A formação da identidade da criança é um processo permeado por perguntas e indagações como: “Quem sou eu?”; “Como eu sou?”.
O
ser humano deste o seu nascimento está em constante transformação e
aprendizado, a criança é um ser em total construção. Logo cedo, o bebê
começa a se perceber como sujeito e obter consciência corporal para se
desenvolver e se organizar no espaço, já que ao nascer, a criança está
totalmente ligado à mãe e não compreende os limites que os separam.
Primeiro ano de vida
Durante
o primeiro ano de vida, aproximadamente por volta dos seis aos oito
meses mais ou menos , a criança percebe que é um ser separado da mãe,
iniciando o processo de construção da própria identidade. Desde o ventre
da mãe, este ser único é formado e já começa ter suas primeiras
impressões do mundo, começa ser marcado pelo outro. O desejo do pai e da
mãe, da família tem influencia psicológica e emocional nessa criança.
Todas
essas vivências, experiências dão início à auto descoberta, uma
exploração que permite à criança descobrir como seu comportamento
repercute no ambiente, fator essencial para que ela se perceba como
alguém diferente do outro. Estimule seu filho(a) a descobrir essas
diferença do sexo oposto.
Símbolos
Dizem
hoje na contemporaneidade que não devemos simbolizar as crianças,
devemos deixá-la fluir, que suas pulsões encontre o caminho, ou seja
“gire a roleta e tire a sorte” Porém em minha experiência sugiro o
oposto, devemos já antes do nascimento, assim que os pais, a mãe, a
família, sabem da gravidez fortalecer a identidade do futuro bebe. A
identidade está sendo formada com ajuda de estímulos externos e
internos, com frequência essa futura criança deve ser simbolizada, com
amor e carinho.
Biologia
A
criança aprende com o meio que pode ligar ou desligar o que seu
nascimento, sua biologia determinou. Os signos e símbolos são
extremamente importantes na construção da sua identidade social e
sexual. Devemos lembrar que por de trás dessa insistência em ignorar as
simbologias , os papéis de cada sexo , há uma ideologia política da
multiplicidade de gêneros que tende a conflitar e perturbar o
entendimento e a construção positiva de sua identidade, a ideologia de
gênero é um gerador de conflitos de identidade.
Crianças de 5 anos
A
educação de crianças de 5 anos é permeada por muitas questões que fazem
parte do processo de constituição dos sujeitos. Nesta etapa da vida, os
pequenos descobrem o mundo e fazem algumas escolhas no que se refere ao
jeito de ser e estar com sigo e com o outro. Tais escolhas referem-se à
construção da personalidade da criança ou personalismo na perspectiva walloniana:
A perspectiva de desenvolvimento de Henri Wallon objetiva-se relacionar a concepção de imitação colocada em sua Teoria de Desenvolvimento com avanços da neurociência, visando discutir a constituição da linguagem na espécie humana. Os processos imitativos para o Autor dependem do outro e começam como automatismos da espécie e se especializam passando do movimento (ato motor) à representação (o pensamento). A neurociência traz, entre outras descobertas, os neurônios-espelho, que podem ser a base para a comunicação gestual e verbal, intuição de intenções alheias e empatia, pois permitem que o observador experimente em si, nas suas conexões neuronais, o que o outro está fazendo. As concepções de Wallon, apoiadas por estas descobertas, sugestionam ao educador, interferir o processo de aquisição e desenvolvimento da linguagem em crianças. Ou seja, os neurônios das criança aprendem pelo modelo, o modelo de linguagem, que oferecemos a criança pode interferir drasticamente , no processo de aprendizagem e em sua identidade.
“A
teoria de desenvolvimento de Henri Wallon é um instrumento que visa
criar intencionalmente condições para favorecer esse processo,
proporcionando a aprendizagem de novos comportamentos, novas ideias,
novos valores”.
Segundo
essa teoria que é usada com instrumento de transformação de valores nas
escolas o processo ocorre quando a criança, ao experimentar diferentes
papéis, vai permanece com algumas características desses papéis. Ou
seja, em sala de aula, o professor tem o poder intencional de marcar
esse aluno conforme seus desejos.
Por
isso alerto: devemos ter preocupação com o que e como professores têm
ensinado para nossas crianças e a quais estímulos estão sendo expostas,
pois elas vão assimilar e modelar alguns desses afetos e comportamentos.
Jean Piaget
A
criança dos 2 aos 12 anos sofre várias modificações no que diz respeito
aos seus domínios de afetividade, identidade ou seja, os valores os
sentimento pessoais e inter-pessoais mudam conforme tempo, estímulos e
interações.
Por
sua vez, até os 2 anos aproximadamente, todas as emoções e sentimentos
do bebê são gerados em seu contato com a mãe e centrados no corpo da
criança, e assim a medida que o corpo infantil se separa do corpo das
outras pessoas a vida afetiva do bebê vai se descentralizando e se
transferindo para os outros.
Portanto,
o sentimento amor-afetividade construído primeiramente entre mãe e
filho vai se generalizando aos outros, como ao pai, ao irmão e aos
companheiros, havendo assim uma modificação ou acomodação aos fatos e
situações passadas carregadas de emoções.
Esse
processo afetivo é continuo e inovador, onde a formação de sentimentos
está diretamente ligada aos valores e evolução da sociedade, ou seja, os
sentimentos interindividuais são construídos com a cooperação do outro e
os intra-individuais são elaborados coma a ajuda do outro, sendo a
troca intrapessoal.
O que você está marcando na identidade de seu filho(a), seus netos, seus alunos?
Baseado
nestes ensinamentos, temos o conhecimento de que a criança aprende e
desenvolve seus , valores ,afetos e identidade com interação com outros
sujeitos, logo temos que nos preocuparmos mais, e monitorarmos todos os
passos de nossas crianças, , estimulando a formação saudável de sua
personalidade e identidade.
Se
você não marcar seu filho, a sociedade e a escola o fará. Desde do
nascimento, devemos marcar o outro com símbolos e papeis em consonância
com cada sexo. Nesta idade devemos simbolizar os papéis masculinos
(meninos) e femininos (meninas), propondo situações para que
experimentem essa troca de experiências constante nas brincadeiras, por
exemplo, “de casinha”, “de mamãe/papai e filhinha (o)” simbolizando uma
família.
Você
pode sim, professor, pais, avós, tio, tias, pessoas que cuidam de
crianças, promover essa brincadeira com a definição de casa papel
masculino para meninos e feminino para meninas de acordo com o senso
comum.
Os
papeis, exercitados em casa, são em partes, culturais, e fazem parte do
senso comum, estão no arquétipo do inconsciente de cada sujeito, é
coletivo, e em parte é uma inscrição da natureza humana, e não pode ser
ignorado. Quando confundimos esses papeis que são carregados de
simbolismo necessários para o desenvolvimento saudável infantil – a
criança pode psicotizar.
O lúdico pode fortalecer a identidade sexual de seus filhos
Professores
e pais, podem associar os complexos temáticos às situações concretas
vividas em casa e na escola, podendo aproveitar brinquedos para
trabalhar a identidade de cada criança, um trabalho que envolva os
papeis trazidos de casa , se simbolizado conforme trazido pela criança,
respeitando suas tradições familiares, suas tradições religiosas.
Familiares
são fundamentais e podem fortalecer a identidade de nossas crianças em
consonância, em concordância com o sexo de nascimento, com o objetivo de
minimizar risco e conflitos. O trabalho com a ocupação de papéis terá
como desdobramentos a convivência mais direta das crianças com a com sua
verdadeira essência, com a sua verdade biológica confirmada pelo meio
em que vive.
Há papeis inscritos na natureza humana, e não apenas forma de desempenha uma ou mais funções.
O
fascinante é perceber que a maioria das meninas escolherá ser mãe e a
maioria dos meninos escolheu ser pai, pois se o adulto respeitar a
referência trazida pela criança espontaneamente, verá que essa é a
referência mais próxima que as crianças possuem, que são seus pais, os
quais são modelos construídos historicamente e que as crianças que são
sujeitos, se apropriam durante o processo de humanização de civilização.
Esses
papeis estão no inconsciente coletivo. As crianças se apropriam de
questões em relação a sua identidade sexual e quais condutas poderão
experimentar, nos diferentes papéis que ocuparem. Nesta brincadeiras, é
possível observar, como as crianças se relacionam com os dois sexos,
podemos entender o quanto a brincadeira do faz-de-conta auxilia na
construção da identidade da criança bem como na promoção do
desenvolvimento cognitivo e afetivo-social da mesma.
Podemos
aproveitar durante este faz-de-conta refletir e discutir as atividades
desenvolvidas com elas, pois através desse exercício é possível promover
intervenções valiosas no dia a dia contribuindo assim para o
desenvolvimento integral da personalidade e identidade da criança, bem
como desenvolver afetos, saudáveis e sentimentos positivos.
Importante saber
O
conceito de identidade pode ser definido como um conjunto de aspectos
individuais que caracteriza uma pessoa. No entanto, ela se estrutura ou
se desestrutura a partir das relações sociais, que pode se compreender o
processo de permanente mudança que os encontros nos possibilitam.
A formação de identidade está associada com o pensar no coletivo que habita cada pessoa (identidade social). Somos aquilo que se define no agora, o que trazemos da biologia, da genética, o que trazemos de nossas experiências anteriores de infância e o que está por vir, ou seja, o que também projetamos. A cada encontro, o que perpassa pela transformação pessoal do humano. A questão é , como e o que esse outro, tem marcado na identidade de seu filho.
A formação de identidade está associada com o pensar no coletivo que habita cada pessoa (identidade social). Somos aquilo que se define no agora, o que trazemos da biologia, da genética, o que trazemos de nossas experiências anteriores de infância e o que está por vir, ou seja, o que também projetamos. A cada encontro, o que perpassa pela transformação pessoal do humano. A questão é , como e o que esse outro, tem marcado na identidade de seu filho.
Referências
Nadel-Brulfert, J. (1986). “Proposições para uma leitura de Wallon: em que aspectos sua obra permanece atual e original?” In: Werebe, M. J. G. e Nadel-Brulfert, J. (org.). Henri Wallon. São Paulo, Ática.
Wallon, H. (1941-1995). A evolução psicológica da criança. Lisboa, Edições 70.
______ (1959-1975). Psicologia e educação da infância. Lisboa, Estampa.
http://siaiap32.univali.br/seer/index.php/rc/article/view/860
Nadel-Brulfert, J. (1986). “Proposições para uma leitura de Wallon: em que aspectos sua obra permanece atual e original?” In: Werebe, M. J. G. e Nadel-Brulfert, J. (org.). Henri Wallon. São Paulo, Ática.
Wallon, H. (1941-1995). A evolução psicológica da criança. Lisboa, Edições 70.
______ (1959-1975). Psicologia e educação da infância. Lisboa, Estampa.
http://siaiap32.univali.br/seer/index.php/rc/article/view/860
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