Por Ray Comfort - Tradução Fernando Guarany Jr.
Esta
noite, com a graça de Deus, gostaria de compartilhar um ensinamento
chamado “Verdadeira e Falsa Conversões.” Um ensinamento muito
esclarecedor que creio ser extremamente necessário à igreja
contemporânea.
Tenho
uma mensagem que se chama “O Maior Segredo do Diabo” que lida com o uso
da Lei em evangelismo. Na verdade, a Lei de Deus, os Dez Mandamentos,
foi a essência da proclamação do evangelho de homens como Wesley, Moody,
Whitefield, Jonathan Edwards – todos estes extraordinários homens que
Deus usou grandemente. Eles disseram que se não usarmos a Lei, quase que
certamente acabaremos por levar as pessoas a falsas conversões.
Estava lendo na revista American Horizons
– que é a revista oficial de uma das maiores denominações dos Estados
Unidos, contando com 11.500 igrejas por todo o país – que em 1991, seu
primeiro ano do que chamaram a “década da colheita”. . . esta
denominação conseguiu 294.000 decisões por Cristo. Mais tarde,
descobriram que somente havia 14.000 destes congregando. Ou seja, não
podiam mais contar com 280.000 das decisões por Jesus. E estas são
estatísticas normais do evangelismo moderno tanto em cruzadas quanto em
igrejas locais.
Muitos
convertidos não se desviam. Eles recebem acompanhamento e são
encaixados na igreja local onde são cercados de uma boa vida social, e
continuam dentro da igreja sendo assegurados de que estão salvos, mesmo
quando não há base alguma para sua salvação, pois não possuem as marcas
que acompanham a salvação.
Bem,
isto tem acontecido, esta grande tragédia tem acontecido, simplesmente
porque não temos seguido o exemplo bíblico e pregado a Lei aos
orgulhosos e a graça aos humildes. Sempre,
quando vemos Jesus abordar uma pessoa arrogante, orgulhosa e soberba
para falar-lhe do evangelho, Ele usa a lei antes da graça. Sempre. Com a
Lei Ele quebrava o coração duro e com o evangelho e curava o coração
partido.
Por
que Ele fazia isso? Porque sempre fazia o que era agradável aos olhos
do Pai. “Deus resiste aos orgulhosos e dá graça aos humildes.”
Vemos
isso frequentemente nas Escrituras, isto é, Jesus resistindo aos
soberbos e dando graça aos humildes. Tanto o jovem rico quanto o
arrogante e soberbo doutor da Lei que se levantou para tentá-lo. Em
ambos os casos, Jesus deu-lhes a Lei. Deu-lhes os Dez Mandamentos.
Quando pessoas chegavam a Ele em humildade, com o conhecimento do pecado
pela Lei, isto é, Judeus que buscavam a Deus, Ele lhes dava a graça.
Paulo
diz em Romanos 7:7: “Não conheci o pecado a não ser pela Lei.” Charles
Finney disse: “Continuamente a Lei deve preparar o caminho para o
evangelho.” Bem, Finney teve uma taxa de retenção de 80%. Ele disse:
“Continuamente a Lei deve preparar o caminho para o evangelho. Se
negligenciarmos isto ao instruir as almas, o resultado quase que
certamente será falsa esperança, a introdução de um falso padrão na
experiência Cristã e encherá a igreja de falsos convertidos.” Em
seguida, ele disse: “O tempo se encarregará de deixar isto bem claro.”
John
Wesley disse daqueles que não usavam a Lei de Deus em evangelismo:
“Tudo isso procede da mais profunda ignorância da natureza e
propriedades e do uso da Lei, e prova que aqueles que assim agem ou não
conhecem Cristo ou são estranhos à fé viva, ou ainda são bebês em
Cristo, e como tais, despreparados na Palavra da justiça.”
Martinho
Lutero, em seu comentário de Gálatas, que é o livro que fala sobre a
liberdade da lei de Deus, discorreu a respeito de uma seita que se
levantou em seu tempo com uma doutrina satânica. Veja do que se tratava
tal doutrina. Ele disse: “Satanás, o deus de toda dissensão, levanta
novas seitas diariamente. A última delas, que jamais poderia ter
previsto ou suspeitado, foi levantar uma seita em que se prega que os
Dez Mandamentos deveriam ser retirados da igreja, e que as pessoas não
deveriam mais ficar aterrorizadas pela Lei, mas gentilmente exortadas
pela pregação da graça de Cristo.”
Ele
chamou tal prática de seita, uma nova seita que se levantou, uma
sutileza satânica, e disse que jamais suspeitaria que pudesse existir.
Ficou horrorizado com o pensamento de que não deveríamos usar a Lei,
mas, ao invés disso, de que deveríamos gentilmente exortar as pessoas a
virem a Cristo, pregando apenas a graça, que resume perfeitamente os
métodos do evangelismo moderno.
Charles
Spurgeon disse: “Nunca aceitarão a graça até tremerem diante de uma Lei
justa e santa.” George Whitefield disse: “É por esta razão que temos
tantos convertidos do tipo cogumelo.” Isto é, aparecem, crescem e
desaparecem do dia para a noite, pois seu solo pedregoso não foi arado.
Não possuem a convicção da Lei. São pessoas cujo “solo é pedregoso” ou
“falsos convertidos.”
Agora,
com estes pensamentos como introdução, vejamos Romanos 7:4: “Assim
também vós, meus irmãos, fostes mortos quanto à lei mediante o corpo de
Cristo, para pertencerdes a outro, àquele que ressurgiu dentre os mortos
a fim de que demos fruto para Deus.”
No
livro “O Maior Segredo do Diabo”, damos uma ilustração de um motorista
negligente que atravessa uma cidade a uma perigosa velocidade de 180
km/h. Ele estava bêbado, mas não havia qualquer lei estabelecendo o
limite máximo de velocidade. Então a câmara de vereadores se reuniu e
aprovou uma lei que estabelecia 60 km/h como limite máximo de
velocidade, e que qualquer transgressor seria multado em R$ 200,00 para
cada quilômetro excedido. O tal motorista irresponsável volta a acelerar
outra vez e é preso pela polícia. Ele é conduzido à presença do juiz,
que é o seu próprio pai, o único juiz da cidade. Ele é declarado
culpado. Não tendo dinheiro, defesa alguma a apresentar e sem poder
levantar os R$ 24.000,00 da multa, ele é lançado na prisão. Conforme
aguarda na prisão, seu pai chega, abre a porta e diz a seu filho que
vendeu todos os seus bens para levantar os R$ 24.000,00 e pagar a multa.
“Você está livre, meu filho” – diz o pai.
Após tal demonstração de amor, tão grande sacrifício da parte do pai, qual seria a atitude
do filho em relação à lei? Bem, primeiro, a lei foi satisfeita. Assim
que a multa foi paga, o jovem pôde ser liberado. Ele pôde rir da lei. O
juiz pôde dizer: “você está livre.” A lei não tinha mais exigência
nenhuma sobre ele devido ao sacrifício e pagamento do pai. A lei havia
sido satisfeita.
E
qual a atitude do filho em relação ao seu pai? Qual sua atitude? Bem,
ele fica cheio de gratidão por causa do sacrifício, e é tomado por um
quebrantamento por seu pai ter feito uma coisa assim por ele, apesar de
sua transgressão. O jovem passa a viver em honra ao pai. A partir deste
momento, ele quer viver para fazer a vontade do pai.
Vejam
a atitude de um crente na Lei. Romanos 7:4 outra vez, “Assim também
vós, meus irmãos, fostes mortos quanto à lei mediante o corpo de
Cristo.” Eis o sacrifício do pai. Foi isso que satisfez a Lei; “Cristo
nos redimiu da maldição da Lei fazendo-se maldição por nós.” “Assim
também vós fostes mortos quanto à lei mediante o corpo de Cristo,” A Lei
não tem mais exigência sobre o crente. “Não há condenação àqueles que
estão em Jesus Cristo, que não andam segundo a carne, mas segundo o
Espírito.” “para pertencerdes a outro, àquele que ressurgiu dentre os
mortos a fim de que demos fruto para Deus.”
Então,
o verdadeiro crente dá frutos de um novo estilo de vida, um estilo de
vida que é agradável à vista do Deus todo poderoso. Se estamos
enraizados em Cristo, isso precisa estar evidente. Jesus disse: “Eu sou a
videira, vós sois os ramos. Aquele que habita em Mim e Eu nele, este dá
muito fruto.” Colossenses 1, falando do Evangelho, diz: “o Evangelho
gera frutos no crente.”
O que a Bíblia quer dizer quando fala de frutos?
1
Especificamente, em primeiro lugar, o fruto de arrependimento (Mateus
3:8). Zaqueu tinha mais do que “lágrimas em seus olhos.” Ele disse:
“Senhor, se em alguma coisa tenho defraudado alguém, eu lho restituo
quadruplicado. Darei metade de meus bens aos pobres.” Ele conhecia a Lei
de Deus. Ele era um judeu que buscava a Deus. Foi isso que o trouxe a
Cristo. Este foi o aio que o levou a Cristo, buscar a Deus por conhecer a
Sua Lei. Ou será que eu deveria dizer: “um judeu tornado humilde pela
Lei.” Ele disse: “Senhor, se em alguma coisa tenho defraudado alguém, eu
lho restituo quadruplicado,” – era isto o que a Lei exigia.
Lembro
que há alguns anos uma loja que divulgou em um jornal que havia achado
uma sacola de papel marrom em frente à sua porta na segunda pela manhã.
Um funcionário da loja a abriu e encontrou uma calça e um bilhete no
qual estava escrito: “Roubei esta calça na sexta-feira, virei Cristão no
domingo. Aqui estão suas calças na segunda. Sinto muito.” Isso é que se
chama fruto de arrependimento.
2
Em segundo lugar, o fruto de boas obras.
Colossenses 1:10. John Wesley disse: “Faça todo o bem que puder, por
todos os meios que puder, de todas as maneiras que puder, em todos os
lugares que puder, para todas as pessoas que puder, por todo o tempo que
puder.”
Ah!
E se houve alguém zeloso com Evangelismo, este foi John Wesley. Ele
possuía um zelo que virou o Reino Unido de cabeça para baixo. Mas, ele
disse: “Faça todo o bem que puder”, pois vira nas Escrituras que as boas
obras são uma ferramenta legítima para o evangelismo.
Agora,
a igreja moderna, devido ao que aconteceu com algumas ardentes
organizações Cristãs ao longo dos anos que se engajaram no serviço
social, perceberam que começaram a pender para um lado, e se desviaram
das boas obras. Mesmo assim, a Bíblia diz no livro de Tito: “Aqueles
entre vós que têm crido em Deus, tende cuidado em manter as boas obras.”
Jesus disse: “Que sua luz brilhe diante dos homens para que vejam suas
boas obras e glorifiquem o vosso Pai que está no Céu.”
Logo
quando me tornei cristão, eu poderia ser considerado como fanático
pelas pessoas do mundo, quer dizer, fanático mesmo. E não mudei nada
desde então! Eu fiz jaquetas de couro e casacos de camurça sob encomenda
durante anos. Acho que fiz uns 1500 num período de 10 anos, seguindo os
passos de meu Pai. Sabem quem foi o primeiro a fazer uma jaqueta de
couro? O livro de Gênesis nos informa. Foi Deus. . . foi Ele que vestiu
Adão e Eva com pele de um animal. Sem essa de homens das cavernas. Algo
bem alinhado, com botões recobertos. Coisa fina, sabem? Quando Deus faz
algo, Ele faz direito.
Na
verdade, eu divulgava os meus serviços através de um folheto que dizia:
“Deus foi o primeiro a matar um animal e a vestir os seres humanos com
pele de animal.” Eu vivia dizendo que estava seguindo os passos de meu
Pai e que eu era protegido pela cobertura que Deus oferece através de
Cristo Jesus.
Bem,
mas na vitrine de minha loja, que media 3 metros por 2 metros e 40
centímetros, e que permitia a entrada da luz em minha loja. . . Bom, um
Hare Krishna foi salvo por Cristo bem ali na frente da loja. O que o
levou a Cristo? Será que foi uma pregação? Não, foi o aperto de mão de
um cristão. Ele sentiu algo tão autêntico neste aperto de mão que
resolveu levar a mensagem do evangelho a sério, entregou sua vida a
Jesus e, em meia hora estava comendo uma bisteca. Realmente foi liberto!
Então,
perguntei àquele homem: “Ron, o que você faz da vida?” Ele respondeu:
“Abro letreiros, trabalho com sinalização.” Eu disse a ele: “É mesmo?”
Aí, comprei uma peça de madeira de três metros por dois metros e
quarenta centímetros e o contratei para que abrisse um letreiro com o
texto de João 3:1-16 para colocar na minha vitrine. Um trabalho imenso
para o coitado. Ele me contou que ficou noite após noite fazendo a
sinalização que eu havia solicitado e, certa noite, se sentiu muito
desanimado porque estava demorando cerca de meia hora por letra para que
o resultado ficasse bom. Assim, ele levantou-se de onde estava sentado
abrindo o letreiro, afastou-se um pouco para observar o resultado do que
estava fazendo e leu: “Ninguém pode fazer estes sinais que fazes se
Deus não estiver com ele,” e sentiu-se grandemente encorajado pelo
Senhor.
Seja
como for, mandei colocar a placa na vitrine, e na porta mandei pôr:
“Eis que estou à porta e bato,” um montão de passagens bíblicas. E a
mesma entrada da minha loja dava também para a loja de um barbeiro.
Certo dia, esse barbeiro me chamou e disse: “Ray, tenho que te contar
uma coisa. . .” Ele disse: “As pessoas vem aqui na minha loja e se
sentam ali, olham para a sua loja e dizem enojadas: “Que fanático esse
seu vizinho.” E depois não dizem mais nada, até a hora de saírem com uma
expressão de reprovação no rosto.”
“Mas,” continuou ele, “há alguns meses quando você lançou aquele livreto Meus Amigos Estão Morrendo
e se engajou na luta contra entorpecentes, essas mesmas pessoas
começaram a vir à loja, sentar-se para cortar o cabelo e dizer: ‘Bom
trabalho que esse jovem seu vizinho está fazendo.’”
Isso
tudo era fruto de 1 Pedro 2:15. Escutem só: “Porque assim é a vontade
de Deus, que, fazendo o bem, façais emudecer a ignorância dos
insensatos.” “Porque assim é a vontade de Deus, que, fazendo o bem,
façais emudecer a ignorância dos insensatos.” Se você for um cristão
rico em boas obras, as pessoas vão começar a dizer: “Não creio no que
ele crê, mas, cara, posso ver que ele é genuíno.” Você os fará
silenciar, calará as suas bocas através de suas boas obras.
Percebi
isso há alguns anos e, então, como pastor assistente de uma assembleia
local, disse assim: “Vamos começar a fazer boas obras.” Assim, fui a um
lugar onde vendiam legumes e disse aos proprietários: “Olhem, quero doar
100 sacolas de legumes nas redondezas de nossa igreja local. Vocês
poderiam ser nossos fornecedores?” Eles responderam: “Claro. Se você
colocar o nome de nossa loja nas sacolas faremos um preço bom para você.
Na verdade, forneceremos o dobro do que solicitou”. E foi assim. Eles
nos deram um saco de um metro de altura cheio de cenouras, repolhos,
milho, todo tipo de legume e colocaram a logomarca nas sacolas.
Então,
pegamos um caminhão, colocamos uma cartinha em cada sacola que dizia
algo assim: “Caro Amigo...” Nada de “Saudações no maravilhoso nome de
Jesus,” nada que fizesse referência ao cristianismo. Bom, a cartinha
dizia assim: “Caro amigo ou vizinho, nos importamos com você, somos uma
igreja local. Se pudermos ajudar a aparar a sua grama, consertar a sua
cerca ou qualquer outra coisa, por favor, conte conosco. Estamos aqui
para servi-lo. Atenciosamente. . .” e assinávamos. Em seguida,
colocávamos as sacolas nos portões de 100 casas. E havíamos avisado para
o pessoal que estava fazendo a entrega para não bater à porta, não
bater papo com as pessoas e não dar a impressão de que estávamos
tentando nos intrometer.”
A
reação foi incrível. As pessoas começaram a nos parar na rua e cair no
choro. Certa mulher caiu no choro de gratidão. Outra mulher disse assim:
“Moro nesta região faz 60 anos, e esta é a primeira vez que a igreja
local faz algo por mim.” Outra disse: “Sou ateia, mas gostaria que
soubessem que lhes desejo tudo de bom junto à comunidade.”
Um
outro sujeito, cuja namorada tinha se comprometido com o Senhor, ficou
furioso e socou a parede com ódio, pois era um ateu professo e não
suportou ver um exemplo evidente do amor de Deus naqueles legumes. Ficou
realmente furioso. Foi algo maravilhoso, sabem? Outra mulher disse:
“Mal pude acreditar que aqueles legumes eram meus.” Dois dólares, dois
dólares foi só o que nos custou cada sacola daquelas. Dois dólares.
“Porque assim é a vontade de Deus, que, fazendo o bem, façais emudecer a
ignorância dos insensatos.” “Assim resplandeça a vossa luz diante dos
homens, para que vejam as vossas boas obras, e glorifiquem a vosso Pai,
que está nos céus.” Fruto de boas obras.
3
Número três, o fruto de ação de graças (Hebreus
13:15). Se você realmente for salvo, deverá haver um clamor em seu
coração: “Graças a Deus pelo seu dom inefável.” Se não houver o fruto de
ação de graças, se não houver gratidão queimando em sua alma, você pode
não ser salvo.
4
Número quatro, os frutos do Espírito (Gálatas
5:22), que devem ser evidenciados em “amor, gozo, paz, longanimidade,
benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio.”
5
Número cinco, o fruto de justiça
[retidão] (Filipenses 1:11). Deve haver o fruto daquilo que é correto, o
fruto da retidão em seu estilo de vida. Lembrem-se que Mateus 3:10 diz
assim: “Toda árvore que não produz bom fruto, é cortada e lançada no
fogo.” Portanto, como cristãos, em nossos esforços evangelísticos,
devemos fazer todo o possível não apenas para conseguir decisões por
Cristo, porque “toda árvore que não produz bom fruto, é cortada e
lançada no fogo.”
Agora
vamos observar o que diz Marcos 4:3 para compreendermos o que nos
impede de produzir e o que produz frutos genuínos. Marcos 4:3.
Quando
a Bíblia diz: “Ouça,” o que ela está fazendo é tocar uma trombeta e
dizendo: “Isto é importante.” Toda vez que Jesus dizia palavras como
“ouça,” era como uma trombeta. No versículo 3 de Marcos 4, Jesus usa
esta palavra com bastante ênfase, como uma grande trombeta para alertar
que aquilo que ele estava por dizer era extremamente importante.
Ele
disse: “Eis que o semeador saiu a semear; e aconteceu que, quando
semeava, uma parte da semente caiu à beira do caminho, e vieram as aves e
a comeram. Outra caiu no solo pedregoso, onde não havia muita terra: e
logo nasceu, porque não tinha terra em profundidade; mas, saindo o sol,
queimou-se; e, porque não tinha raiz, secou. E outra caiu entre
espinhos; e cresceram os espinhos, e a sufocaram; e não deu fruto. Mas
outras caíram em boa terra e, vingando e crescendo, davam fruto; e um
grão produzia trinta, outro sessenta, e outro cem. E disse-lhes: Quem
tem ouvidos para ouvir, ouça.”
“Quando
se achou só, os que estavam ao redor dele, com os doze, interrogaram-no
acerca da parábola. E ele lhes disse: A vós é confiado o mistério do
reino de Deus, mas aos de fora tudo se lhes diz por parábolas; para que
vendo, vejam, e não percebam; e ouvindo, ouçam, e não entendam; para que
não se convertam e sejam perdoados.”
“Disse-lhes
ainda: Não percebeis esta parábola? Como pois entendereis todas as
parábolas? O semeador é aquele que semeia a palavra. E os que estão
junto do caminho são aqueles em quem a palavra é semeada; mas, tendo-a
eles ouvido, vem logo Satanás e tira a palavra que neles foi semeada. Do
mesmo modo, aqueles que foram semeados nos lugares pedregosos são os
que, ouvindo a palavra, imediatamente com alegria a recebem; mas não têm
raiz em si mesmos, antes são de pouca duração; depois, sobrevindo
tribulação ou perseguição por causa da palavra, logo se escandalizam.
Outros ainda são aqueles que foram semeados entre os espinhos; estes são
os que ouvem
a palavra; mas os cuidados do mundo, a sedução das riquezas e a cobiça
doutras coisas, entrando, sufocam a palavra, e ela fica infrutífera.
Mar
4:20 Aqueles outros que foram semeados em boa terra são os que ouvem a
palavra e a recebem, e dão fruto, a trinta, a sessenta, e a cem, por
um.”
Acho
que o versículo 13 é um dos versículos-chave em toda a Bíblia. Jesus
lhes disse: “Não entendeis esta parábola? Como então entenderão todas as
outras parábolas?” Em outras palavras, a parábola do semeador é a chave
que revela o mistério de todas as outras parábolas. Quando
compreendemos que a parábola do semeador é sobre verdadeira e falsa
conversões, isto é, pessoas de solo pedregoso, pessoas de solo
espinhoso, pessoas de bom solo que são, respectivamente, dois falsos e
um verdadeiro, começamos a entender as outras parábolas, ou seja, que
tratam de verdadeira e falsa conversões. Os bons peixes e os peixes maus
– verdadeiros e falsos. As virgens néscias (falsas) e as sábias
(verdadeiras). O homem que construiu sua casa sobre a rocha, um genuíno
convertido. O homem que construiu sua casa sobre a areia, um falso
convertido.
Sabem,
eu pensava que o homem tolo que construiu sua casa na areia fazia
referência aos descrentes. Nada disso. Leia o que Jesus disse: “Aquele
que ouve minhas palavras e não as obedece é como o homem tolo que
construiu sua casa na areia.” Os descrentes não ouvem as palavras de
Deus. A maioria deles conhece o versículo “Não julgueis, para que não
sejais julgados.” e a regra de ouro “Assim como quereis que os homens
vos façam, do mesmo modo lhes fazei vós também.” E utilizam ambos os
versículos de maneira distorcida, e não os compreendem.
Não,
não, não! Nossas igrejas estão cheias de pessoas que ouvem as palavras
de Jesus e não as obedecem. Não evangelizam, mesmo tendo Jesus dito:
“Vós sois minhas testemunhas”, “Deixe que sua luz brilhe”, “Ide por todo
o mundo e pregue o evangelho a toda criatura.” Desobedecem
continuamente. Essas pessoas são como o homem que construiu sua casa na
areia.
Agora, usando a harmonia do evangelho, estudaremos seis características de um falso convertido, o ouvinte de solo pedregoso.
1,
Em primeiro lugar, com o falso convertido, de acordo com Marcos 4:5, os resultados aparecem de imediato.
Eles não pesam as consequências. O evangelho que ouvem não é um
evangelho precedido pela Lei. Eles não são levados a tremer diante do
trono de um Deus santo. A única coisa que querem é ter a certeza de que
vão para o céu quando morrerem. Quer dizer, na verdade, já acham que
estão indo para o céu. A maioria das pessoas pensa assim. Por quê?
Porque estabelecem os seus próprios padrões de justiça, ficando
ignorantes da justiça de Deus.
62%
dos Americanos creem em um inferno literal, mas não acreditam que estão
rumando para lá. Acham-se bons demais. Isso faz parte da natureza
humana. “Muitos há que proclamam a sua própria bondade” “Há um caminho
que ao homem parece direito, mas o fim dele conduz à morte.” O evangelho
moderno diz: “Tenha certeza de que está indo para o céu. Você não deve
ir para o inferno. Venha e entregue a sua vida a Cristo. Tenha fé em
Jesus,” e pregam a Cristo crucificado.
Assim,
o pecador, achando que merece ir para o céu mesmo, vai à frente e
“entrega o coração a Jesus”, fortalecendo a sua certeza de que está indo
para o Céu. Contudo, não possui qualquer entendimento de pecado, e como
Paulo disse: “Não conheci o pecado senão pela Lei.” 1 João 3:4 diz:
“pecado é a transgressão da Lei.” Então, continuando, o pecador
fortalece ainda mais a sua certeza de estar indo para o céu, a igreja
faz o seu acompanhamento e o integra à congregação. Ele faz novos
amigos, inicia um novo estilo de vida, reconhece que tem um problema com
alcoolismo, toma atitudes para resolvê-lo, e as coisas começam a
caminhar.
Contudo,
não há arrependimento, e quando não há uma compreensão do pecado, não
há tristeza segundo Deus, que opera arrependimento. Jesus disse: “Se não
vos arrependerdes, todos de igual modo perecereis.” E nossas igrejas
estão cheias de pessoas que têm certeza de sua salvação – mas cuja
certeza não vem do Espírito Santo. São pessoas que não pesam as
consequências, pessoas das quais é fácil conseguir uma “decisão por
Cristo” usando a isca da vida eterna.
2,
Em segundo lugar, falta umidade (Lucas 8:6). Não há uma sede por Deus, pelo Deus-Vivo.
3,
Em terceiro lugar, não há raiz (Mateus 13:6). Não há profundidade do caráter de Deus.
4,
Em quarto lugar, recebem a Palavra com alegria.
Não apresentam tristeza segundo Deus porque a Lei não foi usada para
que pudessem se enxergar de maneira verdadeira. A Lei de Deus é como um
espelho. Quando não há espelho, você pode sair por aí o dia inteiro com o
rosto sujo, a menos que alguém o alerte.
Todos
os dias, nos olhamos no espelho para vermos nosso estado. Você se
levanta de manhã e se olha no espelho para ver o estrago que foi feito
durante a noite. Quer dizer, não há evidência maior de que somos uma
criação caída do que quando nos olhamos no espelho pela manhã. Quer
dizer, descansamos à noite esperando estar ótimos pela manhã, mas quando
nos olhamos no espelho vemos aqueles olhões inchados e nossa cara
amassada!
Assim,
os pecadores não se enxergam pela perfeita Lei da liberdade. A Lei de
Deus é um espelho! Portanto, não se lavam no sangue de Cristo, pois não
se veem como pessoas desesperadamente necessitadas do perdão de Deus.
Paulo disse: “Pelo mandamento o pecado se manifestou excessivamente
maligno.” (Romanos 7:13). Enfim, recebem a Palavra com alegria (Marcos
4:16).
5,
Em quinto lugar, recebem a Palavra com alegria. Seu júbilo não é transformado em pranto, nem sua alegria em lamentação (Mateus 13:20).
6,
Em sexto lugar, creem por algum tempo (Lucas 8:13), ou seja, o que ocorre é uma genuína falsa conversão!
Imaginem
então a figura de duas plantas. Uma é forte e tem aspecto saudável. A
outra parece meio raquítica. E se estivéssemos arrumando o nosso jardim e
tivéssemos que escolher uma das duas plantas para ser arrancada,
provavelmente escolheríamos a menorzinha, pois, em nossa concepção, a
grandona estava indo bem.”
Contudo,
imaginem esta cena: o sol vem saindo e sua luz começa a fazer a
plantona murchar, enquanto a nossa amiga raquítica parece dizer “estou
muito bem, obrigado.” O que será que está acontecendo, então? A razão de
a planta aparentemente forte estar murchando enquanto a plantinha
começa a prosperar é porque debaixo da primeira planta existe uma camada
de rochas. Assim, as raízes da planta grande não conseguem se
aprofundar, pois abaixo dela, só há pedras. A plantinha, por sua vez,
tinha um aspecto raquítico porque, por debaixo de si, estava lançando
suas raízes bem ao fundo em busca de umidade.
Conseguem
perceber que a luz do sol revelou o que não conseguíamos enxergar? A
condição do solo das plantas? Percebem? A luz do sol foi fundamental
para revelar o que não enxergávamos, a condição do solo em que estavam
as raízes das plantas.
Então,
em termos espirituais, a planta é a vida regenerada do crente professo.
O solo é a condição de seu coração. Em termos espirituais, a luz do sol
significa tribulação, tentação e perseguição. Mateus 13:21, tribulação.
Lucas 8:13, tentação e Marcos 4:17, perseguição. Da mesma maneira que,
em termos naturais, a luz do sol revelou a condição do solo das plantas –
algo que ocorria onde não podíamos ver – no nível espiritual, o que
revela a parte invisível do professo crente são a tribulação, a tentação
e a perseguição.
Bem,
se queremos que uma planta em nosso jardim cresça e prospere, a pior
coisa que podemos fazer é protegê-la do sol. Pense nesta situação: você
compra uma linda e cara planta para pôr em sua casa. Aí, você pensa:
“Bom, gastei um bom dinheiro com essa planta. Preciso cuidar dela. Vou
guardá-la ali no armário.” Um armário aconchegante, com uma temperatura
agradável e nada de luminosidade. Claro que você não vai fazer uma coisa
dessas! É a pior coisa que você pode fazer! Escondê-la da luz do sol?
De forma alguma. Se o solo for bom e ela tiver espaço para crescer, se
ela tiver umidade suficiente, certamente a luz do sol a fará prosperar
ao contrário de acabar com a vida dela.
Analogamente,
a pior coisa que podemos fazer com um recém-convertido é escondê-lo da
luz solar da tribulação, tentação e perseguição. É a pior atitude que
podemos tomar! Quando dizemos: “Olha, Fulano de Tal recebeu a Cristo na
prisão. Ele sai da cadeia na terça-feira. Vamos lá esperá-lo na saída
para o protegermos da tentação e o afastarmos de seus antigos amigos. E
quando ele passar por dificuldades a gente cuida dele.” Não, essa é a
pior coisa que se pode fazer. Se ele for um genuíno convertido, ele
crescerá, se for falso, murchará e morrerá7.
Há
alguns anos, quando a Rússia perseguia os cristãos de maneira bastante
intensa, um grupo de cristãos professos estava em meio a uma reunião de
oração. Repentinamente, as portas foram abertas violentamente e dois
guardas russos armados até os dentes entraram e disseram: “Saiam já
deste lugar se não quiserem morrer pela sua fé.” Metade dos presentes se
levantou e saiu. Na verdade, saíram correndo. “Louvado seja Deus”
disseram os guardas, “Podem ficar tranquilos irmãos. Estávamos apenas
separando as ovelhas das cabras para que pudéssemos congregar em
segurança.”
Certamente
que Deus não usa os mesmos métodos daqueles guardas com muita
frequência. Ele usa o método de abrir o chão e engolir o indivíduo.
Sabem o que aconteceria se viesse uma grande perseguição sobre a igreja
agora? Ela livraria a igreja dos murmuradores, daqueles que causam
divisão, etc. Mais importante que isso, se uma grande perseguição viesse
sobre a igreja, ela mostraria ao indivíduo de solo pedregoso o erro de
seus próprios caminhos.
Imagine
a tragédia de “conduzir uma pessoa a Cristo” pelas técnicas de
evangelismo moderno: sem usar a Lei antes da graça, sem dar-lhe o
conhecimento de pecado, sem mostrar-lhe que violou a Lei de um Deus
santo, sem mostrar-lhe que pecou e que pecado é a transgressão da Lei.
Apenas é dito: “Olhe, você tem um vazio que só Deus pode preencher em
sua vida. Jesus pode dar-lhe a verdadeira paz e amor. Só Ele pode
preencher esse vazio. Entregue seu coração a Ele, e Ele irá ajudá-lo com
seus problemas. Ele estará com você em suas dificuldades e lhe dará a
certeza de entrar no céu.” Então, o pregador o conduz em uma sincera
oração.
Entretanto,
há algo faltando neste “crente.” Ele não tem zelo pelos perdidos. Ele é
estranho à santidade. Não tem fome da Palavra. Não vai fundo em sua
vida de oração. Então, quem o “evangelizou” começa a enxergar essas
carências e tomar providências para integrá-lo à congregação, fazendo
com que ele leia a Bíblia e passe a orar – já que foi o responsável por
levá-lo a Cristo. Em suma, começa a fazer o acompanhamento do
recém-“convertido.”
Na
verdade, o que acontece é que esta pessoa será “acompanhada” até o Dia
do Julgamento, quando a luz do olho do Deus onisciente provará que ele
não passa de um hipócrita. De quem é a culpa, então, se a pessoa foi
“acompanhada” até o Dia do Julgamento? Não seria melhor ter deixado que
ele caísse? Não teria sido melhor deixa-lo exposto à luz do sol para que
se revelasse a condição do seu solo? Se ele fosse genuíno, ele
cresceria, se for falso, murcharia e morreria.
Durante
anos investi minha energia em cristãos professos, pessoas que “haviam
dado seu coração a Jesus”, pessoas que se provaram ser de solo
pedregoso. Eu costumava perguntar: “Você está lendo a Palavra?” e elas
diziam: “Ando sem tempo. Preciso assistir TV e tenho uma porção de
coisas a fazer.” “Então, você vai à igreja este domingo?” “Cara, é que
tem jogo do meu time. Não vai dar não.” Gente, hoje em dia não faço mais
isso, simplesmente os deixo à vontade. Se não ouvirem após a primeira e
segunda admoestações, apenas digo: “Tá certo. Deixa pra lá,” e
concentro minhas energias na salvação dos perdidos.
A
Bíblia diz: “Deseje o puro leite da Palavra, se provaste que o Senhor é
gracioso.” Uma ovelhinha saudável tem um apetite saudável. Não é
preciso alimentá-la à força. Alguém, que é verdadeiramente salvo
desejará o puro leite da Palavra. Eles mesmos se disciplinarão. A
primeira coisa que eu sabia que tinha que fazer quando me tornei cristão
era comprar uma Bíblia e lê-la para conhecer o que Deus queria que eu
fizesse8.
E
eu amava os irmãos. Sabia que havia passado da morte para vida porque
amava os irmãos. Quando vi nas Escrituras: “não deixe de congregar, como
é costume de alguns,” pensei “Certo. Vou à igreja.” O surf ficou em segundo plano.
Se um recém-convertido apenas olhar
para trás, Jesus diz que ele não serve para o Reino. Lucas 9:62,
“Ninguém que lança mão do arado e olha para trás é apto para o reino de
Deus.” A palavra “apto” em Grego é “euthetos” e significa “pronto para
uso.”
Se
pegarmos uma boa semente e a lançarmos em solo pedregoso, será que ela
dará bons frutos? Claro que não. Se soubermos o que estamos
fazendo como fazendeiros, ou possuirmos massa cinzenta em nossa cabeça,
pensaremos assim: “Tenho que revirar o solo, lançar fora as pedras,
assim, quando lançar umas boas sementes no bom solo, elas darão bons
frutos.” Técnicas simples de agricultura.
Deus
diz que o solo do coração das pessoas é como pedra. Diz assim em
Ezequiel 8: “Tirarei vosso coração de pedra e dar-vos-ei um coração de
carne.” Mesmo se pegarmos uma semente pura do evangelho e a lançarmos
em um coração irregenerado, ela não dará frutos. Não conseguirá. O que
precisamos fazer é revirar o solo do coração das pessoas usando a pá da
Lei de Deus. Expor as pedras do pecado que só são removidas pelo
arrependimento. Aí sim, a pessoa pode receber a Palavra que pode salvar a
sua alma.
Sabem,
muitos grandes evangelistas, homens que respeito, como Greg Lorry e
Billy Graham, que admiro e respeito muito, não se alarmam com a média de
80% de desviados entre seus convertidos. Billy Graham foi entrevistado
na televisão por David Frost. David Frost disse: “Em que você pensa
quando todas aquelas pessoas vêm à frente.” Billy Graham respondeu:
“Bem, fico pensando que apenas um em cada quatro é genuíno.” Em seguida,
citou a parábola do semeador.
Contudo,
não acho que a parábola do semeador existe como uma forma de consolo
para os frustrantes resultados evangélicos. Deus nos deu princípios para
que possamos chegar ao entendimento. Se estudarmos a parábola do
semeador, veremos que o indivíduo ouve e compreende, e dá fruto porque
recebe a semente em seu bom e honesto coração. Quer dizer então que
basta o indivíduo possuir um coração bom e honesto que possuirá
entendimento?
Ah!
Então é assim? Será que na sociedade secular há pessoas que têm
corações honestos e bom entendimento e serão esses que receberão a
semente do evangelho? Nada disso. Isso não é bíblico. Romanos 3 diz:
“Não há quem entenda” Quantos há que entendem? Nenhum. Diz ainda: “Não
há um bom, nem um,” o coração do homem é “enganoso, mais do que todas as
coisas.”
Então,
as virtudes do entendimento e bondade devem ter vindo de fora do
coração, não de dentro, pois não é do coração do homem possuir
entendimento e bondade. O que será então que produz entendimento? É o
aio, nossa professora. A Lei é a professora que nos conduz a Cristo.
Essa é a função dos professores: trazer conhecimento. “Pela Lei vem o
conhecimento do pecado.” Deus disse: “Meu povo está sendo destruído por
falta de conhecimento da minha Lei. (Oséias 4:6)
O
que a Lei faz é nos trazer a luz do entendimento. O Mandamento é uma
lâmpada, a Lei é luz. Quando alguém se examina à luz da Lei de Deus, vê
que pecou contra o Senhor e que Ele requer a verdade no íntimo e
considera lascívia como o mesmo que adultério, ódio como assassinato e
que se tirar pelo menos uma coisa que pertença a outra pessoa,
independentemente de seu valor, isso faz do indivíduo um ladrão e,
portanto, não poderá herdar o Reino de Deus. Se o indivíduo contar uma
lorota ou “mentirinha” estará cometendo falso testemunho – e todos os
ladrões terão sua parte no Lago de Fogo. Transgressores da Lei,
praticantes da iniquidade.
Jesus
disse: “Muitos dirão naquele dia: ‘Senhor, Senhor.’” E Ele dirá:
“Apartai-vos de Mim, todos vós que praticais a iniquidade. Nunca vos
conheci.” Quando o pecador compreende que pecou contra Deus, quando o
solo de seu coração tiver sido arado pela Lei, as pedras do pecado
expostas, ele estará pronto para remover estas pedras do pecado através
do arrependimento e será capaz de receber a semente que pode salvar a
sua alma. Esta é a pessoa cujo solo é bom.
Portanto,
a essência do que estou dizendo é que Deus colocou nas mãos da Igreja
armas que não são carnais, mas poderosas em Deus para derribar
fortalezas e sob o Seu comando, com a ajuda do Espírito Santo, podemos
determinar sobre que solo a semente cairá, através do uso a Lei como uma
enxada para arar o solo do coração irregenerado.
Lembram
do que George Whitefield disse: “É por essa razão que temos tantos
convertidos ‘cogumelos’. Porque seu solo pedregoso não foi arado. Não
têm a convicção da Lei. São pessoas de solo pedregoso.”
Certo
amigo disse a mim uma vez: “Ray, tem algo de errado com minha vida
Cristã.” Ele disse: “Não tenho o zelo que vocês têm.” Então, perguntei:
“Richard, você possui amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade,
bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio?” Ele me respondeu: “Bem,
não, eu não tenho oito destes frutos.” Ele só tinha um deles. Assim, eu
disse: “Bom, Richard, por sua própria confissão, não vejo nenhum
indicativo para você se chamar de cristão.”
Na
verdade, ele realmente possuía um dos frutos do Espírito naquela época.
Ele exercitava o fruto do auto-domínio, pois em outra ocasião posterior
me contou que havia desejado “fazer uma plástica” em meu rosto com seus
punhos. Mas não fez. Foi para casa e examinou-se para ver se estava na
fé, concluiu que não estava, arrependeu-se diante do Todo-Poderoso-Deus
e, em três meses, estava dando tantos frutos que nossa igreja resolveu
encarregá-lo do ministério de nossa cantina.
É
por isso que a Bíblia diz para nos examinarmos e ver se estamos na fé.
Colossenses 4:5 diz: “Andai em sabedoria para com os que estão de fora,
usando bem cada oportunidade.” Eu costumava pensar “com os que estão de
fora, quer dizer, os perdidos, a sociedade secular.” Não, a Bíblia está
se referindo às pessoas de solo pedregoso. O falso convertido pode estar
em diversos lugares: dentro de sua igreja, em seu grupo de jovens ou
fora do corpo de Cristo.
A
Bíblia diz: “Andai em sabedoria para com os que estão de fora, usando
bem cada oportunidade.” Se há alguém que consegue roubar muito do seu
tempo são os falsos convertidos. Querem aconselhamento..., querem
aconselhamento..., querem aconselhamento.... e sempre voltam porque têm
problemas e mais problemas. Eu mesmo passei muitas horas aconselhando
pessoas que não precisavam de aconselhamento, precisavam era de
arrependimento.
Lembram
da “plantona”? Do que ela precisava? “De fertilizante. Precisa de mais
fertilizante. Cubra a planta de fertilizante. Isso ajudará.” A
tendência quando se identifica um falso convertido é pensar “Precisa de
acompanhamento. Vamos fazer o acompanhamento do irmão. É, vamos
acompanhá-lo.” Nada disso! Esse não é o problema. Ele não precisa de
fertilizante. O problema é o solo, a condição do seu coração. Ele
precisa de arrependimento.
Esse
negócio de acompanhamento não é bíblico. Não é. Pode verificar na sua
Bíblia. Não se encontra essa prática nas Escrituras. Encontramos apascentar, instruir, disciplinar,
mas não encontraremos esta prática de “fazer acompanhamento” de novos
convertidos. David Wilkerson, ao ouvir o ensinamento chamado O Maior Segredo do Diabo,
a primeira coisa que me disse, ao ligar do telefone de seu carro, foi:
“Pensei que eu era o único que não acreditava nesse negócio de
acompanhamento.” Isso não é bíblico.
Acompanhamento
é meramente um triste testemunho da confiança que o evangelismo
humanista tem tanto em sua mensagem quanto no poder de Deus em sustentar
o convertido. Se Ele for o Autor de sua fé, será também o Consumador.
“Deus pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus.
Ele que é poderoso para vos guardar de tropeçar, e apresentar-vos ante a
sua glória imaculados e jubilosos.” Quando Deus salva o perdido, Ele o
sustenta. O eunuco etíope foi deixado sem acompanhamento. Por quê?
Porque
se for genuíno perseverará, se for falso, murchará e morrerá. O ouvinte
de solo pedregoso não precisa de acompanhamento. Por acompanhamento,
não quero dizer apenas tomar conta de alguém para se certificar de que
leia a Bíblia. O que quero dizer é quando, por exemplo, realiza-se uma
cruzada e alguém fica com a função de fazer um acompanhamento das
pessoas que tomam as decisões no evento. Então, você visita as
residências dessas pessoas na semana seguinte e diz: “Com licença, vocês
realmente precisam começar a congregar agora. Por favor, abra a porta.
Eu estou vendo você escondido aí em baixo da cama.”
Sabem,
é o trabalho mais frustrante do mundo fazer o acompanhamento de pessoas
que tomam decisões por Jesus. Elas nunca estão quando telefonamos para
suas residências. Elas não precisam de fertilizante, precisam é de um
bom solo.
Há
alguns anos, tive um pastor, pastor de uma igreja grande da qual eu
fazia parte, que era o pastor mais consagrado e dedicado que se pode
imaginar. Realmente um homem de Deus. Quero dizer-lhes como ele era,
quanto pesava e que altura tinha, por uma razão. Ele tinha um pouco mais
de um metro e meio de altura, talvez um metro e sessenta. Seu nome era
Peter Morrow, um adorável homem de Deus.
Ele
não era muito pesado. Talvez pesasse um pouco mais de cinquenta quilos.
Ele até fazia brincadeiras com a falta de peso dele. Ele podia comer e
comer e comer e não engordava. Acho que ele tinha um corpo glorificado
ou algo parecido. Sabem, só cabia uma listra no pijama dele. Ele tinha
que ficar correndo em círculos no chuveiro para conseguir se molhar – de
tão magro que era.
Então,
há alguns anos, baterem à porta de sua casa. Eram 03:00 da madrugada.
Seu filho foi até a porta e disse: “Pois, não?” e um indivíduo disse:
“Gostaria de um aconselhamento de seu pai.” O adolescente, conhecendo o
coração de seu pai, sabia que ele não se importaria em levantar-se às
03:00 da madrugada para aconselhar uma de suas ovelhas. Assim, disse ao
homem: “Vá ali para sala e aguarde um instante que eu vou chamá-lo”.
Nisso,
acordou seu pai, que se levantou e caminhou até a sala – e assim que
entrou – de trás da porta recebeu um golpe da lâmina de um facão de uns
30 centímetros. Seus dedos foram fatiados, sua garganta cortada. Seus
filhos correram para sala ao ouvir seus gritos e se depararam com o
sangue de seu querido pai em todas as paredes. Foi uma cena terrível.
Eles
agarraram o homem que tinha feito aquilo e quase o mataram. Ele
gritava: “Não consigo respirar,” e eles diziam: “Morra, morra, então.” O
homem foi preso. O pastor sobreviveu. Recebeu literalmente centenas de
transfusões de sangue.
No
dia seguinte, outro pastor me telefonou e disse: “Já soube o que
aconteceu à noite passada?” Respondi: “Sim. Mal pude acreditar. Foi
terrível.” Então, ele disse: “Bem, você não vai acreditar no que eu vou
dizer: ‘O cara que fez aquilo congregava em minha igreja. É uma das
minhas ovelhas.” Eu disse: “Está brincando,” no que ele respondeu: “É
horrível como um cristão pode ter feito tal coisa.”
“Espere aí,” repliquei “Se alguém tenta decapitar o pastor, podemos concluir que lhe falta amor, bondade, benignidade. . .”
Ora,
precisamos começar a levar as Escrituras a sério. Há argumentos para
não sairmos por aí dando boas vindas a qualquer pessoa sem antes ver
seus frutos. De certa maneira, não importa muito nos dias atuais, mas
esperem até vir uma grande perseguição. Esperem até quando saírem por aí
com facões, e quando os cristãos pregarem todo o conselho de Deus, e
formos odiados por causa de Seu nome. Os cristãos que sofrem perseguição
são aqueles que vivem uma vida piedosa em Cristo Jesus.
Sabem,
a Bíblia fala de falsos “irmãos” duas vezes. Fala de falsos apóstolos,
falsos profetas, falsos mestres e falsas conversões – e raramente
ouvimos ensinamentos sobre tais coisas na igreja atual.
Queria
ter comigo uma filmadora quando, há alguns anos, ocorreu um incidente
comigo. Estava para atravessar a rua quando subitamente ouvi “vrumm,
vruuummm,” e olhei até o fim da rua. Era um carro bem no meio da rua com
o escapamento aberto e um cara dirigindo feito um idiota. Saltei para
trás, caindo na calçada. Pensei que ia ser atropelado.
O
carro passou por mim e, repentinamente, o indivíduo viu quem eu era.
Ele me reconheceu. Esse indivíduo era o falso convertido clássico. Já
tinha ouvido falar que este mesmo ‘cara’ havia ameaçado pastores em
outra assembleia, por isso havia gravado o rosto dele. Ele me viu, pisou
no freio, deu marcha à ré, saltou do carro e disse: “Oi, Ray.”
Gostaria
que o tivessem visto. Havia três adesivos de Jesus no para-brisa de seu
carro. Pendurado em seu pescoço ele carregava uma cruz em meio à
floresta de seu peito cabeludo, exposto por causa da camisa desabotoada
até o umbigo e cheio de frases evangélicas “batidas”. Ele perguntou se eu
teria algum tempo disponível para dar-lhe aconselhamento. Respondi na
hora que estava com a agenda lotada o ano inteiro.
Sabem,
falsos convertidos querem o seu tempo. São ferramentas de Satanás para
gastar o tempo dos santos. Lembrem-se: Satanás quer deixar os santos
cansados. Ouvintes, mas não praticantes da Palavra. Aquilo que fazem é
apenas superficial, por não possuírem uma raiz profunda. Possuem apenas
galhos e folhas, mas nada de frutos.
Agora,
entendam bem, creio em adesivos de Jesus. Se alguém quer usar uma cruz,
tudo bem! Camisetas também são algo ótimo. Contudo, descobrimos que,
devido os falsos convertidos não possuírem raízes profundas em seus
corações, eles procuram compensar com um montão de galhos e folhas com o
objetivo de impressionar. Quer dizer, eles sempre têm as maiores
Bíblias da igreja. Bíblias chamativas na Nova Versão Revista e
Falsificada da Editora Sepulcro Caiado, que produz bíblias que ficam de
molho por um mês e em seguida são amarradas ao para-choque de um carro e
arrastadas durante duas semanas para dar a impressão de que foram muito
usadas.
Falsos
convertidos não dão frutos, mas têm um montão de galhos e folhas para
impressionar as pessoas à sua volta. Veja o que diz Mateus 7:15-20:
“Guardai-vos dos falsos profetas, que vêm a vós disfarçados em ovelhas,
mas interiormente são lobos devoradores. Pelos seus frutos os
conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros, ou figos dos
abrolhos? Assim, toda árvore boa produz bons frutos; porém a árvore má
produz frutos maus.”
Escutem
só isso: “Uma árvore boa não pode dar maus frutos;” Em outras palavras,
se alguém é genuíno, é genuíno, se é falso, é falso. “Nem uma árvore má
dá frutos bons. Toda árvore que não produz bom fruto é cortada e
lançada no fogo. Portanto, pelos seus frutos os conhecereis.”
Por
que será que devemos nos conhecer uns aos outros pelos frutos? Ora,
vejamos Atos 20:29-20. “Eu sei,” diz Paulo, “que depois da minha partida
entrarão no meio de vós lobos cruéis que não pouparão rebanho, e que
dentre vós mesmos se levantarão homens, falando coisas perversas para
atrair os discípulos após si.”
Pois,
de seu meio, homens se levantarão. Vejam só quantos seitas e heresias, e
falsos profetas que têm saído do meio do corpo de Cristo. Não são
pessoas que conheceram o Senhor, muito menos o caminho da retidão e
depois se tornaram más, mas são pessoas que tiveram falsas conversões e
não conseguiram, portanto, dar frutos do arrependimento.
Os
lobos gostam de pegar as ovelhas fraquinhas. É isso que eles fazem. Ah,
seu eu fosse pastor e tivesse minha própria congregação – sou pastor
itinerante da Hosanna Chapel e viajo todo final de semana. Mas, se
tivesse minha própria congregação, ficaria de olho nos
“recém-convertidos”, ficaria de olho para ver se dão frutos. E seu eu
começasse a perceber uns rapazinhos perto demais das meninas, dando
abracinhos, etc., chegaria junto e os puxaria para uma conversa. Fique
de olho neles. Como disse antes, os lobos atacam as ovelhas mais fracas.
Como
falei anteriormente, um convertido genuíno ficará firme independente do
tamanho da adversidade. Provérbios 12:3 diz: “a raiz dos justos, porém,
nunca será, removida.” Quanto mais forte o sol, mas fundo descem as
raízes da planta.
Jesus
enviou suas ovelhas em meio aos lobos (Lucas 10:3) – uma prática tão
diferente da que nós tratamos nossos novos convertidos. Ficamos tentando
protegê-los. Nada disso, ele nos enviou como ovelhas em meio a lobos.
Por quê? Porque o sol da tribulação, tentação e perseguição revela quem
são os falsos e quem são os genuínos.
Foi
assim com Judas Iscariotes. Ele foi exposto. Judas não era cristão.
Nunca foi. Como posso ter certeza? Eis uma pequena pista. Jesus disse:
“Um de vós é um ladrão.” Ah, essa é uma boa pista. Eu lembro de uma
amiga minha Winkie Pratney me contando quando viu a obra de arte ‘A
Última Ceia’ de Leonardo Da Vinci. Ela olhou para a pintura e disse:
“Cadê o Judas? Quem é o Judas?” Ficou procurando por alguém de narigão
torto e mãos reviradas em um canto.
Mas,
isso é algo totalmente anti-bíblico. Judas provavelmente era bonitão.
Ele aparentava tanta confiabilidade que se tornou o tesoureiro dos
discípulos. Judas tomava conta deles. Ele cuidava dos pobres. Tinha um
coração para os pobres. Em uma ocasião, uma mulher fez um ato pródigo de
quebrar um vaso de alabastro cheio de um bálsamo muito precioso e
despejá-lo sobre a cabeça de Jesus, lavando seus pés e enxugando-os com
seus cabelos. Quando isso ocorreu, Judas disse: “Por que isso não foi
vendido por tal qual quantia e o dinheiro dado aos pobres?” Estão vendo
como ele se importava com os pobres? Nada disso, a Bíblia fala
claramente que ele estava preocupado mesmo era com o dinheiro. Era um
ladrão. Mas possuía a confiança dos discípulos. Quando Jesus disse: “Um
de vocês me trairá,” os discípulos não se sentaram e disseram entre si:
“É. Sei de quem ele está falando. É do narigudo ali. É do ‘mãos
viradas.’”
Não,
não disseram isso. Disseram: “Sou eu, Senhor? Sou eu?” Ele disse:
“Aquele que mete a mão no prato.” Era Judas quem fazia isso. Não
disseram entre si: “Ah, é!” Nada disso. Quando Judas saiu para trair
Jesus, Jesus disse: “O que fazes, faze-o depressa.” Os discípulos
ficaram pensando que ele tinha ido dar dinheiro aos pobres. Judas era um
cara tão bom. Conseguiu enganar a todos, menos ao Senhor.
Vejamos
Colossenses 4:7. Observemos a maneira como Paulo colocou seu selo de
aprovação naqueles que professavam estar na graça de Deus. Colossenses
4:7. Vejam como Paulo coloca seu selo de aprovação em certos crentes.
“Tíquico,
o irmão amado, fiel ministro e conservo no Senhor, vos fará conhecer a
minha situação.” Então, Tíquico é um ministro fiel e um conservo no
Senhor.
Versículo
nove: “Juntamente com Onésimo, fiel e amado irmão, que é um de vós.”
Sabem, parece que hoje em dia não importa muito quem entra em nossas
igrejas e a quem elogiamos ou deixamos de elogiar. Ah, mas naquela época
importava, época em que os cristãos eram lançados aos leões para morrer
por sua fé.
“Eles
vos farão saber tudo o que aqui se passa. Saúda-vos Aristarco, meu
companheiro de prisão, e Marcos, o primo de Barnabé (a respeito do qual
recebestes instruções; se for ter convosco, recebei-o), e Jesus, que se
chama Justo, sendo unicamente estes, dentre a circuncisão, os meus
cooperadores no reino de Deus; os quais têm sido para mim uma
consolação. Saúda-vos Epafras, que é um de vós, servo de Cristo Jesus, e
que sempre luta por vós nas suas orações, para que permaneçais
perfeitos e plenamente seguros em toda a vontade de Deus. Pois dou-lhe
testemunho de que tem grande zelo por vós, como também pelos que estão
em Laodicéia, e pelos que estão em Hierápolis. Saúda-vos Lucas, o médico
amado [que dispensa apresentações], e Demas.”
Não
houve selo de aprovação sobre Demas. Se estudarmos 2 Timóteo 4:10,
veremos: “Pois Demas me abandonou, tendo amado o mundo presente.” É como
se Paulo olhasse para Demas e pensasse: “É, realmente não sei quem você
é. Tem algo de errado com você. Não posso dizer: ‘Se Demas for a você,
receba-o.” “Demas me abandonou, tendo amado o mundo presente.” Um falso
convertido. Ele não apenas olhou para trás, ele retrocedeu. Não estava
apto ao Reino, e a palavra “apto” significa “pronto para uso” em grego.
Observamos,
então, sucintamente, as características de uma falsa conversão. Assim,
antes de concluirmos a mensagem, observaremos rapidamente as
características de um convertido genuíno.
De
acordo com Mateus 13:23, ele ouve a palavra e a entende. Por isso é tão
vital utilizarmos a palavra de Deus em evangelismo e em nossas
pregações. Porque sem a Lei, não haverá entendimento da real situação
que os perdidos se encontram diante de Deus. O que aparecerá será apenas
arrependimento horizontal, não a tristeza segundo Deus que conduz ao
arrependimento. Senão, não entenderão que pecaram contra Deus. Pensarão
que pecaram contra as pessoas através de suas mentiras e roubos, etc.
Mas,
quando Davi pecou com Bate-Seba, ele disse: “Contra Ti, somente contra
Ti pequei.” O filho pródigo disse: “Pequei contra o Céu.” Paulo pregava
“arrependimento para com Deus,” a parte ofendida na história. A tristeza
segundo Deus gera arrependimento. Sem a Lei não se pode ter o
entendimento necessário para exercitar a tristeza segundo deus que
conduz ao arrependimento.
Se
utilizarmos a Lei em nosso testemunho, será comum ouvir os pecadores
dizendo coisas do tipo: “Agora entendo o que está dizendo. Entendo isso.
Nunca haviam me explicado desta maneira.” Essa é a reação quase todas
as vezes que uso os Dez Mandamentos, um a um, para mostrar que a razão
pela qual precisam de um Salvador é para escapar da ira vindoura. Deus
determinou um dia em que julgará o mundo em retidão.
Veja
o que diz Mateus 13:15: “Porque o coração deste povo se endureceu, e
com os ouvidos ouviram tardamente, e fecharam os olhos, para que não
vejam com os olhos, nem ouçam com os ouvidos, nem entendam com o
coração, nem se convertam, e eu os cure.”
Vejam
que primeiro precisa vir o entendimento ao coração para que se
converta. Lembram que Filipe perguntou ao eunuco etíope: “Compreendes o
que estás lendo?” Lembram do doutor da lei que se levantou e tentou a
Jesus perguntando: “Como posso alcançar a vida eterna?” Jesus disse:
“Qual o seu entendimento da Lei? Qual a leitura que você faz dela?”
Porque se não há entendimento da Lei, não pode haver salvação, pois o
pecado é a transgressão da Lei.
Paulo
disse: “Não conheci o pecado senão pela Lei.” Charles Finney disse:
“Considero a Lei a regra, e a única regra, pela qual a culpa do pecado
pode ser medida.” D.L. Moody disse: “É para isso que Deus nos deu a Lei:
para mostrar quem realmente somos.”
Já
estive em eventos evangelísticos nos quais se usou manipulação
psicológica pura, nos quais o pregador estava discursando sobre fé ou
algum incidente bíblico, e bem no meio de sua pregação, ele dizia:
“Vamos nos curvar e orar. Há pessoas aqui esta noite que não conhecem o
Senhor. Vocês precisam entregar sua vida a Jesus.”
Em
seguida, pregava a Cristo crucificado, mas já estive em eventos em que
nem mesmo pregavam sobre a crucificação de Cristo. Isso mesmo, nem
pregavam a cruz. Pregavam apenas a fé e então diziam: “Você precisa
entregar o seu coração a Jesus porque há um vazio em seu coração que só
Deus pode preencher. Levante sua mão enquanto todas as cabeças estão
abaixadas e todos os olhos estão fechados. Ninguém está olhando.” Então,
quando alguém levanta a mão, o pregador diz: “Estou vendo uma mão. Deus
te abençoe.” Na sequência, ele diz: “Todos fiquem de pé. Aqueles que eu
vi levantarem as mãos, venham à frente enquanto a música estiver
tocando. Os obreiros também, venham à frente.”
Então,
os obreiros saem na frente com um cartão de visitas. É por essa razão
que os obreiros têm de vir à frente, para facilitar o processo
juntamente com a música. Assim, as pessoas vão à frente – e o pastor
fica lá em cima em uma plataforma. Eu olhava as expressões faciais
daquelas pessoas que estavam ali “entregando seus corações a Jesus.” Não
havia tristeza segundo Deus, muito menos quebrantamento. Logo após o
evento, um dos obreiros disse: “Você devia ter visto como foi lá atrás.”
– levaram os “recém-convertidos” para uma sala e davam-lhes
aconselhamento. Não havia nem um pingo de tristeza segundo Deus. O que
se ouvia das pessoas era: “Oi, Bertha, você por aqui?” “Olá, Fred, o que
faz por aqui?”
A
expressão nos rostos daqueles que iam à frente era: “Como será que
cheguei aqui? Sério! Eu estava ali sentado e de repente apareci aqui na
frente” – manipulação psicológica. Este pastor de que estou falando
tinha uma média de 96% de “desviados” em sua igreja, isto é, na última
vez que tomei conhecimento de suas estatísticas. Além disso, não acho
que os outros 4% permaneceram ali por muito tempo também. Pode até ser.
Podem ter gostado de freqüentar o Clube Social “Cristão.” Realmente não
sei.
O verdadeiro convertido, por sua vez, é aquele que diz: “Ai de mim. Estou perdido. Deus, tenha misericórdia de mim, um pecador.” Amém.
Mensagem traduzida do original em inglês para o português do Brasil entre fevereiro e maio de 2006.
Texto original disponível em www.LivingWaters.com. Contate o tradutor: fguarany@yahoo.com.br
Living Waters Publications, P.O. Box 1172, Bellflower, CA 90706 – Order line: 1-800-437-1893
www.evangelismobiblico.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário