Por: Matt McCullough
Algum tempo atrás eu passava por uma 
fase frustrante em relação às minhas pregações concomitantemente à 
preparação de uma nova séria baseada no Evangelho segundo João. A 
maneira com a qual o evangelista descreve o ministério de João Batista 
foi-me incrivelmente útil naquele momento – e é a perspectiva na qual 
tenho buscando progredir desde então. Existem três locais onde o 
ministério de João Batista aparece e, em cada situação, há uma mensagem 
que precisamos caso queiramos pregar com confiança, liberdade e alegria.
1. “Eu não sou o Cristo” (João 1.19-28)
A primeira vez que ouvimos a voz de João
 Batista foi quando os sacerdotes e levitas vêm de Jerusalém para 
testemunhar bem de perto o seu ministério. O evangelista não se preocupa
 em tomar muito espaço com diversos detalhes a respeito do estilo de 
João Batista e de sua popularidade, porém considerando a forma que os 
demais autores bíblicos o descreveram não é difícil de imaginar o que 
esses líderes judeus esperavam encontrar.
Em essência, eles vem perguntando: Quem você pensa que é? Eles
 certamente ouviram a respeito do seu modo despojado de se vestir, sua 
dieta estranha e suas chocantes declarações. Eles certamente esperavam 
um cara cheio de si. Contudo as respostas de João falavam somente sobre 
quem ele não era: “Eu não sou o Cristo” (João 1.20).
João Batista não está tentando proteger a
 si mesmo e assim desviar a atenção. Ele não é um Obi Wan em um gesto 
evasivo, dizendo “esses não são os androides que vocês procuram”. Ele 
logo, logo entregará a sua própria vida. Porém, aqui, não quer falar de 
si mesmo porque sabe e tem amor pelo fato de que ele não é o ponto 
importante. Ele não é a solução. Ele não é o herói. Ele não pode salvar 
ninguém. Ele não é quem você estava procurando. E ele não apenas aceita 
essa realidade, mas a incorpora.
Há um grande senso de liberdade para 
nós, pregadores, à medida que também incorporamos tal realidade. Não há 
dúvida de que os nossos sermões nunca serão capazes de dar ao nosso 
público o que ele realmente precisa. Graças a Deus, eu não sou o Cristo.
Obviamente, é essencial que suportemos 
junstamente os fardos do nosso povo. É inevitável que carreguemos tais 
fardos até nossos púlpitos. Porém não cabe a nós e aos nossos sermões 
aliviarem as pessoas dos seus fardos. Somente o Cristo pode fazer isso, e
 é precisamente isso o que ele veio fazer.
Considere fazer esta oração à medida em que você se prepara para dirigir-se ao seu povo nesta semana:
Obrigado Pai por ter lhes dado – e 
também a mim – um Salvador maior do que eu poderia ser. Obrigado por 
Jesus, o qual concluiu a sua obra, e pelo seu Espírito, o qual sabe como
 aplicá-la a nós.
2. “Que ele cresça e que eu diminua” (João 3.22-30)
A próxima vez que ouvimos a respeito de 
João, o cenário é em algum lugar afastado da Judéia, um lugar onde há 
abundância de água. Jesus e os seus discípulos estão nessa área 
realizando batismos, e João estava próximo fazendo a mesma coisa.
O diálogo começa com os seguidores de 
João aproximando-se com preocupações deveras humanas. Eles se preocupam 
com o fato de que o ministério de João está sendo ofuscado por Jesus. 
Jesus era totalmente desconhecido até que João falasse abertamente quem 
ele era, eles insinuam, mas olha o que está acontecendo agora. O 
discurso exagerado deles demonstra claramente a sua frustração: “…todos 
lhe saem ao encontro” (João 3.26).
A resposta de João oferece uma 
explicação esclarecedora sobre nosso alvo como pregadores. Ela flui 
diretamente do fato que nós não somos o Cristo de ninguém. A nossa 
tarefa é apontar as pessoas para aquele que salva e então sair da 
jogada.
A metáfora que João usa com os seus 
amigos ainda hoje fala poderosamente.  Ele fala sobre o noivo (que é 
Jesus), a noiva (que é o seu povo) e o amigo do noivo (esse é João 
Batista). “O que tem a noiva é o noivo”, diz João. Todavia o amigo do 
noivo não é invejoso. Ele buscava apresentar o noivo, e não por uma 
noiva para si. Ele buscava elevar a imagem do seu amigo, e ele se enche 
de alegria quando a sua obra é concluída (João 3.29).
Por um lado, o ministério de João – a 
obra da sua vida – está se esvaindo. Em questão de meses, ele terá a sua
 cabeça servida numa bandeja. E ele certamente consegue perceber os 
sinais disso. Porém, longe de cair em desespero, ele afirma: “esta 
alegria já se cumpriu em mim” (João 3.29). Ele encara anonimato e morte 
com alegria, pois o seu alvo de vida e ministério tinha um foco e estava
 cumprido: “…que ele cresça e que eu diminua” (João 3.30).
Não é libertador para o ministério de um
 pregador um manifesto como esse? Por um tempo mantive essa frase em uma
 nota adesiva no computador em que preparo os meus sermões – justamente 
onde sofro com desapontamentos sobre sermões que não são o que eu 
desejava que fossem, onde sou tentado a escrever aquilo que me 
enaltecerá. É bom ser criativo, perceptivo, intenso e engajante. Todavia
 no fim de tudo, há uma questão que devemos perguntar sobre os nossos 
sermões, uma forma de medir a sua eficácia: “a beleza de Jesus está 
acessível?”
Senhor, ajude-me a crer que a coisa 
mais importante sobre mim é o Jesus ao qual proclamo. A minha única 
glória é dele, compartilhada comigo como um presente, porque sou um com 
ele.
3. “Tudo quanto disse a respeito deste era verdade” (João 10:40-42)
A última referência a João Batista no 
Evangelho de João aparece no capítulo 10. Ele já havia sido executado 
naquele momento, e Jesus veio a uma localização onde João havia 
realizado boa parte de seu ministério. Muitos que ouviram João pregando 
agora encontravam Jesus por si mesmos. Aqui está a conclusão deles: 
“Realmente, João não fez nenhum sinal, porém tudo quanto disse a 
respeito deste era verdade” (João 10.41).
Que tal isso como epitáfio? Você gostaria?
Imaginemos que isso fosse dito de Pedro, o nosso pregador abatido:
“Sabe, eu ouvi vários pregadores muito 
mais cativantes. Alguns outros eram mais engraçados, mais provocativos e
 memoráveis. Pedro não fez nenhum sinal. No entanto, tudo o que ele 
disse em relação a Jesus era verdade. Nós o vimos por nós mesmos.”
Esse é o epitáfio que queremos, irmãos. E
 pela graça de Deus, enquanto formos fiéis à sua Palavra, isso está ao 
alcance de todos nós. Sendo assim, lancemos fora os nossos medos, as 
nossas inseguranças, os nossos desapontamentos – e sigamos adiante.
Pai, quando eu pregar, guia-me na 
verdade. Proteja-me do erro. Mostra-lhes que Jesus é verdadeiro. Que 
eles provem da beleza dele…
Por: Matt McCullough. © 2015 9Marks. Original: Hope for the Melancholy Preacher.
Este artigo faz parte da edição do 9Marks Journal.
Tradução: Paulo Santos. Revisão: Vinícius Musselman Pimentel. © 2016 Ministério Fiel. Todos os direitos reservados. Website: MinisterioFiel.com.br. Original: Esperança para o Pregador Abatido.
Matt McCullough é pastor na Trinity Church em Nashville, Tennessee.
Artigo Completo
Aprenda mais sobre a “Esperança para o Pregador Abatido” lendo o artigo completo.
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FONTE:
http://voltemosaoevangelho.com/blog/2016/01/7-recomendacoes-para-ler-a-biblia-melhor-parte-12/
 
 
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