Dr. Roger Liebi
Há aproximadamente dois mil anos, Jesus nasceu em Belém. Por que justamente ali?
Jesus nasceu em Belém não apenas porque o profeta
Miquéias profetizou que assim seria, mas porque Belém significa “Casa do
Pão”. Em certa ocasião, Jesus disse: “Eu sou o pão da vida; o que vem a mim jamais terá fome; e o que crê em mim jamais terá sede” (Jo 6.35).
Vamos fazer uma viagem imaginária até Belém. O que aconteceu ali no passado? Como está Belém hoje?
Diante da Igreja da Natividade, em Belém.
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Belém no século XX
Belém há 55 anos: Israel encontrava-se em plena Guerra
da Independência. Era a guerra pela sobrevivência do recém-proclamado
Estado judeu. Belém foi ocupada pelo exército jordaniano com o apoio do
Iraque, da Síria, do Líbano, do Egito, da Arábia Saudita e do Iêmen.
Belém no século XXI
Belém hoje: Através dos Acordos de Oslo, Belém se
encontra sob domínio palestino – exatamente como a Jordânia queria.
Assim, Belém faz parte do grupo de cidades da Terra Prometida de onde
diariamente partem ameaças terroristas contra Israel.
Belém há três mil anos
Quando nos damos conta de que em árabe a palavra
“palestinos” é a mesma que “filisteus”, ou seja, “filastini”, somos
lembrados de algo que aconteceu ali há três mil anos: Belém estava
ocupada pelos filisteus. O judeu Davi quase se consumia de saudades do
lugar onde passara sua infância (2 Sm 23.13-17).
Davi cresceu em Belém. No deserto, ele cuidava dos
animais de seu pai defendendo-os de ursos e leões. Davi tinha um dom
especial para a música e a poesia hebraica. Através de revelações
proféticas, ele sabia que um dia o Messias, o Salvador prometido, viria
de sua descendência. Cerca de 1004 anos antes de Cristo, esse pastor de
Belém conquistou a cidade de Jerusalém e elevou-a à condição de capital
de seu reino. Por essa razão, há algum tempo, Jerusalém celebrou um
jubileu muito especial: 3000 anos como capital judaica.
Belém no início da era cristã
No Talmude, a mais
importante obra teológica para os judeus, está escrito: “Depois dos
profetas Ageu, Zacarias e Malaquias o Espírito Santo afastou-se de
Israel”.
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Belém há 2000 anos: uma pequena e idílica cidadezinha
situada na orla do deserto da Judéia, distante apenas doze quilômetros
da esplendorosa capital Jerusalém. Por sua posição geográfica, Belém era
muito apropriada para a criação de ovelhas. O deserto da Judéia é um
deserto cheio de vida. Durante nove meses do ano ele fornece alimentação
para ovelhas e cabras. No inverno, na época das chuvas, o deserto
floresce e os montes se cobrem com um tapete verde. Os arredores de
Belém são muito férteis, adequados ao plantio de cereais. Daí provém,
provavelmente, o significativo nome de Belém, “Casa do Pão”.
Uma singular história de amor
No final do segundo século antes de Cristo
desenrolou-se em Belém a história de amor entre Rute e Boaz, relatada no
livro de Rute. Ele era israelita, ela moabita – o que hoje equivaleria a
ele ser israelense e ela jordaniana. Será que esse não foi um romance
meio complicado? Não, o relacionamento era bom, até muito bom, por uma
razão bem definida: Rute, por profunda convicção pessoal, afastou-se da
religião de seus antepassados e buscou refúgio sob as asas do Deus de
Israel, o Deus de Abraão, Isaque e Jacó. Ao se voltar para Deus, ela
estava automaticamente aceitando as promessas que o Eterno fizera ao Seu
povo Israel. Seu casamento foi abençoado com descendentes, e um de seus
netos alcançaria um significado especial na história da humanidade: foi
Davi, o maior rei de Israel, que conduziu o povo ao seu apogeu
político. O sábio rei Salomão pôde, então, construir seu reino de paz
sobre as surpreendentes vitórias militares de seu pai Davi.
Belém na profecia
No oitavo século a.C., Belém ficou no foco das
profecias bíblicas. Miquéias, o morastita, anunciou que o Salvador
prometido viria da dinastia de Davi e nasceria em Belém: “E tu,
Belém-Efrata, pequena demais para figurar como grupo de milhares de
Judá, de ti me sairá o que há de reinar em Israel, e cujas origens são
desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade” (Mq 5.2).
Deus cumpre as profecias apesar da confusão política
Os acordos de Oslo colocaram Belém sob o domínio palestino.
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Os profetas de Israel anunciaram antecipadamente
centenas de detalhes sobre o Messias. O último profeta do Antigo
Testamento foi Malaquias, por volta do ano 400 antes de Cristo. Quando
Belém se encontrava debaixo do domínio persa, esse profeta falou mais
uma vez do Esperado. Depois dele não houve mais profetas que tenham
deixado profecias escritas para o povo de. No Talmude, a mais importante
obra teológica para os judeus, está escrito: “Depois dos profetas Ageu,
Zacarias e Malaquias o Espírito Santo afastou-se de Israel”. Em 300
a.C., Belém caiu sob domínio grego. No ano 63 a.C. os romanos invadiram a
Judéia. Em 40 a.C. o Senado romano nomeou um “jordaniano”, o edomita
Herodes, para ser “rei dos judeus”, que governava também sobre Belém. (A
pátria dos edomitas encontrava-se originalmente na Jordânia). Mas a
espera pelo “Vindouro”, como o Messias é chamado muitas vezes pelo povo
de Israel, não terminou. Ao contrário. Ela ficava cada vez mais ansiosa –
até que, numa certa noite, mensageiros celestiais proclamaram nos
campos de Belém as grandiosas palavras: “Não temais; eis aqui vos
trago boa-nova de grande alegria, que o será para todo o povo: é que
hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor”
(Lc 2.10-11). Grande alegria porque na “Casa do Pão” finalmente entrava Aquele que tinha autoridade para dizer de si mesmo: “Eu sou o pão da vida” (Jo 6.48).
Grande alegria mesmo que a pequena cidade judaica continuasse sofrendo
debaixo do domínio estrangeiro! Aprendemos daí que o fato único de Deus
tornar-se homem é tão grandioso que deixa de lado todos as outras
ocorrências, todas as coisas, inclusive os problemas e as preocupações. A
alegria espiritual não deve depender das circunstâncias, não deve
basear-se em situações, resolvidas ou não, sejam elas políticas ou de
natureza pessoal. A vinda de Jesus a este mundo traz consigo uma
profunda alegria para todos aqueles que reconhecem que Ele é realmente o
Cristo, o Filho de Deus. Sua vinda é a garantia de que Deus também vai
cumprir todas as promessas que ainda faltam e de que o plano divino vai
se realizar com toda a certeza.
FONTE:
(Dr. Roger Liebi - http://www.beth-shalom.com.br)
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(Dr. Roger Liebi - http://www.beth-shalom.com.br)
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