Há um grande mal-entendido nas igrejas
sobre o propósito da música na adoração cristã. Igrejas rotineiramente
anunciam um culto “dinâmico” e “transformador”, o qual “levará você para
mais perto de Deus” ou “que irá mudar a sua vida”. Certos CD’s de
adoração prometem que a música irá “levá-lo para dentro da presença de
Deus”. Até mesmo um panfleto, anunciando uma conferência para líderes
de adoração, dizia:
“Junte-se a nós para essa dinâmica aula, a qual irá colocar você no caminho certo e inspirador, onde você poderá se encontrar com Deus e receber a energia e o amor que você precisa para ser um agente e um agitador no mundo de hoje… Além disso, nossos programas de ensino são eventos de adoração que irão colocar você em contato com o poder e o amor de Deus.”
O problema com o panfleto e com muitos anúncios de igrejas é que esse tipo de promessa revela um significante erro teológico. A música é vista como um meio para facilitar um encontro com Deus. Ela irá nos levar para perto de Deus. Nesse esquema, a música se torna um mediador entre Deus e o homem. No entanto, essa ideia está mais próxima das práticas pagãs do que da adoração cristã.
O problema com o panfleto e com muitos
anúncios de igrejas é que esse tipo de promessa revela um significante
erro teológico. A música é vista como um meio para facilitar um encontro
com Deus. Ela irá nos levar para perto de Deus. Nesse esquema, a música
se torna um mediador entre Deus e o homem. No entanto, essa ideia está
mais próxima das práticas pagãs do que da adoração cristã.
Jesus é o único mediador entre Deus e o
homem. Somente Ele é quem nos leva para Deus. A noção popular – porém
errônea – relativa à música de adoração mina a fundamental verdade da fé
cristã. É irônico que muitos cristãos neguem o papel das ordenanças
sacramentais, as quais o próprio Senhor deu para sua igreja (batismo e a
Santa Ceia), mas anseiem em dar poderes sacramentais para a música. A
música e a “experiência da adoração” são vistas como meios pelos quais
nós entramos na presença de Deus e recebemos seus benefícios salvíficos.
Não há simplesmente nenhuma evidência na Escritura que diga que a
música media diretamente encontros ou experiências com Deus. Essa é uma
noção comum no paganismo. Está bem longe do Cristianismo.
Em seu útil livro “True Worship”
(Verdadeira Adoração), Vaughan Roberts mostra quatro consequências de
se ver a música como um encontro com Deus. Vou resumi-los.
1. A palavra de Deus é marginalizada.
Em várias igrejas e encontros cristãos,
não é incomum a Palavra de Deus ser deixada de lado. A música dá uma
elusiva sensação de “entorpecimento”, enquanto a Bíblia é algo mundano.
Os púlpitos têm diminuído e até mesmo desparecido, enquanto as bandas e
as luzes têm crescido. Mas a fé não vem da música, experiências
dinâmicas ou supostos encontros com Deus. A Fé nasce por meio da
proclamação da Palavra de Deus (Rom. 10.17).
2. Nossa certeza é ameaçada.
Se associarmos a presença de Deus com
uma particular experiência ou emoção, o que acontecerá quando não
sentirmos mais isso? Nós procuraremos igrejas cujas bandas de louvor,
orquestras ou órgãos produzam em nós os sentimentos que nós estamos
procurando. Mas a realidade de Deus em nossas vidas depende da mediação
de Cristo, não de experiências subjetivas.
3. Músicos ganham status sacerdotais.
Quando a música é vista como meio de
encontro com Deus, os líderes de louvor e músicos começam a exercer o
papel de pastor. Eles se tornam aqueles – no lugar de Jesus Cristo, o
único que já cumpriu esse papel – que trazem até nós a presença de Deus.
Dessa forma, quando um líder de louvor ou banda não me ajuda a
experimentar Deus, então ele falhou e deve ser substituído. Por outro
lado, quando acreditamos que eles tiveram sucesso em nos levar à
presença de Deus, então eles terão em nossa mente um status elevado.
4. A divisão aumenta.
Quando nós identificamos um sentimento
como um encontro com Deus, e apenas uma determinada música produz esse
sentimento, então nós insistiremos que aquela música deverá ser tocada
regularmente em nossa igreja e reuniões. Se todos tiverem o mesmo gosto
que o nosso, não haverá problema. Mas se outros dependem de outra música
para produzirem esse sentimento, então é importante para eles que a
divisão seja cultivada. E porque nós rotineiramente classificamos esses
sentimentos como encontros com Deus, nossas demandas para que esse
sentimento seja produzido se tornam rígidas. Esse é o motivo pelo qual
muitas igrejas sucumbem ao oferecerem múltiplos estilos de culto.
Fazendo isso, eles, sem querer, sancionam a divisão e a centralização do
ego no meio do povo de Deus.
A Escritura é cheia de exortações para o
povo de Deus cantar e fazer músicas para o Senhor. Nosso Deus foi
gracioso em nos dar esse meio de adorá-lo. Mas é importante entender que
a música, em nossa adoração, é para dois propósitos específicos: honrar
a Deus e edificar a comunidade dos crentes. Infelizmente, muitos
cristãos tendem a dar à música um poder sacramental sobre o qual a
Escritura jamais falou.
Por: Todd Pruitt. Copyright © 2014 Christianity.com. Fonte: Is Your Church Worship More Pagan than Christian?
Original: A adoração em sua igreja é mais pagã do que cristã? © 2014 Reforma21. Tradução: Victor Bimbato.
http://canteasescrituras.com.br/2017/08/a-adoracao-em-sua-igreja-e-mais-paga-do-que-crista/
Original: A adoração em sua igreja é mais pagã do que cristã? © 2014 Reforma21. Tradução: Victor Bimbato.
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