Uma das dificuldades correntes na compreensão do
tempo bíblico prende-se com a contagem do tempo. Existem duas regras que são
determinantes na medição do tempo (dias, meses e anos).
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Orientação
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Contagem dos meses
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Ajustes
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dia
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Calendário
Egípcio
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Solar
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12
meses de 30 dias. O seu início era a 19 de Julho.
Só em
239 a.C. Ptolomeu II adicionou um dia suplementar de 4 em 4 anos
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5 dias
no final de cada ano
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Divididos
em 12 horas de dia (contados pela sombra) e 12 horas de noite (com base no
tempo que um recipiente levava a encher)
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Calendário
Juliano
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Solar
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Idêntico
ao calendário Egípcio tem meses de 29, 30 ou 31 dias
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De 4 em
4 anos um ano bissexto de 366 dias
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Calendário
gregoriano
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Solar
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Uma vez
que o mês de Julho era em homenagem a Júlio César e o de Agosto uma homenagem
a César Augusto alterou-se o mês de Agosto para 31 dias e o de Fevereiro para
28.
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De 4 em
4 anos um ano bissexto de 366 dias
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Calendário
Babilónico e Assírio
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Lunar
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Inicialmente
12 meses de 30 dias, depois alguns meses passaram a ter 29 dias. Perfazia
assim um ano com 354.
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O
ajuste ficava a cargo de cada cidade e época para que o ano lunar se
ajustasse com o ano solar.
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O dia
começava com o ocaso. O dia estava dividido em 12 horas cada uma delas
representava duas das nossas horas.
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Antigamente o método de medição do tempo estava
ligado com anos, dias e meses lunares e não solares como é feito agora.
Nos tempos bíblicos existem alguns calendários bem
diferentes uns dos outros de que deixarei exemplo no quadro a baixo.
Em relação ao calendário e forma de interagir com o
tempo dos judeus, que é o mais marcante nas escrituras iremos olhar de forma
mais cuidada.
Como podemos ver, os antigos egípcios tinham o seu
calendário de base solar e os povos da Mesopotâmia os calendários de base
lunar, como ainda hoje é utilizado pelos muçulmanos.
“Devemos lembrar que as duas grandes festas
israelitas, a da Páscoa e a dos Tabernáculos, eram celebradas no dia 14º-15º do
primeiro e do sétimo mês.” (Vaux, 2003, pp. 223, 224) Estes dias coincidem com
os dias da lua cheia.
Quanto ao dia, a unidade de tempo mais facilmente
contabilizável, sempre teve por origem o ciclo diário do sol.
A maneira de marcar os dias começa com a declaração
repetida do primeiro capítulo do Génesis “E foi a tarde e a manhã, o dia …”.
Esta ideia de contar o tempo a partir do por do sol e não a partir da alva é
pertinente nos textos durante um período de tempo Deuteronómio 28:66-67; I
Samuel 30:12; Isaías 28:19; Jeremias 33:20, Daniel 8:14; com a aproximação do
exílio e depois desse evento aparece quase sempre tarde e depois manhã.
“…a nação judaica iniciava o seu dia às 18:00h, ao
passo que para a maioria dos povos do oriente médio o dia era computado a
partir do nascer do sol, às 6:00h da manhã. A demarcação entre um dia e outro,
entre os israelitas, na verdade era o momento em que três estrelas da segunda magnitude
tornavam-se visíveis…” (Champlin, 2001, pp. 593, Vol. I) Neemias 4:21
Nas semanas com a ideia do descanso semanal o sabat
era algo muito importante para os judeus. Desde cedo os judeus guardaram o
Sábado sendo este uma aliança entre eles e Deus. Na lei mosaica a guarda do
Sábado era mesmo parte do pacto entre Deus e o seu povo (Êxodo 31:13). No
entanto no Novo Testamento, existe uma mutação entre desde o dia de Sábado para
o dia de Domingo, ou seja do último dia da semana para o primeiro dia da semana,
ainda que Jesus cumpriu a lei e o Sábado (Lucas 4:16) sem aceitar no entanto os
extremismos que os judeus seus contemporâneos faziam em torno do Sábado. É
verdade que Jesus ressuscitou no primeiro dia da semana e a partir daí foi no
primeiro dia que os cristãos primitivos se passaram a reunir (João 20:19).
“No hebraico a palavra meses é um sinónimo para
luas.” (Champlin, 2001, pp. 594, Vol. I) Como as lunações são períodos de 29
dias, 12 horas e uma fração, os meses lunares hebraicos tinham de forma alternada
29 e 30 dias.
Em tempos mais recuados do Antigo Testamento, os
nomes dos meses adotados pelos israelitas era os nomes cananeus para os meses,
que estavam conectados com as estações: ziv o mês das flores (IReis
6:1,37) ou Abib mês das espigas (Êxodo 23:15;34:18; Deuteronómio 16:1).
A designação cananeia começa a ser substituída pela
numeração dos meses, desde o primeiro até ao duodécimo (IIReis 25:1; Jeremias
52:4; Josué 4:19), ainda que por muito tempo aparecem as duas designações de
forma contemporânea.
É ainda digno de menção que os hebreus tinham duas
formas de numerar os meses. A primeira era uma designação civil, onde o ano
começava no rosh hashanah (cabeça do ano) que era no mês de Tisri, no
Outono, esta contagem corria em paralelo com o ano agrícola; contudo o ano
sagrado tinha o seu inicio em Nisã, por ordem de Deus a Moisés “Êxodo 12:2 Este
mês será para vós o princípio dos meses; este vos será o primeiro dos meses do
ano.” É de referenciar que a maior parte das vezes a contagem sagrada é a
exarada nas escrituras mas a outra também aparece com frequência.
1º mês
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Nisan
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Março –
Abril
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2º mês
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Iyyar
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Abril –
Maio
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3º mês
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Sivan
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Maio –
Junho
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4º mês
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Tammuz
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Junho –
Julho
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5º mês
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Ab
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Julho –
Agosto
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6º mês
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Elul
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Agosto
– Setembro
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7º mês
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Tishri
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Setembro
– Outubro
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8º mês
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Marheshvan
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Outubro
– Novembro
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9º mês
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Kisleu
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Novembro
– Dezembro
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10º mês
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Tebet
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Dezembro
– Janeiro
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11º mês
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SHebat
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Janeiro
– Fevereiro
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12º mês
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Adar
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Fevereiro
– Março
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Neste quadro temos na primeira coluna a numeração
ordinal dos meses, com o nome utilizado e a correspondência para os meses do
calendário gregoriano. “Como o ano lunar é onze dias e seis horas mais curto do
que o solar, no nosso calendário a lua nova atrasa aquele período de tempo (ou
adianta 19 dias) a cada ano, mudando continuamente a relação entre os meses
hebraicos e gregorianos. (Ellisen, 2007, p. 12)
Obras Citadas
Champlin, R. N. (2001). Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia.
São Paulo: Hagnos.
Ellisen, S. (2007). Conheça Melhor o Antigo Testamento. S. Paulo:
Editora Vida.
Vaux, R. d. (2003). Instituições de Israel no Antigo Testamento.
S. Paulo : Teológica.
FONTE:
https://samuelantunes.wordpress.com/2012/12/11/calendarios-e-contagem-do-tempo/
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