Em Cristo estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento. (Colossenses 2:3)

Ninguém vos engane com palavras vãs; porque por essas coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência.(Efésios5:6)
Digo isso a vocês para que não deixem que ninguém os engane com argumentos falsos. (Colossenses 2:4)

5 de fevereiro de 2015

Calendários e contagem do tempo





Uma das dificuldades correntes na compreensão do tempo bíblico prende-se com a contagem do tempo. Existem duas regras que são determinantes na medição do tempo (dias, meses e anos).


Orientação
Contagem dos meses
Ajustes
dia
Calendário Egípcio
Solar
12 meses de 30 dias. O seu início era a 19 de Julho.
Só em 239 a.C. Ptolomeu II adicionou um dia suplementar de 4 em 4 anos
5 dias no final de cada ano
Divididos em 12 horas de dia (contados pela sombra) e 12 horas de noite (com base no tempo que um recipiente levava a encher)
Calendário Juliano
Solar
Idêntico ao calendário Egípcio tem meses de 29, 30 ou 31 dias
De 4 em 4 anos um ano bissexto de 366 dias

Calendário gregoriano
Solar
Uma vez que o mês de Julho era em homenagem a Júlio César e o de Agosto uma homenagem a César Augusto alterou-se o mês de Agosto para 31 dias e o de Fevereiro para 28.
De 4 em 4 anos um ano bissexto de 366 dias

Calendário Babilónico e Assírio
Lunar
Inicialmente 12 meses de 30 dias, depois alguns meses passaram a ter 29 dias. Perfazia assim um ano com 354.
O ajuste ficava a cargo de cada cidade e época para que o ano lunar se ajustasse com o ano solar.
O dia começava com o ocaso. O dia estava dividido em 12 horas cada uma delas representava duas das nossas horas.

Antigamente o método de medição do tempo estava ligado com anos, dias e meses lunares e não solares como é feito agora.
Nos tempos bíblicos existem alguns calendários bem diferentes uns dos outros de que deixarei exemplo no quadro a baixo.

Em relação ao calendário e forma de interagir com o tempo dos judeus, que é o mais marcante nas escrituras iremos olhar de forma mais cuidada.

Como podemos ver, os antigos egípcios tinham o seu calendário de base solar e os povos da Mesopotâmia os calendários de base lunar, como ainda hoje é utilizado pelos muçulmanos.

“Devemos lembrar que as duas grandes festas israelitas, a da Páscoa e a dos Tabernáculos, eram celebradas no dia 14º-15º do primeiro e do sétimo mês.” (Vaux, 2003, pp. 223, 224) Estes dias coincidem com os dias da lua cheia.

Quanto ao dia, a unidade de tempo mais facilmente contabilizável, sempre teve por origem o ciclo diário do sol.

A maneira de marcar os dias começa com a declaração repetida do primeiro capítulo do Génesis “E foi a tarde e a manhã, o dia …”. Esta ideia de contar o tempo a partir do por do sol e não a partir da alva é pertinente nos textos durante um período de tempo Deuteronómio 28:66-67; I Samuel 30:12; Isaías 28:19; Jeremias 33:20, Daniel 8:14; com a aproximação do exílio e depois desse evento aparece quase sempre tarde e depois manhã.

“…a nação judaica iniciava o seu dia às 18:00h, ao passo que para a maioria dos povos do oriente médio o dia era computado a partir do nascer do sol, às 6:00h da manhã. A demarcação entre um dia e outro, entre os israelitas, na verdade era o momento em que três estrelas da segunda magnitude tornavam-se visíveis…” (Champlin, 2001, pp. 593, Vol. I) Neemias 4:21

Nas semanas com a ideia do descanso semanal o sabat era algo muito importante para os judeus. Desde cedo os judeus guardaram o Sábado sendo este uma aliança entre eles e Deus. Na lei mosaica a guarda do Sábado era mesmo parte do pacto entre Deus e o seu povo (Êxodo 31:13). No entanto no Novo Testamento, existe uma mutação entre desde o dia de Sábado para o dia de Domingo, ou seja do último dia da semana para o primeiro dia da semana, ainda que Jesus cumpriu a lei e o Sábado (Lucas 4:16) sem aceitar no entanto os extremismos que os judeus seus contemporâneos faziam em torno do Sábado. É verdade que Jesus ressuscitou no primeiro dia da semana e a partir daí foi no primeiro dia que os cristãos primitivos se passaram a reunir (João 20:19).

“No hebraico a palavra meses é um sinónimo para luas.” (Champlin, 2001, pp. 594, Vol. I) Como as lunações são períodos de 29 dias, 12 horas e uma fração, os meses lunares hebraicos tinham de forma alternada 29 e 30 dias.

Em tempos mais recuados do Antigo Testamento, os nomes dos meses adotados pelos israelitas era os nomes cananeus para os meses, que estavam conectados com as estações: ziv o mês das flores (IReis 6:1,37) ou Abib mês das espigas (Êxodo 23:15;34:18; Deuteronómio 16:1).

A designação cananeia começa a ser substituída pela numeração dos meses, desde o primeiro até ao duodécimo (IIReis 25:1; Jeremias 52:4; Josué 4:19), ainda que por muito tempo aparecem as duas designações de forma contemporânea.

É ainda digno de menção que os hebreus tinham duas formas de numerar os meses. A primeira era uma designação civil, onde o ano começava no rosh hashanah (cabeça do ano) que era no mês de Tisri, no Outono, esta contagem corria em paralelo com o ano agrícola; contudo o ano sagrado tinha o seu inicio em Nisã, por ordem de Deus a Moisés “Êxodo 12:2 Este mês será para vós o princípio dos meses; este vos será o primeiro dos meses do ano.” É de referenciar que a maior parte das vezes a contagem sagrada é a exarada nas escrituras mas a outra também aparece com frequência.

1º mês
Nisan
Março – Abril
2º mês
Iyyar
Abril – Maio
3º mês
Sivan
Maio – Junho
4º mês
Tammuz
Junho – Julho
5º mês
Ab
Julho – Agosto
6º mês
Elul
Agosto – Setembro
7º mês
Tishri
Setembro – Outubro
8º mês
Marheshvan
Outubro – Novembro
9º mês
Kisleu
Novembro – Dezembro
10º mês
Tebet
Dezembro – Janeiro
11º mês
SHebat
Janeiro – Fevereiro
12º mês
Adar
Fevereiro – Março

Neste quadro temos na primeira coluna a numeração ordinal dos meses, com o nome utilizado e a correspondência para os meses do calendário gregoriano. “Como o ano lunar é onze dias e seis horas mais curto do que o solar, no nosso calendário a lua nova atrasa aquele período de tempo (ou adianta 19 dias) a cada ano, mudando continuamente a relação entre os meses hebraicos e gregorianos. (Ellisen, 2007, p. 12)

Obras Citadas
Champlin, R. N. (2001). Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. São Paulo: Hagnos.
Ellisen, S. (2007). Conheça Melhor o Antigo Testamento. S. Paulo: Editora Vida.
Vaux, R. d. (2003). Instituições de Israel no Antigo Testamento. S. Paulo : Teológica.

FONTE:
https://samuelantunes.wordpress.com/2012/12/11/calendarios-e-contagem-do-tempo/ 

 

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