Em Cristo estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento. (Colossenses 2:3)

Ninguém vos engane com palavras vãs; porque por essas coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência.(Efésios5:6)
Digo isso a vocês para que não deixem que ninguém os engane com argumentos falsos. (Colossenses 2:4)

18 de março de 2014

QUAL A MELHOR TRADUÇÃO DA BÍBLIA?




Por Pr. Luiz César Nunes de Araujo

Quando abrimos a Bíblia para lê-la devemos ter a certeza de que temos em mãos uma boa tradução da Bíblia. Temos mais de 30 traduções da Bíblia em português e é preciso bastante critério para adotar uma delas. Dentre as traduções mais comuns estão as seguintes:

1. João Ferreira de Almeida Revista e Corrigida
Publicada por João Ferreira de Almeida a partir dos manuscritos em línguas originais disponíveis no século XVII, a Revista e Corrigida (RC) adota uma linguagem clássica, praticamente erudita. Sua última revisão foi elaborada em 1995.

2. João Ferreira de Almeida Revista Atualizada
Publicada em 1956, a versão Revista e Atualizada (RA) é o resultado de mais de uma década de revisões e atualizações teológicas e lingüísticas. Foi desenvolvida a partir da descoberta de manuscritos bíblicos mais antigos, e sua última revisão foi elaborada em 1993.

3. A Versão Revisão foi publicada em 1967, pela Imprensa Bíblica Brasileira e pela Juerp. É de orientação batista.

4. Em 1976 é publicada a Bíblia de Jerusalém, pelas Edições Paulinas. É baseada na versão francesa, sendo que as notas e comentários são traduzidos. Em 2002 é publicada a revisão, chamada de Nova Bíblia de Jerusalém.
 
5. Em 1981 é publicada a Bíblia Viva, uma paráfrase da Bíblia. A versão original foi elabora por Kenneth Taylor e foi traduzida na base de equivalência dinâmica (idéia por idéia). Já está na 2ª edição.

6. Em 1982 é publicada a Bíblia Vozes, pela Editora Vozes, traduzida por uma comissão, presidida pelo franciscano Ludovico Garmus. No mesmo ano é publicada uma versão pela Editora Santuário. No ano seguinte é publicada a Bíblia Mensagem de Deus pelas Edições Loyola.

7. Em 1988 é publicada a Bíblia na Linguagem de Hoje, caracterizada por ter uma linguagem popular e tradução flexível. Muitos eruditos vêem uma excessiva utilização de linguagem popular, que pode comprometer a fidelidade com o texto original. Devido a esses problemas, essa tradução passou por um grande processo de reviso, que resultou na Nova Tradução na Linguagem de Hoje, em 2000.

8. A Sociedade bíblica Trinitariana, fundada no Reino Unido em 1831, também produziu uma versão para o português do Novo Testamento, em 1883. É baseada, no Textus Receptus ou Bizantino, assim como todas as Bíblias da Sociedade Bíblica Trinitariana.

9. NVI – A Nova Versão Internacional é a mais recente tradução das Escrituras Sagradas em língua portuguesa. Foi lançada em 2001. É uma versão que segue o mesmo ponto de partida da NIV (versão inglesa) e segue os originais alexandrinos.

Alguns princípios importantes ao buscarmos a melhor versão da Bíblia:

I – O ANTIGO TESTAMENTO
Tem sua tradução baseada nos seguintes textos:
a. Septuaginta - tradução original hebraico do Antigo Testamento para o grego – entre o século III e I A.C.
b. Latim Antigo - Versões que já existiam no final do século II D.C)
c. Copta - Versão para a língua religiosa dos cristãos egípcios – século II D.C.
d. Vulgata Latina - Produzida por Jerônio perto do fim do século IV D.C. Traduziu a septuaginta para o latim.
e. Manuscritos do Mar Morto- Coleção de manuscritos do A.T encontrados em cavernas junto ao Mar Morto. Foram encontrados ali duas cópias de Isaías, os Salmos, o livro de Jó, Ezequiel, Gênesis, Habacuque, dentre outros.
Assim, graças à conservação destes e de centenas de outros manuscritos; graças ao cuidadoso trabalho de pessoas capazes e responsáveis do mundo judaico cristão; e graças às recentes descobertas arqueológicas e às pesquisas científicas, podemos afirmar  que a Palavra de Deus está sob uma proteção especialíssima. Através dos séculos, a Revelação escrita tem resistido incólume às mais diversas vicissitudes e as influências de diferentes culturas e civilizações. É por isso que eruditos de renome já afirmaram que o cristão de hoje pode dizer, sem receio ou hesitação, que tem em suas mãos a verdadeira Palavra de Deus, preservada em sua plena integridade.

II – O NOVO TESTAMENTO
Os historiadores, arqueólogos e teólogos dispõem hoje de aproximadamente 5.500 manuscritos do Novo Testamento, quer parciais, quer completos, que podemos classificar em quatro modalidades básicas de texto. São eles o cesarense, o ocidental, o alexandrino e o bizantino. Os críticos textuais que buscam recuperar documentos originais do Novo Testamento grego têm lançado mão de dois tipos centrais de texto, a saber: o Alexandrino e o Bizantino.
O texto Bizantino, também chamado de Textus Receptus = Texto Recebido foi o texto usado pelos reformadores. Este original deu origem à Bíblia Revista e Corrigida da Sociedade Bíblica do Brasil e pela Sociedade Bíblica Trinitariana.
Era o texto preferido das igrejas antes da imprensa. Foram os originais bizantinos que deram origem à famosa bíblia, em inglês, denominada King James.
O Textus Receptus teve sua hegemonia quebrada no século XIX quando alguns estudiosos o trocaram pelos textos alexandrinos. A rejeição não foi unânime entre os eruditos. Temos então na língua portuguesa as versões citadas anteriormente.
O texto alexandrino buscou sua sedimentação em dois manuscritos do século IV: o Sinaítico e o Vaticano destacando que tem supostamente mais ancestralidade, pureza e preeminência sobre o Textus Receptus. A partir do texto alexandrino temos em português a Bíblia revista e atualizada da Sociedade Bíblica do Brasil e a NVI (Nova Versão Internacional).
Segundo Westcott e Hort o texto Alexandrino é mais antigo, sofreu menos acréscimos de copistas.
Não é possível com simplicidade decidir entre a adoção um original em detrimento de outro. Talvez por isso há uma terceira atitude chamada de “abordagem eclética”, onde se adota um original antigo mas consideram as variantes de outro.

III – A FORMA DE TRADUÇÃO
Antes de falarmos qual tradução da Bíblia é a Palavra de Deus, temos que definir cada um dos princípios de tradução, que tipo de pessoa deve ser um tradutor da Bíblia e de fato o que é traduzir.
Os quatro princípios de tradução usados em traduções da Bíblia são chamados de literal, formal, dinâmica e paráfrase. Vejamos abaixo as definições desses princípios de tradução que contam do Glossário dos Manuais de Tradução das Sociedades Bíblicas Unidas, uma publicação interna que orienta os tradutores da Bíblia.
LITERAL – É aquela em que se traduz o texto bíblico palavra por palavra. Encontra-se nas chamadas traduções interlineares, que são usadas pelas pessoas que estudam as línguas dos textos originais da Bíblia, o hebraico, o aramaico e o grego.
FORMAL – (Também conhecida como verbal) É um tipo de tradução em que os aspectos da forma do texto-fone são mais ou menos mecanicamente reproduzidos na linguagem do receptor. A maioria das traduções é desse tipo.
DINÂMICA – (Também conhecida como funcional, comunicacional ou semântica) É aquela que tenta estimular no novo leitor na nova língua a mesma reação ao texto que o autor original desejou estimular nos seus primeiros e imediatos leitores. Isso quer dizer que não se tenta traduzir cada palavra em hebraico ou grego sempre pela mesma palavra em português. O que se fez na Nova Tradução na Linguagem de Hoje (NLN) foi usar em português a palavra ou expressão que mais natural e fielmente represente o sentido da palavra ou expressão em hebraico e grego no contexto em que esta sendo usada. Nesse caso o tradutor não procura seguir a ordem das palavras do original, nem se esforça por usar palavras que pertençam à mesma categoria gramatical.
PARÁFRASE – É a tradução livre ou desenvolvida. Na paráfrase o escritor pode fazer alterações na mensagem, acrescendo ou tirando elementos do original. Na tradução requer-se que o texto seja fiel à mensagem do original.

CONCLUSÃO
O Pr. Valdeir de Souza Contaifer sobre o assunto afirma o seguinte:
“Não aceitamos a pretensão de algumas versões que insistem em dizer que são 'de acordo com os melhores textos'. Cada qual pode defender sua teoria, porém não é muito ético alienar o leitor da discussão do que se considerar melhor. Ao invés, deveria ser dito 'de acordo como texto Alexandrino' e mencionar-se o porquê. Semelhantemente também lamentamos as notas de rodapé que dogmaticamente sentenciam que determinamos textos proclamados pela igreja durante toda a sua história 'não contam nos melhores manuscritos'.
Estou convencido pelo discernimento e pela experiência histórica da igreja que toda Bíblia tem valor. Não tem sido conseguido pelas trevas extirpar toda a Palavra de Deus. Por exemplo: As traduções de Wycliff foram muito benéficas porque retirou o jugo pesado do papa católico sobre os ingleses que mais conscientes liam a Bíblia. Mas é claro que quanto mais fidedigno é um documento mais útil se torna.


FONTE:
http://www.seteceb.com.br/web/index.php?option=com_content&view=article&id=114:qual-a-melhor-traducao-da-biblia&catid=41:luiz-cesar-n-araujo&Itemid=94

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