Por Ciro Sanches Zibordi
Em poucos dias, artistas famosos e jornalistas da grande mídia se transformaram em católicos fervorosos! E mais: muitos evangélicos, ignorando ou relativizando questões doutrinárias inegociáveis — como o fato de Jesus ser o único e suficiente Mediador entre Deus e os homens (1 Timóteo 2.5; João 14.6) —, passaram não só a admirar o papa Francisco, como também a achar que ele é a solução para o evangelicalismo em crise!
Ora, repito, no que tange à visão humanitária e pacificadora do papa Francisco, estou com ele. Independentemente de religião, toda a humanidade — formada por católicos, muçulmanos, judeus, budistas, evangélicos, hinduístas, espíritas, ateus, agnósticos, etc. — deve se unir, buscar a paz e procurar socorrer os pobres, ajudar o povo carente, contribuir para a educação de todos. Não obstante, no campo teológico, o assunto é muito diferente!
Por que Martinho Lutero iniciou a Reforma Protestante? Tal reforma teve reflexos em outras áreas, é claro, mas ela ocorreu, sobretudo, no âmbito teológico, por causa da deturpação das Escrituras. Os reformadores se opuseram aos desvios do Evangelho! Em outras palavras, eles protestaram contra o fato de a Igreja Católica Apostólica Romana não estar sendo fiel à sã doutrina apresentada nas Escrituras.
Segue-se que o autêntico cristianismo precisa de mudanças que transcendam a aparência de piedade. Deus espera, na verdade, que a eficácia desta não seja negada (2 Timóteo 3.1-5). Ou seja, além da simplicidade e do desapego a bens materiais — qualidades do papa Francisco —, é preciso que haja compromisso com a sã doutrina e com a adoração exclusiva ao Senhor Jesus.
A cristocentricidade (ou a cristocentralidade) do Evangelho não admite o culto à personalidade (antropocentrismo), ora presente no meio evangélico. Mas o autêntico Evangelho também rejeita o culto a Maria (mariolatria), há séculos presente no catolicismo! Portanto, supervalorizar os bons atributos do papa Francisco, em detrimento de verdades inegociáveis do Evangelho, é uma incoerência sem tamanho.
Ciro Sanches Zibordi
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