Todo o livro de Jó trata das suas mazelas, do seu sofrimento, exceto os primeiros e últimos capítulos. Durante todo o livro entre Jó e seus amigos a discussão de pecado, padecer porque se pecou, e o questionamento do porque estava acontecendo se ele não havia feito nada que merecesse.
Esta atitude de Jó tem alguma semelhança com a nossa diante dos problemas e dificuldades que passamos? Somos melhores que Jó? Não, em tudo, ou muitas vezes por bem menos do que Jó padeceu, nós lamentamos. Jó perdeu tudo o que tinha, ficou de fato zerado. Ele não perdeu alguma coisa ou parte de suas coisas. Ele perdeu tudo. Além de perder todas as coisas materiais, todos os seus filhos morreram. E estes acontecimentos foram um atrás do outro. Ficou ele com toda a sua perda e com sua saúde debilitada, todo cheio de chagas. Sua mulher o aconselhou a amaldiçoar Deus e morrer. O que Ele fez? Mesmo sem compreender, mesmo questionando o porquê, ele permaneceu fiel a Deus.
Mas um ponto que precisamos compreender, Deus respondeu a Jó? Não. Deus não o respondeu, mas encheu-o de perguntas, como podemos observar a seguir: “Depois disto, o Senhor, do meio de um redemoinho, respondeu a Jó: Quem é este que escurece os meus desígnios com palavras sem conhecimento? Cinge, pois, os lombos como homem, pois eu te perguntarei, e tu me farás saber. Onde estavas tu, quando eu lançava os fundamentos da terra? Dize-mo, se tens entendimento. Quem lhe pôs as medidas, se é que o sabes? Ou quem estendeu sobre ela o cordel? Sobre que estão fundadas as suas bases ou quem lhe assentou a pedra angular, quando as estrelas da alva, juntas, alegremente cantavam, e rejubilavam todos os filhos de Deus? Ou quem encerrou o mar com portas, quando irrompeu da madre;” (Jó 38:1-8). “Disse mais o Senhor a Jó: Acaso, quem usa de censuras contenderá com o Todo-Poderoso? Quem assim argúi a Deus que responda.” (Jó 40:1-2).
Jó diante de tanto questionamento, o que responde: “Sou indigno; que te responderia eu? Ponho a mão na minha boca. Uma vez falei e não replicarei, aliás, duas vezes, porém não prosseguirei.” (Jó 40:4-5), mas o que faz Deus? Mais questionamentos: “Cinge agora os lombos como homem; eu te perguntarei, e tu me responderás. Acaso, anularás tu, de fato, o meu juízo? Ou me condenarás, para te justificares? Ou tens braço como Deus ou podes trovejar com a voz como ele o faz? ” (Jó 40:7-9). “…. Quem é, pois, aquele que pode erguer-se diante de mim? Quem primeiro me deu a mim, para que eu haja de retribuir-lhe? Pois o que está debaixo de todos os céus é meu” (Jó 41:10-11).
E então; “Então, respondeu Jó ao Senhor: Bem sei que tudo podes, e nenhum dos teus planos pode ser frustrado. Quem é aquele, como disseste, que sem conhecimento encobre o conselho? Na verdade, falei do que não entendia;coisas maravilhosas demais para mim,coisas que eu não conhecia. Escuta-me, pois, havias dito, e eu falarei; eu te perguntarei, e tu me ensinarás. Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te veem. Por isso, me abomino e me arrependo no pó e na cinza.” (Jó 42:1-6)
Temos respostas aos sofrimentos, as dificuldades desta vida? Do porque ocorrem a nós?
Nós não entendemos e nem conseguimos observar ou ver o que está por trás dos bastidores eternos. Do que está no coração do Pai, do que Ele preparou. Mas o que precisamos aprender? Se pudéssemos ter um pouco do entendimento de Jó, talvez teríamos a mesma atitude que Ele; mas mesmo assim, temos rejeitado o conhecimento que Deus tem nos dado por meio de seus homens. Temos tantos que diante de tantas dificuldades, tantos problemas ainda assim permaneceram fiéis, honraram a Deus, depositaram nele a sua confiança.
Nós somos insignificantes diante de tanta grandeza, o próprio universo não pode conter o nosso Deus. Nós estamos resumidos a uma brevidade de tempo; mas mesmos assim, nos colocamos de forma arrogante diante Dele. Teríamos condição de compreender todo o contexto do que ocorre no universo? Não, com certeza, não teríamos; pois se o tivéssemos, Deus o teria dado a nós.
O que precisamos compreender? Precisamos entender e lembrar que mesmo insignificantes diante do Criador, somos muito importantes no contexto de sua vontade. Ele expressou e expressa o seu amor, ao conceder nos o seu filho. Ele nos ama tanto ao ponto de ter provido todos os meios a reconciliação com Ele em Jesus Cristo. Mesmo tendo este conhecimento, ainda nos mantemos rebeldes e longe da Sua vontade. Mesmo conhecendo a sua graça e o seu amor por nós, ainda não somos fiéis, não o honramos e nos preocupamos com valores transitórios desta vida.
O que temos para aprender em todas as tribulações, lutas e dificuldades que passamos? Não questionamos por causa dos problemas de nossos filhos, suas limitações? Não nos culpamos? Precisamos aprender a confiar em Deus, a descansar no criador; pois Ele é o nosso consolo e conforto. Teremos uma vida tranquila materialmente falando e sem problemas? Não, isto que precisamos compreender. Nesta terra não teremos o que desejamos; muito pelo contrário.
O que precisamos aprender? A descansar, a usufruir da paz, do consolo, como da vida que recebemos de nosso Dele.
Temos o que questionar a Deus sobre o que passamos, as dificuldades? Podemos, até podemos; mas quando o fazemos, denota que ainda não aprendemos. Precisamos lembrar sempre, que o contexto desta vida, os problemas, as lutas, as dificuldades, as desigualdades, as doenças não tem origem em Deus; mas na nossa própria rebeldia. Não podemos imputar a Deus o resultado de nossas ações. Assim foi desde o princípio com Adão, e não mudou ainda. Aprendamos a confiar e a descansar naquele que cuida de nós, e lembremos sempre que as provações, tribulações e dificuldades podem ser instrumentos da parte do Criador para a nossa correção e para o crescimento espiritual, ensinando a ser como os grandes homens da história com Deus. Honremos ao Senhor que provê para nós todo o livramento de que precisamos.
FONTE:
http://caminharnagraca.com/2013/05/24/temos-que-questionar-a-deus/
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