De que espírito está falando em 1 Co 14:32?
“E falem dois ou três profetas, e os outros julguem. Mas, se a outro, que estiver assentado, for revelada alguma coisa, cale-se o primeiro. Porque todos podereis profetizar, uns depois dos outros; para que todos aprendam, e todos sejam consolados. E os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas. Porque Deus não é Deus de confusão, senão de paz” – 1 Coríntios 14:29-33
O capítulo de 14 da primeira epístola de
Coríntios é sensacional. Paulo disciplinou muita coisa que acontecia no
ambiente da igreja. Desta vez, manteremos o foco apenas no que disse o
versículo supracitado e em seu contexto.
Sim, alguém tinha que julgar o que o
“pregador” estava falando. Quem ministrasse à Palavra tinha que ter a
consciência que se falasse alguma heresia, que seria interrompido e
corrigido. Obviamente que essa correção deveria ser feita em amor, mas
era feita na presença de toda a Igreja, a assembleia dos santos.
Perceba que naquele período também, o
novo testamento ainda não estava totalmente escrito, e eles dependiam
sim da revelação do Espírito Santo para compreender o serviço cristão,
bem como conduzir os discípulos.
O ponto é que hoje nós temos TODAS
as instruções necessárias para conduzir nossas vidas. E com isso não
quero dizer que o Espírito Santo não irá usar ninguém, não é nada disso.
Mas não vejo com bons olhos alguém que
interrompe a pregação do Evangelho dizendo que teve uma revelação pelo
Espírito Santo que vai contra a própria Palavra de Deus.
Infelizmente, muitos fazem isso hoje em
dia, à título de mostrar uma “pseudo-espiritualidade”, e para que possam
pregar suas mentiras sem contestações.
Voltando ao contexto da época repare que
havia uma “ordem” para as coisas. Falem dois ou três, outros julguem, e
se alguém que estiver sentado for revelado algo, cale-se o primeiro.
Todos poderiam profetizar, primeiros uns, depois outros, para que todos
aprendam.
Se não fosse assim, seria uma confusão
terrível. Confusão que vemos até hoje em muitas igrejas. Todo mundo quer
falar ao mesmo tempo, um que quer falar mais alto que o outro, e ainda
fazem isso dizendo estarem “possuídos” pelo Espírito Santo. E o
“profetizar” desse texto nos leva ao sentido de “proferir”, portanto,
falar a Palavra de Deus.
E como funciona a questão do espírito do profeta ser sujeito aos profetas?
Primeiro cabe mencionar que o apóstolo
Paulo não está falando nem do Espírito Santo, nem do demônio nem de
nenhum outro espírito maligno. Ele está falando do NOSSO espírito, que
nos forma corpo, alma e ESPÍRITO. Esse mesmo espírito que se comunica
com o Espírito Santo, e que está dentro de nós.
Ah, vai dizer que não sabia disso? Romanos 8:16 “O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus”. Pronto, agora você sabe…rs.
Em outras palavras, Paulo está dizendo
que podemos sim nos controlar enquanto estamos pregando o Evangelho. Que
existe um controle nosso em relação a forma que nos manifestamos na
presença de Deus.
E isso vai de encontro a muitos que se
dizem pentecostais, e que pulam, saem correndo, caem no “espírito” e tem
atos proféticos incontroláveis dentro das igrejas. Um dia ouvi um
“apóstolo” famoso dizer que estava possuído pelo “espírito” e que não
tinha mais controle sobre si mesmo. Legal hein?! Será que Paulo é que
estava errado então? Eu creio que não.
E o culto racional, fica onde nisso tudo? Já parou para pensar nisso?
Interessante que ainda nesse mesmo capítulo 14 , Paulo fala o seguinte “Que
farei, pois? Orarei com o espírito, mas também orarei com o
entendimento; cantarei com o espírito, mas também cantarei com o
entendimento.“
Mais claro do que isso é impossível!
Orar com o espírito, mas com entendimento. Cantar com o espírito mas
também com entendimento. Deve haver raciocínio para dar sentido a tudo o
que fazemos em termos de comunhão e ambiente de igreja.
Irmãos, essa bagunça, recheada de heresias, não deve ter nenhum espaço em nossa vivência de Igreja.
Muitos envolvidos pelo emocionalismo
cometem esse tipo de erro na congregação. A origem disso é o ego
(orgulho e vida de aparência) é algo que deve ser combatido com muita
força no nosso caminho dentro do Evangelho de Cristo.
Mas isso é assunto para outra ocasião.
Marco Aurélio Cicco
http://reformai.com/o-espirito-e-sujeito-ao-profeta/
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