Quais traduções usar? Por que existem tantas versões diferentes da Bíblia?
(1)
Devemos compreender que entre as traduções sérias existem certas
diferenças dependendo do objetivo que a tradução tem. Por exemplo, temos
traduções que primam pela tradução palavra por palavra dos textos
originais em hebraico, aramaico e grego. Geralmente são traduções boas
para estudo, mas que trazem certa dificuldade para um entendimento mais
rápido do texto, já que várias expressões nos originais quando
traduzidas quase que literalmente para o português não deixam o texto
tão claro e trazem expressões de difícil compreensão.
(2)
Outras traduções têm o objetivo de apresentar ao leitor o sentido
central do texto em uma linguagem mais atual e de fácil compreensão. Por
exemplo, a Nova Tradução na Linguagem de Hoje tem esse objetivo. Ela
não é traduzida palavra por palavra dos originais, mas tem como objetivo
captar o sentido central do texto, apresentando-o de forma mais simples
em termos de linguagem. Nesse tipo de Bíblia, por exemplo, até as
medidas de capacidade e comprimento já vêm traduzidas para nosso sistema
brasileiro. Veja esse exemplo: “Deste modo a farás: de trezentos côvados será o comprimento; de cinquenta, a largura; e a altura, de trinta.” (Gênesis 6:15 – Almeida Revista e Atualizada). Veja agora esse mesmo texto na NTLH: “As medidas serão as seguintes: cento e trinta e três metros de comprimento por vinte e dois de largura por treze de altura” (Gênesis 6:15 – NTLH). Isso agiliza o entendimento do texto.
(3)
Também podemos observar que algumas traduções são revisões de traduções
mais antigas, que trazem palavras que já estão em desuso ou mesmo
palavras ou expressões que hoje em dia tem significados diferentes do
que exprimiam no passado. A língua de um povo é viva e vai mudando com o
tempo. As revisões ajustam isso, permitindo que o texto bíblico
traduzido seja sempre atual em seu sentido nos originais. Como exemplo
podemos citar as traduções de João Ferreira de Almeida, que vem sendo
aperfeiçoadas a muitos anos. Inclusive já temos versões que acompanham o
novo acordo ortográfico vigente no Brasil, onde pontuações e grafias de
palavras foram mudadas.
(4) Um ponto importante a
se observar é que existem ainda outras traduções um pouco diferentes.
Por exemplo, temos as traduções Católicas que trazem alguns livros a
mais, que nós protestantes não aceitamos como sendo inspirados, e que
são chamados de apócrifos. Temos ainda a Tradução Novo Mundo das
Testemunhas de Jeová que, claramente, altera vários textos bíblicos e
distorce seus significados para que se moldem às suas doutrinas. Esse
tipo de tradução deve ser vista com muito critério e só deve ser usada
como estudo apologético e comparativo.
(5) Sendo
assim, creio que, das traduções sérias, podemos usar cada uma baseados
no objetivo que se propõem, combinando as características de cada uma
delas à forma de nosso estudo. Por exemplo, é muito indicado que novos
convertidos tenham um primeiro contato com textos mais simples de
entender. Para momentos devocionais e novos convertidos, versões como a
NVI e a NTLH facilitam muito o entendimento mais rápido. Estudiosos mais
avançados vão preferir versões mais fieis aos originais em cada
expressão.
https://www.esbocandoideias.com/2015/11/porque-a-biblia-tem-tantas-linguagens-e-traducoes-diferentes.html?
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