Em Cristo estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento. (Colossenses 2:3)

Ninguém vos engane com palavras vãs; porque por essas coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência.(Efésios5:6)
Digo isso a vocês para que não deixem que ninguém os engane com argumentos falsos. (Colossenses 2:4)

28 de novembro de 2017

7 versículos que mostram como é importante amar o próximo


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Deus nos chama para viver em amor. Isso significa que precisamos amar as pessoas à nossa volta. Nem sempre isso é fácil, porque essas pessoas podem ser muito diferentes de nós. Mas a Bíblia explica por que é muito importante amar o próximo:

1. Jesus mandou amar o próximo

"Este é o meu mandamento: Amem-se uns aos outros." João 15:17

Quem ama Jesus obedece seus mandamentos. Jesus disse que amar o próximo é o segundo mandamento mais importante de todos, depois de amar a Deus sobre todas as coisas.

2. Quem é salvo ama seu próximo

"Amados, amemos uns aos outros, pois o amor procede de Deus. Aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus." 1 João 4:7

Amar o próximo é consequência de ter o amor de Deus no coração. Quando entendemos que ninguém merece o amor de Deus, começamos a ver nosso próximo como nós próprios. Deus ama seu próximo tanto quanto ama você infinitamente.

3. Falta de amor é falta de Deus

"Se alguém afirmar: "Eu amo a Deus", mas odiar seu irmão, é mentiroso, pois quem não ama seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê." 1 João 4:20

Isso é sério. Não amar o próximo é igual a não amar a Deus! Quem não ama seu próximo ainda não deixou Deus trabalhar em seu coração.

4. Amar o próximo é agradar a Deus

"Toda a Lei se resume num só mandamento: "Ame o seu próximo como a si mesmo"." Gálatas 5:14

Sem amor, nada que fazemos tem valor. Todos os mandamentos de Deus para uma vida boa e santa dependem de amar o próximo. Obedecer os outros mandamentos sem amar o próximo não agrada a Deus.

5. Amar é um bom testemunho

"Com isso todos saberão que vocês são meus discípulos, se vocês se amarem uns aos outros." João 13:35

Uma ação vale mais que mil palavras. Quando mostramos amor por nosso próximo, testemunhamos o amor de Deus de forma poderosa.

6. Nosso amor restaura

"Sobretudo, amem-se sinceramente uns aos outros, porque o amor perdoa muitíssimos pecados." 1 Pedro 4:8

Sem amor não há perdão. Para vivermos em paz com nossos irmãos, sem guardar rancor, precisamos aprender a amá-los.

7. Amar o próximo é ação!

"Se alguém tiver recursos materiais e, vendo seu irmão em necessidade, não se compadecer dele, como pode permanecer nele o amor de Deus? Filhinhos, não amemos de palavra nem de boca, mas em ação e em verdade." 1 João 3:17-18

Amar o próximo é uma coisa prática. Dizer que amamos não basta. O verdadeiro amor se expressa quando nosso próximo precisa de ajuda. Amar o próximo é não o abandonar na necessidade, tal como Deus não nos abandona quando precisamos dele.


https://www.bibliaon.com/versiculos_de_amar_o_proximo/



26 de novembro de 2017

A videira e os ramos

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Eu sou a videira; vocês são os ramos. Se alguém permanecer em mim e eu nele, esse dará muito fruto; pois sem mim vocês não podem fazer coisa alguma. (João 15.5)

Em sua alegoria da videira e dos ramos, é quase certo que Jesus estava pensando em Israel, a videira escolhida que Javé havia plantado em Canaã, e supondo a continuidade entre Israel e a nova comunidade de Deus. A mensagem essencial da alegoria é clara, a saber, que o propósito de Deus é que seu povo frutifique, do mesmo modo que é função da videira produzir uvas.

É surpreendente como muitos cristãos imaginam que ser frutífero signifique ser bem-sucedido em ganhar almas para Cristo. O evangelismo é, de fato, uma parte muito importante em nossa vocação cristã, mas, se observarmos o Antigo e o Novo Testamento, veremos que as uvas na videira de Deus eram a justiça e a retidão, enquanto que no Novo Testamento o fruto do Espírito é a semelhança com Cristo (Is 5; Gl 5.22-23; Cl 1.10).

Quais são, então, os segredos da videira frutífera? O primeiro segredo é a poda da planta. Deus é um jardineiro incansável, podando todo ramo que dá fruto para que frutifique ainda mais. Essa poda é, por certo, uma ilustração do sofrimento e trata-se de um processo drástico. O arbusto é cortado geralmente no outono, o que, para os leigos, parece extremamente cruel. Às vezes resta apenas um toco — nu, cerrado, marcado e mutilado — mas quando a primavera e o verão retornam, os frutos aparecem em abundância. A faca dolorosa da poda esteve em mãos seguras. Alguma forma de sofrimento é praticamente indispensável à santidade.

O segundo segredo da frutificação é a “permanência” dos ramos na videira. Essencialmente, ser um cristão é estar “em Cristo”, organicamente unido a ele. Assim, permanecer em Cristo é manter e desenvolver um relacionamento já existente. Além disso, trata-se de um relacionamento recíproco, uma vez que permanecemos em Cristo e Cristo em nós. Para que ele permaneça em nós, devemos permitir que ele assim o faça, que ele seja cada vez mais aquilo que é: nosso Senhor e o Doador de nossa vida. Mas, para permanecermos em Cristo, devemos ouvir o que ele nos diz, como nos lembra o bispo J. C. Ryle: “Permaneçam em mim. Agarrem-se a mim. Colem-se firmemente em mim. Vivam a vida de comunhão íntima comigo. Cheguem cada vez mais perto. Passem todo o fardo para mim. Lancem todo o peso sobre mim. Nunca se soltem de mim nem por um momento sequer”.



Para saber mais: João 15.1-8 Trecho extraído do livro A Bíblia Toda, o Ano Todo.
http://ultimato.com.br/sites/john-stott/2017/11/23/a-videira-e-os-ramos/?platform=hootsuite



23 de novembro de 2017

COMO SERÁ O LOUVOR DA ETERNIDADE


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C. H. Spurgeon

"Ao levar muitos filhos à glória, convinha que Deus, por causa de quem e por meio de quem tudo existe, tornasse perfeito, mediante o sofrimento, o autor da salvação deles.” - Hebreus 2:10
Leitura sugerida: Apocalipse 7: 13-17.

Não devemos dizer o que Deus poderia fazer ou não poderia fazer, mas me parece que, sem nenhum processo mais difícil de criação (Já que tudo é igual e nada é difícil para o Onipotência), Deus poderia ter feito seres como seremos quando estivermos glorificados no céu – santos e impecáveis eternamente - mais se Ele nos fizesse assim perfeitos, ainda assim, Ele teria que sustentar essa santidade com seu poder graciosamente, como irá sustentar eternamente nos eleitos – mas tanto dele seria desconhecido para nós ( e para os anjos eleitos) se assim fosse. Nós só podemos realmente conhecer o Pai em sua plenitude na sua imagem perfeita, Jesus Cristo. Ou se de outra forma ( por exemplo), Ele nos perdoasse sem uma expiação e propiciação de sua ira, nunca teríamos visto sua justiça, nem seu amor incrível. Coisas fundamentais do seu caráter estariam encobertas para sempre... portanto, nosso louvor na eternidade não poderia expressar a realidade do que Ele é de fato.

Mas no céu, seremos criaturas que sentem que temos tudo apesar de não merecermos nada, sentiremos o poder infinito da Graça soberana que atuou em nós, miseráveis pecadores. Criaturas que foram objeto do amor mais maravilhoso e, portanto, tão poderosamente atadas ao nosso Senhor que seria impossível que milhões de demônios nos desviassem.

Novamente, seremos servos que até mesmo os anjos não podem ser, pois sentiremos sob uma obrigação mais profunda para com Deus do que eles mesmos. Eles são criaturas totalmente felizes em Deus; mas nós, redimidos pelo sangue do querido Filho de Deus, tenho certeza, irmãos, num dia sem noite, cercaremos o trono de Deus nos regozijando, tendo mais felicidade do que os anjos, pois eles não sabem o que é o mal experiencialmente, mas temos conhecido o mal até o grau máximo em nossos próprios corações, e ainda estaremos perfeitamente livre disso, santos e perfeitos para sempre.

Eles não sabem o que é a dor, mas teremos conhecimento a dor, seus horrores e a morte, e ainda assim, seremos imortais. Eles não sabem o que é cair, mas devemos olhar para as profundezas do inferno e lembrar que esta foi a nossa porção, e o inferno é tudo o que merecíamos.

Como cantaremos, como vamos cantar o seu louvor, e isto, digo novamente, será a nota mais alta, que devemos cantar brilhantemente juntos e somente para o Cordeiro em seu trono. Vamos descrevê-lo e sua obra, e sua cruz... mais e mais, e mais uma vez, e consideraremos um tema inesgotável para a alegria melodiosa. A canção de como Ele se tornou homem, como suou grandes gotas de sangue, como ele morreu, como ele ressuscitou... Cantaremos, cantaremos, cantaremos... não devíamos estar cantando hoje também?

Para meditação: Os pecadores receberam muito mais atenção de Deus do que os seus santos anjos (Hebreus 2:16). Se os anjos o servem com louvor e anseio por aprender mais sobre o evangelho da nossa salvação, quanto mais devemos nós, os eleitos e amados em Cristo redimidos pelo seu Sangue (Salmo 103: 20-22; 1 Pedro 1: 12-13).

Tirado e adaptado do Sermão nº 478 – Pregado na Manhã de Domingo, 2 de Novembro de 1862 no Tabernáculo Metropolitano por Charles Haddon Spurgeon.


20 de novembro de 2017

Por que Jesus disse que Muitos são chamados mas Poucos escolhidos?


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Porque muitos são chamados, mas poucos escolhidos.
Mateus 22:14

Antes de explicar o versículo acima, analisemos outros 2 versos bem conhecidos:

Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Mateus 11:28

Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. João 3:16

Quem são os Chamados?


A afirmação foi feita no final da parábola do homem sem veste nupcial. Se você observar cuidadosamente, nesta parábola aqueles que foram os primeiros a serem chamados (os judeus), não apareceram para o casamento do filho do rei. E o rei então enviou um convite aberto a todos. Ele disse:

Ide, pois, às saídas dos caminhos, e convidai para as bodas a todos os que encontrardes. Mateus 22:9

E todos os que estavam disponíveis vieram. Não foi restrito a um número limitado. Ele disse: “A todos quantos achareis”. Ou seja, qualquer um e todos que estavam ao redor.

Todos são chamados?

Acredito que aqui cabe uma reflexão, só podem ser chamados os que são convidados, existem milhares de pessoas no mundo em países remotos ou países onde há perseguição que não foram “chamados” porque não foram encontrados.

A ordenança do Rei é que o convite deveria ser feito a todos que fossem encontrados, cabe a nós cristãos nos esforçarmos ao máximo para levar o convite ao máximo de pessoas possíveis.

Muitos responderam ao convite aberto do Rei. Por isso, Jesus disse: “Muitos são chamados”, no sentido de, muitos deram ouvidos ao chamado, nem todos os que foram convidados aceitaram ao chamado.

Também na grande comissão final, Jesus disse:

Ide por todo o mundo, e pregai o Evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; mas não aquele que crer será condenado. (Marcos 16:15)

Quem são os escolhidos

Nem todos estão dispostos a ouvir o Evangelho, dessa forma temos os que são chamados, mas não dão ouvidos, os que são chamados e dão ouvidos, isso não faz dele um escolhido, atentemos pela segunda parte da parábola:

E o rei, entrando para ver os convidados, viu ali um homem que não estava trajado com veste de núpcias. E disse-lhe: Amigo, como entraste aqui, não tendo veste nupcial? E ele emudeceu. Disse, então, o rei aos servos: Amarrai-o de pés e mãos, levai-o, e lançai-o nas trevas exteriores; ali haverá pranto e ranger de dentes. Mateus 22:11-13

Existe um grupo de pessoas que mesmo dando ouvido a Palavra de Deus, ao convite, não se preparam para a festa, veja que o convidado da parábola ao ser questionado fica mudo, sabendo que não se preparou devidamente.

Mas há alguns que respondem ao chamado, se convertem verdadeiramente à mensagem do Evangelho. Estas são as únicas, que são referidos como: “Poucos são escolhidos”.



https://bibliacomentada.com.br/index.php/por-que-jesus-disse-que-muitos-sao-chamados-e-poucos-escolhidos/



17 de novembro de 2017

Deus pode enviar um espírito mau?




Luiz Sayão


Deus permite o mal, mas nunca é o criador direto do mal ético; ele não é o autor do pecado

Com certeza uma das perguntas mais difíceis que um leitor da Bíblia vai enfrentar seja essa: Deus pode enviar um espírito mau? Como entender a história do rei Saul? O texto bíblico afirma que um “espírito mau” da parte do SENHOR atormentava Saul (1 Sm 16:14). Se Deus é bom, como ele pode agir de modo aparentemente tão contraditório?

A questão torna-se até mais complicada quando vemos que esse texto não é único na Bíblia. Há diversos outros textos bíblicos semelhantes: Em Juízes 9:23 lemos que Deus envia um “espírito mau” para atuar entre Abimeleque e os “cidadãos de Siquém”; 1 Samuel 18:10 e 19:9 trazem mais detalhes sobre o agir do espírito mau da parte do SENHOR em Saul; 2 Crônicas 18:19-22 menciona até um “espírito mentiroso” colocado pelo SENHOR na boca de profetas. Há ainda textos que incomodam por dizer que “Deus se arrependeu do mal” (Êx 32:14) e que “Deus cria o mal” (Is 45:7).

Para começar a discutir uma questão tão complexa é importante destacar que o substantivo “mau” e seu adjetivo “mau” tem significado muito genérico na Bíblia. Na verdade, o termo precisa ser dividido em categorias menores. John Hick, um grande estudioso do assunto, tem dividido o mal em quatro categorias: 
a) existe o mal originado por seres pessoais. Esse é o mal moral, isto é, o pecado;
b) há também o mal como sensação física da dor e a angústia do sofrimento psicológico, isto é, o sofrimento subjetivo;
c) há ainda o mal natural: é o caso do terremoto, da epidemia etc.;
d) existe finalmente o que é chamado de mal metafísico ou inerente à criatura. Refere-se à finitude e contingência dos seres criados que lhe dão condição perene de imperfeição. 


A tradição teológica clássica sempre ressaltou que o mal tem origem no uso incorreto do arbítrio humano. Agostinho, o famoso bispo de Hipona, afirmava que tudo o que Deus criou é bom, e que o que chamamos de mal ocorre apenas quando seres intrinsecamente bons se corrompem. Não pode existir nada inteiramente mau, nenhum ser. Mesmo não admitindo a existência ontológica do mal, Agostinho procurou defender a Deus de qualquer culpa pela existência do mal, a negação do bem. Por isso, afirmou também que se a existência do mal não fosse uma coisa boa, certamente Deus onipotente não o teria permitido.

Para entender os textos bíblicos, é preciso reafirmar que a fé bíblica descrita na Bíblia Hebraica, monoteísta e ética em sua essência, nunca admitiu a ideia de que há seres maus comparáveis a Deus. Não existe dualismo nas Escrituras. Toda experiência humana deve ser explicada em Deus e a partir dele. A visão monista do mundo e do Deus revelado a Israel fazia com que até mesmo qualquer experiência negativa também fosse atribuída a Deus. Por isso até os chamados espíritos maus são enviados por Deus e estão sob o seu domínio, como é o caso de Satanás no livro de Jó (Jó 1:6).

Essa perspectiva desdobrou-se num certo henoteísmo, visto que Deus é considerado em alguns textos como o deus dos deuses (Sl 95:4), isto é, acima dos deuses que só existem sociologicamente. Os deuses das nações nada são, e o Deus verdadeiro está acima de todos eles. Assim, é possível explicar também a ideia da vitória divina sobre as figuras mitológicas e suas nações. Este é o caso de Raabe, do Leviatã e da Serpente. Na verdade, não há espaço para qualquer divindade ou ser mitológico que se apresente como o opositor de Deus. Isso significa que todos os “seres maus” estão subordinados a Deus, e de certa forma, acabam sendo também “seus servos”, pois não passam de criaturas que só agem até o limite que Deus lhes permite atuar.

Retomando a amplitude semântica do termo “mal”, é necessário entender que a palavra não tem significado ético em muitos dos textos bíblicos já citados aqui. Na verdade, “mal” em diversas passagens bíblicas tem o significado de “desgraça”, “infortúnio”, “calamidade”. Se entendermos o termo dessa forma, é muito provável que o “espírito mau” de 1 Samuel 16 não seja um demônio que se opõe a Deus, mas sim um “espírito arruinador” (que traz sofrimento) de juízo. Isso nos ajuda a entender também que o SENHOR “se arrependeu da punição (mal) que traria ao povo”, pois Deus não se arrepende do mal enquanto pecado! Finalmente Deus não cria o mal, no sentido ético do termo, mas sim “a desgraça, a calamidade” (Veja Isaías 45:7 na NVI). Deus permite o mal, mas nunca é o criador direto do mal ético; ele não é o autor do pecado.



Luiz Sayão é professor em seminários no Brasil e nos Estados Unidos, escritor, linguista e mestre em Língua Hebraica, Literatura e Cultura Judaica pela Universidade de São Paulo (USP).


https://pleno.news/colunas/luiz-sayao/deus-pode-enviar-um-espirito-mau.html


14 de novembro de 2017

Insatisfação - Uma Enfermidade dos Nossos Dias


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Norbert Lieth


Grande parte das pessoas no Ocidente teria motivos mais que suficientes para estar satisfeita. Mas, muitos não estão. Eles vivem descontentes e por isso muitas vezes estão mal-humorados, carrancudos ou sofrem do estômago. Eles vivem em paz, em liberdade e gozam do bem-estar, mas acham que tudo poderia ser ainda melhor. (P.D. 25/98)

Foi a insatisfação que sempre fez com que os israelitas se revoltassem contra Moisés, Arão e contra o próprio Deus. Foi a insatisfação que lhes impediu a entrada na Terra Prometida e os fez andar errantes durante 40 anos pelo deserto, longe de uma terra que manava leite e mel. É a insatisfação que destrói casamentos e famílias, são cônjuges resmungões que dificultam a vida do companheiro. A insatisfação não só deforma o rosto, mas também estraga o ambiente no trabalho, na vizinhança ou na comunidade. A insatisfação faz uma sociedade ficar exaurida e um povo tornar-se corrompido. A insatisfação leva às manifestações violentas e produz greves, e tudo isso custa milhões. O fruto da insatisfação é a discórdia, e a insatisfação surge quando o homem não tem paz. Assim ele se encontra constantemente no círculo vicioso dos seus sentimentos negativos. A Bíblia fala disso em Lamentações 3.39: "Por que, pois, se queixa o homem vivente? Queixe-se cada um dos seus próprios pecados." Em Judas 16 está escrito acerca dos insatisfeitos: "Os tais são murmuradores, são descontentes, andando segundo as suas paixões." A Bíblia Viva diz: "Esses homens são exploradores constantes, eternos insatisfeitos, fazendo todo o mal que lhes dá vontade..."

A insatisfação tem sua raiz no fato de não se ter paz com Deus, e quanto mais um povo se afasta de Deus, mais insatisfeito fica. Paulo, que havia entregue sua vida de modo incondicional ao Senhor Jesus, podia dizer: "entristecidos, mas sempre alegres; pobres, mas enriquecendo a muitos; nada tendo, mas possuindo tudo" (2 Co 6.10). Portanto, aquele que entregou sua vida ao Senhor Jesus e se arrependeu da sua insatisfação experimentará a verdade de Filipenses 4.7: "E a paz de Deus, que excede a todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus."


(Norbert Lieth - http://www.apaz.com.br)
http://www.chamada.com.br/mensagens/insatisfacao.html


13 de novembro de 2017

TOTAL DEPENDÊNCIA DE DEUS


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David Wilkerson (1931-2011)


Sabemos que Deus libertou Israel sobrenaturalmente. Na sarça ardente, Moisés estava sendo preparado para confiar em Deus para trazer à realidade aquela obra gloriosa. Ele aprenderia algo sobre a natureza de Deus que o ajudaria, mais tarde, a confiar que o Senhor faria tudo acontecer. Qual aspecto da natureza de Deus era esse? Sua santidade!

O mesmo é verdade para todo cristão hoje. Podemos tentar realizar na carne o que pensamos que Deus quer. Porém, o Senhor diz para nós o mesmo que disse para Moisés: “Há apenas um solo no qual você pode aproximar-se de mim e este é um solo santo. Não podes depositar confiança alguma na sua carne, pois nenhuma carne pode permanecer em minha presença. Meus propósitos nunca são alcançados pelo que você pode acrescentar com sua própria força.”

Então, por que Deus pede a Moisés para tirar os seus sapatos? (veja Êxodo 3:5). O Senhor estava usando um objeto comum do dia a dia para ensinar uma verdade espiritual, assim como Jesus faria com moedas, pérolas, camelos e sementes de mostarda. Deus estava dizendo: “Moisés, tens que calçar os sapatos para proteger os seus pés. Mas não existe proteção humana suficiente para o sustentar aonde eu estou te enviando. Você precisará de um milagre de libertação.

“Estou te enviando ao Egito para encarar um ditador endurecido. Você estará numa situação da qual somente eu posso te livrar. Então, abandone toda a confiança em sua carne, até mesmo a sua mansidão e humildade. De outra forma, você não será capaz de fazer aquilo para qual estou te chamando. Todas as suas habilidades não têm valor, a menos que eu as santifique. Deposite a sua total confiança em meu nome e poder.”

Ninguém pode alcançar santidade aos olhos de Deus com sua própria capacidade ou força de vontade. Não podemos sequer servir ao Senhor apropriadamente sem ter a mesma atitude de Moisés. Devemos vir a Deus dizendo: “Senhor, não tenho nada para te dar. Tens que fazer tudo em mim.”



https://worldchallenge.org/pt/devotion/total-depend%C3%AAncia-de-deus?utm_source=Facebook&utm_medium=dw-post&utm_campaign=devo



9 de novembro de 2017

Democracia: a Deusa da Nova Era


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Arno Froese


Ao escolher o título: “Democracia: a Deusa da Nova Era”, eu sabia que ele seria polêmico. Parece que estou menosprezando a democracia. Contudo essa não é, de forma alguma, a minha intenção.

Temos experimentado a democracia como o sistema político que melhor funciona no momento. Ele nos provê com certas liberdades desconhecidas até então na História. A essa altura, não há outro sistema viável comparado à democracia. Mas à medida que a investigamos pela perspectiva bíblica, descobrimos que a democracia, não importa quão boa seja, acabará por dar posse ao Anticristo.

O próprio fato de que estamos hoje experimentando uma inundação de democracia nos fornece mais motivos do que nunca para crermos que a conclusão dos tempos do fim está às portas.

A democracia está nos lábios de todos hoje em dia, especialmente desde a sensacional e inesperada queda da Cortina de Ferro. Não passa um dia sequer sem que algum relato nos telejornais fale algo acerca do progresso da democracia. Alguns a têm chamado de a liberdade última e a libertação da humanidade. Outros dizem que a democracia é o direito dado por Deus para todos sobre a terra.

A Deusa da Democracia

Na China, que ainda está debaixo de governo comunista, a democracia é considerada uma religião. Durante o levante estudantil chinês na Praça Tiananmen, foi exibida uma “Estátua da Liberdade” em papel machê. Ela foi chamada “A Deusa da Democracia”. É isso que eu quero tratar em detalhes, porque uma deusa ou um deus da democracia jamais pode ser aquele Deus da Bíblia que nós cultuamos.

Pense por um instante. Crianças instruídas no comunismo – e seus pais e avós presumivelmente comunistas –, rebelam-se contra o sistema.

Manifestantes ao redor da escultura da Deusa da Democracia na
praça Tiananmen, Beijing, 30 de maio de 1989.


Eles haviam sido bons comunistas, caso contrário não teriam tido permissão de estudar nas universidade chinesas em busca de uma instrução mais elaborada. Ainda assim vemos esses estudantes como sendo os que levantaram essa “deusa da democracia”. Será que eles estavam reconhecendo algo que nós, como nação, temos falhado em reconhecer? Eu creio que sim!

Publicamos um artigo sobre o assunto na revista Notícias de Israel (em inglês) de julho de 1989, e cito partes do artigo aqui:
A esperança por democracia e a tragédia que se seguiu foram alardeadas pela mídia em detalhes. Qual é a importância disso a partir da Palavra profética? Geograficamente, a China está diretamente ao oriente de Israel. Sua participação no cenário dos tempos finais está descrita em Apocalipse 16.12: “Derramou o sexto a sua taça sobre o grande rio Eufrates, cujas águas secaram, para que se preparasse o caminho dos reis que vêm do lado do nascimento do sol”.

Embora a China seja um país comunista, eles se separaram do comunismo soviético sob a liderança de Mao Tse Tung. Isso não chegou a ser uma surpresa para os que estudam a Bíblia, porque a China não é categorizada dentro da confederação do norte mencionada pelo profeta Ezequiel, nos capítulos 38 e 39. A China pertence à confederação dos reis do Oriente e, portanto, ao império mundial que está presentemente surgindo na Europa.

Enquanto os levantes nos países do antigo bloco soviético se basearam exclusivamente em razões materialistas e nacionalistas, o levante na China foi diferente porque ele incluiu um fervor religioso conforme claramente expresso na “Deusa da Democracia”.

Democracia em Marcha

Enquanto isso, nós experimentamos a queda do muro de Berlim, o símbolo que separava o Oriente do Ocidente, e o comunismo do capitalismo. Agora, mais do que nunca, à medida que testemunhamos a democracia se movendo rumo ao Oriente, ao invés do comunismo se movendo rumo ao Ocidente, como por tanto tempo tememos, considera-se que ela é a resposta absoluta a todos os problemas do mundo.

Quem poderá estar no caminho da democracia? Alguns anos atrás, o comunismo era, quem sabe, o sistema mais poderoso do mundo. Geograficamente, mais da metade do nosso planeta e cerca de 65% da sua população era governada por ele.

Nós experimentamos a queda do muro de Berlim, o símbolo que
separava o Oriente do Ocidente, e o comunismo do capitalismo.


Agora, com esse perigo à liberdade capitalista não sendo mais uma ameaça real, a democracia está no palco, na frente e bem no centro. É o novo poder do mundo. Estamos nos aproximando da época em que ninguém, absolutamente ninguém, será capaz de se opor à democracia.

Aqui somos relembrados de Apocalipse 13.4: “Quem é semelhante à besta? Quem pode pelejar contra ela?”

Embora nos regozijemos com o fato de que nossos irmãos e irmãs no Senhor na Europa Oriental podem agora ter comunhão com maior liberdade, e estejamos contentes pela liberdade que eles agora têm de viajar para o Ocidente, não podemos permitir que esta alegria nos cegue para o novo perigo que se aproxima. O perigo que agora parece ser tão positivo é um mundo unido sob a democracia.

Mas quem, em sã consciência, poderia se opor a tal progresso? Qual é o problema da fraternidade universal, da unidade global, da paz e da prosperidade? Superficialmente, nada, mas aqueles que diligentemente estudarem as Escrituras saberão exatamente para onde esse desenvolvimento conduzirá.

Virtualmente desde o princípio, os homens têm esperado pela pessoa certa, com o sistema certo, que haverá de conduzir a uma paz e harmonia universais. Mas, os homens têm desejado que isso aconteça em seus próprios termos. Será que a paz e a prosperidade são realisticamente possíveis em nossos dias? Sem hesitação eu responderia “Sim!” Não apenas a paz é possível, mas essa paz poderia vir porque ela foi profetizada pelas Sagradas Escrituras. Sim, haverá paz num nível ainda não conhecido e ela inundará o mundo de tal forma que toda a oposição será eliminada.

No auge do sucesso, entretanto, ela assumirá uma identidade diferente. A máscara cairá e a sua verdadeira natureza será revelada. Ela não apenas se moverá horizontalmente, ou seja, globalmente, mas também se moverá verticalmente, porque os homens vão querer tornar-se como Deus.

A Democracia não Pode Mudar o Coração Maligno

O sucesso da democracia é baseado no intelecto humano. Mas o homem continua tão maligno quanto sempre foi: “ Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?” (Jeremias 17.9).

Sabemos o que aconteceu com os dois primeiros filhos de Adão e Eva. Houve uma discussão e um matou o outro. Desde aquela época, irmão tem guerreado contra irmão. Com absoluta certeza, podemos saber que esse tipo de conflito haverá de continuar. Guerras e rumores de guerra, discussões, insatisfação e rebelião não cessarão até Jesus voltar novamente. Apenas Ele trará a verdadeira paz.

Não devemos esquecer que os sistemas dos governos do mundo, passados ou presentes – quer ditadura, monarquia, democracia, socialismo ou comunismo –, todos prometeram uma vida pacífica e melhor. O alvo de quase todos os políticos jamais mudou – de fato, eles sempre prometeram ao povo: “Paz e prosperidade para o nosso povo, se me eleger...”

Por que, então, temos tantas guerras? A origem da guerra está localizada no ódio. Esse ódio ainda não foi eliminado. Ele ainda está profundamente arraigado no coração de cada pessoa neste mundo, menos das pessoas que foram compradas pelo sangue do Cordeiro, o Senhor Jesus Cristo. Só então o indivíduo tem a paz verdadeira que excede todo entendimento, e é capaz de vencer o ódio que satura a mente humana.

Ditadura Democrática

O perigo da democracia reside no fato irônico de que ela, em última análise, não tolerará qualquer oposição. A nova democracia mundial dos últimos dias virá a ser, com efeito, uma ditadura mundial.

Winston Churchill, o grande estadista britânico, confessou que: A pior forma de
governo é a democracia, mas ela é a melhor que temos.


Encontramos as seguintes definições na parte de “Citações Populares” doDicionário Enciclopédico Webster da Língua Inglesa:
Democracia simplesmente significa a ameaça do povo, pelo povo, para o povo.
Winston Churchill, o grande estadista britânico, confessou que:
A pior forma de governo é a democracia, mas ela é a melhor que temos.
O que tenciono destacar é que a alegria inebriante que está sendo expressa hoje, devido ao sucesso da democracia, não é, na realidade, motivo para regozijo. Em Apocalipse 16.13-14 lemos o que conduzirá ao fim: “Então, vi sair da boca do dragão, da boca da besta e da boca do falso profeta três espíritos imundos semelhantes a rãs; porque eles são espíritos de demônios, operadores de sinais, e se dirigem aos reis do mundo inteiro com o fim de ajuntá-los para a peleja do grande Dia do Deus Todo-Poderoso”. Os “espíritos imundos” estão operando poderosamente hoje pelo mundo todo.

Pela primeira vez na história da humanidade, tornou-se possível que um sistema mundial fosse implementado para que a profecia bíblica seja cumprida, o que clara e distintamente nos diz que o mundo todo haverá de se unir. Mas esse não é o alvo final. No fim, um mundo unido há de se preparar para a batalha contra Deus.

A olho nu isso não é visível hoje. Ninguém está falando a respeito de se lutar contra Deus. Nenhuma pessoa em sã consciência sequer chegaria a pensar nisso. Mas as Escrituras que acabamos de ler afirmam categoricamente que os atos miraculosos realizados nas nações do mundo terão um alvo específico: o ajuntamento contra o Deus Todo-Poderoso.

A Batalha do Cristão

Hoje, mais do que nunca, os cristãos precisam se certificar de que sua posição é a de espectadores olhando para o campo político, e não a de competidores com os pagãos. Nosso alvo é servir ao Senhor ressurreto e exaltado, espalhando o Evangelho libertador, e preparando-nos para a volta dEle.

Nosso alvo é servir ao Senhor ressurreto e exaltado, espalhando o
Evangelho libertador, e preparando-nos para a volta dEle.


Jamais os cristãos devem se degradar ao ponto de serem atraídos para as coisas que pertencem a este mundo. Nós não devemos crer que estamos no comando, e que através de nossa atitude poderemos produzir paz mundial, justiça e prosperidade.

Sabemos, com certeza absoluta, que Deus está no controle do mundo. Ele elege presidentes, primeiros-ministros, reis e outros funcionários de governo.

Nossa batalha, entretanto, é bem mais importante do que meramente controlar ou influenciar o sistema político. Já que nossa batalha claramente não é contra carne e sangue, o apóstolo Paulo afirma: “Porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes” (Efésios 6.12).


     
Extraído de Como a Democracia Elegerá o Anticristo 

 

6 de novembro de 2017

A Trindade Satânica





Herb Hirt


Você já comprou algo que posteriormente descobriu ser uma fraude? Já entrou num “negócio” que, afinal, descobriu ser uma completa mentira? Já recebeu dinheiro falso? Em uma de minhas primeiras viagens ao Oriente Médio, um jovem do nosso grupo comprou um cinto “de couro” que parecia genuíno. Após um dia de uso, ele descobriu que, na realidade, o cinto era feito de papelão. Tratava-se de uma falsificação, de uma fraude.

Satanás não é Deus. Mas ele quer ser Deus. Da mesma forma que as pessoas adoram a Deus, Satanás deseja que o adorem e o sirvam. E a única forma que ele tem para alcançar esse objetivo é enganar as pessoas, fazendo com que pensem que ele é Deus. Por isso, desde o início (Gn 3), seu esquema tem sido mentir e fingir sobre si mesmo e Deus. Jesus chamou o Diabo de “mentiroso e pai da mentira” (Jo 8.44). Satanás está empenhado numa campanha de fraudes para desviar a humanidade de Deus e para fazê-la adorar e servir a ele, Satanás, como Deus, o que é em si mesmo uma mentira. A culminação final de toda sua ânsia por adoração aparecerá na metade final do período da Tribulação. Ele agirá através do que pode ser denominado de “trindade satânica”.

Numa tentativa de ser como Deus – uma triunidade de três Pessoas em uma só Divindade – Satanás reunirá uma pseudotrindade, alcançando por breve tempo o que sempre quis: a humanidade adorando-o como se ele realmente fosse Deus. Mas, para isso, ele fingirá ser como Deus e governará por meio de um falso messias (o Anticristo), que será proclamado como tal por um falso profeta, uma imitação do Espírito Santo, que testifica de Cristo (veja Jo 15.26; 16.14). Juntas, essas pessoas demoníacas governarão o mundo por um breve período. Seu domínio, no entanto, não durará por ser uma mentira completa. Essa “trindade” de forma alguma é como Deus. Não apenas Satanás não é Deus, mas também o Anticristo e o falso profeta são meros homens inspirados pelo Diabo. Não existe outra “trindade” porque ninguém é como Deus. Existe apenas um verdadeiro Deus triuno, YHWH (Yahweh, Javé), que é único em seu ser. A trindade de Satanás é apenas uma pobre imitação.

Personagens da trindade satânica (Ap 12-13)

Satanás fingindo ser Deus, o Pai

Da mesma forma que Deus, o Pai, é apresentado na Escritura como sendo o arquiteto da nossa salvação, também Satanás é apresentado como o arquiteto da destruição do ser humano. Ele é inimigo de Deus e, portanto, inimigo do homem. Todo o mal provém dele. Satanás não é bom, e nele não existe amor, graça, compaixão ou misericórdia. Demônios e homens o adorarão porque ele fingirá ser bom e poderoso. Ele faz promessas que não pode cumprir, a fim de levar demônios e homens à destruição, de maneira que não possam adorar ao Deus verdadeiro.

A figura que temos em Apocalipse 13.1 nos apresenta o dragão
conjurando a besta que emerge do mar.


O primeiro vislumbre dessa trindade satânica foi revelado ao apóstolo João em Apocalipse 12 e 13. Ali o grande dragão, Satanás (veja Ap 12.9), é descrito como o inimigo do verdadeiro Messias e de Israel porque ele não quer que o reino de Cristo se torne realidade. Em Apocalipse 12, vemos milhares de anos de batalha entre Satanás e Deus. Nos versículos 1 a 5, o dragão está a ponto de destruir o Messias nascido de Israel. Mas Ele é arrebatado para Deus até ao Seu trono antes que o dragão possa prejudicá-lO. Essa é uma breve visão panorâmica do nascimento, ministério, morte, ressurreição e ascensão de Cristo.

Os versículos 6 a 17 levam-nos para adiante, para o período da Tribulação, em que o dragão procura aniquilar Israel, pois sabe que, se Israel for destruído, o reinado do Messias não poderá vir. Mas ele não consegue destruir Israel porque Deus protege miraculosamente Seu povo. Então o dragão volta sua atenção para os “santos”, aqueles que adoram o verdadeiro Messias durante essa época. Para tentar destruí-los, ele convoca a besta, o Anticristo, seu instrumento para enganar o mundo e levá-lo a adorar a ele, Satanás.

O Anticristo que finge ser o Messias

A figura que temos em Apocalipse 13.1 nos apresenta o dragão conjurando a besta que emerge do mar. Essa besta representa a forma final de todos os reinos gentios que governaram desde o último rei davídico legitimamente reconhecido em Jerusalém (Jeoaquim, 597 a.C.; veja os capítulos 2, 7 e 8 do livro de Daniel). Mas esse reinado perverso também é personificado por seu cabeça, o Anticristo, que é a encarnação do mal.

Em Apocalipse 13.3ss., uma das cabeças da besta sofre uma ferida mortal que é curada. As pessoas da terra ficam maravilhadas e seguem a besta. Como essa figura representa um império e o seu cabeça, poderíamos ter aqui um símbolo da “ressurreição” de um reino morto há longo tempo (ou seja, o Império Romano), ou então a ressurreição de seu cabeça pessoal, o Anticristo.


A besta enganará a humanidade, fazendo-a pensar que ela é o verdadeiro Messias. Em primeiro lugar, Satanás dará ao Anticristo poder sobrenatural para iludir o mundo, para que por meio dele Satanás seja adorado. Paulo afirmou que esse “homem da iniqüidade” (2 Ts 2.3) virá “com todo poder, e sinais, e prodígios da mentira, e com todo engano de injustiça aos que perecem” (2 Ts 2.9-10). Assim como o verdadeiro Messias demonstrou Sua autoridade operando feitos miraculosos, também esse falso messias apresentará feitos sobrenaturais. Mas, em contraste com os milagres de Cristo, que se destinavam a conduzir as pessoas à adoração do verdadeiro Deus, estes milagres têm o objetivo de levar as pessoas a adorar o deus falso, Satanás.

Em segundo lugar, pode ser que essa besta também tenha o que parecerá uma experiência de ressurreição. Em Apocalipse 13.3ss., uma das cabeças da besta sofre uma ferida mortal que é curada. As pessoas da terra ficam maravilhadas e seguem a besta. Como essa figura representa um império e o seu cabeça, poderíamos ter aqui um símbolo da “ressurreição” de um reino morto há longo tempo (ou seja, o Império Romano), ou então a ressurreição de seu cabeça pessoal, o Anticristo. No caso da segunda alternativa, o Anticristo poderia usar a sua aparente ressurreição como “prova” de que ele é, de fato, o Messias.

Em terceiro lugar, essa besta procurará governar a partir de Sião, como foi profetizado a respeito do verdadeiro Messias (veja Sl 132.13-18). Ela fará isso erguendo uma imagem “viva” de si mesma no templo, em Jerusalém, com a exigência de que o mundo adore a imagem (veja Ap 13.14-15). Esse é o cumprimento tipológico da “abominação desoladora” de Daniel 11.31 e o cumprimento direto de Daniel 9.27 e 12.11, conforme refletido na profecia de Jesus em Mateus 24.15. Dessa maneira, Satanás finalmente será adorado pelo mundo como “Deus”. Mas tudo será uma mentira.

O falso profeta fingindo ser o Espírito Santo

Vemos também um outro personagem, uma besta com chifres como um cordeiro, mas com discurso como de um dragão (veja Ap 13.11) e autoridade sobrenatural derivada do Anticristo. O que se descreve aqui é um profeta humano inspirado diabolicamente (imitando os profetas bíblicos, que eram inspirados pelo Espírito Santo), que apontará o Anticristo como Messias, como João Batista fez com Jesus. Como os profetas do Antigo Testamento, esse falso profeta será capaz de realizar sinais. Mas os seus sinais serão enganadores, a fim de “provar” a veracidade de seu testemunho. Ele exigirá que o mundo adore a besta (o Anticristo) e receba a sua marca; aquele que se recusar a fazê-lo será morto.

Espíritos demoníacos farão com que os governantes do mundo reúnam seus exércitos no vale do Armagedom, para o ataque final contra o remanescente judeu em Jerusalém (Zc 12-14)


Dessa “trindade” emergirá um engano final. Três rãs, representando espíritos demoníacos, sairão para enganar o mundo e uni-lo à besta numa rebelião geral contra a vinda do verdadeiro Messias e de Seu reino (veja Ap 16.13-16). Esses espíritos demoníacos farão com que os governantes do mundo reúnam seus exércitos no vale do Armagedom, para o ataque final contra o remanescente judeu em Jerusalém (Zc 12-14), a fim de destruir qualquer esperança de arrependimento desse povo e da vinda do reino de Cristo. No entanto, como Satanás deve saber, a reunião desses exércitos será para sua destruição. Esse engano terminará com a usurpação satânica do governo de Deus sobre a terra.

A destruição da trindade satânica

O breve e falso governo de Satanás sobre a terra terminará com a segunda vinda de Cristo. O apóstolo João descreveu esse glorioso advento em Apocalipse 19. O verdadeiro Messias virá do céu num cavalo branco, finalmente liderando Seus exércitos para tomar posse da terra como seu legítimo Rei (veja Ap 5). Uma das grandes designações errôneas de todos os tempos é a descrição da luta entre o Messias legítimo e os usurpadores na “batalha do Armagedom”. Na verdade, não existe batalha no Armagedom. O Senhor simplesmente dirá a Palavra, e Satanás e seus exércitos serão derrotados (veja 2 Ts 2.8). Os homens serão mortos, e a besta e o falso profeta serão imediatamente lançados no lago de fogo (veja Ap 19.19-21). Satanás ainda não será banido, mas aprisionado durante os 1000 anos de duração do reinado (veja Ap 20.1-2), para ser liberto apenas para uma última sedução sobre a terra, antes que ele também seja lançado no lago de fogo para sempre (Ap 20.7-10).

Satanás será aprisionado durante os 1000 anos de duração do reinado (veja Ap 20.1-2), para ser liberto apenas para uma última sedução sobre a terra, antes que ele também seja lançado no lago de fogo para sempre (Ap 20.7-10).


Embora a Escritura descreva a queda de Satanás como um evento futuro, ele já é um inimigo derrotado. Satanás não tem nenhuma chance real de derrotar a Deus, embora possa ter se iludido imaginando que seria capaz fazê-lo. O que ele pode ter encarado como sua vitória – a morte de Jesus na cruz – revelou-se como sendo sua esmagadora derrota (veja Gn 3.15). Satanás foi derrotado na cruz. Ali, onde o amor de Deus pela humanidade foi demonstrado por meio da morte vicária do Seu Filho, a expiação foi realizada de tal maneira que os escravos de Satanás puderam ser libertos do seu poder, tornando-se livres para servir ao Deus vivo e verdadeiro. Desde então, Jesus está construindo a Sua igreja, composta dos santos de todos os tempos, que governarão com Ele no verdadeiro reino de justiça. Enquanto os santos oram pedindo o retorno do Senhor e o fim do reinado de Satanás, Deus continua concedendo graciosamente às pessoas o tempo para arrependimento e para que se voltem a Ele, antes que seja tarde demais.

Uma peça para a televisão chamada “Shadowlands” (“Terra das Sombras”, transformada num livro e num filme, com Anthony Hopkins no papel principal – N.T.) é um relato biográfico de C.S. Lewis e seu breve mas doloroso matrimônio com Joy Davidman, que faleceu de câncer logo após o casamento. Lewis, considerado um cristão devoto, conta de seu pesar e ira contra Deus por lhe tomar alguém que ele amava. Mas o título da peça já sugere como ele resolveu o seu pesar. Lewis se deu conta de que este mundo não é o real, mas apenas uma sombra da glória por vir. Nunca experimentamos um mundo totalmente “real”, verdadeiro, porque aqui tudo, especialmente nós mesmos, é caído e manchado pelo pecado e, dessa forma, está sob a influência enganadora de Satanás. Entretanto, os que são de Deus olham para Aquele que é real e verdadeiro e antecipam o momento em que o Senhor governará em justiça e verdade.

Jesus descreve o bem e o mal como luz e trevas. Ele afirmou que os homens amam as trevas, em vez da luz, porque suas obras são más, e que se envergonham ou têm medo de chegar à luz da verdade de Deus, onde suas obras são expostas (veja Jo 3.19-21). Mas esconder-se nas trevas apenas nega o pecado, nega a realidade. Reconhecer a própria pecaminosidade é resultado de andar na luz da realidade de Deus. A maravilhosa verdade é que quando reconhecemos o nosso pecado e o confessamos perante Deus, Ele nos perdoa e purifica baseado no sangue de Cristo, de tal forma que não precisamos mais nos esconder nas trevas (veja 1 Jo 1.5 a 1 Jo 2.2).

Satanás é mentiroso. Ele procura fazer com que o bem pareça o mal, e o mal pareça o bem. Nos últimos dias, ele iludirá as pessoas, fazendo com que acreditem que ele é Deus. Atualmente, ele ilude os homens para que creiam em falsidades a respeito de Cristo. Entretanto, confiar em Cristo como Senhor e Salvador é a realidade definitiva.


(Herb Hirt — Israel My Glory)

Extraído de Revista Chamada da Meia-Noite outubro de 2002

 

5 de novembro de 2017

Os erros dos clichês cristãos pós-modernos


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Maurício Zágari


Vivemos a era das frases curtas. De repente a nossa fé pulou no imaginário de uma enorme parcela da Igreja brasileira da Bíblia e dos livros para adesivos de automóvel, 140 caracteres do twitter, fotos com frasezinhas do Facebook, slideshows no YouTube, blogs com três ou quatro parágrafos. Preguiçosos que somos, passamos a ser governados por teologia fast food em vez de por leituras com introdução, desenvolvimento e conclusão. Ao longo de algum tempo, fiz uma coletânea de clichês gospel que ouço pelos arraiais evangélicos (das igrejas organizadas aos desigrejados) para que possamos comentar cada um. Leia e veja se você já não ouviu essas frases serem repetidas montes de vezes – sem que aqueles que as falam tenham gasto cinco minutos refletindo sobre seu significado. Vamos analisá-los biblicamente e historicamente:

– “Eu declaro/decreto a bênção” – Bênçãos são benefícios vindos unilateralmente de Deus e por decisão soberana dEle. Ninguém pode declarar ou decretar uma bênção, pois está fazendo aquilo que só o Senhor pode fazer. Quem o faz toma o lugar de Deus e, portanto, pratica idolatria. Sem falar que essa afirmação, fruto da chamada “Confissão Positiva”, tem raízes em religiões demoníacas de Nova Era (saiba mais sobre isso no post Demonologia da Prosperidade).

– “Eu tomo posse da bênção” – “tomar posse” significa literalmente se apossar de algo que não é seu. Quem “toma posse” é um posseiro, ou seja, alguém que invadiu um local que não lhe pertence e impõe pela força e presença o domínio sobre o que é dos outros. Como vimos acima, bênção é um benefício outorgado por Deus, por sua soberania. Quem quer “tomar posse” de uma bênção está dizendo, em outras palavras, que vai arrancar do Senhor na marra aquilo que quer para si e que só receberia se fosse concedido pelo Todo-Poderoso. Logo, essa frase, (cunhada com base no Antigo Testamento, quando o povo de Israel entrou na Terra Prometida e teve de “tomar posse” dela na base da briga, visto que era habitada por outros povos) é uma afronta à vontade soberana de Deus, que concede bênçãos a cada um conforme lhe apraz e não porque as tomamos dele à força.

– “Tá amarrado” – parte do princípio de que podemos atar demônios com amarras espirituais. Não existe tal expressão na Bíblia e o que as Escrituras nos ensinam a fazer com os demônios é expulsá-los imediatamente quando se manifestam, e não amarrá-los. Não vemos nenhum exemplo bíblico de Jesus ou os apóstolos “amarrando” demônios. O padrão bíblico é: “Cala-te e sai”. Jesus não perdia tempo dialogando com demônios, apenas os mandava ficar quietos e então os expulsava. O único episódio de possessão em que Jesus vai além do “cala-te e sai” é o do gadareno. E, mesmo assim, a ordem de Cristo não é amarrar ninguém, mas sair na hora da pobre alma atormentada.

– “Temos que voltar ao modelo da Igreja primitiva” – se fizermos isso, estamos lascados. A Igreja primitiva, ao contrário do que existe no imaginário popular cristão, estava a anos-luz da perfeição. Em Atos lemos casos como os de Ananias e Safira, discordâncias com os judaizantes, brigas internas entre crentes como Paulo e Pedro, duplas missionárias sendo divididas por discordâncias. A esmagadora maioria das epístolas do NT foi escrita para consertar as montanhas de erros que os primeiros cristãos cometiam. Na Ceia do Senhor muitos iam só para matar a fome e os que levavam mais não dividiam com quem não tinha posses. Se lemos as sete cartas às igrejas de Apocalipse vemos como a maioria estava distante da vontade de Deus. Nos 313 anos em que houve perseguição do Império Romano aos cristãos, surgiu o fenômeno dos “lapsi”, aqueles que, ao contrário dos mártires, negavam Jesus perante as autoridades para salvar suas vidas – e não foram poucos os que fizeram isso. Nas catacumbas, que eram essencialmente cemitérios subterrâneos, os cristãos mais ricos tinham direito a sepulturas mais luxuosas que os pobres e, muitas vezes, ganhavam câmaras inteiras exclusvas para suas famílias. Havia muitos privilégios concedidos aos abastados na Igreja primitiva.
Além disso, a Igreja primitiva foi assolada por montes e montes de heresias que surgiram em seu seio, como gnosticismo, sabelianismo, modalismo, monofisismo, eutiquianismo, pelagianismo, marcionismo, ebionismo e outros “ismos” que denunciam como ela era dividida, como havia desacordos, divergências de visão e rachas. Tudo isso mostra que retomar o modelo da Igreja primitiva não é viver um Evangelho puro e simples, como muitos pensam, é voltar a uma época cheia de enormes poluições, divisões, pecados e problemas no seio do Corpo de Cristo. Igualzinho aos nossos dias.

– “Os primeiros cristãos se reuniam em lares e não em templos, por isso devemos voltar a esse modelo” – os primeiros cristãos, aqueles cheios de imperfeições que vimos acima, só se reuniam em lares por uma única razão: como por 313 anos o cristianismo foi considerada uma religião criminosa pelo Império Romano, qualquer um que se confessasse cristão tinha seus bens tomados, era preso, torturado e morto. Por isso, o culto a Jesus tinha de ser feito de modo escondido. O único lugar onde havia um mínimo de privacidade eram os lares dos cristãos, que podiam simular uma visita social e ali realizavam suas liturgias. Mas, com o Edito de Milão, no ano 313, decreto que liberou a religião cristã, imediatamente os que se ocultavam, ávidos por comungar com mais irmãos, começaram a erguer templos onde pudessem se ajuntar e reverenciar o Senhor coletivamente. Em pouco tempo, graças à liberdade religiosa, o culto em lares tinha sido extinto.
Para fazer um paralelo com nossos dias, é só ver o caso da China, por exemplo, onde não se pode cultuar Jesus publicamente e por isso lá existe a chamada “igreja subterrânea”, ou seja, os irmãos são obrigados a se reunir em pequenos grupos, nos porões de suas casas, para cultuar Jesus em oculto. Se você perguntar a um membro desses grupos em lares se eles preferem esse tipo de modelo ou se gostariam de ter templos onde se reunir em maior quantidade e celebrar a liturgia da adoração com muito mais irmãos (como eu já fiz, em entrevistas com membros da Igreja subterrânea chinesa para reportagens que escrevi), verá que TODOS eles dão preferência ao ajuntamento em santuários, onde poderiam comungar em maior número, num local dedicado e visível, que servisse de referência para os não cristãos em sofrimentos saberem que ali podem encontrar ajuda. Uma reunião num lar dificilmente será encontrada por quem está vivendo aflições que só Deus pode aliviar, o que não ocorre se você tem um templo bem visível.

– “Jesus não criou uma religião” – a palavra “religião” vem do latim “religare” e significa “ligar duas partes separadas”. Portanto, em sua essência, religião cristã é o contato entre Cristo e o homem, é o “religare” entre o Pai e o filho. Religião, assim, é relacionamento, é intimidade. Logo, quando ora você pratica religião. Quando lê a Bíblia você pratica religião. Etimologicamente, qualquer pessoa que se liga a Deus é um religioso sim senhor, pois pratica o “religare”. Portanto, ao ensinar a oração do Pai Nosso, Jesus nos estava ensinando a ser religiosos, no sentido de sabermos nos comunicar bem com o Pai. Quando ouvimos “pedis e nada recebeis pois pedis mal”, o que está sendo dito é “você está praticando mal a sua religião”. É claro que, como muitas palavras da língua portuguesa (como “manga”, que pode ser a fruta ou uma parte de uma blusa), o termo “religião” pode ter o significado de “prática organizada de uma fé”, basta ver no dicionário. É a “famigerada” instituição. Em geral é nessa acepção que a frase em questão é dita. Nesse sentido, quando Jesus diz a Pedro que sobre Ele (a Pedra) seria erguida Sua Igreja, o Mestre está estabecendo-se como o alicerce, o fundamento da fé que se seguiria pelos milênios a seguir. Só que Ele em nenhuma passagem da Bíblia especifica como o homem deveria manter o Corpo sobre esse fundamento. Isso é uma decisão que Jesus deixou a cargo do homem. Fato é que se Jesus nunca instituiu uma organização religiosa que o tivesse como alicerce, também nunca proibiu. Repare que o que Jesus critica, por exemplo, nos maus fariseus em momento algum é sua organização ou o fato de cultuarem Deus de modo institucional, sua crítica a eles era uma questão do indivíduo, do coração, e não da instituição: a hipocrisia, a falsa aparência de piedade, a religiosidade aparente sem um “religare” autêntico, sempre questões de foro pessoal e nunca institucional.

– “Jesus nunca construiu templos, por isso devemos nos reunir em lares” – se Jesus nunca construiu templos, também nunca construiu casas. Por esse argumento, se não devemos adorá-lo em templos institucionais também não poderíamos adorá-lo em lares. Dá na mesma. A resposta e a solução para essa pendenga de se podemos ou não cultuar Jesus em templos está em duas passagens bíblicas. Em João 4.19ss, lemos o diálogo entre o Mestre e a samaritana: “Senhor, disse-lhe a mulher, vejo que tu és profeta. Nossos pais adoravam neste monte; vós, entretanto, dizeis que em Jerusalém é o lugar onde se deve adorar. Disse-lhe Jesus: Mulher, podes crer-me que a hora vem, quando nem neste monte, nem em Jerusalém adorareis o Pai. Vós adorais o que não conheceis; nós adoramos o que conhecemos, porque a salvação vem dos judeus. Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores. Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade”. Eis a primeira resposta: seja no templo, num lar, no monte ou em Jerusalém, importa adorar em espírito e em verdade. Se é o que a pessoa faz, não se pode condenar o local só porque Jesus nunca construiu um edifício.
Temos que lembrar que os discípulos adoraram muitas vezes o Senhor na cadeia. E Jesus também nunca construiu uma cadeia. Outra passagem reveladora que contradiz essa frase incoerente está nas palavras de Jesus relatadas em Mateus 18.20: “Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles”. Se houver dois ou três reunidos em nome de Jesus num templo de uma igreja institucional Ele ali não estará? Se houver dois ou três reunidos em nome de Jesus num templo do tipo que Jesus nunca ergueu Ele não se fará presente? A resposta é óbvia. Então o fato de Jesus nunca ter construído um templo, uma igreja ou uma catedral é absolutamente irrelevante, desde que haja ali dois ou três reunidos em Seu nome e o adorando em espírito e em verdade. Quem perde tempo combatendo isso e advogando furiosamente a reunião em lares só está perdendo tempo.

– “Não cai uma folha da árvore se Deus não deixar” – embora faça sentido biblicamente, visto que Deus é soberano e controla tudo o que ocorre no universo, sejam fatos bons ou tragédias, essa frase não está em nenhum lugar da Bíblia.

– “Sou cristão, não evangélico” – essa frase é fruto da vergonha de ser designado pela mesma nomenclatura de igrejas e pastores que têm enlameado o bom nome da Igreja evangélica. Então, para evitar ser associados por amigos e parentes a esses grupos, muitos têm optado por se dizer apenas “cristãos” e repudiam enfaticamente o nome “evangélico”. Mais do que deixar de ser evangélicos, se tornam antievangélicos. Isso é nonsense, pelo simples fato que não resolve nada. Os que enlameiam nosso nome também se dizem “cristãos”. Pela mesma lógica, deveríamos abandonar esse termo também? A resposta é óbvia. Etimologicamente, “evangélico” é o que segue o Evangelho de Jesus. Historicamente, “evangélico” é o que segue o Evangelho conforme resgatado pela Reforma Protestante. Logo, se você é cristão, professa o Evangelho de Cristo e coaduna com os cinco “solas” da Reforma… você é evangélico, queira ou não. É uma nomenclatura de 500 anos que define quem tem essas características. Renegar isso é dizer que você não é o que você é. Portanto, em vez de dizer “não sou o que sou, sou só cristão” por vergonha de ser associado a igrejas e pastores dos quais se envergonha, o ideal é deixar claro para os de fora que nós somos sim evangélicos, enquanto os que praticam atrocidades em nome da fé é que não são.
Se alguém faz piadinha pelo fato de você ser evangélico, em vez de mudar sua nomenclatura aproveite a oportunidade e explique para o piadista a razão de você portar esse honroso nome, fale que evangélico significa “aquele que segue o Evangelho de Cristo conforme resgatado pelos reformadores”, explique por que os falsos cristãos não são evangélicos e aproveite para explicar o que são as boas-novas da salvação do genuíno Evangelho de Cristo. Assim, ser humilhado por ser evangélico é uma excelente oportunidade não de mudar por vergonha o que te define, mas sim de explicar aos não cristãos o que é o Evangelho da salvação. De e-van-ge-li-zar. A escolha é sua.

– “Deus é amor e por isso não controla as tragédias nem desastres naturais, como os tsunamis” – essa heresia teológica vem sendo pregada por um pequeno grupo que segue a linha do Teísmo Aberto americano, uma linha de pensamento que no Brasil foi chamada por um pastor evangélico que não se diz evangélico de Teologia Relacional. Ele e mais um punhado de pastores e acadêmicos celebrados nas mídias sociais (além de um grupinho de pessoas que tentam pegar carona em suas celebridades para se promover) começaram a propagar essas ideias pelas redes sociais, dizendo que Deus abriu mão de sua soberania e não controla as tragédias que ocorrem no mundo. Segundo essa heresia, Deus só está preocupado em relacionamentos e o conceito de Jeová controlando as forças da natureza seria fruto da incorporação de valores da filosofia e da religião grega no Cristianismo. Esquecem que Deus abriu o Mar Vermelho e o Rio Jordão, que Jesus acalmou a tempestade, que o Sol “parou” e retrocedeu, que houve um terremoto no momento em que Jesus entregou o seu Espirito… para essa heresia tudo isso são metáforas, o que associa esse pensamento à diabólica Teologia Liberal de Bultmann e outros teólogos – segundo a qual a Bíblia não é literal e muitos de seus relatos são apenas fábulas. Ao propagar essa afirmação, os adeptos da Teologia Relacional destituem Deus daquilo que é indissociável de Sua essência: Seu poder absoluto sobre todas as coisas e Sua soberania sobre tudo o que ocorre no universo. É, portanto, uma afirmação antibíblica e anticristã.

– “Padussinhô” – cumprimento que originalmente tinha um significado muito bonito e bíblico: “A paz do Senhor”. O problema é que a expressão de popularizou de tal forma que as pessoas nem pensam mais no significado do termo. Passam umas pelas outras no corredor da igreja e soltam um “Padussinhô” sem nem se tocar do profundo significado da expressão. Da próxima vez que você for saudar alguém com essas palavras, concentre-se em seu belo significado: que você está desejando a aquele irmão a paz que excede todo o entendimento vinda do Príncipe da Paz, que saudava seus amigos desejando exatamente a mesma coisa. Lembra das palavras do Mestre ao chegar, ressurreto, entre os discípulos, por exemplo, em Lucas 24? “Falavam ainda estas coisas quando Jesus apareceu no meio deles e lhes disse: Paz seja convosco!”. Não deixemos uma saudação tão significativa perder seu sentido: ao a falarmos, que de fato estejamos desejando paz a aquela pessoa. Só um porém: você já parou para pensar o que exatamente significa “paz”? Significa “Quietação de ânimo, sossego, tranquilidade, ausência de dissensões, boa harmonia, concórdia, reconciliação”. Vale a pena investir um tempo meditando sobre cada um desses valores que dedicamos aos irmãos.

– “Temos que contextualizar o Evangelho à cultura de cada época e sociedade” – a afirmação em si é correta, isso é exatamente o que temos de fazer. Não adianta pregarmos o Evangelho no século 21 de túnica e sandália de couro. O problema é que alguns setores da Igreja têm levado essa ideia correta além no limite de segurança. Têm conduzido esse conceito ad absurdum. Com isso, tentam com tanta força e ímpeto falar a linguagem de nossos tempos para atrair o mundo que acabam muitas vezes sendo mais mundo que Igreja. É o que ocorre, principalmente, entre a chamada Igreja emergente: os próprios pastores acabam cometendo excessos e absurdos como pregar falando palavrões de púlpito e recomendar a ida a seus membros a shows de artistas com letras anticristãs e estéticas agressivas, como Ozzy Osbourne e Titãs (grupo que tem canções altamente antibíblicas, como “Igreja”, “Homem Primata” e “Epitáfio”). É preciso muita cautela. Pois nunca podemos esquecer que o Evangelho é, sempre foi e sempre será escândalo para os que não creem e que é contracultura. Isso em qualquer época e em qualquer cultura.

– “Fala, Deus” – geralmente é dito quando um pregador diz algo que o irmão ou a irmã acham que deveria ser ouvido por alguém da igreja ou por toda a congregação. É uma espécie de “toma, desgraçado, que Deus tá dizendo aquilo que eu penso que você deveria ouvir”. Na maioria das vezes não é dito com amor no coração e, por isso, é algo reprovável. A não ser que a exortação seja para si mesmo. Aí… fala, Deus!

– “Eis que eu te digo…” – nos arraiais pentecostais significa que está começando uma profecia da parte de Deus. Nada contra. Sou pentecostal e creio na atualidade dos dons. O problema é que ser “profeta” dá status entre os irmãos, como se a pessoa que profetiza fosse merecedora de um amor especial da parte de Deus. Por isso, não são poucas as pessoas que simulam profecias e, com isso, cometem o gravíssimo pecado de pôr nos lábios do Senhor o que Ele não falou. Sem falar do estrago causado junto à pessoa a quem a falsa profecia foi dirigida, que vai acreditar que Deus lhe deu algum direcionamento que na verdade não deu. Assim, antes de dizer “eis que eu te digo”… trema!

– “Em nome de Jesus” – a expressão é bíblica e o Mestre nos autorizou a usá-la. A questão é que muitos a estão usando com significados que não deveriam ter, como se fosse um “abracadabra”. Como disse Walter McAlister no livro “O Fim de uma Era”, tem sido usada com o sentido de “tem que dar certo”. “Eu vou conseguir esse emprego em nome de Jesus”. “Você vai namorar fulano, em nome de Jesus”. “O liquidificador vai funcionar agora, em nome de Jesus”. Na verdade, qual é o significado bíblico dessa expressão? Quando alguém permite que outra pessoa faça algo em seu nome, está lhe concedendo a autoridade pessoal que detém. Por exemplo, se um soldado raso chega a um capitão e lhe diz para preparar um automóvel o capitão não lhe obedecerá, pois o soldado não tem autoridade de solicitar isso a um superior. Mas se um general diz a um soldado raso: “Vá até o capitão em meu nome e lhe diga para preparar um automóvel”, aquele soldado acabou de receber a autoridade que o general tem sobre o capitão para aquela tarefa especifica. Então ele pode chegar ao capitão e dizer: “Estou vindo em nome do general solicitar que prepare o carro” e o capitão obedecerá o soldado porque o pedido é segundo a autoridade do general. Em nome dele. Com Jesus é igual. Os homens não têm autoridade de expulsar demônios. Mas quando você expulsa “em nome de Jesus”, é a autoridade que nos foi concedida por Deus que está realizando aquele feito. Do mesmo modo, ser humano algum tem poder em si para curar uma doença sem ser por meios médicos. Mas se você ora “em nome de Jesus” pela cura, é a capacidade milagrosa de curar que Jesus tem e que nos foi concedida que está atuando. Ou seja, a forma correta de usarmos essa expressão é somente quando podemos substitui-la por “segundo a autoridade de Jesus concedida a mim para este fim”.

– “Jesus não criou hierarquias nem liturgias” – errado. Basta você ver que no céu existem anjos e arcanjos. O prefixo “arc” significa “o principal”, “o primeiro”, “o de maior autoridade”. Por isso, arcebispo é o principal dos bispos. Do mesmo modo, fica claro que no reino celestial o arcanjo tem um papel hierarquicamente superior a um anjo. Esse princípio do mundo espiritual também é aplicado na terra. A Bíblia manda respeitarmos as autoridades e diz que nenhuma autoridade há que não tenha sido constituída por Deus. Também manda servos obedecerem seus senhores. Afirma à mulher que deve ser submissa ao marido. Ou seja, em todas as instâncias da vida humana – seja política, profissional ou familiar – as Escrituras deixam claro que há uma hierarquia. Seria de se estranhar muito que justamente na vida espiritual isso não ocorresse. A Bíblia deixa claro que havia na Igreja do primeiro século pessoas com cargos de supervisão (o “bispo”, conforme mencionado nas epístolas a Tito e Timóteo. Os apóstolos tinham um papel de liderança, basta ver no episódio de Ananias e Safira e basta reparar como Paulo dá determinações às igrejas em suas epístolas. E aqui cabe uma observação: hierarquia não quer dizer que alguém é melhor do que outro ou mais especial. Simplesmente que desempenha uma função com maior poder de decisão. É como o capitão de um time de futebol: ele é igual aos demais, mas dentro de campo é quem dá as decisões. E, acima dele, está o técnico, que tem, inclusive, o poder de decidir substituir o capitão.
Já a liturgia fica clara quando Jesus institui a Ceia. É um cerimonial litúrgico por natureza: tem ordem, as etapas seguem uma ordem, há um modo de proceder, há a repetição da forma de fazer a cada vez que se celebra. A História conta que os encontros da Igreja no primeiro século seguiam uma liturgia não muito diferente dos cultos de hoje, com louvores cantados, a leitura das cartas ou textos considerados canônicos e uma exposição do Evangelho por quem liderava o encontro. Logo, hierarquia e liturgia não foram, como alguns equivocadamente afirmam, instituídos pelo imperador Constantino ao oficializar a fé cristã como religião oficial do Estado: são bem anteriores – no mínimo 200 anos anteriores.

– “Posso ser cristão em casa, sozinho, sem congregar” –
esse é um erro vindo do desconhecimento sobre a essência de nossa fé. O Evangelho é, por essência, um estilo de vida coletivo. 1 Coríntios 12 deixa claro que somos um corpo. Um membro decepado de um corpo é uma anomalia grotesca. Jesus nunca propôs o isolamento como padrão e, mesmo quando se retirava para orar sozinho, levava consigo alguns de seus apóstolos. Portanto um cristão que não congrega está desobedecendo o padrão divino.

– “Não existe pecadinho ou pecadão” –
existe sim. A partir do momento em que existe um pecado (a blasfêmia contra o Espirito Santo) que não tem perdão e que a Bíblia diz que há pecados que são para a morte e outros que não são (independente da interpretação que se dê a isso, há muitas: “Se alguém vir pecar seu irmão, pecado que não é para morte, orará, e Deus dará a vida àqueles que não pecarem para morte. Há pecado para morte, e por esse não digo que ore. Toda a iniquidade é pecado, e há pecado que não é para morte” – 1 Jo 5.16,17.), automaticamente fica claro que há gradações. Só haver um pecado imperdoável já é prova disso. No sentido de que qualquer pecado é desobediência a Deus… naturalmente todo pecado é equivalente, mas isso não desmerece que em suas consequências há sim níveis. A Bíblia é clara quanto a isso.

– “Manto!” – essa só pentecostal entende. Se bem que eu sou pentecostal e até hoje não entendi isso.

Por enquanto é isso. Se você se lembrar de mais algum clichê dos nossos dias usado nas igrejas, entre desigrejados, entre tradicionais ou pentecostais…não importa, entre cristãos em geral, basta acrescentar nos comentários. Só peço uma coisa: explique por que aquela palavra, expressão ou frase está biblicamente incorreta. Apenas mencioná-la não vai acrescentar. Se for o caso, faremos uma apreciação em cima do seu comentário.

Quem sabe assim, parando para pensar sobre o que falamos sem pensar… paremos um pouco para pensar sobre o que falamos! E, talvez, seja o caso de eliminarmos certas frases feitas do nosso meio que parecem corretas mas na verdade só servem para confundir. Ou não servem para nada mesmo. Tão ligados na fiação, varão e varoa dos mantos de fogo?



Maurício Zágari

http://www.oguiagospel.com.br/erro-dos-cliches-cristaos/