Por Riva Moutinho
Leia GÁLATAS 3Teria Deus entregado ao homem o poder de falar mal a alguém, a fim de que o mal fosse realizado? Teria Deus criado uma exceção ao sacrifício de Cristo na cruz, de maneira que as ditas maldições hereditárias continuem a perpetuar mesmo após o indivíduo reconhecer que Cristo reina na sua vida? Teria Deus falhado na Graça de maneira que processos chamados de Quebra de Maldição precisariam ser realizados periodicamente para a obtenção de uma vida melhor?
Maldição: “Ação ou efeito de amaldiçoar ou maldizer, de expressar, por meio de palavras solenes, que refletem ódio, cólera, aversão ou reprovação, o desejo de que algo ruim aconteça a (alguém ou algo).” (FONTE: Dicionário Eletrônico Houaiss)
“É a ação efetiva de um poder sobrenatural, caracterizada pela adversidade que traz, sendo geralmente usada para expressar o azar ou algo ruim na vida de uma pessoa. Antigamente era algo semelhante a um "Feitiço" ou Encantamento", mas que só causa o mal à pessoa.” (FONTE: Wikipédia)
Questões como estas e tantas outras preenchem minha mente quando vejo como o tema MALDIÇÃO é tratado no nosso tempo. Compreender o significado e os limites da maldição só é possível estudando a Palavra, a fim de não sermos lançados nos ventos dos desvarios da religião. O resultado da não compreensão tem levado um incontável número de pessoas à superstição e, por consequência, a se afastarem do Evangelho. Assim o engano da falsa compreensão cria seu próprio evangelho, seu próprio deus, suas próprias verdades, seu próprio caminho errante.
Veja o que diz o missionário R. R. Soares: “A confissão do que cremos pode ser positiva ou negativa. Ambas são necessárias e úteis. A confissão negativa é a que abre a porta para que o Senhor entre em uma vida. A pessoa confessa que é uma pecadora, e que aceita Jesus como Salvador e Senhor de sua vida.
A confissão negativa deve ser usada somente no início da caminhada, em que a pessoa é salva, e depois quando a pessoa escorrega e cai em transgressão ou pecado. A confissão negativa dá ao Senhor condições de perdoar e levantar o penitente.”
(FONTE: http://www.ongrace.com/cursofe/licoes.php?id=10)
É interessante observarmos a utilização das palavras positiva e negativa e o que o seu emprego, eventualmente, geraria. Note que é necessária esta atitude nossa, positiva ou negativa, para que Deus execute algo. Até o pecado que é constante nas nossas vidas torna-se temporão (“... e depois quando a pessoa escorrega e cai em transgressão ou pecado.”) e assim, até o perdão, que segundo o Evangelho é gerado mediante a Graça de Cristo, recebe agora uma condicional ou uma regra (“... dá ao Senhor condições de perdoar.”)
O Pr. Alcione Emerich disse num estudo sobre benção e maldição publicado na web: “Característica da maldição: REPETIÇÃO DE SINTOMAS
Exemplos: Prostituição, Divórcio, Violência, Alcoolismo, Abuso Sexual...
Na medida que uma maldição ( ou benção ) se estabelecem, tendem a se transferir de geração a geração: Na vida individual, familiar, geográfica (cidades e nações ) etc.”
(FONTE: www.montesiao.pro.br/libertacao/vbmaldicoes.htm)
Seria a causa da prostituição uma palavra negativa lançada? Tratarmos tais problemas com a “simples” ideía de maldição nos remete a uma solução unicamente espiritual e sabemos que este nem sempre é o caso. Todos os problemas acima e tantos outros que poderiam ser ditos nos remetem a causas emocionais, psicológicas e sociológicas e, não, espirituais necessariamente. Criar uma relação espiritual culpando uma intervenção aproveitadora, mediante as palavras negativas pronunciadas por alguém, do diabo na vida de outro alguém ou da própria é, no mínimo repassar a um terceiro a responsabilidade de certas decisões tomadas ao longo da vida ou até mesmo da, digamos, falta de oportunidade que a vida tem dado.
Cada um precisa aprender a vencer seus medos, traumas, falta de oportunidades na vida, orgulho, vaidades e tantos outros males que assolam a humanidade e que compõem a natureza humana. Tratar tais males sem diabolizá-los, mas na lucidez que só o Evangelho possui é a chave que muitos líderes religiosos fazem questão de retê-la. Até porque isto aprisiona as pessoas a eles e os transformam numa espécie de gurus.
Jorge Linhares no seu livro Benção e Maldição escreve na contra capa: “Muitos hoje são derrotados, improdutivos, complexados, impedidos de avançar, apenas porque alguém em posição de autoridade lançou-lhes palavras carregadas de ódio e maldição. Em alguns casos, os conflitos provocados por estas palavras passam de pai para o filho, atravessando gerações.”
A expressão utilizada “em posição de autoridade” remete a todos aqueles que lhe são superiores: pais, chefes, padres, pastores... O inimaginável ocorre quando pastores afirmam que eles têm “o poder e a autoridade” para desfazerem todas as maldições. Agora, pare e pense: Quem possui autoridade maior do que a de Deus? Toda maldição termina em Cristo porque Ele se fez maldição ao morrer numa cruz. No livro de Gálatas está escrito: "Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro." (Gálatas 3:13) Assim toda maldição trazida pela Lei foi destruída diante do Amor de Cristo ao morrer por cada um de nós.
E este sacrifício foi ÚNICO e é ABSOLUTO. Não é uma lei que precisa de emendas para consertá-la ou torná-la atual, mas um SACRIFÍCIO de Deus, do Filho, ao qual não há espaço para rituais, pós-morte e ressurreição, de quebras de maldições.
Tais rituais, também chamados de cultos de libertação, apenas servem para que as pessoas não enxerguem que Jesus TUDO fez por elas, caindo assim, na teia maliciosa da religião que as prendem por prazo indeterminado, gerando, assim, o ciclo-de-busca-a-libertação.
A maldição foi a causa que os amigos acreditavam estar sobre Jó quando este teve sua vida assolada por uma quantidade de males terríveis. A Bíblia nos mostra, claramente, o quanto estes amigos de Jó estavam enganados. Em João 16:33, Jesus disse: “No mundo tereis aflição.” E em Mt. 5:45 Ele disse: "Porque faz que o seu sol se levante sobre maus e bons, e a chuva desça sobre justos e injustos."
Caio Fábio, em seu livro O Enigma da Graça diz: “A estratégia do diabo, quando você é um praticante convicto da Teologia Moral de Causa e Efeito, é outra: Satanás convence você de ser uma pessoa cheia de “razões”, “direitos”, “justiças”, “verdades”, “autoridade”, “virtude”, “amor”, e muitas outras coisas; e, então, depois, faz você transformar tais virtudes em Lei para a sua própria vida e para a dos outras.”
Mas quando se está em Cristo nenhuma maldição existe, se cria ou persiste.
Quando se está na Luz nenhuma treva habita e nenhum interior pode ser invadido tornando-se habitação de demônios, pois neste templo sagrado-corporal de cada cristão, há a presença do próprio Espírito de Deus.
Deus não deseja ver seus filhos O servindo mediante o medo de receberem alguma maldição divina, mas sim, deseja que eles O sirvam em verdade, com sinceridade e liberdade; não sendo juízes de seu próximo.
Portanto todos os males que em minha natureza habita, já estão curados em Cristo e Nele torno-me verdadeiramente livre conforme João 8:36. A Lei já não me conduz, mas a Graça que superabundantemente é derramada sobre mim diariamente e ininterruptamente. Graças a Deus!!!
Assim, maldições hereditárias, cultos de libertação (onde teria Deus hora e dia marcado para libertar alguém de alguma coisa ruim), rituais de quebras de maldições, positivismos e negativismos dentro do conceito espiritual, não passam de laços criados pela religião e seus doutores da lei, a fim de estabelecerem um certo domínio sobre o povo que conduzem e satisfazerem aos delírios mais loucos e variados da mente humana.
Perceba e entenda que o diabo não é o oposto de Deus.
Caio Fábio escreveu em seu livro “O Enigma da Graça” o que C. S. Lewis expressou no livro “As Cartas do Inferno”: “Deus não tem um oposto a Ele. Nenhum ser poderia atingir a maldade perfeita a fim de poder competir com a perfeita bondade de Deus. O diabo é o oposto de anjo somente na mesma medida em que um homem mau é o oposto de um homem bom. Satanás, o líder desses diabos, está em equivalência oposta não a Deus, mas a Miguel, o arcanjo.”
Assim, queridos, libertem-se do poder opressor da religiosidade e das verdades-denorex (parece mas não é), e caminhem na estrada segura e verdadeira do Evangelho de Cristo, o qual nos desafia diariamente a viver uma vida livre, porém consciente; com amor por todos indistintamente e convictos que em Deus sou, estou e permanecerei liberto.
FONTE:
http://acaoreacao.blogspot.com.br/2007/09/religio-da-maldio-por-riva-moutinho.html
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