Qual é o sexto mandamento?
O sexto mandamento é: “Não matarás”.
O sentido da palavra “matar” neste verso é o assassinato malicioso,
uma tradução mais correta do hebraico neste mandamento seria: “Não cometerás assassinato”. Ou seja, não é lícito matar outra pessoa ou a si mesmo injustamente por motivos fúteis e vãos.
Êxodo 20,13: “Não matarás”.
Indiretamente o mandamento significa que devemos empreender todos os
nossos esforços, de forma lícita, para preservar a vida de outras
pessoas e a nossa própria vida.
Este mandamento traz uma série de implicações, que têm sido mal
empregadas, pois há que se distinguir entre a ira santa de Deus, que
exige punição dos crimes praticados e a malícia do homem, que trama o
assassinato para satisfação de sua própria cobiça.
- A pena capital:
Gênesis 9,6: “Se alguém derramar o sangue do homem, pelo homem se derramará o seu; porque Deus fez o homem segundo a sua imagem”.
A pena capital não somente é permitida, mas exigida pela Lei de Deus
como um princípio geral de justiça. O castigo da pena capital não é
aplicado como satisfação de sentimento de vingança ou retaliação, mas
como aplicação de justiça e preservação social.
Levítico 24,17: “Quem matar alguém será morto”.
Esta punição declarada de forma direta na Escritura constitui-se em
obrigação perpétua para a humanidade, pois, esta é uma lei moral que foi
dada a Noé, muito antes da existência do povo judeu e das leis
cerimoniais e civis estabelecidas no Monte Sinai.
Êxodo 21,12: “Quem ferir a outro, de modo que este morra, também será morto”.
Esta exigência tem uma conotação muito ampla e envolve não somente o
homicídio e os danos morais e materiais infligidos aos homens, mas
também a danos causados por omissão de qualquer espécie e a tudo aquilo
que degrada o homem em sua saúde.
Êxodo 21,14-16: “Se alguém vier maliciosamente contra o próximo, matando-o à traição, tirá-lo-ás até mesmo do meu altar, para que morra. Quem ferir seu pai ou sua mãe será morto. O que raptar alguém e o vender, ou for achado na sua mão, será morto”.
No Novo Testamento temos claras indicações de que a pena capital é
lícita e continua em vigor, como podemos ver na declaração do apóstolo
Paulo no livro de Atos, onde ele considera expressamente válida a pena
de morte em casos indicados.
Atos 25,11: “Caso, pois, tenha eu praticado algum mal ou crime digno de morte, estou pronto para morrer; se, pelo contrário, não são verdadeiras as coisas de que me acusam, ninguém, para lhes ser agradável, pode entregar-me a eles. Apelo para César”.
Na Carta aos Romanos o apóstolo diz que o magistrado traz a espada,
esta simbologia do porte da espada pelo magistrado é considerada por
todos os escritores da antiguidade como o poder da execução do
malfeitor, não existe dúvida quanto a isto.
Romanos 13,4: “Entretanto, se fizeres o mal, teme; porque não é sem motivo que ela traz a espada; pois é ministro de Deus, vingador, para castigar o que pratica o mal”.
Além de todos estes fatos bíblicos, esta punição do assassinato é tão
clara na consciência do homem que, em casos de crimes violentos, a
autoridade pública tem que intervir para evitar os linchamentos como
temos verificado em toda a história da humanidade.
De acordo com Charles Hodge, a questão prática desta lei é a seguinte: “Quem deve morrer? O inocente ou o assassino?”.
- A justa defesa:
A defesa própria ou de familiares e amigos ameaçados não se constitui
em crime conforme este mandamento por vários motivos expostos abaixo:
1 – Este homicídio cometido em defesa da vida ou da integridade da
pessoa não é malicioso ou intencional, mas uma contingência onde se
apresenta a opção da vida do agressor, em situação de dolo, e do
agredido, sem razão ou justificação legal.
Tanto o juízo universal como o mandamento consideram inocente aquele
que agiu em defesa da vida ou da integridade - a resposta acima diz: “O sexto mandamento exige todos os esforços lícitos para conservar a nossa vida e a dos nossos semelhantes”.
Inclui-se neste caso, particularmente, os policiais e militares em
serviço, que por força de sua profissão muitas vezes encontram-se face a
face com bandidos e marginais da mais alta periculosidade e são
obrigados a matar em defesa própria ou na defesa de outras pessoas
ameaçadas. Estas pessoas não podem ser condenadas por cumprirem sua
obrigação, e este mandamento não impede que cristãos assumam a profissão
de policias ou militares, portando armas e agindo de conformidade com
suas atribuições e obrigações em caso de defesa própria ou de interesse
público.
Que exige o sexto mandamento?
O sexto mandamento exige todos os esforços lícitos para conservar a nossa vida e a dos nossos semelhantes.
- Abusos que atentam contra a vida:
1 - A própria vida - intemperança, suicídio: É muito
difícil acreditar que pessoas cristãs que esperam em uma vida futura
venham a se suicidar, o suicídio é realizado com maior frequência entre
pessoas que perderam ou não possuem a fé em Cristo.
Existem três casos de suicídio na bíblia, Saul, Aitofel e Judas,
todos eles haviam sido abandonados por Deus quando cometeram o suicídio.
Saul - 1 Samuel 31,4: “Então, disse Saul ao seu escudeiro: Arranca a tua espada e atravessa-me com ela, para que, porventura, não venham estes incircuncisos, e me traspassem, e escarneçam de mim. Porém o seu escudeiro não o quis, porque temia muito; então, Saul tomou da espada e se lançou sobre ela”.
Aitofel - 2 Samuel 17,23: “Vendo, pois, Aitofel que não fora seguido o seu conselho, albardou o jumento, dispôs-se e foi para casa e para a sua cidade; pôs em ordem os seus negócios e se enforcou; morreu e foi sepultado na sepultura do seu pai”.
Judas - Mateus 27,5: “Então, Judas, atirando para o santuário as moedas de prata, retirou-se e foi enforcar-se”.
Por outro lado, o apóstolo Paulo almejava a morte para estar com
Cristo, mas nem por isso ele atentou contra sua vida, mas perseverou em
sua carreira até o dia de sua morte natural (a morte de Paulo não é
relatada, a tradição da igreja diz que ele foi decapitado).
Filipenses 1,23: “Ora, de um e outro lado, estou constrangido, tendo o desejo de partir e estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor”.
2 - A vida de terceiros - temeridade: Vemos todos os
dias, no noticiário, pessoas dirigindo embriagadas e ceifando vidas de
terceiros, vemos também trabalhadores submetidos a condições desumanas
que degradam a vida de forma irrecuperável.
Temos nesta condição o bloco dos países comunistas, que restringem as
condições de vida de milhões de pessoas e os países islâmicos que
persistem em apoiar o terrorismo internacional: a mão que apoia é tão
assassina quanto a que comete.
Estas são formas indiretas de assassinato, mas tão cruéis de dignas
de castigo quanto os assassinatos brutais cometidos pelos piores
marginais e degenerados.
Números 31,16: “Eis que estas, por conselho de Balaão, fizeram prevaricar os filhos de Israel contra o SENHOR, no caso de Peor, pelo que houve a praga entre a congregação do SENHOR”.
3 – Aborto: O aborto é um assassinato visto que na
geração do feto ele recebe uma alma racional e imortal que o caracteriza
como uma pessoa integral, com direito à vida e ao respeito total devido
a um ser humano completo.
A prática do aborto é legalizada em muitos países e parcialmente em
alguns outros em casos de estupro, violência ou risco de vida para a mãe
ou para o filho.
Que fazer com relação à isto? O cristão não deve se meter em questões
do Estado, devendo preservar em seu meio o direito à vida do feto, a
interferência do cristão em assuntos de estado somente pode ser feita
mediante solicitação do magistrado.
- A igreja e o Estado: Da mesma forma como o Estado não deve interferir nos assuntos da igreja, a igreja não deve interferir em assuntos de Estado.
Mateus 22,21: “Responderam: De César. Então, lhes disse: Dai, pois, a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”.
O crente, por um lado, está separado do mundo, por outro lado recebe
um mandato cultural que o mantém ligado ao mundo. O mandato cultural do
crente é simples e único: Pregar o evangelho e dar testemunho de Cristo
àqueles que estão dispostos a ouvir. O que passar disto é invenção
humana, nada tem a ver com o evangelho de Cristo.
Por outro lado, os movimentos políticos dentro da igreja nunca foram
autorizados pela Palavra, Jesus disse claramente que o seu reino não era
deste mundo, os religiosos que se dispõem a mudar o mundo
politicamente, pretendem na verdade enaltecer a si mesmos.
João 18,36: “Respondeu Jesus: O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus ministros se empenhariam por mim, para que não fosse eu entregue aos judeus; mas agora o meu reino não é daqui”.
- A guerra: Ao magistrado civil, cristão ou não
cristão, sob a Nova Dispensação, é lícito julgar e punir os infratores e
também, em caso de autodefesa do Estado, declarar guerra conforme os
ditames da consciência, da razão e da Palavra de Deus.
É licito ao cristão exercer o ofício de magistrado e em sua
administração devem manter a piedade, a justiça, e a paz segundo as
leis, sob a dispensação do Novo Testamento podem licitamente determinar a
pena de morte e fazer guerra, havendo ocasiões justas e necessárias.
Provérbios 8,15-16: “Por meu intermédio, reinam os reis, e os príncipes decretam justiça. Por meu intermédio, governam os príncipes, os nobres e todos os juízes da terra”.
Que proíbe o sexto mandamento?
O
sexto mandamento proíbe o tirar a nossa própria vida, ou a do nosso
próximo injustamente, e tudo aquilo que para isso concorre.
- Atos de prejuízo ou omissão
Os crentes consideram como pecado os atos positivos e mal
intencionados, ou mesmo os simples pensamentos relativos a eles, porém,
muitas vezes, a passividade do crente constitui-se em maior pecado que
aqueles praticados intencionalmente.
Se você vir o seu irmão praticar um pecado moral e ofensivo
materialmente, certamente irá se indignar e provavelmente chamar-lhe
atenção, mas e com relação à doutrina, qual é o procedimento na igreja?
Omissão total!
A igreja cristã está sendo diluída em seu conteúdo doutrinário e
transformada em um compêndio de conformidade social – a doutrina
substituída pela educação moral e cívica.
Este desprezo pelo conhecimento de Deus e pela doutrina cristã está
tão distante da finalidade da igreja como a pregação da palavra distante
do magistrado civil. A grande maioria dos crentes não se preocupa
absolutamente com o que está sendo ministrado aos seus filhos e à sua
família dentro da igreja, desde que se comportem devidamente diante das
outras pessoas.
Vejamos com cuidado o que esta omissão representa no próximo item: A morte da alma.
- A morte da alma:
Vejamos antes o que diz Jesus a este respeito:
Mateus 10,28: “Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei, antes, aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo”.
O grande teólogo presbiteriano Charles Hodge acrescenta ao sexto
mandamento a morte da alma, e com toda razão, pois, o que é mais grave: A
morte do corpo ou a morte da alma? A morte do corpo significa apenas a
cessação da vida nesta terra, mas a morte da alma significa a morte
eterna; este crime, pois, é muito mais grave que o assassinato.
Os signatários deste crime são os falsos mestres e líderes religiosos
sempre mal intencionados que pregam ou permitem falsos mestres e falsas
doutrinas no seio da igreja.
Jeremias 50,6: “O meu povo tem sido ovelhas perdidas; seus pastores as fizeram errar e as deixaram desviar para os montes; do monte passaram ao outeiro, esqueceram-se do seu redil”.
Calvino: “Ora, se tanto se diligencia acerca da incolumidade do
corpo, quanto de zelo se deve em relação ao bem-estar da alma, que é
muito mais importante diante do Senhor”.
Advertências não faltam na Escritura, e os sacerdotes que rejeitam o
conhecimento através da Escritura, optando pelas sensações e
experiências pessoais, levam sobre si as mais sérias admoestações, eles e
seus filhos serão rejeitados e esquecidos por Deus.
Oséias 4,6: “O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento. Porque tu, sacerdote, rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos”.
A igreja cristã está sendo destruída por aqueles que juraram defender
a Escritura, mas delas se esqueceram quando os interesses da igreja
foram confrontados pela indiferença e frieza dos crentes formais que
buscam consolo psicológico e entretenimento na igreja.
Miquéias 3,5: “Assim diz o SENHOR acerca dos profetas que fazem errar o meu povo e que clamam: Paz, quando têm o que mastigar, mas apregoam guerra santa contra aqueles que nada lhes metem na boca”.
A este respeito, não devemos nos surpreender, pois a Escritura prevê
que nos últimos tempos sobrevirão dificuldades na igreja, vejamos a
advertência do apóstolo Paulo:
1 Timóteo 3,1-5: “Sabe, porém, isto: nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis, pois os homens serão egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes, desafeiçoados, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, enfatuados, mais amigos dos prazeres que amigos de Deus, tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder. Foge também destes”.
Sejam os interesses em manter falsos mestres na igreja os mais bem
intencionados como os mais vis e pervertidos, o fim é o mesmo, lembremos
sempre que os covardes encabeçam a lista dos condenados ao lago de fogo
eterno no livro do Apocalipse.
Apocalipse 21,8: “Quanto, porém, aos covardes, aos incrédulos, aos abomináveis, aos assassinos, aos impuros, aos feiticeiros, aos idólatras e a todos os mentirosos, a parte que lhes cabe será no lago que arde com fogo e enxofre, a saber, a segunda morte”.
E quanto aos inimigos?
Os inimigos que estiverem no campo de guerra serão combatidos
duramente, porém, em tempo de paz, se um inimigo se apresenta diante do
cristão, necessitado, atenda-o, não pague o mal com o mal.
Romanos 12,20-21: “Pelo contrário, se o teu inimigo tiver fome,
dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto,
amontoarás brasas vivas sobre a sua cabeça. Não te deixes vencer do mal,
mas vence o mal com o bem”.
Aplica-se também neste mandamento a regra áurea, tudo o que quereis
que os homens vos façam, fazei vós também a eles. Este é o cumprimento
do segundo grande mandamento: “Amar ao próximo como a si mesmo”.
A regra áurea - Mateus 7,12: “Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles; porque esta é a Lei e os Profetas”.
FONTE:
http://www.vivendopelapalavra.com/catecismo/335-sexto-mandamento-nao-mataras-rev-2012.html
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