Estamos vivenciando em nossos dias o que a Bíblia nos alerta a respeito dos ‘ventos de doutrinas’ e dos falsos ensinos. Ouvimos com frequência, pessoas reunidas cantando e repetindo letras de músicas que foram feitas com fins lucrativos, porém às quais muitos as denominam de ‘louvor’.
Uma dessas músicas que o povo tem cantado a plenos pulmões: “Restitui! Eu quero de volta o que é meu!” . Esta frase soa, no mínino, arrogante. Nossa atitude perante Deus deve ser de humildade e reverência, e não de arrogância. Deus é nosso criador, criador de todo o universo, e a Ele tudo pertence.
Temos o exemplo de Jó que, ao perder tudo, não se dirigiu a Deus gritando: “Restitui! Eu quero de volta o que é meu!”. Jó perdeu suas riquezas, perdeu seus filhos, perdeu sua saúde, mas humildemente bendizia ao Senhor dizendo: "Deus me deu, Deus me tirou, louvado seja o santo nome de Deus!". Esta é a verdadeira atitude que Deus quer de seus filhos. O amor filial, a reverência, a adoração a Deus. “Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes” (Tg 4:6). Pela fidelidade firme de Jó, Deus concedeu-lhe uma nova vida: eis que tudo se fez novo! Deus restaurou sua vida espiritual, social, sua saúde, restaurou seu casamento, deu-lhe nova família. Seus bens materiais foram restituídos, não como um passe de mágica, mas o povo restituiu seus bens ofertando-lhe, cada um com o que possuía a mais, Deus tocou no povo para que o povo fosse instrumento de Deus na bênção de Jó.
Está sendo ensinado com base em Joel 2.25, que tudo o que nos foi roubado pelo diabo, será restituído por Deus: “Restituir-vos-ei os anos que foram consumidos pelo gafanhoto migrador, pelo destruidor e pelo cortador, o meu grande exército que enviei contra vós outros”. Mas neste mesmo versículo está claro que o exército de gafanhotos não foi enviado pelo diabo, mas sim, por Deus, para disciplinar, corrigir e ensinar seu povo. Observa-se também que o profeta Joel não está chamando o povo para um clamor de restituição, mas, sim, para um clamor de arrependimento (2.12-15).
Não é uma atitude bíblica nos apresentarmos diante de Deus reivindicando o que quer que seja, imaginando ser de direito. Tal idéia não combina com o Evangelho da Graça de Deus. "Graça é amor que ultrapassa todos os limites de amor" (Dr. Dal). "A palavra graça é um tipo de sumário da totalidade de bênçãos imerecidas que vêm ao homem através de Jesus Cristo” (Alexandre Maclaren). Graça não é algo que se deve ao pecador, mas é algo que ele recebe, não é algo que ele pode reivindicar. Graça é dádiva imerecida. Portanto, não temos direito a nada, pois tudo o que recebemos das mãos de Deus é resultado de sua amorosa graça.
Oremos como fez o Profeta Daniel: “não lançamos as nossas súplicas perante a tua face fiados em nossas justiças, mas em tuas muitas misericórdias” (Dn 9:18).
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