então queimada, e um pedaço de madeira de cedro, e um hissopo, e fibras carmíneas (carmesim) eram lançados no fogo para queimarem com a bezerra. As cinzas eram guardadas e usadas «para a água da purificação», a qual, noterceiro e no sétimo dia era aspergido para a purificação daquele que tocou no cadáver humano. Ao fim dos «sete dias» ele devia lavar suas vestes e banhar-se, e então era declarado «limpo» (Núm 19.1-13,17,19). Este rito de purificação limpava a pessoa, permitindo que ela se aproximasse novamente de Jeová.

Sob este estatuto, todos os que estavam na casa ou na tenda em que ocorreu a morte, bem como a própria moradia e todos os vasos abertos, tornavam-se impuros. Tocar mesmo só num osso de um morto no campo de batalha ou tocar numa sepultura, ou sepulcro, igualmente tornava a pessoa impura. Esse é o motivo pelo qual, nos dias de Jesus Cristo, se costumava caiar as sepulturas antes da Páscoa, para proteger as pessoas que vinham a Jerusalém, contra inadvertidamente tropeçarem numa sepultura e assim se tornarem impuras para participar da Festa de Yahweh (Núm 19.14-19; Mat 23.27). Os sacerdotes não podiam se aproximar de um morto, a não ser no caso de um parente próximo (Lev 21.1-4).

http://www.doutrinasbiblicas.com/circuncisaopurezacer_t/circuncisaopurezacer.htm

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