A despeito do temperamento do pastor e do tipo de igreja que ele
serve, a maioria de nós concorda que toda igreja deve ter um vasto
espectro de afeição por seu pastor. Cada igreja, até certo ponto, tem
membros que veem o seu pastor a partir de “lentes cor-de-rosa”, enquanto
outros mal toleram a sua existência e permanecem na igreja apesar dele.
Naturalmente, os pastores com frequência buscam afirmação e
encorajamento se cercando daqueles que o consideram o melhor pregador, o
conselheiro mais compassivo e o líder mais forte, enquanto evitam
aqueles que têm menos pensamentos tolerantes sobre eles.
Isso tem conduzido ao que eu acho que é um papel bom, útil e saudável
para nossas esposas terem em nossas vidas como pastores, enquanto
enfrentamos uma variedade tão grande de afeição para lidar dentre nosso
povo. A esposa de um pastor deve ser sempre…
Apoiadora, mas não deslumbrada.
Apoiadora: O maior bem de um pastor não é
um presbítero leal ou um diácono fiel. É uma esposa que o conhece melhor
do que ninguém, sabe de suas lutas, falhas, inadequações e conhece os
pecados que mais facilmente o enredam, e ainda assim tem esse apoio
inabalável, amor, afirmação e cuidado por ele. É uma esposa com fé firme
em Deus e apoio ao seu marido, que os sustenta em meio aos conflitos
mais dolorosos, das maiores traições e permite que as situações mais
difíceis da igreja sejam administráveis.
Mas não deslumbrada: Embora o apoio
inabalável de uma esposa seja de grande valor para um pastor e seja
essencial para que ele sobreviva às lutas do ministério, um dos piores
papéis para a esposa de um pastor ter em relação ao seu marido é ver a
ele e ao seu ministério através de “lentes cor-de-rosa”. Os pontos cegos
na vida e no ministério de um pastor são observados com mais clareza e
cuidado por sua esposa intuitiva “apoiadora, mas não deslumbrada”. A
esposa de um pastor que está deslumbrada com o marido não o ajudará a
ver as áreas de orgulho e autoengano em seu coração que aparecem em
conversas em casa. A esposa de um pastor que está deslumbrada com a
pregação do marido, não o escutará pregar de modo objetivo, com o
propósito de ajudá-lo a crescer como pregador. A esposa de um pastor que
está deslumbrada com os dons do marido para o ministério, será tentada a
ignorar as críticas consistentes que vêm de pessoas confiáveis na
igreja.
A razão pela qual eu sei que é um dom inestimável ter uma esposa
servindo um pastor desta maneira é porque eu tenho uma esposa preciosa
que é tremendamente apoiadora e incrivelmente não deslumbrada comigo.
Porque ela encontrou esse equilíbrio, ela sabe quando me consolar quando
estou legitimamente desanimado e me repreender quando estou de mau
humor. Ela afirma minha fidelidade em pregar a Palavra de Deus, mas não
acredita que eu seja o maior pregador da história do mundo
(provavelmente nem esteja no top 10!). Quando meu primeiro livro foi
publicado e as pessoas perguntaram com uma grande excitação: “Você deve
estar animado, mas não consigo imaginar como sua esposa se sente. O que
ela diz?”, eu encontrei a resposta mais precisa sendo esta: “Ela é muito
apoiadora, mas não está deslumbrada”.
Queridos irmãos e colegas pastores, orem para que sua esposa encontre
esse equilíbrio. Abram-se para sua esposa de tal forma que lhe permita a
liberdade de desempenhar esse papel. É para o nosso bem e crescimento
que prezamos o dom de uma avaliação clara, consistente, apoiadora, mas
não deslumbrada, do nosso ministério. Não há ninguém melhor para
desempenhar esse papel do que a mulher por quem você deu a sua vida,
convive com você em seus momentos mais sombrios de desânimo, dorme ao
seu lado todas as noites, coloca-se sob os seus cuidados e autoridade e
se sacrifica tanto quanto você para servir a Cristo naquela igreja
local.
Brian Croft é o pastor efetivo da Auburndale Baptist Church em
Louisville, Kentucky. Ele também é autor de "Visit the Sick: Ministering
God’s Grace in Times of Illness”, (Prefácio de Mark Dever) e "Test,
Train, Affirm, and Send Into Ministry: Recovering the Local Church’s
Responsibility to the External Call", (Prefácio de R. Albert Mohler Jr).
Brian escreve regularmente no blog Practical Shepherding.
Nenhum comentário:
Postar um comentário