O catolicismo romano considera que o pecado é constituído de dois tipos distintos: “o pecado original e os pecados atuais”, sendo que os atuais são divididos, conforme a gravidade da transgressão, e conforme o grau de voluntariedade e deliberação: “pecados mortais e pecados veniais”. Outra classificação divide os pecados atuais em “formais”, (todas as transgressões deliberadas) e “materiais” (transgressões onde não haja consentimento ou conhecimento). Os pecados materiais, não são propriamente considerados pecados, porque a transgressão não é voluntária. De acordo com a visão teológica do catolicismo romano, a Igreja tem o poder de fazer com que a alma, volte à amizade de Deus, e ela assim o faz através do sacramento da “Penitencia ou Confissão”. Esse poder foi recebido quando Jesus Cristo disse: "recebei o Espírito Santo. Os pecados a quem perdoardes serão perdoados, e os pecados a quem retiverdes, serão retidos".
PECADO ATUAL -Todos os atos ou omissões que são contrários à Lei de Deus. São pessoais e voluntários, sendo assim chamados em contraposição ao pecado original.
PECADOS CAPITAIS - São as sete principais fontes de atos pecaminosos: ORGULHO; AVAREZA; LUXURIA; INVEJA; IRA; PREGUIÇA; GULA. È importante notar que essas fontes não são primitivamente o “pecado”, mas sim tendências da natureza para os atos descritos. Recebem o nome de “capitais”, porque são as fontes ou as raízes de outros pecados. A visão da “Igreja Romana” é de que a vida cristã é uma continua luta contra estas sete tendências ou inclinações para atos pecaminosos.
PECADOS QUE CLAMAM AOS CÉUS POR VINGANÇA -
O homicídio voluntário, o pecado de Sodoma, a opressão do pobre, a defraudação dos operários no seu salário. Em virtude de sua má fé ou dolo, (são pecados cometidos contra a sociedade) parecem pedir castigo por um ato especial da Justiça Divina. O nome especial dado a esse tipo de pecado, se deve ao motivo das Escrituras Sagradas, assim se referirem a eles. Gênesis 4.10 “e disse Deus: Que fizeste? A voz do sangue de teu irmão clama da terra a mim”. Êxodo 22. 22 e 23: “A nenhuma viúva nem órfão afligireis, pois se de algum modo os afligirdes, e eles clamarem a mim, eu irei lhes ouvir o clamor.” Deuteronômio 24.14 e 15: “Não oprimirás o jornaleiro pobre e necessitado, seja ele teu irmão ou estrangeiro que está na tua terra e na tua cidade. No seu dia, lhes dará o seu salário, antes que o sol se ponha, porquanto é pobre, e disso depende a sua vida; para que não clame contra ti ao Senhor, e haja em ti pecado.”
PECADOS CONTRA O ESPIRITO SANTO: Conforme o relato bíblico em Mateus 12. 22 a 32, alguém trouxe a Jesus um endemoninhado, cego e mudo. Jesus expulsou o demônio, e aquele homem passou a ver e a falar. Enquanto a multidão se admirava, os fariseus murmuravam, acusando a Jesus de expelir os demônios senão pelo poder de Belzebu, o maioral dos demônios. Jesus, porém conhecendo seus pensamentos, lhes contou uma parábola, afirmando ao final: “se alguém proferir alguma palavra contra o Filho do Homem ser-lhe-á isso perdoado; mas se alguém falar contra o ESPÍRITO SANTO, não lhe será isso perdoado, nem neste mundo nem no porvir.” Em Marcos 3.29, lê-se: “mas aquele que blasfemar contra o ESPÍRITO SANTO jamais terá perdão, pois será réu de eterno pecado.” Este pecado, cognominado como “o pecado dos fariseus,” se diz contra o ESPÍRITO SANTO, porque vai contra a bondade e o poder milagroso de Deus. Cristo expulsava os demônios pelo poder divino, então os fariseus ao atribuírem esse ato ao poder de Belzebu, simplesmente colocavam em duvida o poder de Deus. Consoante a esse, há outros seis pecados citados pelos “teólogos medievais” e, que de forma especial, podem também ser considerados contra o ESPÍRITO SANTO. São eles:
1- desesperar-se da própria salvação;2- acreditar presunçosamente na misericórdia de Deus;3- atacar as verdades aceitas pela Igreja;4- invejar o bem espiritual dos outros;5- permanecer obstinadamente em estado de pecado mortal;6- a impenitência final (falta de arrependimento).
Embora sejam diferentes do pecado que Jesus descreveu como sendo contra o ESPÍRITO SANTO, estes seis também recebem a mesma cognominação porque endurecem o pecador contra o auxilio do ESPÍRITO SANTO, o que torna mais difícil a possibilidade do arrependimento.
PECADO MORTAL: Transgressão da lei de Deus em matéria grave com advertência e consentimento, ou seja: “voluntariamente”. Para que haja um pecado mortal, três condições são requeridas:
A- que a ação seja em “matéria grave” ou como tal considerada pelo pecador, como assassinato, furto, blasfêmia;B- deve haver “plena advertência” de que a atitude a ser realizada é falta grave.C- deve haver “pleno consentimento” da vontade, escolhendo-se livremente o perfazer a atitude má.
Esses pecados são chamados mortais, porque matam a vida sobrenatural da alma, tirando-lhe a graça santificante. Todo o que perecer, em estado de pecado mortal não terá condições de ir para o céu, e será condenado ao inferno eternamente.
PECADO VENIAL: desobediência em matéria leve ou por não ter havido pleno consentimento. O pecado venial, embora prepare o caminho para o pecado mortal e seja o maior mal depois deste, ainda não destrói de forma completa a amizade da alma com Deus. É uma enfermidade da alma, mas ainda não significa morte, pois a graça santificante permanece na alma.
PECADO ORIGINAL: esta expressão designa duas coisas diversas, porém relacionadas entre si:
I- o pecado de Adão, ao desobedecer a Deus;
II- as consequências dessa desobediência, que se constituiu na perda para si e para todos seus descendentes, da graça santificante e bens sobrenaturais, que lhe fora dado por Deus, tais como o direito ao céu, a imortalidade e a imunidade contra o sofrimento, o paraíso terrestre, o dom da integridade, « o perfeito controle das paixões pela razão cuja perda prejudicou os dons naturais no sentido de que, só através de luta e esforço, poderá o homem alcançar a perfeição de qualquer um deles » assim pois, Tomas de Aquino aponta a luta pela verdade para suplantar a ignorância, a luta pelo árduo para suplantar a fraqueza, a luta pelo uso moderado, daquilo que é altamente agradável para suplantar a concupiscência. [o livro da Sabedoria 10:1 e 2 nos informa que, mais tarde, Adão obteve o perdão de sua grande falta, “a sabedoria guardou aquele, que foi por Deus formado primeiro pai da redondeza da terra, tendo sido criado só, e o tirou do seu pecado e lhe deu virtude de governar todas as coisas”].
Uma vez que Adão foi não somente o primeiro homem, mas também o “chefe ou cabeça” do gênero humano, seu pecado (não o de Eva) causou sérias consequências a todos os seus descendentes, que ficaram privados dos mencionados dons que teriam se Adão não tivesse pecado. Esta privação da graça santificante e dos outros dons é o que se denomina pecado original em todos os homens (Rm 5.19). Nisto não há injustiça alguma, já que não tínhamos direito a esses dons. O pecado de Adão, não nos fez perder nada que, como seres humanos, tivéssemos direito. Pelo sacramento do Batismo, Deus nos restitui o mais precioso dos dons gratuitos outorgados outrora a nossos primeiros pais, que é a graça santificante. Entretanto, as outras consequências tais como a morte corporal, doenças, fraqueza da inteligência e da vontade etc. permanecem. Apenas uma pessoa, Maria, mãe de Jesus, não chegou a ser privada da graça santificante devido ao extraordinário privilegio de uma redenção preservativa, em vista dos méritos futuros de seu filho, Jesus. Esse singular privilegio de Maria é conhecido como “A IMACULADA CONCEIÇÃO DE MARIA”, tendo sido majestosamente instituído como “dogma de fé” em 08 de dezembro de 1854, pelo papa Pio IX. [Imaculada Conceição, é o peculiar privilegio pelo qual a Virgem Maria, em vista dos méritos futuros de seu “Divino Filho Jesus Cristo, foi concebida livre do pecado no seio de sua mãe Santa Ana, ou seja, no primeiro instante de sua concepção, foi preservada de toda mancha do pecado original]”.
FONTE:
Dicionário Prático por Mons. José Alberto L. de Castro Pinto – Bíblia Sagrada, Edição Barsa 1968; Rio de Janeiro.
Dicionário Prático por Mons. José Alberto L. de Castro Pinto – Bíblia Sagrada, Edição Barsa 1968; Rio de Janeiro.
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