Por Pr. Edmar Cunha de Barcellos
“Este é o dia que o Senhor fez; regozijemo-nos e alegremo-nos nele” (Sl 118.24)
“Domingo,
no Novo Testamento, é chamado de ‘O dia do Senhor’. Em latim, dominica
die, de onde deriva seu nome nas línguas neolatinas, por exemplo: no
espanhol, ‘domingo’; no italiano, ‘domenica’; e no francês, ‘dimanche’,
faladas por cerca de 400 milhões de pessoas”.
Domingo é
um vocábulo exclusivo do cristianismo. Essa palavra, bem como as suas
análogas, não existia em nenhuma língua do mundo até o final do século
1o, quando o apóstolo João criou a expressão grega: Kuriakh Hmera
(kyriake hemera), vertida para o latim como: dominica die.
Antigos
documentos da Igreja primitiva, transcritos para o russo, relatam que
João, encarcerado na ilha de Patmos, chorava muito ao chegar o primeiro
dia da semana, ao lembra-se das uniões para a Ceia do Senhor, celebrada
sempre nesse dia: “No primeiro dia da semana, ajuntando-se os discípulos para partir o pão...”
(At 20.7). E foi justamente em um “primeiro dia da semana” que Jesus,
ressuscitado, lhe apareceu e lhe revelou os maravilhosos eventos do
Apocalipse (Ap 1.10).
Certamente
que todo o livro não foi elaborado naquele mesmo dia. Mas o fato
indiscutível é que Jesus apareceu a João exatamente no “primeiro dia da
semana”. Isso explica porque a Ucrânia e a Rússia trocaram os nomes do
primeiro dia da semana, que entre os pagãos era chamado “dia do sol”,
por uma expressão tão ou mais significativa do que aquela adotada nos
países de línguas neolatinas.
Lemos na Bíblia ucraniana João afirmando que foi arrebatado no “dia da ressurreição” (Dien voscrecii). De igual modo, na Bíblia russa também lemos: “Eu fui arrebatado em espírito, no dia da ressurreição”.
Aliás, na língua russa, todos os dias da semana ficaram subordinados ao
dia da ressurreição! Por exemplo: segunda-feira, em russo, é pondielnik
(“o dia após a ressurreição”); terça-feira, voftornik (“o segundo dia após a ressurreição”); quarta-feira, sreda (“terceiro dia após a ressurreição”), e assim por diante.
Vale
realçar que o apóstolo João, ao frisar o dia da semana em que Jesus lhe
apareceu, criou uma nova expressão na língua grega: Kuriakh hmera
(kyriake hemera). Expressão esta que deu origem à palavra “domingo”,
conforme explanaremos a seguir. Mas antes de continuarmos, para melhor
compreensão dos nossos argumentos, recorreremos à etimologia, que nos
revelará a origem das palavras, o seu desenvolvimento histórico e as
possíveis mudanças de seu significado.
Vejamos alguns exemplos de como as palavras evoluem:
• A
palavra “efeméride” provém de dois termos gregos: epi (“sobre”) e ‛he
hemera, que significa “dia”, de onde veio também o adjetivo efêmero, ou
seja, “o que é breve, transitório, passageiro”.
• A
palavra “castigar” provém do latim: castus (“irrepreensível”, “puro”,
“fiel”) + agere (“fazer”). Temos um emprego bíblico neste sentido quando
o escritor aos hebreus declara que Deus “castiga a quem ama” com a finalidade de nos tornar puros e fiéis a Ele (Hb 12.6).
• As palavras “mouco” (ou surdo) e “domingo” possuem também sua origem num texto de João. Vejamos: “Então
Simão Pedro, que tinha espada, desembainhou-a, e feriu o servo do sumo
sacerdote, cortando-lhe a orelha direita. E o nome do servo era Malco”
(Jo 18.10). Malcus, do latim, deu origem à palavra “mouco”, em
português, significando aquele que não ouve, ou que ouve pouco ou mal;
surdo.
Analisemos,
agora, Apocalipse 1.10 à luz do original grego, da etimologia, da
hermenêutica bíblica, da história e dos escritos patrísticos.
Eis o que os mais abalizados biblicistas afirmam sobre a expressão joanina: kyriake hemera:
“Temos
aqui a palavra kyriakos, em um sentido adjetivado, isto é, “pertencente
ao Senhor”. Originalmente, esta palavra era usada com o sentido
imperial, como algo que pertencia ao César romano. ‘Os crentes
primitivos [...] aplicaram-na ao domingo, o primeiro dia da semana’.
Esse é o uso que se encontra em Didaché 14 e Inácio, Magn. 9, que foram
escritos não muito depois do Apocalipse”.
“‘O dia do Senhor’, em Apocalipse 1.10, é tido pela maioria dos autores como o domingo”.
“O primeiro dia da semana é, sem dúvida. ‘o dia do Senhor’, referido em Apocalipse 1.10”.
“A
frase: ‘O dia do Senhor’, Kuriakh ‛mera (kyriake hemera), ocorre uma só
vez, e isto se dá no último livro. Apocalipse 1.10 [...] expressava a
convicção de que o domingo era o dia da ressurreição, quando Cristo
Jesus conquistou a morte e se tornou Senhor de todos” (Ef 1.20-22; grifo
do articulista).
Nem
mesmo no texto grego da Septuaginta encontramos a expressão
Kuriakh‛mera, criada pelo apóstolo João para aludir ao dia da
ressurreição! A expressão hebraica “dia do Senhor” sempre foi vertida
para o grego como ‛ (hemera tou kyriou). Mas o que João escreveu foi:
Kuriakh ‛mera. Por que João teria usado uma expressão jamais encontrada
em qualquer outro escrito, sagrado ou profano? Cremos que pelas
seguintes razões:
1) Para indicar algo também inédito na história da humanidade: a ressurreição de Cristo.
2) Para
deixar bem claro que se referia ao dia da ressurreição, o domingo, e não
aos eventos escatológicos da segunda vinda de Cristo, a parusia, que
também é chamada “dia do Senhor”, como nestes versículos:
a) “O sol se converterá em trevas, e a lua, em sangue, antes de chegar o grande e glorioso dia do Senhor” (At 2.20).
b) “... Seja entregue para destruição da carne, para que o espírito seja salvo no dia do Senhor” (1Co 5.5).
c) “Porque vós mesmos sabeis muito bem que o dia do Senhor virá como o ladrão de noite” (1Ts 5.2).
d) “Mas o dia do Senhor virá como o ladrão de noite” (2Pe 3.10).
Há uma
significativa diferença entre a expressão “dia do Senhor”, alusiva à
segunda vinda de Cristo, e a expressão que encontramos escrita em
Apocalipse 1.10, “dia do Senhor”, referindo-se ao dia da ressurreição.
Kyriakos
é uma forma adjetivada da palavra KurioV (Kýrios – Senhor) e significa
literal e exatamente: “que diz respeito ao Senhor”; “concernente ao
Senhor”; “pertencente ao Senhor”; “senhorial”, ou “dominical”, e não “do
Senhor”, como lemos em algumas das nossas traduções.
A tradução literal de Apocalipse 1.10 seria: “Eu fui arrebatado pelo espírito no dia senhorial”.
Mas este adjetivo, “senhorial”, derivado do termo “senhor”, raramente é
usado. O seu sinônimo é “dominical”, porque o português é uma língua
neolatina. “Senhor”, em latim, é Dominus. Assim, quando dizemos Dom
Pedro II ou Dom Evaristo Arns, estamos abreviando a palavra Dominus,
para dizer: Senhor Pedro II, Senhor Evaristo Arns. O mesmo processo
etimológico acontece com o adjetivo “popular”. Quando algo pertence ao
povo, não dizemos “povoal”, mas “popular”, porque, em latim, populus,
significa “povo”.
Acertadamente,
Jerônimo verteu Kuriakh ‛mera (kyriake hemera) para a Vulgata Latina
como Dominica die (“dia dominical”, “domingo”) e não como dia domini
(“dia do Senhor”). Veja:
“Fui in spiritu in dominica die et audivi post me vocem magnam tamquam tubae”(Ap 2.10).
Daí, a clássica versão de Antônio Pereira de Figueiredo traduzir: “Eu fui arrebatado em espírito hum dia de domingo, e ouvi por detrás de mim huma grande voz, como de trombeta” (1819).
Resgatando verdades históricas
Documentos
escritos nos três primeiros séculos, muito antes de Constantino existir
(280-337), adotaram e conservam, todos eles, a mesma expressão
concebida pelo apóstolo João para referir-se ao glorioso dia da
ressurreição de Jesus Cristo.
Século 1º: O ensino dos apóstolos
Possivelmente, contemporâneo do Apocalipse: “E no dia do Senhor Kyriake hemera, congregai-vos para partir o pão e dai graças”.
Século 2º : Escritos de Melito de Sardes
Nestes
escritos, há um tratado sobre a adoração no domingo, intitulado: peri
kyriakes (acerca do dia dominical), “dia do Senhor”, isto é, “domingo”.
Ano 115: Epístola de Inácio aos magnesianos
“Porque
se no dia de hoje vivermos segundo a maneira do judaísmo, confessamos
que não temos recebido a graça [...] Assim pois, os que haviam andado em
práticas antigas alcançaram uma nova esperança, já sem observar os
sábados, porém modelando suas vidas segundo o ‘dia do Senhor’ (Kyriaken
zontes)”.
Ano 130: O “evangelho de Pedro”
É um
documento histórico comprovadamente escrito no princípio do século 2o, e
também se refere ao dia da ressurreição usando o mesmo adjetivo
kyriakes, que, na edição de Jorge Luís Borges, é traduzido corretamente
por “domingo”.
Ano 132, ou antes: Epístola de Barnabé
“Portanto,
também nós guardamos o oitavo dia ( Kyriake hemera, ‘domingo’) para nos
alegrarmos em que também Jesus se levantou dentre os mortos e, havendo
sido manifestado, ascendeu aos céus”.
150—168: Justino Mártir, Eusébio, Clemente de Alexandria
Escritores
dos séculos 2º e 3º, todos eles também adotaram o Kyriake hemera criado
por João para o “dia da ressurreição”, vertido para o latim como
Domínica die (“dia dominical”) e passado para o português como
“domingo”!
A singularidade do nome domingo
“E Jesus, tendo ressuscitado na manhã do primeiro dia da semana...” (Mc 16.9).
Alguns
alegam que a palavra “domingo” não consta na Bíblia. É verdade. Não
encontramos nos textos originais a palavra portuguesa “domingo”, como
também não encontramos as palavras: Deus, casa, livro, amor ou sábado,
mas, sim, as suas correspondentes nas línguas hebraica, aramaica ou
grega.
Domingo é
a tradução literal da expressão criada pelo apóstolo João: Kuriakh
‛mera (kyriake hemera), vertida para o latim como Domínica die e
corretamente traduzida em todas as versões da Vulgata para as línguas
neolatinas como dominu lui, domingo, mingo, domenica, dimanche, e outros
nomes semelhantes no galego, no provençal, no franco-provençal, no
romeno, no reto-romano, no sardo e no dalmático, faladas por mais de
400.000 000 de pessoas!
As
seguintes traduções: de Antônio Pereira de Figueiredo, do Centro Bíblico
Católico, dos Monges de Maredsous, de João José Pedreira de Castro, do
dr. José Basílio Pereira, do Mons. Vicente Zioni e Matos Soares, bem
como qualquer outra versão do Novo Testamento para o português ou para o
espanhol, feita da Vulgata Latina, trazem em Apocalipse 1.10 a palavra
“domingo”.
Domingo não é um nome importado do paganismo, como saturday (“dia de Saturno”), nem do judaísmo, como shabath (“descanso”).
Domingo
não é dia comemorativo da criação do mundo nem da libertação do povo de
Israel, tampouco dia de descanso, pasmaceira, televisão, futebol,
pescarias, clubes ou jogatina.
Domingo é
dia de oração, de adoração, dia de cultuarmos a Deus, dia de atividade
espiritual, como evangelismo, visita aos necessitados, aos encarcerados
ou enfermos!
Domingo é
o nome de um dia exclusivo do cristianismo, criado por João para
caracterizar e distinguir o dia da vitória de Jesus sobre a morte,
consumando a libertação de toda a humanidade.
Domingo é o dia aclamado por Davi, em sua jubilosa profecia sobre o dia da ressurreição: “Esta
é a porta do SENHOR, pela qual os justos entrarão. Louvar-te-ei, pois
me escutaste, e te fizeste a minha salvação. A pedra que os edificadores
rejeitaram tornou-se a cabeça da esquina. Da parte do SENHOR se fez
isto; maravilhoso é aos nossos olhos. Este é o dia que fez o SENHOR;
regozijemo-nos, e alegremo-nos nele” (Sl 118.20-24).
Observemos
a exatidão do cumprimento de cada sentença, de cada afirmação, de cada
palavra desta impressionante profecia escrita por volta de mil anos
antes de Jesus nascer.
Esta é a porta
“Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará pastagens” (Jo 10.9).
“Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo” (Rm 5.1).
“Porque por ele ambos temos acesso ao Pai em um mesmo Espírito” (Ef 2.18).
A pedra
“Ele é a pedra que foi rejeitada por vós, os edificadores, a qual foi posta por cabeça de esquina” (At 4.11).
Os edificadores rejeitaram
“Diz-lhes
Jesus: Nunca lestes nas Escrituras: A pedra, que os edificadores
rejeitaram, essa foi posta por cabeça do ângulo; pelo Senhor foi feito
isto, e é maravilhoso aos nossos olhos? Portanto, eu vos digo que o
reino de Deus vos será tirado, e será dado a uma nação que dê os seus
frutos” (Mt 21.42,43).
Da parte do Senhor se fez isto
“O Deus de nossos pais ressuscitou a Jesus, ao qual vós matastes, suspendendo-o no madeiro” (At 5.30).
Maravilhoso é aos nossos olhos
“Ao qual Deus ressuscitou, soltas as ânsias da morte, pois não era possível que fosse retido por ela” (At 2.24).
Este é o dia que fez o SENHOR
“E, no fim do sábado, quando já despontava o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o sepulcro” (Mt 28.1).
“E, no primeiro dia da semana, foram ao sepulcro, de manhã cedo, ao nascer do sol” (Mc 16.2).
“E no
primeiro dia da semana, muito de madrugada, foram elas ao sepulcro,
levando as especiarias que tinham preparado, e algumas outras com elas” (Lc 24.1).
“E no primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao sepulcro de madrugada, sendo ainda escuro, e viu a pedra tirada do sepulcro” (Jo 20.1).
“Chegada,
pois, a tarde daquele dia, o primeiro da semana, e cerradas as portas
onde os discípulos, com medo dos judeus, se tinham ajuntado, chegou
Jesus, e pôs-se no meio, e disse-lhes: Paz seja convosco” (Jo 20.19).
“E no
primeiro dia da semana, ajuntando-se os discípulos para partir o pão,
Paulo, que havia de partir no dia seguinte, falava com eles; e prolongou
a prática até a meia-noite” (At 20.7).
“No
primeiro dia da semana cada um de vós ponha de parte o que puder
ajuntar, conforme a sua prosperidade, para que não se façam as coletas
quando eu chegar" (1Co 16.2).
Regozijemo-nos, e alegremo-nos nele
“Assim
também vós agora, na verdade, tendes tristeza; mas outra vez vos verei,
e o vosso coração se alegrará, e a vossa alegria ninguém vo-la tirará.” (Jo 16.22)
“Regozijai-vos sempre.” (1Ts 5.16)
“Regozijai-vos sempre no Senhor; outra vez digo, regozijai-vos.” (Fp 4.4)
Notas:
- Enciclopédia Encarta 99. 1993-1998 Microsoft Corporation, sobre o verbete: domingo.
- Patrísticos. Escritos dos proeminentes líderes cristãos dos primeiros séculos, também chamados “pais da Igreja”.
- Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Editora e distribuidora Candeia, 1991, vol. 2, p. 213.
- HENRY Mattthew. Comentário Bíblico. Editorial Clie (Barcelona),1999, p.1924-c
-
PETTINGILL William D.D. Bible Questions Answered, p.177. “The first day
of the week is doubtless ‘the Lord’s day’ refereed to in Ap 1.10”.
Zondervan Publishing House, Ninth Printing, Michigan, 1974.
- ELWELL A. Walter. Enciclopédia Histórica Teológica da Igreja Cristã. Soc. Religiosa Edições Vida Nova, 1988.
-
Septuaginta, Versão dos LXX, ou Alexandrina, é uma tradução do Antigo
Testamento hebraico para o grego feita em Alexandria, a mando de
Ptolomeu II (Filadelfo) (284-247 a.C.). Alguns livros não pertencentes
ao cânon judaico foram incluídos nessa versão: (Tobias, Judite,
Sabedoria, Eclesiástico, Baruc, I e II Macabeus, e acréscimos aos livros
de Ester e Daniel). Jerônimo verteu para a Vulgata Latina, explicando
que tais livros não pertenciam às Escrituras Sagradas judaicas. Mas o
Concílio de Trento, em 1548, os anexou ao Antigo Testamento,
classificando-os como “Deuterocanônicos”. Para os judeus, e para os
evangélicos, porém, continuam sendo “apócrifos”, úteis apenas como
subsídios ao estudo da história e da cultura judaica, mas sem a
autoridade dos livros canônicos, inspirados por Deus.
- IUXTA VULGATAM VERSIONEM Robertus Weber, Editio Altera Emendata, Stuttgart,1975.
-
Primeira edição completa da Bíblia Católica. Lisboa, MDCCC XVIIII. Na
Officina da Acad. R. das Sciencias com licença da Meza do Desembargo do
paço e privilégio.
- (Didaché Ton Apostollon). O Ensino dos Apóstolos, XIV. Libros Clie. Barcelona, Espanha.
- R.N.Chaplin & J.M. Bentes. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. 1991, vol. 2, p.213.
- IGNÁCIO. (Pros tous magnesiai). Aos magnesianos IX.
- Evangelios Apócrifos. Vol. 1, p.323-5. Hyspamérica ediciones S.A.Santiago, 12. 28013 Madrid, 1985.
- Epístola de Barnabé, 15. LIGHTFOOT, J. B. Los Padres Apostólicos, p. 299-301- Libros Clie. Barcelona, Espanha.
- R.N.Chaplin & J.M. Bentes. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. 1991, vol. 2, p. 214.
Fonte: ICP
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