Superstição, segundo Aurélio, é um sentimento religioso baseado no temor ou na ignorância, e que induz ao conhecimento de falsos deveres, ao receio de coisas fantásticas e à confiança em coisas ineficazes; crendice; apego exagerado e/ou infundado a qualquer coisa. A crença de que podemos, de alguma forma, encorajar a sorte é ainda evidente hoje em dia, sob a forma de superstições.
Por exemplo, existem
poucas pessoas que nunca tenham, numa ocasião qualquer, batido na
madeira ao falarem de um acontecimento desagradável, que tenham cruzado
os dedos quando querem que alguma coisa corra bem, evitando a todo custo
passar por debaixo de uma escada ou abrir um guarda chuva dentro de
casa.
Na maior parte dos casos
estas superstições têm raízes fundamentadas: Os ingleses recusam a
terceira chama para acenderem um cigarro, por exemplo, superstição que
remonta à Primeira Guerra Mundial. Quando um soldado nas trincheiras
acendia o seu primeiro cigarro, despertava a atenção dos atiradores
inimigos; o segundo cigarro colocava-o na mira do atirador e ao acender o
terceiro cigarro já uma bala assobiava na sua direção. Confira algumas
curiosas superstições:
O gato durante a sua
longa associação com o homem já foi adorado como uma divindade e
perseguido como encarnação das forças do mal. Seus hábitos noturnos,
decorrentes provavelmente da preferência pela caça não só de ratos, como
também de répteis, pequenas aves e até mesmo a apanha de peixes, quando
ela é possível, fizeram nascer e crescer na Idade Média a idéia de que
ele tinha parte como demônio, principalmente se fosse preto, porque essa
era a cor que simbolizava as trevas onde o diabo vivia. Hoje em dia, na
Inglaterra, o gato simboliza a magia sem malícia e considera-se
geralmente que é um animal que dá sorte. Um gato atravessando no seu
caminho é muita sorte, mas há quem afirme que é um mau presságio se o
gato atravessa a rua da esquerda para a direita ou se ele fugir. Outros
acreditam que se um gato preto lhe presta uma visita, nunca deve ser
expulso porque poderia levar a sorte da casa consigo.
ARANHAS
Na Idade Média
consideravam-se as aranhas como insectos benéficos, trabalhadores e
portadores de boa sorte. Ninguém ousava deitá-las para fora das suas
casas já que que acreditavam que com as suas teias ficavam com o ar
purificado. Tanto para os hindus como para o povo judaico, a aranha foi
desde sempre um símbolo de trabalho, de amor e de prudência, castigando
se quem destruísse uma das suas teias. Na medicina popular diz-se que a
teia da aranha tem a capacidade de estancar hemorragias e de neutralizar
algumas doenças.
O LADO ESQUERDO
Dado que o coração está
inclinado para o lado esquerdo, sendo este lado considerado o lado da
vida, muitas pessoas acreditam que a esquerda representa sempre o lado
positivo, otimista, em todas as circunstancias. Treme o olho esquerdo?
Boas noticias. Tem um zumbido no ouvido esquerdo? Alguém esta a falar
bem de você. Único aspecto negativo: se tiver comichão na palma da mão
esquerda, terá de desembolsar algum dinheiro durante o dia.
A GRAVIDEZ
A gravidez também é uma época propícia para várias superstições:
-A mulher grávida deve
evitar passar por debaixo da cabeça de um cavalo, se não quiser que a
gravidez lhe dure 12 meses como a daquele animal.
-Deve ter cuidado quando
estiver costurando para que a linha não se lhe enrole no pescoço, pois a
criança nasceria estrangulada pelo cordão umbilical.
-Se cruzar as pernas, quando estiver sentada, dará à luz um filho aleijado.
- Quando a gravidez chegar ao sétimo mês, já o enxoval da criança deve estar pronto.
- Se uma mulher grávida
entrar numa casa onde se come e lhe escondem determinada comida, a
futura criança nunca gostará daquele alimento, enquanto não morrer a
pessoa que o escondeu.
- Outros acreditam que não se deve negar um pedido de uma grávida.
DIA 13
Acredita-se que esta
crença tenha a sua origem em duas lendas nórdicas. Foi organizado em
Valhalla (morada celestial das divindades) um banquete para 12
convidados. Porém, Loxi (espírito do mal e da discórdia) apareceu sem
ser convidado e iniciou uma discussão que ocasionou a morte de Balder, o
favorito dos deuses. O número ficou marcado como símbolo do azar.
Já a segunda lenda tem
como protagonista a deusa da beleza e do amor, Friga, cujo nome deu
origem às palavras friadagr e Friday, “sexta-feira” em escandinavo e
inglês, respectivamente. Quando as tribos nórdicas se converteram ao
cristianismo, a deusa foi transformada em uma bruxa que se exilou no
alto de uma montanha. Com o intuito de se vingar, Friga passou a se
reunir todas as sextas-feiras com outras 11 feiticeiras, mais o próprio
Satanás, num total de 13 participantes, para rogar pragas sobre a
humanidade.
FERRADURA
Segundo registos, o
objeto já era considerado um amuleto poderoso na Grécia Antiga. Em
primeiro lugar porque era feito de ferro, elemento que os gregos
acreditavam proteger contra todo mal. E o seu formato lembrava a Lua
crescente, símbolo de fertilidade e prosperidade.
Já os cristãos europeus
acreditavam que sua origem se deve a São Dunstan de Canterbury,
arcebispo inglês conhecido como grande estudioso da metalurgia. Reza a
lenda que, Dunstan teria posto ferraduras no demônio e somente as
retirou após ouvir a promessa do diabo de que nunca mais se aproximaria
do objeto.
BATER NA MADEIRA
Esta superstição está
associada à crença de que as árvores eram a morada dos deuses. Sempre
que se sentiam culpados de algo, batiam no tronco para invocar as
divindades e pedir perdão. Costume ligado a povos primitivos pagãos. Os
celtas, também tinham um costume parecido. Os sacerdotes, os druidas,
batiam na madeira para afugentar os maus espíritos, pois acreditavam que
as árvores consumiam os demônios.
ESCADAS
Alguns acreditam que a
superstição surgiu na Europa Medieval. Quando um castelo era atacado, a
ponte levadiça era recolhida. Um dos únicos meios de invadir era usar
escadas. A defesa para este tipo de ataque era atirar óleo fervente ou
por piche nos muros do castelo para repelir os invasores. Quem segurava
as escadas, geralmente recebia um banho mortal. Portanto, segurar uma
escada por debaixo passou a significar má sorte. Ainda hoje é
considerado mau agouro andar por debaixo de uma escada de um pintor,
pois objetos podem cair de cima.
ESPELHO
Há milhares de anos,
acreditava-se que a imagem de uma pessoa, seja numa pintura ou mostrada
em um reflexo, era parte dela própria, e qualquer coisa que acontecesse
com a imagem, sucederia também a ela. Mais adiante, os gregos tinham o
costume de ler o futuro a partir da imagem de uma pessoa refletida sobre
uma tigela com água. Se o pote quebrasse, era azar na certa. Os romanos
herdaram esse hábito, acrescentando que a má sorte se estenderia por
cerca de sete anos. Hoje acredita-se em superstições como:
- Quando uma pessoa morre todos os espelhos da casa devem ser cobertos com pano preto durante a semana seguinte após sua morte.
- Não é boa ideia a pessoa falar diante de um espelho, porque durante aquela noite provavelmente ela terá sonhos horríveis.
- Recém-nascidos não devem ser colocados diante de espelhos, pois se isso acontecer, eles vão demorar a falar.
- Quebrar um espelho dá sete anos de azar.
- Ficar se admirando num espelho quebrado é ainda pior. Significa quebrar a própria alma.
- Ninguém também deve se olhar num espelho à luz de velas.
- Não permita ainda que outra pessoa se olhe no espelho ao mesmo tempo que você.
A superstição, nascida
no século VII aC, dizia que o coelho era considerado um talismã. Seu pé
(ou pata) traseiro foi a maneira mais fácil de se beneficiar da sorte do
animal. Além disso, os chineses o consideram como um símbolo de
prosperidade. Algumas culturas acreditam que o pé de coelho ajuda a
promover a reprodução, aumentando as chances de engravidar.
GUARDA-CHUVA
Segundo a superstição, a
má sorte vai chover sobre você, se você abrir um guarda-chuva dentro de
casa. Uma explicação vem da época em que guarda-chuvas eram usados como
proteção contra o sol. Abrir dentro de casa, era considerado um insulto
ao deus sol. Outra teoria: um guarda-chuva protege contra as
tempestades da vida, assim, abrindo-o em sua casa, acaba insultando os
espíritos guardiães, levando-os a deixá-la desprotegida.
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