
AGNOSTICISMO
Doutrina
que defende a incognoscibilidade de qualquer ordem de realidade
desprovida de evidência lógica satisfatória. O termo foi criado por T.H.
Huxley (1825 – 1895), para expressar o seu desprezo em face da atitude
de certeza dogmática simbolizada pelas crenças dos antigos gnósticos.
Nega a possibilidade de um conhecimento racional e certo de qualquer
realidade transcendente. Para o agnosticismo a razão humana não pode
adquirir uma ciência certa, a não ser das realidades apreendidas pela
experiência sensível; apenas afirma que isso não se pode conhecer com
certeza por meio da razão. Como sistema teológico foi condenado pelos
apóstolos e pela Igreja. Sob qualquer forma que se apresente, o
agnosticismo deve ser considerado segundo o sistema científico a que se
amolda e também os pressupostos da teoria do conhecimento que adota.
ANALOGIA DA FÉ
Era analogia entis que Karl Bath substitui pela analogia Fidei (analogia da fé), visto que a verdade religiosa é dada por Deus.
É
um conceito Bíblico tirado de Romanos 12, (analogia tes pisteões) ou
(metron pisteõs), que são palavras semelhantes "analogia da fé" e
"medida da fé", representam um desenvolvimento do significado paulino
original. Para a hermenêutica a analogia da fé conota que passagens
bíblicas podem ser interpretadas com outras passagens porque nada dentro
das escrituras podem se contradizer e tendo em vista que Deus é o autor
das Escrituras. Para Agostinho a interpretação da das Escrituras não
deve violar a fé. E Lutero usa termos quase semelhantes "o intérprete
primário da Escritura deve ser ela própria", por isso as autoridades
cristãs evitavam qualquer fonte fora das Escrituras. Para alguns pais da
igreja passagens difíceis das escrituras são iluminadas pela fé
ensinadas pela igreja, já o protestantismo da reforma é contra essa
idéia imposta pelo catolicismo. Ainda como princípio exegético a
analogia da fé sofre alguns abusos com significados que o autor bíblico
não quis colocar no texto, por isso o intérprete de uma passagem bíblica
deve se esforçar o máximo para extrair do texto o que realmente ele
diz.
ANTROPOLOGIA TEOLÓGICA
Antropologia
nasceu com o grego Heródoto, no século V a.C. que foi cognominado Pai
da Antropologia. Antropologia Teológica é a doutrina do homem no que
tange a Deus. Teve sua transformação em duas grandes transições: a do
cosmo para Deus, quando o cristianismo suplantou a visão grega da
realidade. A segunda é de Deus para o homem e ocorreu na época moderna
em conseqüência da secularização e do ateísmo. Repentinamente Deus
desaparece de cena e cede lugar ao homem. Sua transformação teve início
no Renascimento. O espírito humano abre-se a um novo modo de ver e agir,
um violento contraste com o precedente, enquanto o primeiro, o centro
de todo interesse era Deis, agora o centro é o homem. A filosofia é ao
mesmo tempo a testemunha fiel e artífice principal da transição do
teocentrismo para o antropotismo. Vemos aí (Descartes, Hume, Spinosa).
Mas Kant que atinge o momento conclusivo, afirmando que o homem não é
mais simplesmente o ponto de partida, mas também o ponto de chegada da
reflexão filosófica. Vemos também dois princípios que são supremos na
antropologia teológica: São o arquitetônico e hermenêutico. O
arquitetônico é o eixo do ordenamento de todos os eventos da história da
salvação. O hermenêutico é a verdade primária a cuja luz a teologia
procura compreender e interpretar um dos aspectos da história da
salvação.
CALVINISMO
Doutrina religiosa fundada por João Calvino. Ele nasceu em Noyon, em 1509 e morreu em Genebra em 1564.
Caracteriza-se
pela origem democrática da autoridade religiosa (os ministros não são
padres). Os principais fundamentos da doutrina estão contidos na obra de
Calvino intitulada "Instituição da Religião Cristã". Calvino e seus
seguidores, sustentavam a soberania absoluta de Deus, a justificação
pela fé, e a predestinação. O Calvinismo não admite as cerimônias
religiosas e nega com rigor a tradição; pela crença na predestinação
acha inútil as obras para a salvação. Segundo Calvino, a fé se dá pela
deposição de absoluta confiança em Deus. Os seguidores
de Calvino, na França, passaram a ser chamados "huguenotes".
Propagou-se a doutrina pela Holanda, Suíça, Hungria, Escócia e Estados
Unidos. Do Calvinismo, originou-se o puritanismo e as demais igrejas
protestantes.
Esta
doutrina não foi aceita pelos sorbonistas, e Calvino foi perseguido e
obrigado a deixar a Igreja Católica, fugindo para Basiléia.
CONSELHO MUNDIAL DE IGREJAS – CMI
Desde
1909 – Conferência Missionária Mundial em Edinburgo até 1937 –
Conferência sobre "Vida e Trabalho" em Oxoford e sobre "Fé e Ordem" em
Edimburgo – o movimento ecumênico era atuante sob muitos aspectos mas
não tinha organização central. Por ocasião das conferências de 1937
tomaram-se as primeiras iniciativas para a fusão de "Vida e Trabalho" e
"Fé e Ordem" num Conselho Mundial de Igrejas – CMI. De 1938 a 1948
este permaneceu – devido à Segunda Guerra Mundial – oficialmente em
"processo de formação"; em Amsterdã, em 1958, ele foi formalmente
estabelecido.
O
CMI é uma comunhão de igrejas que confessam o Senhor Jesus como Deus
Salvador, segundo as Escrituras e por isso buscam cumprir em conjunto a
sua vocação comum para glória do único Deus, Pai, Filho e Espírito
Santo. É uma organização ecumênica internacional das igrejas cristãs da
Reforma da qual a igreja católica faz parte como observadora. Prolonga
historicamente os dois movimentos mundiais: "Vida e Trabalho", "Be
Oxford" e "Fé e Ordem" de Edimburgo.
O
CMI não é uma igreja, nem pretende ser uma espécie de "super igreja",
mas existe para servir as igrejas como instrumento, possibilitando-lhes
entrar em contato umas com as outras. O CMI não considera nenhum
conceito ou doutrina sobre a unidade da igreja como normativo para suas
igrejas membros. Pretende ajudar todas elas na procura dessa meta.
A 5a Assembléia
Geral foi em Nairobi em 1975. Ela propôs um consenso em torno da
unidade nos seguinte termos: "Jesus Cristo fundou uma igreja. Hoje
vivemos em diversas igrejas separadas umas das outras. Contudo, nossa
visão do futuro é que algum dia viveremos de novo, como irmãos e irmãs
numa igreja indivisa.
O
CMI exerce seu mandato por intermédio da Assembléia Geral, do Comitê
central do Comitê executivo, das Comissões, dos Comitês das Unidades de
Programas e dos Centros Permanentes Administrativos de Genebra e Nova
York. A Assembléia se reúne a cada sete anos.
CORRELAÇÃO (teologia)
Paul
Tillich faz uma correlação entre teologia de Bultmann ortodoxia e a
teologia de Karl Barth cristomonismo, esta teologia foi desenvolvida em
1951. Paul Tillich chegou a um consenso que sintetiza a sabedoria e a
experiência humana com a religião bíblica, empregando todos os recursos
da ciência, da história, da literatura, da arte, e da psicologia em
profundidade, bem como a filosofia clássica e a moderna, em especial o
existencialismo de Kierkegaard. Assim estabeleceu um tipo de doutrina
teológica que era o fim apologético e estabeleceu a correlação de fé com
a existência humana. Paul Tillich afirma que a doutrina só tem valor ou
significado para o homem, se estiver relacionado com os problemas, as
situações, e as crises de sua existência cultural, secular e cotidiana.
Paul
Tillich escolheu atuar "na fronteira" entre a religião e a cultura ele
escreve "a religião é a substância da cultura e a cultura é a forma da
religião" Paul Tillich afirma que sempre que ele se encontra entre duas
possibilidades existenciais, ele reflete sobre sua posição de sempre Ter
um pé em cada um dos dois arraiais tradicionalmente antagônicos. Daí
sua teologia de correlação inteiramente dialética. Paul Tillich procurou
relacionar os problemas de sua filosofia, a partir da condição humana
comum e demonstrou a relevância e o significado da doutrina teológica
relacionada com o problema assim interpretado. Sua tese torna-se numa
síntese em quatro níveis: (1) disciplina, (2) antológica, (3) histórica,
e (4) na vida pessoal.
DEÍSMO
Vem
do latim deus, "deus". Os socianos introduziram o termo no século VI.
Porém veio a ser aplicado a um movimento dos séculos XVII e XVIII, que
enfatizava que o conhecimento sobre questões religiosas e espirituais
vem através da razão, e não através da revelação, que sempre aparece
como suspeita e como instrumento de fanáticos e de pessoas de
estabilidade mental questionável. Vendo-se nisto a característica
principal do deísmo, conhecimento através da razão e não sobrenatural. A
isso podemos chamar de religião natural comum a todos, era uma garantia
de uma convivência pacífica, que surge como um reflexo do iluminismo no
campo religioso.
DEMITIZAÇÃO
Método
desenvolvido na teologia protestante e católica, proposto pelo teólogo
alemão Rudolf Bultmann (1884-1976), e que visa a escoimar a mensagem
cristã da roupagem dos mitos. Na sua forma genuína, salva o essencial
das narrativas, despindo-as de sua veste literária mítica, para poder
interpretá-las de modo crítico e não eliminá-las. Consiste na
discrepância entre cosmologia antiga e moderna bem como entre as
compreensões existenciais divergentes dos homens da Bíblia e dos de
todas as épocas posteriores. A demitização, não reside na eliminação de
asserções e descrições, mas em sua interpretação, para que a mensagem
nelas contida adquira dimensões existenciais. Essa interpretação
pressupõe que as categorias mitológicas utilizadas pelos autores se
constitua em instrumento destinado a expressa a revelação. Busca impedir
que a mensagem evangélica se fundamente em assertivas mitológicas,
perdendo seu caráter paradoxal.
Dialética vem do Dialéktos grego,
que significa discurso, debate. Esse vocábulo refere-se àquele tipo de
atividade filosófica que traça distinções rígidas, que trazem à luz
contrários e opostos.
Dialética
é o emprego da formulação, tese, antítese e síntese. A dialética
determina todos os processos da vida, e deve ser aplicada na biologia,
na psicologia, e na sociologia. A própria vida é dialética.
Para
Platão a dialética tornou-se uma forma suprema de adquirir
conhecimento. A dialética aparece como o nome dado ao estudo do
inter-relacionamento das idéias platônicas.
Dialética
é o jogo dos opostos que se fundem gerando assim uma tese, que tem em
si uma antítese, que gera uma síntese, que é a nova tese.
A
dialética explica a mudança como resultado do conflito entre os
opostos, que se fundem num novo tipo de coisa que sintetiza ambos os
opostos.
ETERNIDADE
As
palavras hebraicas, ADH e OLAM, designam qualquer período com duração
desconhecida, e tempo não fixado. É similar no grego no vocábulo AIÔN
que indica uma vida inteira ou um tempo indefinido no passado ou no
futuro.
Na
filosofia grega, a existência da eternidade divina subentendia, a
realidade e insignificância daquilo que é temporal. Para Platão a esfera
da eternidade é imaterial diferente de nosso mundo. Heráclito,
associava a idéia de fluxo com a idéia de existência.
A
idéia de eternidade não deve ser entendida em contraste com o tempo. A
idéia Bíblica de eternidade não é ausência de tempo mas a extensão
ilimitada de tempo, uma sucessão infinita de eras. A era presente é
limitada em sua duração, tendo um começo e um fim; a era futura tem um
começo, não sabemos o fim.
A
eternidade unida no próprio Deus, portanto ele não tem causa, dotado de
um tipo de vida que se encontra exclusivamente no ser divino.
EVANGELHO SOCIAL
O
Evangelho Social apareceu no final do séc. XIX e dava bastante ênfase
aos aspectos sociais do cristianismo. Esta corrente do protestantismo
moderno teve como base o livro "Em Seus Passos o
que Faria Jesus?" Esta corrente teve como sua maior expressão a figura
de Walter Rauschenbush. O Evangelho Social se caracterizou por uma dupla
ênfase, as quais são:
- Uma função mais ampla da Igreja;
- E uma crítica crescente dos sistemas e ideologias da ordem vigente.
Foi
sem dúvida alguma uma aplicação da ética cristã em resposta as
exigências de uma nova situação histórica – a intensidade dos problemas
sociais geradas pelo rápido crescimento industrial dos EUA. Tendo em
vista este fato, a consciência cristã viu-se obrigada a converter-se em
consciência social.
EVANGELICALISMO
Movimento
no cristianismo moderno que transcende as fronteiras denominacionais e
confessionais, enfatizando a conformidade com as doutrinas básicas da fé
e um alcance missionário de compaixão e urgência. Quem se identifica
com este movimento é um "evangélico conservador" (ou "evangelical") que
crê no evangelho de Jesus Cristo e o proclama. A palavra é derivada do
substantivo grego euangelion, traduzido como boas-novas, notícias de alegria, sendo euangelizomai o
verbo correspondente, que significa anunciar boas-novas ou proclamar
como boas-novas. Estas palavras aparecem quase cem vezes no Novo
Testamento e passaram para os idiomas modernos através do equivalente em
latim, evangelium.
Desde
a Reforma Protestante, a palavra tem sido adotada por certos grupos
cristãos, que supõem que retornaram ao evangelho (ou Bíblia), em
contraste com o sistema tradicional que se desenvolveu na Igreja
Católica Romana. Na Alemanha, na Suíça e em alguns outros países a
palavra passou a indicar o corpo geral das igrejas protestantes. Na
Inglaterra, é empregada quase como sinônimo da Igreja Baixa (expressão
que aponta para os membros de postura mais protestante e evangélica). Na
atualidade, os evangélicos são aqueles grupos, essencialmente
protestantes, que frisam a necessidade do evangelismo, da expiação
mediante o sangue de Cristo, da regeneração, da crença nos elementos
fundamentais do ensino bíblico. Usualmente, esses grupos apegam-se a
esses documentos sagrados com a sua base de autoridade, rejeitando as
tradições, os concílios, etc., como padrões de fé e prática. Assim, o
evangelicalismo é muito mais do que um assentimento ortodoxo a
determinados dogmas ou uma volta racionária aos costumes antigos. É a
afirmação das crenças centrais do cristianismo histórico.
Embora
o evangelicalismo seja geralmente considerado um fenômeno
contemporâneo, o espírito evangélico sempre se manifestou no decurso da
história eclesiástica. A igreja apostólica, os pais da igreja, os
movimentos reformistas medievais, pregadores como Bernardo de Claraval,
Pedro Waldo, John Wycliffe, John Huss e Savonarola se distinguiram
dentro do evangelicalismo de tempos remotos. Dos mais recentes podemos
citar: John e Charles Wesley, George Whitefield, os batistas,
congregacionais e metodistas. No século XIX, surgiram Charles Spurgeon,
George Williams, Hudson Taylor, Charles Finey, D. L. Moody, as cruzadas
evangelísticas de Billy Graham, e outros. Com a "autoctonização" das
organizações assistenciais e evangelísticas e o envio de missionários
por grupos dentro dos próprios países do Terceiro Mundo, o
evangelicalismo já obteve sua maioridade e é verdadeiramente um fenômeno
global.
EXISTENCIALISMO
Os
existencialistas ao contrário do modo de pensar do homem da Idade Média
que dizia que o ser humano possuía uma essência que "a priore" o
determinava, diziam que o homem é um ser histórico e que sua essência
vai sendo construída pois a "existência precede a essência".
A
doutrina existencialista tem como precursor Kierkegaard (1813-1855) o
qual atacou a interpretação dogmática do cristianismo e o sistema
metafísico Hegeliano.
Kierkegaard
propôs-se a conduzir os indivíduos à plenitude da sua existência, a
qual seria realizada mediante a decisão livre do indivíduo e a fé em
Deus.
Os
filósofos existencialistas refletem sobre a natureza da realidade, mas
subordinavam as questões tradicionais da metafísica e da filosofia do
conhecimento a uma perspectiva antropocêntrica (isto é, o homem como
referência o valor principal). Para eles dar-se um confronto dramático e
trágico entre o homem e o mundo. Os mesmos menosprezavam o conhecimento
científico em particular a psicologia, na medida em que esta se
pretende ciência – e nega a existência de valores objetivos, enfatizando
como preferência a realidade e a importância da liberdade humana.
No
séc. XX as posições existencialistas desenvolveram-se na sua forma
ateísta por Heidegger (1889-1969) e Gabriel Marcel (1889-1963). Karl
Jaspers considerava a filosofia como metafísica dentro da qual se
processa todo o saber e toda a descoberta possível do ser.
O
que os filósofos existencialistas tem em comum, é o conceito de
existência, pois para os mesmos existir implica em estar em relação como
outros seres humanos, com as coisas e com a natureza, sendo estas
relações múltiplas, concretas, denominadas possíveis de acontecer ou
não.
FENOMENOLOGIA
FENOMENOLOGIA – Do grego yaíva que significa: a brilhar, dar luz, ser brilhante.
FENOMENOLOGIA – Fenômeno + logia – aparência + conhecimento – estudo do fenômeno.
A FENOMENOLOGIA tem como pai o filósofo alemão Esmund Husserl (1859-1938) da escola de Cristian Wolff.
Hussel
pretendia fazer uma análise descritiva particularizada do fenômeno. Ele
aplicava a redução eidética, o que chamava de purificação do fenômeno –
A busca da essência.
Este termo foi trabalhado por outros pensadores que lhe deram diferentes compreensões.
O
filósofo Lambert, entendeu FENOMENOLOGIA como sendo o estudo dos erros
da aparência ilusória. Kant tomou o vocábulo para explicar as
características dos fenômenos de forma geral. Hegel particularizou-lhe
ao desempenho da mente, pressupondo-lhe como o pensamento absoluto.
Na compreensão de William Hamilito era a identificação do objeto pelos dados empíricos.
Para Heidegger a FENEMOLOGIA mostra o que está escondido e fundamenta o que se mostra possibilitando o estudo do "SER".
Sartre
concorda com Heidegger e entende que o pensamento natural é um fenômeno
que busca a transfenomenologia que leva a considerações antológicas.
Todavia, Husserl insistiu em purificar o termo desatrelando-o da psicologia.
É
de Husserl o conceito contemporâneo: "FENOMENOLOGIA é a generalização
da noção de objeto que compreende não somente as coisas materiais, mas
também as formas de categorias, as essências e os objetos ideais. É uma
investigação a priore dos significados do pensamento".
GNOSTICISMO
Esta palavra vem do grego "gignoskein",
saber, sistema eclético filósofo-religioso, surgido nos primeiros
séculos da era cristã buscando conciliar todas as religiões e
decifrar-lhes o sentido através da gnose. Gnosticismo é a primeira
tentativa de uma filosofia cristã, tentativa conduzida sem rigor
sistemático, com a mistura de elementos cristãos, místicos,
neoplatônicos e orientais.
A
principal corrente das idéias gnósticas foi o espiritualismo
neoplatônico de Filo de Alexandria. O gnosticismo cristão era
basicamente uma forma de heresia sobre a pessoa de Cristo, explicando-a
termos teosóficos ou de filosofia pagã.
No
tocante ao cristianismo, o gnosticismo consistia essencialmente, na
tentativa de fundir as revelações dadas por meio de Cristo e seus
apóstolos com os padrões de pensamentos já existentes. Se porventura o
gnosticismo tivesse sucesso, nessa tentativa, o cristianismo
tornar-se-ia apenas mais outro culto misterioso greco-romano. Os
principais gnósticos: Basílides, Carpócrate, Valentim e Bardesane.
HISTORICISMO
Doutrina
Histórica-Filosófica que define o pensamento como resultado cultural do
processo histórico e reduz a realidade e sua concepção à história
adotada por autores como Croce, Nietzesche, Conte e Simmel.
Essa palavra vem do termo alemão "historismus", uma palavra usada para se aplicar a uma ênfase exagerada sobre a história.
O
termo foi cunhado por Mannheim e Troeltsch, da escola neokantiana;
afirmava que "tudo é história", e Dilthey, argumentava que todos os
historiadores escrevem como cativos de sua era e circunstâncias
particulares. Isto significa que é muito difícil chegar-se a uma
história pura, se estivermos olhando para os sentidos envolvidos no
processo histórico. Certamente, Hegel e Marx podem ser criticados desse
modo. Hegel, porque via a síntese histórica cumprida na monarquia
constitucional do governo alemão, que vigorava em seus dias, em sua
pátria: e Marx, por haver pensado, totalmente, que o comunismo poria fim
ao processo histórico, por ser uma síntese final.
A
doutrina segundo a qual a realidade é histórica (isto é,
desenvolvimento, racionalidade e necessidade) e que todo conhecimento é
conhecimento histórico. Ela supõe a coincidência de finito e infinito,
de mundo e de Deus, e considera, portanto, a história como a própria
realização de Deus.
Concepção
segundo a qual o pensamento humano se caracteriza por seu processo
histórico erigido em sistema a ponto de fazer do tempo o gerador e o
decorador das verdades que a escola vai paulatinamente ensinando. Uma
variante da doutrina precedente, que vê na história a revelação de Deus
no sentido de considerar cada momento da própria história em relação
direta com Deus e permeado dos valores transcendentes, incluídos por
ele, na história.
O
termo historicismo também é usado em um sentido negativo, como sinônimo
de falácia genética. Esta consiste em explicar de outro modo (mediante
falsificação) a natureza de algum fenômeno, mediante uma alusão à sua
origem.
HUMANISMO
Na
idade média no séc. XVI o que predominava era o teocentrismo; tudo era
em nome de Deus ou seja (Deus era o centro de tudo), enquanto na
renascença criaram o humanismo, o homem no centro de todas as coisas, o
homem é a primazia (visão antropocêntrica); Protágoras afirmava que o
homem é a medida de todas as coisas, de tal modo que segundo o
humanismo, todas as considerações éticas, metafísicas e práticas
dependem do homem, e não de forças cósmicas, dos deuses, etc. Assim,
criou-se um filosofia relativista, sem valores fixos ou absolutos.
Foi assim cunhada a significação clássica do termo, ou aquele tipo de cultura e ênfase promovidos por certos filósofos gregos.
Durante
a Renascença, homens como Petrarca e Erasmo de Roterdã retornaram às
raízes gregas quanto a muitos valores; e assim foi rejeitado, pelo menos
em parte, o modo de pensar que se desenvolvera no escolasticismo, com
sua autoridade religiosa centralizada, que também caracterizava a Igreja
medieval e a sociedade. Erasmo, naturalmente, como cristão, dava valor à
missão de Cristo, tendo adicionado isso à sua clássica maneira de
pensar sobre o homem. O humanismo cristão da Idade Média e da Renascença
tem mostrado ser o único fundamento da liberdade pessoal e acadêmica da
era moderna. O homem aparece como a base de todos os valores e de toda
excelência bem como o objeto de todas as atividades. Augusto Conte foi o
grande campeão dessa forma de humanismo. Ele fazia da humanidade o
único objeto da nossa adoração.
IDEALISMO
O termo vem do grego ideein, "ver", e de eidos,
"visão, contemplação". De acordo com um uso popular, o termo indica um
conjunto de padrões daquilo que é mais desejável, como os esforços
necessários para atingir tal alvo.
Ideal – Vêm do termo grego "eidos", "visão", contemplação, considerem os pontos abaixo:
O
uso popular dessa palavra refere-se a algum padrão de perfeição ou algo
que aponta para nobreza, para alguma elevada qualidade, ou seja, para
algo que deve ser emulado. O ideal é a forma mais desejável de
realização de qualquer coisa. Aquilo que existe somente na imaginação,
sem qualquer realidade física. Quando um ideal é pertencente às idéias,
então devemos falar em ideal conceptual. Nos escritos de Platão, idéia é
arquétipo. O mundo ideal é o mundo arquétipo e não material das idéias,
das formas universais.
Idealismo
Platônico – Platão preparou o caminho para um tipo especial de
idealismo que tem desfrutado uma longa e influente história. Para ele,
as idéias, formas ou universais, são verdadeiras realidades, possuídas
de natureza espiritual. A matéria seria menos real e, se admitirmos
qualquer realidade, então teremos um dualismo, onde o ideal é mais real,
e a matéria é menos real, imitativa do real, em seu caráter. Esse é um
tipo de idealismo metafísico, que admite certo tipo de dualismo. O
cristianismo reteve essa forma de dualismo. O mundo celeste é o mundo
espiritual, onde imperam as realidades espirituais, e o mundo inferior é
material, e é mera cópia do mundo superior, por intermédio do poder do
LOGOS. Os trechos de Heb. 8.5; 9-23 refletem o dualismo Platônico, com
uma cópia do arquétipo que vai sendo produzida nos objetos materiais.
Essa forma de idealismo metafísico chama-se realismo metafísico, dando a
entender que a idéia é que é real".
Idealismo
Hegeliano – Hegel ensinava um idealismo absoluto. A força Cósmica
todo-abrangente (Deus) é idéia, e não material. É, espiritual em sua
essência. O idealismo subjetivo, dentro desse sistema, é a tese. O
idealismo objetivo seria a antítese. Essas formas, são apenas nomes que
damos às operações do Espírito Absoluto, que atua através de seu próprio
sistema de tese, antítese e síntese, através da qual dá forma a todas
as coisas, bem como seu estado de ser, seus atos e suas realizações. O
Espírito Absoluto nunca descansa, e nenhuma síntese dEle é final. Uma
nova tese surgirá inevitavelmente de sua antítese, dando origem a uma
nova síntese.
ILUMINISMO
Movimento
filosófico que teve seu apogeu no século XVIII e determinou a face
espiritual do século XIX. Caracterizou-se pela confiança no progresso e
na razão, pelo desafio à tradição e à autoridade, e pelo incentivo à
liberdade de pensamento. Irradiou-se da Inglaterra e dos Países Baixos.
Apresenta aspectos diversos conforme os países. O iluminismo católico
mostra linhas nitidamente sociais e humanitárias.
As
lojas maçônicas ajudaram a disseminá-lo por toda a Europa. O movimento
contra as crenças e instituições estabelecidas ganhou impulso durante o
século XVIII, com Voltaire, Rousseau, Tugot, Condorcet e outros. Muitos
foram presos em função de suas convicções, mas através da Enciclopédia
seus ataques ao governo, à Igreja e ao judiciário forneceram a base
intelectual para a Revolução Francesa.
JANSENISMO
(Do
francês jansénisme). O jansenismo foi um movimento de tentativa de
reforma, dentro da Igreja Católica Romana, seguindo idéias de Cornelius
Jansen, bispo de Ipres (1585-1638), depois da morte dele. No campo
moral, o jansenismo atacava o laxismo e defendia uma disciplina
rigorosa. Jansen buscava respostas para certas questões doutrinárias
levantadas pelo luteranismo e pelo calvinismo.
O
seu tratado teológico, publicado dois anos após a sua morte, chamado
Augustinus, vivia uma forma extrema e radical da idéias de Agostinho,
pois achava que a reforma dos dogmas católicos e da ética romana deveria
usar moldes agostinianos como guia.
Causou
grande comoção, principalmente em face de sua forte ênfase sobre a
doutrina da predestinação e sobre o ensino que a graça divina se limita
aos eleitos. Foi adotada a principio na abadia de Port-Royal e condenada
pelo para Inocêncio X em 1653.
O
termo "jansenista" adquiriu significados secundários, como de
escrúpulos éticos extremos e grande rigor quanto às questões dogmáticas,
disciplinares e de costume. Um resultado positivo do movimento foi que o
mesmo inspirou um maior desenvolvimento da filosofia e da teologia
morais.
LIBERALISMO
Conjunto
de idéias e doutrinas que têm por objetivo assegurar a liberdade
individual inclusive no campo moral e religioso. Preconiza o direito ao
indivíduo de adotar idéias e posições avançadas. É contrário a qualquer
tipo de intolerância. Admite maior amplitude na esfera das opiniões
pessoais.
- LIBERALISMO RELIGIOSO – foi um desenvolvimento da teologia alemã posterior ao iluminismo.
É
a doutrina segundo a qual não existe verdade positiva em religião, mas
num credo vale o outro. Ele não reconhece como verdadeira nenhuma
religião. Ensina que todas devem ser toleradas e que todas são matéria
de opinião. A religião revelada não é uma verdade, mas um sentimento e
um gosto, não é um fato objetivo nem milagroso, e é direito de todos os
indivíduos seguirem aquilo que a sua fantasia quiser.
- LIBERALISMO
POLÍTICO – Defende a valorização da livre iniciativa e da liberdade
individual no campo da política e da economia, eqüivale no campo do
conhecimento à valorização da experiência individual, tanto intelectual
quanto sensível.
- LIBERALISMO
ÉTICO – Não admite nenhuma restrição imposta por algum sistema, como
numa igreja, numa fé religiosa, o Estado, etc. O homem como indivíduo,
tem a liberdade de tomar suas próprias decisões éticas, sobre quaisquer
bases e de acordo com qualquer sistema ou teoria. A liberdade ética
pois, não implica, necessariamente, na liberdade de qualquer tipo de
obrigação, mas somente na liberdade de certos tipos de restrição. Assim,
um homem pode sentir-se restringido por sua própria consciência e pela
fé bíblica, mas não por outras forças.
METAFÍSICA
Ramo
da filosofia que trata dos princípios e fundamentos das coisas
primárias, ou realidade última. Essa palavra procede de Andronico de
Rhodes, que colecionou pela primeira vez, os escritos de Aristóteles, no
ano 70 a .C.
Escreviam-se então, ao final dos tratados de física, especulações
abstratas, que passaram a ser conhecidas com o nome de meta ta phusia
(depois da física). Com o passar do tempo, o termo meta (depois) tomou o
sentido de "mais além" dos domínios da física. Passou a designar as
teorias racionais que se situam além da verificação experimental dos
fenômenos físicos aparentes.
MITO
Vem do grego, mythos,
que significa "contar", "narrar uma ficção". Pode-se dizer que é uma
estória, apresentada como histórica, relacionada a tradições
cosmológicas e sobrenaturais de um povo, com seus deuses, sua cultura,
seus heróis, suas crenças religiosas, etc. Um mito é uma ficção popular,
contada como se fosse histórica e real. O pensamento religioso dos
povos primitivos se expressa quase exclusivamente através de mitos. Em
quase todas as religiões primitivas e desaparecidas, ou ainda
existentes, existe um forte elemento mítico. Em teologia, o mito
consistindo em história da (s) divindade (s), pressupõe a existência
desta (s), agindo ativa e passivamente no tempo e no espaço.
MONISMO
Esse vocábulo vem do grego, monos,
"único". Refere-se a qualquer doutrina que diz que algum princípio
único governa todas as coisas, por meio de cujo princípio tudo existe e
opera. Também pode ser uma doutrina panteísta em que Deus e a natureza se dissolvem em uma só realidade impessoal.
Pode-se
aplicar o monismo para o cristianismo para o cristianismo no sentido de
que postula uma única causa da existência, uma única fonte da vida.
Ainda no sentido da unidade da verdade, que propões que toda verdade é
uma só, visto que Deus é a fonte originária de toda verdade.
Esse termo
foi introduzido na filosofia por Christian Wolff, em sua discussão sobre
o problema corpo-mente. Ele usava a palavra "monismo" a fim de designar
a idéia daqueles filósofos que reconhecem somente a existência do corpo
físico, e que fazem da mente apenas uma função do cérebro, ou que
reconhecem somente a existência da mente, pensando que o corpo físico é
uma ilusão, ou apenas uma instância da mente. Não obstante ao
apresentado o monismo mostra outras formas:
- MONISMO
NEUTRO – defendido por Bertrand Russel; o mesmo dizia que a realidade
básica do mundo nem é a matéria física e nem é a idéia, mas antes,
alguma coisa neutra, ainda indefinida, por meio da qual se expressam, de
diferentes modos, os fenômenos materiais e mentais.
- MONISMO
EPISTEMOLÓGICO – assevera que o objeto conhecido e o processo de
conhecer são uma só coisa dentro da relação-conhecimento, o que empresta
imenso poder à percepção dos sentidos e suas capacidades.
MONOTEÍSMO
Essa palavra vem do grego mónos, "único" e theós,
"Deus. Ela indica aquele ensino que só existe um Deus, que tem
interesse pelo homem, que continua interessado pela sua criação,
intervindo.
Assim
desde os primeiros capítulos da Bíblia, os autores israelitas se
referem a um só Deus; desta forma ao narra a criação (Gn. 1. 1-2, 4), o
texto sagrado menciona EL ou ELHOIM (Deus), que tudo tira do nada por
sua palavra toda-poderosa. É o mesmo e único Deus que aparece nas
histórias de Caim e Abel, de Noé, dos Patriarcas, de Moisés, dos
profetas que anunciam a sua encarnação na Pessoa de Jesus Cristo.
Há muita
idéias associadas ao monoteísmo, com: Deus é dotado de vida necessária e
independente. Deus não pode deixar de existir e a sua vida não depende
de qualquer coisa externa ou fator sustentador. Deus como único Criador.
O Deus único criou tudo. O Deus único é Pai. Essa é a proposição mais
consoladora da religião, garantindo para o homem um teísmo baseado no
amor. O monoteísmo tem outras formas, como por exemplo:
- MONOTEÍSMO
ÉTICO – que é a afirmação de um só Deus com base ética. Desde o
princípio Javé foi considerado um Deus de propósito ético, que exige
completa obediência. O Javinismo era uma religião de vida e conduta,
segundo as leis que expressam a vontade de Deus. Essas leis, em que a
vontade de Deus assumiu forma concreta, incluem sobretudo as normas de
conduta apodicamente formuladas.
- MONOTEÍSMO
MÍSTICO – afirmação de um só Deus por razões místicas. Transcende todos
os reino do ser e do sentido, e seus representantes divinos, em favor
do fundamente e abismos divinos, dos quais ele provê e no qual
desaparecem. Todos os conflitos entre os deuses, entre o divino e o
demoníaco, entre os deuses e as coisas, são superadas naquele que é
último e que transcende a todos eles.
- MONOTEÍSMO
MONÁRQUICO – afirmação de um só Deus com soberania absoluta. Está na
linha divisória entre politeísmo e monoteísmo. O deus-monarca impera
sobre os deuses inferiores e sobre os seres da natureza divina. Ele
representa o poder e o valor da hierarquia. Seu fim seria o fim de todos
aqueles sobre os quais ele impera. Os conflitos entre os deuses estão
reduzidos por seu poder. Ele determina a ordem de valores. Foi isto que
os estóicos, fizeram quando identificaram Zeus como ultima cidade
ontológica.
- MONOTEÍSMO
TRINITÁRIO – afirmação de um só Deus em três pessoas distintas. Não é
uma questão com o número três. É uma tentativa de falar do Deus vivo: o
Deus em quem estão unidos o último e o concreto. O monoteísmo trinitário
é o monoteísmo concreto: a afirmação do Deus vivo.
NEO-ORTODOXIA
O
termo neo-ortodoxia significa uma "nova ortodoxia". A neo-ortodoxia não
é um sistema único; não é um movimento unificado; não tem um conjunto
articulado de fundamentos em comum. Na melhor
das hipóteses, pode ser descrito como uma abordagem ou atitude que
começou num ambiente comum, porém dentro em breve passou a se expressar
de vários modos. Começou com a crise associada à desilusão que seguiu a
Primeira Guerra Mundial, com uma rejeição do escolasticismo protestante
(que foi quando Melanchthom abandonou a intransigência dos outros
Reformadores e colocou seu profundo conhecimento do pensamento
aristotélico a serviço da Escritura), e com uma negação do movimento
liberal protestante que tinha ressaltado a acomodação do cristianismo à
ciência e à cultura ocidentais, a imanência de Deus e a melhoria
progressiva da humanidade.
Em
pouco tempo esse movimento alcançou a Inglaterra, onde C. H. Dodd e
Edwyn Hoskyns se envolveram; na Suíça, Gustaf Aulém e Ander Nygren
tornaram-se seguidores; nos Estados Unidos, com os irmãos Niebuhr; e em
outros lugares igrejas e países começaram a ler a respeito do movimento e
a observar aquilo que estava acontecendo. Com a ascenção do movimento
nazista na Alemanha, muitos líderes do movimento neo-ortodoxo
encontraram-se com outros cristãos alemães em Barmem em 1934 e
publicaram um declaração contra os males do nazismo. A repressão
resultante, feito por Hitler, forçou alguns como Paul Tillich, a se
exilarem; outros a voltarem à sua pátria tais como Barth; alguns a se
esconderem, tais como Dietrich Bonhoeffer.
A
primeira reação eficaz contra o liberalismo teológico foi promovida por
Karl Barth, que retomando Kiekegaard, denunciou vigorosamente todas as
tentativas de amordaçar Palavra de Deus com a razão. Este movimento
também foi chamado de "Teologia da crise", ou ainda "Teologia
dialética", além de "Neo-ortodoxia".
A
nova abordagem metodológica do movimento envolvia o uso do pensamento
dialético que remonta ao mundo grego e a Sócrates, pelo uso de perguntas
e respostas para derivar o discernimento e a verdade. Foi usado por
Abelardo em Sic et Non, e é técnica de colocar os opostos, um contra o
outro, na procura da verdade. Para os neo-ortodoxos, os paradoxos da fé
devem permanecer exatamente assim, e o método dialético que procura
descobrir a verdade no opostos dos paradoxos leva a uma fé verdadeira e
dinâmica.
O
conceito teológico fundamental do movimento foi aquele do Deus soberano
e completamente livre, que é totalmente outro em relação a Sua criação,
quanto à forma como ela é controlada, redimida, e como Ele determina
revelar-Se a ela. Também que a auto-revelação de Deus, um ato dinâmico
da graça, ao qual resposta da humanidade deve ser escutar. Essa
revelação é a Palavra de Deus num sentido tríplice. Jesus, como a
Palavra que Se fez carne; as Escrituras, que apontam para a Palavra que
Se fez carne e o Sermão, que é o veículo para proclamação do Verbo que
se fez carne.
A
relevância desse movimento foi tirar a Bíblia das mão dos críticos
liberais que procuraram só pela crítica-histórica explicá-las, como
também enfatizou a unidade das Escrituras e ajudou a precipitar um novo
interesse pela hermenêutica.
NEOPLATONISMO
Modalidade do platonismo criado por Plotino (204-270 a .C.).
Desenvolveu a mística do platonismo, partindo da idéia sobre a
capacidade da alma de elevar-se a contemplação dos arquéticos perfeitos
do mundo. Três níveis da realidade são afirmados: o da alma, o do
intelecto e o do Uno. A alma corresponde à mente do indivíduo com
pensamentos, memórias e percepções. O intelecto é o repositório dos
arquéticos. O Uno é Deus. A meta da vida filosófica consiste em se unir
com o Uno. O neoplatonismo teve influência no Oriente Próximo até o
século VI, inclusive na escola cristã de Alexandria.
NEOTOMISMO
Um
reavivamento do pensamento de Tomás de Aquino no século XX. Entendesse
que este movimento de retorno a doutrina de Tomás de Aquino e no anseio
da cultura católica, que foi iniciada pela incíclica de Leão XIII. Este
movimento consiste na defesa polêmica das teses filosóficas tomistas
contra as diversas direções da filosofia contemporânea e indiretamente,
na relaboração e na modernização de tais teses.
Um
dos mais importantes efeitos da florescência neotomista é a importância
renovada que asseveram, a partir dos últimos decênios do século
passado, os estudos de filosofia medieval isto é da escolástica
clássica.
NIHILISMO
Doutrina
filosófica que nega a existência do absoluto. Eqüivale, em termos
religiosos, à descrença radical. Em ética, designa a corrente segundo a
qual não há hierarquia de valores nem qualquer verdade de ordem moral. O
termo deriva do advérbio latino nihil que significa nada. Esse
vocábulo tem sido largamente usado em vários campos e com vários
sentidos. Foi cunhado por Turgeniev, em sua novela, Pais e Filhos
(1862). Ali, o termo tinha um significado político. Certo movimento
russo do último quartel do século XIX foi acusado de empregar esse
termo, em uma tentativa de destruição, mas sem qualquer plano
construtivo, digno do nome, que substituísse o que eles pretendiam
eliminar. Muitos oficiais russos foram mortos; imperou o caos; mas nada
se fez de construtivo.
O
NIHILISMO ÉTICO afirma que não existem valores genuínos; a moralidade e
os valores seriam artificiais, servindo a pessoas e a classes, mas nada
tendo a ver com a verdade. O PESSIMISMO é uma forma de NIHILISMO ÉTICO.
Schopenhauer, contudo, preservava alguns valores, ensinando que a
renúncia e a simpatia têm algum valor. O NIHILISMO POLÍTICO chega ao
extremo de afirmar que a destruição da ordem social herdada é, por si
mesma, um ato bom e positivo, mesmo que nada seja apresentado para tomar
o lugar das coisas e instituições destruídas. Bakunin era defensor
dessa posição extremada; mas Canuns, contrariamente, dizia que o
NIHILISMO está fora de um comportamento admissível. O NIHILISMO
TEOLÓGICO pode ser visto nos escritos de Nietzsche, que declarou que
"Deus está morto". Esse tema, desafortunadamente, foi aceito por alguns
teólogos posteriores. Sartre e aqueles que promoviam o que veio a ser
chamado de Teologia Radical, como Thomas Altizer, ou como William
Hamilton, também empregaram esse tema em suas discussões. Esse termo
pode tornar-se absolutamente ateísta: Deus não existe. Ou, então pode
indicar que nossos conceitos de Deus são obsoletos.
NUMINOSO
Designação
dada ao que é influenciado ou está sob dependência da divindade. Essa
palavra foi chamada por Rudolph Otto com base no termo latino numem,
referindo-se à finalidade misteriosa, terrível, santa, aterrorizadora e
sagrada da deidade. O termo numinoso tem por propósito transmitir a
idéia da Presença do Espírito Divino, que nos deixa admirados; e dessa
maneira, chegamos a conhecer a Deus, conforme é possível ao homem
conhecê-lo. Essa experiência do numinoso é aquilo que está por trás de
todas as grandes religiões do mundo. E a experiência que gera todas as
respostas morais e éticas da religião, bem como os dogmas e as
doutrinas. É a experiência do Outro, do Santo, do incompreensível – de
Deus.
ONTOLOGIA
A palavra ontologia deriva-se de dois termos gregos, "ontos" "SER" e logia,
"conhecimento". Uma divisão da filosofia e da teologia emprega esse
vocábulo para indicar o estudo geral e o conhecimento do ser, o que por
sua vez, é uma divisão de metafísica. Esse termo foi usado pela primeira
vez no século XVIII, quando foi cunhado por Clauberg, em 1647. Pelo fim
daquele século, tinha-se tornado o termo padrão para indicar o estudo
do ser.
ORTODOXIA
O eqüivalente em português da palavra grega "orthodoxia"
(de orthos "certo", e doxa "opinião"), o que significa crença correta,
em contraste com a heresia ou a heterodoxia. O termo não é bíblico.
Nenhum escritor secular ou cristão usa-o antes do século II, embora o
verbo orthodoxein esteja em Aristóteles. A palavra
expressa a idéia de que certas declarações sintetizam como exatidão o
conteúdo do Cristianismo às verdades reveladas e, portanto, são por sua
própria natureza normativas para a igreja universal.
A
idéia da ortodoxia veio a ser importante na igreja a partir do século
II, por causa de conflitos, primeiramente como o gnosticismo e depois
com outros erros a respeito da trindade e da pessoa de Cristo. A
aceitação rigorosa da "regra de fé" (regula fidei) era exigida como uma
condição prévia da comunhão, e surgiu uma multiplicidade de credos que
explicavam essa "regra". A Igreja Oriental se autodenomina "ortodoxa" e
condena a Igreja Oriental como heterodoxa, por causa da inclusão da
cláusula "filioque" no seu credo. Os teólogos protestantes do século
XVII, especialmente os luteranos conservadores, ressaltavam a
importância da ortodoxia quanto a soteriologia dos credos da reforma.
Quanto
ao catolicismo romano, o mesmo oferece uma base complexa para a
ortodoxia: as Escrituras, conforme elas foram definidas pela Igreja; os
pareceres dos chamados pais da Igreja; as decisões dos concílios; os
credos; as declarações ex-catedráticas dos papas. Os grupos
protestantes, por sua vez, cortam o nó górdio, oferecendo uma exagerada
simplificação. Rejeitando certas idéias católicas romanas, eles oferecem
as "Escrituras somente".
PANNENBERG
Teólogo
evangélico alemão, nascido em Stettin, professor de teologia
sistemática em Heidelberg (1955), Wuppertal (1958) e Mainz (desde 1961).
A doutrina teológica de Pannenberg considera que a realidade histórica
tem prioridade sobre a fé e o raciocínio humanos.
Obras
principais: Heilsgeschethen Und Geschechte (A redenção como
acontecimento e história), 1959; (Revelação como história) 1962; (Que é o
homem? A antropologia atual à luz da teologia), 1964.
Wolfhart
Pannenberg, que é professor de teologia sistemática na Universidade de
Munique, apresenta sua teologia de dentro da categoria da história.
Quando foi publicado seu livro Jesus – God And Man em 1968, veio a ser
uma influência no mundo de fala inglesa.
Wolfhart
Pannenberg, pode ser chamado o teólogo da história. Porque para ele a
história é o princípio de averiguar o futuro com a revelação da Palavra.
Para Pannenberg, toda história é a revelação de Deus. A história está
tão clara em suas funções revelatórias que sua interpretação pode ser
feita sem a ajuda da revelação sobrenatural. A verdade revelatória está
necessariamente inerente na totalidade da história e bem clara para
todos quantos observam. Deixar de captar a revelação dentro da história é
falha do indivíduo e da sua investigação, e não da própria história.
PANTEÍSMO
Essa
palavra vem do grego, pan, "tudo", + Theós, "deus", dando a entender
que tudo é Deus. De acordo com o panteísmo, Deus é o cabeça da
totalidade, e o mundo é o seu corpo. A forma objetivada, "panteísta",
foi cunhada pela primeira vez por John Toland, em 1705. Por sua vez, Fay
atacou a filosofia de Toland, e usou a forma nominal "panteísmo". E,
desde então o termo tem sido continuamente usado. O panteísmo é uma
espécie de monismo, que identifica a mente e a matéria, e que pensa que a
unidade é divina. E assim, o finito e o infinito tornam-se uma e a
mesma coisa, embora diferentes expressões de uma mesma coisa. O universo
passa a ser auto-existente, sem começo, embora sujeito a modificações.
De acordo com o panteísmo, todos os seres e toda a existência de Deus,
são concebidos como um todo.
Formas de Panteísmo mais importantes:
1. Hilozoísta – O divino é imanente do mundo e é caracterizado como elemento básico do mundo que empresta mudança e movimento à sua totalidade;
2. Imanentista – Deus faz parte do mundo e é imanente nele;
3. Monista absolutista – Deus é tanto absoluto quanto idêntico com o mundo;
4. Monista Relativista – O mundo é real e mutável. Sendo assim, Deus é imutável e não é afetado pelo mundo;
5. Acósmico – Deus é absoluto e constitui a totalidade da realidade;
6. Da identidade dos Opostos – qualquer dissertação a respeito de Deus deve necessariamente apelar aos opostos;
7. Neoplatônico – Deus é absoluto em todos os aspectos, removido do mundo transcedente sobre ele.
Do ponto de vista bíblico, o panteísmo é deficiente por causa de duas considerações:
1. Nega a transcendência de Deus e defende Sua imanência radical, enquanto que a Bíblia apresenta um equilíbrio, onde Deus está ativo na história e na sua criação, mas não é idêntico a elas.2. Tendência de identificar Deus com o mundo material, negando assim, o caráter pessoal de Deus. Nas Escrituras, Deus é retratado supremamente como uma pessoa.
PIETÍSMO
A base latina dessa palavra portuguesa é pius,
"aquele que cumpre seus deveres". Mas a palavra alude a uma reverência
especial diante de Deus, a santidade e a devoção. No grego temos sébomai "ser piedoso", "ser reverente". Essas coisas são enfatizadas em lugar do ritualismo e das formalidades do culto.
A
ênfase do pietismo recai sobre as experiências religiosas, incluindo
misticismo, em vez de ritos, sacramentos e da religiosidade.
Como
um movimento organizado, o pietismo teve início entre os luteranos da
Alemanha, no fim do século XVII, associado principalmente a Philipp
Jakob Spener. A corrente principal do luteranismo tornara-se rígida em
suas doutrinas e morta no sacramentalismo. Outrossim, o calvinismo,
também, caiu no legalismo dogmático, Spener cria que a ênfase original
da reforma protestante, sobre a conversão pessoal, a santificação e a
experiência religiosa tinha-se perdido essencialmente, o que justifica o
seu protesto e o movimento que daí resultou. Ele servia como pastor em
Frankfurt-am-main, mas a sua mensagem não tardou as espalhar-se por toda
a Alemanha e daí para outros países. O mais notável discípulo de Spener
foi August Hermann Framke. Ele foi um bem sucedido professor e obreiro
cristão. Tinha organizado escolas para os pobres, um orfanato, uma casa
publicadora e outras obras de caridade, e, segundo a história
informa-nos, era combatido por ministros e teólogos invejosos.
João
Wesley e o metodismo primitivo podem ser classificados como um
movimento pietista. De fato, historicamente falando o metodismo foi
muito influenciado pelo pietismo alemão. O metodismo trouxe de volta à
igreja a necessidade de uma experiência religiosa pessoal, e foi mui
significativa a sua ênfase sobre as experiências místicas. A igreja
morávia, organizada pelo enteado de Spener, o conde Von Zinzendorf,
adotou a prática dos princípios pietistas.
A
necessidade de experiências religiosas pessoais; o valor do misticismo;
a necessidade de uma conversão que realmente mudasse a vida do
indivíduo, e uma santificação que continuasse esse processo; um desprezo
relativo aos credos; a retidão pessoal; a fraternidade universal dos
crentes; o calor emocional na religião cristã.
Um
teatro religioso, ou seja, as pessoas transformam-se em atores,
procurando ser mais piedosas, entusiasmadas e dotadas de mais profundas
experiências religiosas do que outras pessoas; uma religiosidade que
gera mais calor emocional do que iluminação fanatismo; axetismo e
separação desnecessária de outros cristãos, considerados dotados de
espiritualidade inferior, ou mesmo como se nem fossem cristãos
autênticos. Por causa desses vícios, o tema pietismo assumiu uma
conotação negativa, passando a ser aplicado a fanáticos e sonhadores
religiosos. Também houve uma pronunciada ênfase antiintelectual,
desnecessária, que causou forte desequilíbrio no movimento.
O
metodismo, os mononitas, os dunkers (batistas alemães), os
Schewenkfelderes e os morávios devem todas alguma coisa ao pietismo. A
igreja reformada holandesa também teve líderes cujos discípulos
salientaram esse conceito, o que também sucedeu ao luteranismo
norte-americano. A igreja reformada alemã da América do Norte exerceu
uma influência pietista sobre povo reformado alemão naquele continente.
Os irmãos unidos em Cristo e a igreja Evangélica foram denominações que
incorporaram tendências pietistas. Talvez possamos dizer que a maioria
das igrejas pentencostais da atualidade retém tanto as virtudes quanto
os vícios desse movimento.
PRINCIPAIS
EXPOENTES DO PIETISMO – Philipp Jacob Spener é considerado o Pai do
Pietismo, em 1666 foi chamado para ser o ministro principal em
Frankfurt-am-Main.
A Expansão do Pietismo. Spenes e Francke aspiravam
outras variedades de Pietismo alemão. O conde Nikolas Vom Zinzendory,
eides da igreja Marávia renovada, era afiliado de Spener e aluno de
Francke. João Wesley em 1735, na Georgia prostrou relevantes
contribuições ao Pietismo. Johann Albrecht (1687-1752) Haus Nielsem
Hauge (1771-1824) que teve, através dele, um novo interesse por Lutero e
sua teologia.
PRINCÍPIO HERMENÊUTICO
A palavra Hermenêutica é derivada do termo grego hermeneutike que, por sua vez, se deriva do verbo Hermeneuo. Platão foi o primeiro a empregar Hermeneutike (subentendendo-se a palavra techne)
Hermenêutica é, propriamente, a arte de Hermeneuein (interpretar), mas,
no caso designa a teoria dessa arte. Podemos defini-la assim:
Hermenêutica é a ciência que nos ensina os princípios, as leis e os
métodos de interpretação. A Hermenêutica "Geral" se aplica a
determinados tipos de produção literária, tais como, leis, história,
profecia, poesia. A Hermenêutica "Sacra" tem caráter muito especial,
porque trata de um livro peculiar no campo da literatura – a Bíblia como
inspirada palavra de Deus.
Diz-se,
também, que a palavra hermenêutica deve sua origem de Hermes. Hermes
transmitia as mensagens dos deuses aos mortais, quer isto dizer que, não
só as anunciava textualmente, mas agia também como intérprete, tornando
as palavras inteligíveis e significativas, o que pode chegar a uma
clarificação, num aspecto ou noutro, ou a um comentário adicional.
Consequentemente a hermenêutica tem duas tarefas: Uma determinar o
conteúdo do significado exato de uma palavra, frases, texto, etc.; outra
descobrir as instruções contidas em formas simbólicas.
REALISMO
Doutrina
medieval, originada na teoria das idéias de Platão segundo a qualos
universais existem por si, independentemente das coisas em que se
manifestam. Refere-se a uma existência separado, à parte dos objetos em particular.
REALISMO
METAFÍSICO: Advoga a existência da realidade metafísica em si mesma, de
uma entidade (digamos assim) metafísica, de onde tudo programa.
ULTRA-REALISTAS: (século XII) expandiu a teoria de Agostinho que tinha
modificado o realismo de Platão ao sustentar que as proposições
universais existiam na mente criativa de Deus antes do universo
material. Explicando que a realidade dos indivíduos derivava do
universal, e a humanidade como um universo procedia o homem como
indivíduo. Explicando, assim, a universalidade do pecado na raça humana e
a unicidade da trindade.
REFORMA
A
Reforma foi a renovação da vida religiosa acontecida na Europa do
século XVI pelo retorno às origens do Cristianismo. Preparada pelo
humanista Erasmo de Roterdão (1466-1536), a Reforma foi iniciada pela
obra do monge agostiniano Martinho Lutero (1483-1546) que em 1517
afixou, nas portas da catedral de Wittenberg, 95 teses contra a venda
das indulgências. Em sua orientação de conjunto, a Reforma protestante
apresenta-se como um dos meios de realização daquele retorno aos
princípios que foi a divisa do Renascimento. No domínio religioso, o
retorno aos princípios levava a negar o valor da tradição, e portanto da
Igreja, que se julgava sua depositária e intérprete. No texto Contra
Henrique VIII da Inglaterra (1522) Lutero contrapunha a tradição
eclesiástica, e a todos os rituais e às glosas que havia acumulado
durante séculos, o retorno direto à palavra de Jesus Cristo, isto é, ao
Evangelho. O ensinamento fundamental do Evangelho é, segundo Lutero, a
justificação por meio da fé, a qual implica dois corolários
fundamentais: 1º) a negação do valor das obras, isto é, das técnicas
religiosas (ritos, sacrifícios, cerimônias) e a redução dos sacramentos
àqueles que são mencionados pela Bíblia, isto é, batismo, penitência,
eucaristia, mas também estes subtraídos de qualquer supervisão
sacerdotal e considerados como expressão da relação direta do homem com
Deus. Ao culto sacerdotal, Lutero opôs o exercício dos deveres civis,
como único "serviço divino" que possuía valor religioso; 2º) a negação
da liberdade humana e o reconhecimento da predestinação da parte de
Deus. A fé é o sinal seguro desta predestinação e portanto o indício da
salvação.
Pode-se
dizer que a Reforma começou, em sua forma preliminar, com John
Wycliffe, no século XIV e com John Huss, que foi outra figura espiritual
que lançou o alicerce sobre o qual a Reforma veio a ser edificada. Os
grandes líderes da Reforma, no século XVI, além de Lutero, foram
Zuínglio e Calvino, os quais não pretenderam, inicialmente, formar uma
Igreja separada, mas apenas "reformar" a existente. Por isso foram
chamados de "reformadores" e sua ação, de "Reforma". Quando, porém, se
consumou a separação entre católicos e protestantes, o nome da Reforma
veio adquirir um aspecto nitidamente confessional, tornando-se quase
sinônimo de protestantismo. Dentro da Reforma protestante, poderíamos
distinguir três alas: 1) a direita, representada pelo anglicanismo, que
conservou numerosos elementos "católicos"; 2) O centro, constituído pelo
luteranismo e o calvinismo, que não rejeitaram completamente uma
constituição hierárquica da Igreja; 3) a esquerda, que se encarna no
anabatismo, com sua rejeição da hierarquia, do sentido salvífico dos
sacramentos e do batismo de crianças. Além de Zuínglio e Calvino, o
trabalho inicial de Lutero teve continuidade graças aos esforços de
Melanchthon e João Knox. A Reforma é o berço de toda a teologia moderna.
RENASCIMENTO
Este
termo deriva-se do francês Renaissance e corresponde a um movimento
literário, artístico e filosófico desenvolvido no período dos séculos
XIV e XVI na Europa Ocidental. Michelet e Burckhardt usaram esse
vocábulo para enfocar a historicidade do período em 1855 e 1860. No
sentido teológico a palavra RENASCIMENTO foi usada nos estudos de
Hildebrand, Wasler e Burdach para explicar o RENASCIMENTO espiritual do
homem adâmico morto pelo pecado.
No
movimento renascentista, o RENASCIMENTO religioso enfatizava o
principal objetivo da religião que seria levar o homem de volta a DEUS,
uma vez que a Igreja Católica institucionalizava
a religião e asseverava os seus dogmas sem nenhuma flexibilidade para
discussão a respeito. Verifica-se portanto que o tema religião discutido
dentro do RENASCIMENTO contribuiu eficazmente para a revolução
teológica que reflete até nossos dias que foi a REFORMA PROTESTANTE.
REVISIONISMO: Espiritual
1º
Revisionismo crença que a verdadeira pessoa é uma alma sobrevive a
morte biológica, a qual, no estado espiritual, precisa enfrentar uma
revisão da vida na carne, sendo julgada de conformidade com ela.
- Revisão da vida anterior à morte;
- Prestação de contas dos seus atos;
- Julgado de acordo com suas obras/atos;
- Avaliação da qualidade da vida.
2º
O movimento revisionista foi um movimento teológico moderno que tinha
como objetivo a busca do Cristo histórico. Por isso pretendiam fazer uma
biografia corrigida de Jesus. Eles pretendiam fazer uma revisão dos
relatos bíblicos, sobre a vida de Cristo.
Embora
Ritschel, seja o pai da teologia liberal e dos principais, e primeiro
revisionista não podemos dizer que Ritschel é o pai do movimento
revisionista, esse título, é comumente dedicado a Herman Reinamein.
O revisionismo biografo procurava desmistificar a deidade de Cristo, e também recontar a história de modo racional.
O revisionismo nasceu dentro a teologia moderna e adeltro a teologia contemporânea até hoje os teólogos influenciam.
Henrique Paulus (1761 a 1877) publicou em 1928 a obra vida de Jesus Paulus. Não admitia que Jesus tinha feito qualquer milagre. David Frederich Straus (1808 a 1877)
Straus também escreveu a obra a Vida de Jesus. Era o tema central do
revisionismo. Straus não aceitou a mensagem de Cristo, ou seja a vida
além do túmulo.
SECULARISMO
Essa palavra vem do LATIM seculum,
"pertence a uma época". Nos círculos religiosos recebe o sentido de
"aquilo que pertence ao mundo de nosso tempo" e que não faz parte do que
é sagrado ou espiritual. Em termos gerais, o secularismo envolve uma
afirmação da realidades imanentes deste mundo. E uma cosmovisão e um
estilo de vida que se inclina par ao profano mais do que para o sagrado,
o natural mais do que o sobrenatural. O secularismo é uma abordagem
não-religiosa da vida individual e social.
O
secularismo veio a ser uma espécie de movimento tipo humanista. O
secularismo procurava aprimorar as condições humanas, sem fazer qualquer
alusão à religião ou as reivindicações da igreja. Antes, utilizava-se
da pura razão, da ciência, e das organizações sociais (não-religiosas)
humanas. O secularismo é uma ideologia, para uma visão fechada do mundo
que funciona semelhante a uma religião. E uma forma de religiosidade,
religião invertida e una.
No
secularismo as dimensões – presente e imanente de existência estão
revertidos dos atributos do eterno e do transcendente. No entanto, como
filosofia abrangente de vida, expressa um entusiasmo sem reservas pelo
processo da secularização em todas as esferas da vida. O secularismo
carrega uma falha fatal, pelo seu conceito reducionista da realidade,
porque nega e exclui Deus e o sobrenatural numa fixação míope naquilo
que é imanente e natural. Na discussão contemporânea, o secularismo e o
humanismo são freqüentemente vitais como uma só dupla que forma o
humanismo secular – uma abordagem da vida e da sociedade que glorifica a
criatura e rejeita o criador. O secularismo, como tal constitui-se num
rival do cristianismo.
Nenhuma
discussão contemporânea do cristianismo e secularismo pode deixar de
lidar com as cartas e papéis da Prisão escritos por Dietrich Bonhoeffer.
Da perspectiva da teologia bíblica cristã, o secularismo é o culpado
porque "mudaram a verdade de Deus em mentira, adorando e servindo a
criatura em lugar do criador" (Rm. 1.25). Tendo excluído o Deus
transcendente como absoluto e o objetivo da adoração, o secularismo
inexoravelmente torna o mundo do homem e da natureza absoluta, e
objetivo da adoração.
Em termos bíblicos, o Deus sobrenatural criou o mundo e sustenta a sua existência. Este mundo (o saeculum)
tem valor porque Deus o criou, continua a preservá-lo, e age para
redimi-lo. Embora Deus haja Senhor da história e do universo, Ele não
pode ser identificado com um ou outro (panteísmo). Homens e mulheres,
existem em liberdade e responsabilidade que o homem tem com Deus e o
mundo.
O
principal expoente do secularismo é Dietrich Bonhoeffer nascer em
Breslau, Prússia (depois Wroclaw, na Polônia), a 4 de fevereiro de 1906.
Educado em Tübingen e Berlim, tornou-se pastor luterano e trabalhou em
Barcelona e Nova York. Em 1931 assumiu a cátedra de teologia sistemática
na Universidade de Berlim. Quando Hitler subiu ao poder em 1933,
Bonhoeffer estava em Londres e decidiu lutar contra o nazismo. Em 1935
foi chamado a assumir a direção de um seminário clandestino em
Finkenwald, na Pomerânia. O problema central de sua teologia era como
ser cristão num mundo secularizado e ateu. Propunha como uma das
soluções a interpretação não-religiosa dos conceitos bíblicos, o que
sugeria a possibilidade de haver cristãos arreligiosos.
SECULARIZAÇÃO
A palavra secular provém do termo latino, saecelum,
significando "esta idade presente". A Secularização é uma palavra
temporal usada para traduzir a palavra grega "aeon", que significa era
ou época. A Secularização adquire significados da distinção medieval
entre aquilo que ficava sob jurisdição eclesiástica ou monástica ou
aquilo que não ficava por serem de competência do Estado. Secularização é
a libertação do que é mundano em relação ao que é santo. É a inversão
de valores dentro dos campos teológicos e secularistas, onde o ser
humano começa a se voltar para o presente esquecendo completamente o
futuro.
A
secularização como teologia surgiu com Bonhoeffer, quando dizia que a
igreja não existe senão quando é "para os outros". A igreja deve
participar das tarefas humanas, não como quem governa e comanda, mas
como quem serve. A secularização é como ameaça e precaução. O que ele
asseverou é que o cristão moderno deve ser um homem também voltado para
atividades seculares, dedicado a causas humanistas. A Secularização é
uma ameaça provocante, que deve ser levada a sério. Ao cristianismo
essencial ao que chama razoável. O destinatário do evangelho é o homem
novo. Este homem novo, não nos deve causar medo. A igreja não deve
permanecer fora do mundo, mas está no mundo. A provocação da
Secularização é um desafio às nossas igrejas de nos integrarmos às
necessidades humanas, tendo como objetivo principal Jesus Cristo.
SÉCULO XIX
Mudanças
profundas na sociedade, nas artes, nos conceitos científicos, na
produção de bens de consumo, caracterizam o século dezenove. Dirigindo a
nova orientação do período, havia a Revolução Francesa, do final do
século anterior, última conseqüência das mudanças processadas pelo
Iluminismo. Havia a violenta substituição do Absolutismo pelo "terceiro
estado da burguesia", sufocada no terror sangüinário da Ditadura
Jacobina. Essa ditadura só será subjugada por Napoleão e suas guerras
Imperialistas, que por sus vez, fizeram sufocar o anseio doentio por um
nacionalismo exacerbado.
É
o século dos grandes prospectos e das máquinas. O século do
materialismo e do material. O século da declaração da morte de Deus. o
século do drama. O século do cidadão, de sua arrogância. O século do
artista e de seu atrevimento. O século da questão social... Mas é também
o tempo de um mundo pintado pelos impressionistas, frágil e passadiço.
Um mundo de anseio à morte prematura, um século de tolhedora tristeza e
de branda melancolia. Da esperança perdida, de ideais abandonados. É o
século do medo, da morte, e do medo da morte que afora devia ser
enfrentada sem Deus.
Na
religião o século XIX encontrou o papado em grande humilhação. Em 1801
Napoleão, Imperador da França, realizou com o Papa Pio VII a concordata,
tratado que definia as relações da Igreja Católica Romana na França com
o Governo. Por esse tratado "a igreja ficava sujeita ao Estado", ou
pelo menos a ele atrelada e dele dependente e auxiliada. Após a queda de
Napoleão, Pio VII voltou a Roma e os Estados papais foram
restabelecidos.
A
Igreja Católica Romana, depois de sofrer certa pressão no século XVIII e
começos do XIX, resistiu às influências modernizantes e continuou
desenvolvendo todos os seus elementos medievais, enfrentou poderosamente
todos os surtos do processo humano.
A
hostilidade do papado ao progresso do mundo moderno manifestou-se de
vários modos, desde o início do século XIX e encontrou sua máxima
expressão no SILABUS, de Pio IX, publicado em 1864. Nesse documento
foram denunciados como "erros", vários elementos, tais como a liberdade
de consciência e de culto; o primeiro instante da Teologia Moderna como
se sabe é a Reforma que se constituiu no oferecer de uma nova era
teológica.
O
segundo instante da Teologia se evidencia na Teologia Liberal, que
adentra a Teologia Contemporânea. A Teologia Contemporânea nasce sob as
hostilidades de teólogos liberais e neo-ortodoxos. Muitos indicam
Friedrich Schleiermacher (1768-1834) como o pai da Teologia Moderna.
Schleiermacher formulou uma teologia à luz do Romantismo. Quando o
Romantismo passou de moda, a teologia de Schleiermacher passou também.
Mesmo assim, ele deixou uma marca que dura até hoje.
Entre
1800 e 1821, Schleiermacher continuou sua atividade como pregador e
professor de teologia sistemática. Durante essas duas décadas,
Schleiermacher formulou sua obra-prima de teologia sistemática. Ele
aproveitou as idéias principais do Iluminismo e do Romantismo e s
incorporou em um sistema teológico. Para Schleiermacher, como para os
demais românticos, cada indivíduo deve desenvolver-se como uma pessoa,
distinta de qualquer outra. A vida humana envolve uma tensão entre a
dependência e a independência. Cada um precisa afirmar sua
individualidade. Além dessa auto-afirmação, porém, cada um de nós também
vive num estado de dependência, e essa dependência é a base de nossa
vida religiosa. Sentimo-nos dependentes não somente de outras pessoas,
mas também do Infinito, do Tudo, do Universo – enfim, de Deus.
Schleiermacher
começou por reduzir a fé às proporções dos sentimentos religiosos de
cada pessoa. Ele não pretendia falar de Deus em si. Em lugar
disso, ele se limitou a falar da "modificação do sentimento, ou da
autoconsciência imediata". Ele valorizou os "sentimentos piedosos", que
ele apreciava desde sua formação pietista, dizendo que os sentimentos
piedosos eqüivaliam ao senso de consciência absoluta de Deus.
Schleiermacher
iniciou a Teologia Liberal Protestante – um movimento que cresceu
durante o século XIX e que existe ainda hoje. A partir de
Schleiermacher, a Teologia Liberal Protestante diminuiu o peso
doutrinário da fé. Além disso a Teologia Liberal Protestante pouco
enfatiza o pecado, tendo uma visão otimista, embora pouco profunda, da
natureza humana. Já quanto aos realistas, se interessavam menos pelos
sentimentos do que os românticos. Em matéria de religião, eles queriam
saber o efeito da doutrina na vida e na sociedade.
Por
influência do Realismo, a maioria rejeitou a distinção de
Schleiermacher entre religião e moralidade. Depois de 1850, um número
crescente de teólogos queria uma teologia reduzida, mas uma teologia
voltada para questões éticas. Por esta razão, esses teólogos rejeitaram o
sistema que herdaram de Schleiermacher.
Schleiermacher
havia lançado a Teologia Liberal Protestante, e sua influência
continua, até hoje, especialmente em questões metodológicas. Mas a
Teologia Liberal Protestante não recebeu sua expressão plena de
Schleiermacher. Esta honra ficou para o professor Albrecht Ritschl, da
Universidade de Göttingen. Lutero tirou a metafísica das reflexões tão
lógicas, e a ortodoxia a trouxe de volta com Melanchton e Ritschl a
retirou em suas formulações teológicas liberais. A Teologia Moderna é
marcada pelo revisionismo. Revisionismo foi um movimento teológico
moderno que tinha como objetivo a busca do Cristo histórico, por isso
pretendiam fazer uma biografia corrigida de Cristo. Ritschl é o primeiro
dos revisionistas.
Ritschl
(1822-1889) era um pesquisador incansável. Ele dominou três áreas de
estudo: Novo Testamento, História do Cristianismo e Dogmática. Entre
1870 e 1874, Ritschl publicou, em três volumes, sua obra-prima: Die Christliche Lehre von der Rechtfertigung und Versohnung (A
Doutrina Cristã da Justificação e Reconciliação). Os três volumes desta
obra tratam dos pontos de vista: (1) do Novo Testamento; (2) da
História do Cristianismo; (3) da Teologia Sistemática. O autor apresenta
uma reinterpretação moralizante da fé cristã em termos especialmente
atraentes para os protestantes alemães.
Ritschl
apresentou-se como um estudioso do Novo Testamento e de Lutero, com uma
interpretação liberal da fé cristã. Isto quer dizer: ele enfrentou os
ortodoxos com suas próprias armas. Ritschl argumentou que os ortodoxos
dos seus dias erraram por confundirem a doutrina cristã com a
metafísica. Por sua parte, Ritschl insistiu em rejeitar a metafísica,
eliminando-a da teologia. Agostinho fez teologia de uma base platônica, e
Tomás de Aquino argumentou de pressuposições aristotélicas. Lutero – o
herói das mais diversas teologias alemãs – desvinculou a teologia da
metafísica. Para Ritschl, a ortodoxia protestante restaurou a metafísica
à teologia. Compete a Ritschl reformular a teologia sem metafísica.
Dessa maneira Ritschl se apresenta como o campeão do verdadeiro
luteranismo.
Os
escritos de Ritschl contra a metafísica eram, na realidade, contra a
ortodoxia protestante. Os escritos de Ritschl também continham numerosos
ataques contra o misticismo. Aqui, outra vez, seus argumentos
antimísticos foram, na realidade, ataques contra o pietismo, uma outra
ala do protestantismo alemão. Ritschl rejeitou tanto a ortodoxia como o
pietismo. Como ele acusou os ortodoxos de confundirem a metafísica com o
cristianismo, também rejeitou o pietismo como uma infiltração do
misticismo no pensamento cristão.
Das
reinterpretações de Ritschl, a mais importante é sua leitura da obra
redentora de Cristo. Ritschl apresentou uma nova teoria de expiação – a
teoria da influência moral. Teólogos do século dezenove como Albrecht
Ritschl (1822-1889) e Ernst Troeltsch (1865-1923) procuravam encontrar o
espaço da teologia no mundo pós-Kantiano. Mas talvez tenha sido o
teólogo suíço Karl Barth (1886-1968) quem melhor resultados alcançou
nessa direção. Barth, insatisfeito com as soluções propostas pelos
teólogos do século dezenove, e inspirado por críticos como Soren
Kierkegaard (1813-1855), Friedrich Nietzsch (1844-1900). Wilhelm
Herrmann (1946-1922) e Albert Schweitzer (1875-1965), deu início no
entre-guerras a um movimento teológico que buscava alcançar aquilo que a
teologia oitocentista não havia conseguido: uma teologia não iluminista
e pós-Kantiana que não se evaporasse à medida que fosse produzida, que
não fosse redutível a nada além da teologia cristã propriamente e da
revelação de Deus em Jesus Cristo. Na "teologia da crise" de Barth (do grego krinein,
julgar), não é a infinita bondade de Deus que é salientada, como na
teologia deísta, mas o juízo divino sobre tudo que se revela humano,
sobremodo humano, inclusive a religião.
A
teologia moderna foi construída com base em Kant e Hegel. A teologia
liberal foi constituída nos pressupostos iluministas racionalistas. A
forma da teologia liberal encontra-se no idealismo gnóstico de Kant. A
teologia contemporânea tem bases em Sorem Kickegaard ,
Heidegger, Nietzche e Marx. Dentro da teologia contemporânea
destacam-se: Karl Barth, Brunerr, Paul Tillich, Bultmann, Oscar Culmann,
Bonhofer. Estes entre os protestantes. Entre os ortodoxos: Bulgakov,
Florowsky e Lossoky. Entre os católicos: Teilhard de Chardin, Guardini
Ranner, Lonergan, Schilebuckk, Von Balthasar e outros.
SOLIPSISMO
1. Doutrina
segundo a qual a única realidade no mundo é o eu; "o equivalente
concreto do que os filósofos chama de solipsismo, isto é, da atitude que
consiste em sustentar que o eu individual de que se tem consciência,
com as suas modificações subjetivas, é que forma toda a realidade".
2. O latim por detrás desse termo português é solus, "sozinho" e ipse,
"o próprio eu". A idéia é que a pessoa ou mente individual, até onde
ela está envolvida, ou até onde a pessoa pode provar, é a única que
existe, todas as demais pessoas e coisas podem ser um produto de sua
própria mente, conforme se verifica durante os sonhos. O solipsismo
epistemológico refere-se ao "dilema do conhecimento do próprio eu". Até
onde posso determinar, tenho bases para crer que somente eu existo. Ou
seja, até onde vai o meu conhecimento, só eu existo. É possível que
outras pessoas existam, mas não posso afirmá-lo com certeza absoluta.
Porém, temos aí um pseudodilema. Por sua vez, o solipsismo metafísico
redunda do dilema do conhecimento: uma pessoa qualquer pensa que é a
única entidade em existência. Alguns filósofos usam o solipsismo metafísico para anular o solipsismo epistemológico. Utilizam-se de um argumento do reduction ad absurdum. Acreditar que só eu existo é tão absurdo que também é absurdo dizer que só posso Ter conhecimento de minha própria existência.
TEODICÉIA
Esse termo vem do grego theos, deus, e dike,
justiça. Em seu uso comum, esse vocábulo usualmente designa aquela
atividade que busca justificar as maneiras de Deus como os homens. Como
pode haver um Deus justo, Todo-poderoso onisciente ao mesmo tempo em que
há tantos males no mundo? Aqueles que procuram explicar o problema do
mal, preservando assim a idéia de um Deus ortodoxo, expõem Teodicéias.
Foi Leibnitz quem cunhou esse termo, introduzindo-o na filosofia. Sua
Teodicéia fazia parte do seu sistema de mônadas, onde Deus, a grande
mônada, aparece como o programados das demais mônadas. A Teodicéia de
Leibnitz era determinista, no sentido em que vivemos no melhor de todos
os mundos possíveis, e onde Deus não incorre em equívocos, a despeito de
aparentes erros que nos cercam, no mundo em que vivemos; salpicado de
males naturalmente, Leibnitz teve fazer toda espécie de ginástica para
defender sua tese.
A
Teodicéia de Leibnitz foi estruturada para seu sistema teológico
extremamente racionalista, sendo assim, não somente há razões pelas
quais Deus faz tudo quanto faz, como também tais razões são leis
necessárias. Essas razões podem ser discernidas pela luz da razão pura,
sem ajuda da revelação. Além disso para Leibnitz, Deus é o único ser
metafisicamente necessário. O mal metafísico é a finitude ou a falta de
existência, e o bem metafísico é a plenitude da existência . A bondade
moral de Deus consiste, portanto, em desejar o melhor, metafisicamente
falando. Se for possível demonstrar que Deus desejou algo inferior ao
mundo melhor, metafisicamente falando. Se for possível demonstrar que
Deus desejou algo inferior ao mundo melhor, metafisicamente falando,
será demonstrado que Deus não é um Deus bom. Se possível for demonstrar
que Deus desejou aquilo que é metafisicamente melhor, Ele será
moralmente digno de louvor, a despeito da presença do mal no mundo.
Portanto
o sistema de Leibinitz diz que Deus opera com base na razão suficiente,
isto é, Deus não fará coisa alguma sem uma razão suficiente e
discernível pela razão pura. O sistema de Leibnitz exige que haja o
melhor mundo possível. Visto que Deus é totalmente bom, Ele já
concretizou o melhor de todos os mundos possíveis. Outras Teodicéias bem
conhecidas baseiam-se numa teologia racionalista modificada. Essa
metafísica subjaz a defesa do livre-arbítrio e também a Teodicéia da
edificação das almas, que há quatro considerações básicas: Universo
Racionalista modificado, Deus não é obrigado a criar mundo algum, porque
sua própria existência é o sumo bem; criar um mundo é uma coisa
condigna a ser feita por Deus; há um número infinito de mundo
contingentes finitos possíveis. Os que são maus, são pela sua própria
natureza e Deus não poderia ter criado, não existe nenhum mundo melhor; e
Deus é livre quanto a criar ou não criar.
Portanto,
a Teodicéia tem um grande valor apologético, que muitas delas respondem
aos problemas do mal que são enfrentados pelas teologias para as quais
são construídas.
TEOLOGIA DA CRUZ
Por
mais que divirjam as opiniões a respeito da chamada Teologia dialética,
por mais que a considerem carente de contemplação e correção, por mais
que alguém decididamente se distancie da mesma, em todo caso será
preciso admitir que de modo geral é ela que dita à teologia de hoje o
seu enfoque.
Não
houve teólogo na igreja cristã que tenha feito ressuscitar como Lutero,
as idéias de Paulo. Foi Lutero quem, em Heidelberg, na primavera de
1518, contrapôs expressamente seus "paradoxos" teológicos como "Teologia
da Cruz", à "Teologia da Glória", isto é, à Teologia eclesial
dominante. Evidentemente ele se serviu dessa formulação porque nela
encontrou a caracterização mais sucinta e certeira da peculiaridade do
evangelho, a contrastar com a Teologia oficial. É herança de Paulo que
Lutero levanta com sua teologia da cruz contra uma igreja que se tornou
segura e saciada. São raras as definições claras do que seria
propriamente "teologia da cruz". Geralmente essa formulação aparece como
algo que dispensa maior discussão, mas, ao que parece, as ocasionais
manifestações tacitamente pressupõem, na maioria dos casos, que a
"teologia de cruz" representa o estágio pré-reformatório da teologia de
Lutero.
Em
contrapartida defendemos a seguinte tese: a teologia da cruz é o
princípio de toda a teologia de Lutero; ela não pode ser limitada a um
período particular de sua teologia. Pelo contrário, como também no caso
de Paulo, essa fórmula apresenta uma característica de todo o seu pensar
teológico. Ouvimos que, para a teologia da cruz, é na cruz de Cristo e
do cristão que se mostra o sentido mais profundo da ação de Deus junto
ao mundo. A teologia da cruz é cristocêntrica. Para o cristão, Cristo é
tudo, ele é o eixo central da reflexão teológica. A doutrina da cruz que
determinou decisivamente o conceito de Deus e de Fé, só é compreendida
numa vida sob a cruz, a cruz de Cristo e a cruz do cristão formam uma
unidade. O sentido da cruz não se revela ao pensar contemplativo, mas
apenas à experiência sofredora. O teólogo da cruz não está posicionado
como espectador em relação à cruz de Cristo, mas ele próprio é envolvido
neste acontecimento. Ele sabe que só Deus pode ser encontrado na cruz e
no sofrimento. Por isso não foge do sofrimento, a exemplo do teólogo da
glória, mas considera-o como as sagradas relíquias que devem ser
abraçada devotadamente – pois o próprio Deus "está oculto nos
sofrimentos" e quer ser venerado por nós como tal.
Na
cruz se frustra toda concepção fictícia de Deus. "A cruz põe tudo à
prova". A cruz é o juízo sobre todas as idéias e obras humanas de
escolha própria. Face à situação real do ser humano, ela representa a
inversão radical de todas as suposições humanas. O que é tolo, é sábio; o
que é fraco, forte; o que é vergonha, é glória; o que parece odioso ao
ser humano, é desejável e digno de amor e em altíssimo grau.
Denominamos
a teologia da cruz como a marca de toda a teologia de Lutero. Podemos
constatar a marca da teologia na cristologia ou na doutrina da santa
ceia. A teologia de Lutero, de fato, é apenas um mergulhão da árvore da
mística medieval e de teologia monástica, ainda assim valeria a pena
retraçá-la como um todo orgânico. O resultado deste estudo é para nós
uma prova indireta de que a teologia da cruz não constitui o pré-estágio
pré-reformatório da teologia de Lutero propriamente dita, mas que deve
ser considerada, antes, como marca de todo o pensamento teológico de
Lutero.
TEOLOGIA DA ESPERANÇA
O
fundador desse tipo de teologia foi o alemão Jurgen Moltmann, que
traçou suas linhas programáticas em seu famoso livro Theologie Der
Hoffring (Teologia da Esperança). Ultimamente, o padre Schillebierckx
tornou-se um zeloso seguidor da Teologia da Esperança, uma nova
interpretação da mensagem Cristã, que adota como princípio hermenêutico
exatamente a esperança.
O
Escopo desta Teologia é expor que as implicações práticas da fé
inflamada na chama da Ressurreição de Jesus, quer o novo e conseqüente
êxodo da sociedade atual das grandes estreitas das estruturas vigentes.
Este sentido teológico foge ao inconveniente de considerar a mensagem da
Ressurreição como mero e inconsistente relato histórico ou como simples
apelo a decisão, e nos leva a entender a Ressurreição como mensagem
promissora que se abre para a história e nos obriga a nos empenharmos
por nos transformar a nós próprios e ao mundo. A liberdade, outorgada e
vivida a partir de Cristo, e a mensagem do Reino de Deus não significam
apenas liberdade e santidade interiores. Expressam sempre e por igual o
"Shalon" dirigido a todo homem em suas relações sociais, a paz na Terra e
a libertação de tudo o que é efêmero. Deus não é "totalmente diverso"
de nós (Ganz Andere).
TEOLOGIA DA EVOLUÇÃO
Pierre
Teilhard de Chardin nasceu em Sarcenar, França, em 1º de maio de 1881.
Filho de um aristocrata rural interessado pela geologia, dedicou-se
desde a juventude ao estudo dessa matéria, que não interrompeu nem mesmo
quando suas inquietações espirituais o levaram a ingressar na Companhia
de Jesus, em 1899. Nos últimos anos, nenhum autor suscitou tanto
interesse quanto Pierre Teilhard de Chardin. Suas obras conheceram um
sucesso editorial sem precedentes em seu gênero: Chardin iniciou sua
atividade científica no início do século, quando o mundo da ciência era
decididamente adverso ao mundo da fé e da religião.
Segundo
Chardin é preciso fazer ver aos cientistas que não há nenhuma
imcompatibilidade entre a religião cristã moderna e a ciência moderna,
mas sim uma maravilhosa correspondência, porque o cristianismo vem de
encontro às mais intimas exigências da ciência. Lé phenomène humain foi a obra em que Chardin procurou
realizar tal programa. A obra termina com a seguinte afirmação do valor
superior do cristianismo: "De qualquer forma, a Evolução infunde sangue
novo às perspectivas e aspirações cristãs. Mas a fé cristã, por seu
turno, não é destinada e não se apresta a salvar até mesmo a mudar a
evolução?... No presente momento, o cristianismo representa a única
corrente de pensamento suficientemente audaz e progressiva para abraçar
prática e eficazmente o mundo, em um abraço completo e indefinidamente
perfectível, no qual a fé e a esperança se consumam na caridade. Somente
ele – absolutamente só ele sobre a Terra moderna – se mostra capaz de
sintetizar em um só ato vital o todo e a pessoa. Somente o cristianismo
pode-se inclinar, não apenas servir, mas também a amar o formidável
movimento que nos arrasta. Isso não significa outra coisa senão que ele
satisfaz a todas as condições que nós temos o direito de exigir de uma
religião do futuro e que, portanto, é através dele que passa enfim,
verdadeiramente, o eixo principal de evolução". A intenção declarada de
Chardin, em toda a sua obra, é elaborar uma visão cósmica que abarque em
um só olhar tanto o mundo da ciência quanto o da fé. Examinemos este
axioma. O axioma número um refere-se à evolução. Esta, segundo Chardin,
não é uma hipótese, mas sim uma verdade certíssima: "Para muitos, a
evolução outra coisa não é que o transformismo; e o transformismo, por
sua vez, outra coisa não é que a velha hipótese Darwinista, tão local e
caduca quanto a concepção laplaciana do sistema solar. São
verdadeiramente cegos aqueles que não se dão conta da amplitude de um
movimento cuja órbita, ultrapassando infinitamente as ciências naturais,
ganhou e invadiu sucessivamente a química, a física, a sociologia e até
mesmo as matemáticas e história das religiões. Um após outro, todos os
domínios do conhecimento humano se movimentam, arrastados por uma única
corrente de fundo, em direção ao estudo de algum desenvolvimento. A
evolução – uma teoria, um sistema, uma hipótese?... Exatamente: mas,
muito mais que tudo isso, uma condição geral à qual devem se dobrar e
satisfazer, para ser pensáveis e verdadeiras, todas as teorias, todas as
hipóteses, todos os sistemas. Uma luz que aclara todos os fatos, uma
curva que todas as linha devem seguir: eis o que é a evolução:
Segundo
Chardin, a evolução é a maior descoberta do século passado e de todos
os tempos, na medida em que nos coloca em condições de entender a
história, seja a passada, seja a futura. Ao juízo de Chardin a evolução
não está absolutamente em conflito com o cristianismo; ao contrário, é
um argumento muito forte a seu favor, porque a evolução deve passar
através do cristianismo.
Os
estudos científicos conduzira Teilhard de Chardin a uma profunda
meditação sobre o problema da evolução, origem de sua obra mais
importante, Lé Phénomène Humain (O fenômeno humano), concluída em 1940,
mas só publicada postumamente, em 1955. Em seu pensamento, a evolução
evidente do universo material, que parece esmagar o homem e sua
consciência, visa, na realidade, a realizar a passagem da matéria ao
espírito, do menos consciente ao mais consciente. O homem é o centro e a
razão dessa evolução: sua alma o liga a esse universo, que ela domina, a
seus semelhantes e a seu fim último, que é Deus. Ciência e religião,
longe de se contradizerem, conduzem ambas à perfeição intelectual. As
implicações morais e religiosas desse sistema foram desenvolvidas numa
série de obras como Le Milieu divin (1958; O meio divino) e L’Avenir de
L’homme (1959; O futuro do homem).
Teilhard de
Chardin regressou à França em 1946, mas ante a impossibilidade de
publicar seus textos – que circularam em exemplares mimeografados e só
foram editados após sua morte – transferiu-se para os Estados Unidos.
Ingressou então na Fundação Wenner-Gren, de Nova York, que patrocinou,
nos últimos anos de sua vida, duas expedições científicas ao continente
africano. Teilhard de Chardin morreu em Nova York , em 10 de abril de 1055.
TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO
A
experiência cotidiana das comunidades cristãs latino-americanas que
combatem as injustiças econômicas, sociais, culturais e políticas, está
na origem da chamada teologia da libertação.
A
teologia da libertação constitui uma nova interpretação da mensagem
evangélica, à luz da injustiça social. Apesar do nome, não é
propriamente uma teologia, no sentido de política, surgido na Europa na
década de 1970, depois que o Concílio Vaticano II (1962-1965), examinou o
problema das relações entre a igreja e o mundo moderno. A
característica mais inovadora do movimento foi encarar os problemas
políticos como base para a interpretação dos textos bíblicos.
Reunida na cidade colombiana de Medellín, em 1968, a Conferência
Episcopal Latino-Americana (Celam) foi o grande impulso da teologia da
libertação. Analisando a situação social do continente, os bispos
consideraram que a igreja tinha como missão continuar a obra de Cristo,
enviado ao mundo para "libertar todos os homens de todo tipo de
escravidão a que os tenha sujeitado o pecado, a ignorância, a fome, a
miséria, a opressão e, numa palavra, a injustiça e o ódio, que têm sua
origem no egoísmo humano". A conferência pediu uma teologia e uma
catequese que oferecessem "a possibilidade de uma libertação plena e a
riqueza de uma salvação integral em Cristo, o Senhor". Entre os
principais teólogos que a iniciaram e desenvolveram, citem-se Gustavo
Gutiérrez, Hugo Assmann, Leonardo Boff, J. L. Segundo, Porfirio Miranda,
José M. Bonino, J. B. Libânio, Segundo Galiléia, Eduardo Pironio e A.
López Trujillo.
O
eixo da teologia da libertação é a figura do Cristo libertador, que
veio libertar os homens não apenas do pecado, mas também de todas as
suas conseqüências, inclusive as injustiças. Seu método hermenêutico
deixa de lado as categorias idealistas tradicionais e emprega categorias
históricas. A mensagem de salvação é interpretada à luz das opressões
de que o homem precisa ser libertado. Ao narrar a libertação dos hebreus
do cativeiro no Egito e sua marcha para a Terra Prometida, o Êxodo é a
imagem bíblica da mensagem da salvação, e a história sagrada não é algo
distinto da história da humanidade ou superposto a ela, mas sim a
intervenção de Deus. Um outro elemento importante da teologia da
libertação é o método de análise marxista.
TEOLOGIA DA PROSPERIDADE
Algumas
obras norte-americanas, escritas contra a teologia da prosperidade,
tratam-na como se fosse uma heresia ou uma seita. A posição, é, ela não é
uma seita. Uma seita é composta por um grupo bem definido de pessoas,
assim como os Testemunhas de Jeová ou os Mórmos, que se chamam cristãos,
mas negam doutrinas básicas da Bíblia, tais como a trindade e a
divindade de Cristo. Na teologia da prosperidade, seus adeptos não negam
nenhuma doutrina básica nem buscam outro fundamento que não seja Cristo
e os apóstolos. Antes, trata-se de uma forma de compreender a Bíblia.
A
Teologia da Prosperidade é algo novo na história da igreja. Parece que
nada assim já foi visto antes. Mas isso não quer dizer que ele tenha
surgido de modo repentino ou aparecido totalmente formado. Como todo
movimento, desenvolveu-se com o tempo, e isso significa que tem raízes
ligadas a pessoas, épocas e lugares diversos.
Pesquisas
feitas nos Estados Unidos sobre a teologia revelam que existem duas
raízes históricas e filosóficas da teologia da prosperidade: O
pentecostalismo (Barron, 1987; Horn, 1989) e várias seitas metafísicas
do início do século XX, que floresceram na região de Boston (McConnell,
1988). Dessas duas fontes, o pentecostalismo fornece a base ou o grupo,
onde a teologia encontrou a maior parte de seus adeptos, enquanto os
pressupostos filosóficos propriamente ditos foram fornecidos pelas
seitas metafísicas.
Sua
doutrina é radical com relação com relação ao homem físico e
espiritual. Tendo em vista a Autoridade profética, como decretar a morte
de alguém (até mesmo a de um pastor) Segundo Kennth Hagin. Saúde e
Prosperidade são algo vivido dentro da teologia; a teologia da
prosperidade não se cansa de repetir que nem doenças nem problemas
financeiros são da vontade de Deus, o cristão que está passando tal
coisa ou coisas, ele não tem fé ou está em pecado. A Confissão Positiva
é outra corrente da doutrina da teologia da prosperidade, ela garante a
realização com fé dos pedidos desejados pelo cristão, mesmo passando
por cima da vontade divina, afirma que sempre positivamente, nunca: "Se
Deus quiser!" Isso envolvendo saúde ou bem material.
TEOLOGIA DAS RELIGIÕES
1. É
a globalização das religiões com o intuito da integração dos seus
conteúdos comuns. Podíamos nos referir a "teologias" mas daria um
sentido de independência. Quando no referimos à "teologia das religiões"
queremos destacar um conjunto, um todo, ou seja, um ponto em comum. Dentre estes
conteúdos comuns podemos citar a revelação do logos, bem como a
interação de Cristo com os diversos credos; também destacam-se os
conteúdos de caráter ético e moral, família e mandamentos de Deus.
2. De
forma superficial parece que as religiões são muito diferentes umas das
outras. Porém, se removermos as distinções da língua, condições de
clima, costumes (ética) e muitos outros fatores, é surpreendente notar a
similaridade entre todas. Nas religiões Crê-se em uma vida pós-morte,
numa alma humana imortal, no tormento eterno para os maus e uma
recompensa celestial para os bons, um Deus trino ou uma divindade
superior, um redentor, um livro sagrado, etc.
3. No hinduísmo muitos se referem a sua fé como sanatana darma,
quer dizer, lei ou ordem eternas. No que diz respeito à moral ou quebra
de valores encontramos o seguinte texto: "Quando as leis da família são
destruídas, Janardana, então o que certamente para os homens resulta é
morar no inferno".
No siquismo um dos grandes mandamentos do guru Nanaque era: "Lembre-se sempre de Deus, repita Seu nome".
No budismo acredita-se em um inferno onde estão os ímpios, um lugar de fogo atormentado por demônios horrendos.
No islamismo
o árabe é a língua obrigatória para se ler o Qur’na (Alcorão), o livro
sagrado dos muçulmanos. Eles acreditam que o árabe é a língua usada por
Deus falar por meio de Gabriel, melhor dizendo "o árabe é a forma mais
pura de revelação".
4.
Enfim, são inúmeros os exemplos no que se refere ao estudo dos
conteúdos comuns entre as religiões. Mas, surge um grande problema no
que diz respeito à estruturação do diálogo do cristianismo para com as
demais religiões; o Cristo deve relacionar-se neste diálogo só como a
palavra " " sem reivindicar a autoridade do " ".
TEOLOGIA DE PROCESSO
Movimento
teológico do séc. XX que se originou, em grande parte, do pensamento de
Alfred North Whitehead, que considerava a realidade como tendo uma
natureza progressiva ou evolutiva. Ademais, Deus está tão intimamente
ligado com o restante da realidade que Ele também é visto como estando
crescendo e se desenvolvendo.
A
teologia do processo adotou a metafísica elaborada pelos filósofos do
processo para obter os recursos mais adequados para expressar aquilo que
a Bíblia entende por Deus e por mundo dentro da moderna estrutura da
cosmovisão evolutiva. O Deus da metafísica do processo e o Deus da
revelação bíblica são, supostamente, o mesmo Deus.
Propõe
a Teologia de Processo que um Deus criou a partir do nada seja
autocrático, "imperial" e conceitualmente impossível. Esse tipo de Deus
não consegue casar com a idéia de um Deus que interage na História e
mantém uma relação de amor e ajuda às criaturas. Deus cria junto com o
resto do mundo. Segundo pensam, Ele é o Pai da criatividade. O mundo
para eles está em mudança e Deus também está nesse processo.
A
grande contribuição da teologia de processo é a doutrina do
relacionamento de Deus com o mundo. Um Deus que não pode agir ou ter
interação com o mundo teria uma personalidade menos do que significante.
A oração e o serviço possuem pouco significado a não ser que haja um
relacionamento real e pessoal entre Deus e os homens. Não há apelo
existencial num Ser impessoal com quem não se pode ter relacionamento. A
teologia de processo seguiu duas direções principais desde Whitehead: a
empírica e a racional. A primeira destas ênfase é achada em Bernar Loomer ,
Bernard Meland, e Henry Weiman; o campeão da segunda delas Charles
Hartshorne é talvez o mais relevante dos teólogos de processo desde
Whitehead, dentro da corrente racional, seguido por John Cobb e Schubert
Ogden.
TEOLOGIA EVANGÉLICA
Teologia
representa um dos empreendimentos humanos costumeiramente qualificados
de "científicos", que tem por finalidade perceber um objeto
(respectivamente uma área definida) como fenômeno, compreendê-lo em seu
sentido e interpretá-lo quanto ao alcance de sua existência – e isso,
dentro do caminho indicado pelo próprio objeto em questão. O termo
"teologia" parece indicar que em seu âmbito, por ser ciência específica
(e muito específica), se trate de perceber, de compreender e de
interpretar a "Deus".
Mas
ao termo "Deus" poderão ser atribuídos os mais variados sentidos, de
forma que necessariamente também deverá haver uma multiplicidade de
teologias. Mas, há uma coisa comum entre as mais variadas teologias, e
este fato lança uma luz bastante reveladora sobre os deuses em questão: é
que cada uma delas se considera e se proclama a se mesma sendo a única
correta ou ao menos como sendo a melhor, por ser a mais correta de
todas. A melhor teologia, a única teologia correta do Deus sublime,
único, verdadeiro e real é aquela que procura comprovar a se mesma pela
"demonstração do espírito e do poder".
A
teologia à qual queremos introduzir é a teologia evangélica. O adjetivo
aponta para o novo testamento e simultaneamente para a Reforma do séc.
XVI. A teologia da qual trataremos é a que, a partir de suas origens
absconditas, latentes nos documentos das história de Israel, veio à luz,
de forma clara e inequívoca, nos escritos dos evangelistas, dos
apóstolos e profetas do novo testamento, para ser redescoberta e
revivida na Reforma do séc. XVI.
Não
queremos o termo evangélico de forma confessionalista - já que
evidentemente aponta para a Bíblia – que de alguma maneira está sendo
respeitada em todas as confissões. Teologia, por ser "protestante",
ainda não é necessariamente evangélica. E existe teologia evangélica no
catolicismo romano e oriental-ortodoxo, como também existe na área das
inúmeras variações e mesmo das formas degeneradas, posteriores aos
evento reformatório. Teologia evangélica é aquela que intenciona
perceber, compreender e tornar manifesto o Deus do evangelho – quer
dizer, o Deus que se manifesta no evangelho, que por si mesmo fala aos
homens, que age dentro deles e entre eles da maneira por Ele mesmo
indicada. Onde se realizar o evento deste Deus se tornar objeto da
ciência do homem e como tal, origem e norma da mesma – é aí que existe
teologia evangélica.
A
teologia evangélica raciocina com base em três premissas secundárias,
que são: dialética insolúvel do evento da existência humana, existência
que vê confrontada com a auto-revelação de Deus no evangelho; a fé de
pessoas humanas que receberam o Dom e a vontade de reconhecerem e de
confessarem a auto-revelação de Deus como tendo acontecido a favor
deles; e na razão, isto é, na capacidade de percepção, de conceituação e
de expressão de todos os homens, inclusive os crentes, fato este que os
capacita tecnicamente a participarem, de forma ativa, do esforço
teológico-cognitivo, realizado no confronto com Deus que se auto-revela
no evangelho.
Teologia
não ignora que o Deus do evangelho se acha voltado para a existência
humana. A prioridade absoluta da teologia evangélica é Deus mesmo.
Teologia evangélica sabe esperar, para verificar como a existência, a fé
e a capacidade intelectual do homem, como seu ser e sua
auto-compreensão, em confronto com o Deus do evangelho, superior a
existência humana, venha revelar-se. Ela em toda a sua modéstia é
ciência livre, isto é, é ciência que deixa seu assunto agir livremente,
de forma que vai sendo liberada continuamente por seu próprio objeto.
O assunto da teologia evangélica é Deus – Deus
, na história de suas ações. Nela é que Ele se manifesta a si mesmo.
Mas nesta história Ele também é o que é. Nela Ele tem e prova tanto sua
existência como sua essência.
O
Deus do evangelho não é nenhum Deus solitário, que bastasse a si mesmo e
que fosse recluso em si mesmo: não é nenhum Deus absoluto, isto é, não é
um Deus desvinculado de tudo que não seja Ele mesmo. O Deus do
evangelho se compadece. Como em si mesmo é o Uno, na unidade de sua vida
como Pai, Filho e Espírito Santo – assim, em relação a realidade – dele
distinta – Ele é livre, de jure e de facto, de ser Deus –
não ao lado do homem, mas igualmente não só acima do homem, mas sim,
junto a ele, e, antes de tudo, a favor dele: não só como seu senhor, mas
também como seu pai, seu irmão, seu amigo, seu Deus, isto é, o Deus do
homem; e isto não em detrimento ou em abandono do seu ser divino, mas
antes em confirmação do mesmo.
Portanto, o Deus do evangelho é o Deus que se relaciona com o homem, que tem uma palavra amiga, por ser palavra de graça.
Teologia
evangélica, através do seu labor, responde ao gracioso sim de Deus, a
sua auto-revelação benigna e amiga ao homem. A teologia evangélica lida
com o Deus do homem, mas precisamente lida com o homem, como sendo o
homem de Deus.
TEOSOFIA
No grego: theós + sóphos,
(sabedoria de deus) ; inglês – theosophy; francês – théosophic; alemão –
theosophic. O termo já era usado pelos neoplatônicos para indicar o
conhecimento das coisas divinas derivadas de uma direta inspiração de
Deus.
Comunicação
com Deus. Conhecimento de Deus. Ciências divinas. O termo emprega-se
também para um sistema filosófico, baseado no conhecimento interiormente
revelado e místico, de Deus e das leis do universo. Os primeiros
vestígios da teosofia encontram-se nos UPANISSHADS SÂNSCRITOS, sendo, em
certo sentido, a filosofia hindu teosófica. Esta especulação mística
espalhou-se também para a Pércia e foi recebida pelos árabes depois da
sua conquista do Irã. Em diversas épocas apareceram homens a
imortalidade da alma e a existência de um vasto cosmos, movidos por
forças ocultas. Mostravam a instabilidade da existência material, a
realidade de um mundo oculto que de todas as partes nos cerca. Nos
tempos modernos, o nome de teosofia foi dado a uma forma de crença,
defendida por Madame Blavatsky, escritora russa. A doutrina fundamental
da teosofia é que o homem tende a voltar à ordem divina de onde saiu;
para conseguir isto precisa livrar-se gradativamente dos grilhões da
matéria, através do conhecimento e do domínio da ordem natural, assim
como de uma intuição ou iluminação que o leva a conhecer a divindade.
Prega a fraternidade dos homens e tolerância de todas as crenças
religiosas. É panteísta e nega um Deus pessoal e imortalidade da pessoa
humana.
TOMISMO
A
escola de filosofia e teologia que segue o pensamento de Tomás de
Aquino. Desenvolveu-se em várias fases e passou por períodos de apoio e
descuido. A doutrina do tomismo entra nas relações entre razão e a fé
que consiste em confiar à razão o dever de demonstrar o preângulo da fé,
de esclarecer e defender os dogmas indemonstráveis e de proceder de
modo relativamente autônomo no domínio da física e da metafísica. É
doutrina do caráter abstrativo do conhecimento, a qual consiste ser
absolutamente em abstrair do objeto. Doutrina da analogicidade do ser
que consiste em julgar que o termo ser referido à criatura tem um
significado não identifico, mas só aparecido ou correspondente ao ser de
Deus.
O
tomismo foi atacado por causa de alegados erros, em um julgamento em
Paris, França em 1876. Porém sobreviveu facilmente a isso, e cresceu em
influência, nos séculos XVI, XV. A época mais fluente do tomismo começou
nos meados do século XIX. Em uma encíclica de 1879, Para Leão XIII
pediu que o catolicismo romano voltasse à filosofia tomista tradicional,
virtualmente oficializando o tomismo como a maneira como os católicos
romanos devera filosofar acerca de sua fé cristã.
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Obras consultadas:
01 – BARTH, Karl. Introdução à Teologia Evangélica. Lindolfo Weingartner (trad), Sindoval. São Leopoldo, RS, 1981.
02 – BERKHOF, Louis. Princípio de Interpretação Bíblica. Merval Rosa (trad), 5. Ed. JUERP, Rio de Janeiro, 1994.
03 – BLEICHER, Josef. Hermenêutica Contemporânea. O Saber da Filosofia. Edições 70. 1980.
04 – BOFF, Leonardo. Igreja, Carisma e Poder. 3. Ed. Vozes, Petrópolis, RJ. P. 249, 19__.
05 – BOTTENSON, H. Documentos da Igreja Cristã. Alfredo Simon (trad), 2. Ed. Rio de Janeiro, JUERP, São Paulo. Aste. 1983.
06 – BRAATEW, Larl B. & JENSON, Robert W. Dogmática Cristã. Vol. 1. São Leopoldo, RJ. Editora Sinodal, 1987.
07 – BRITO, Raimundo de Souza. Realismo, Idealismo e Filosofia da Vida. Tese de Concurso para provimento efetivo da cadeira de Filosofia do Colégio Estadual da Bahia, 1946.
08 – CHANPLIM, R.N., BENTES, J.M. Enciclopédia da Bíblia, Teologia e Filosofia. Vol. 3. Ed. Candeia. São Paulo. 1995.
09 – CONN, Harnie. Teologia da Libertação. Mundo Cristão p. 171. São Paulo, 1984.
10 – COTRIM, Gilberto. Fundamentos da Teologia, Ed. Saraiva, São Paulo, 1982.
11 – ELWEL, Walter A. Enciclopédia História – Teologia da Igreja Cristã. Gordon Chown (trad). São Paulo. Vida Nova. 1988.
12 – ERICSSON, Villard J. Conciso Dicionário de Teologia Cristã. 2. Ed. Rio de Janeiro, JUERP, 1995.
13 – FIDES REFORMATA. Vol. 1, Nº 2. Julho – Dezembro. Seminário Presbiteriano REV. José Manoel da Conceição.
14 – GUNORY, Stanley. Teologia Contemporânea. 2. Ed., São Paulo, Mundo Cristão, 1987.
15 – HOUAISS, Antônio; BARBOSA, Francisco de Assis (editores): Enciclopédia Britânica do Brasil Publicações Ltda. Rio de Janeiro. São Paulo, 19__.
16 – LANDERS, John. Teologia Contemporânea. Rio de Janeiro, JUERP, 1941.
17 – LAROUSE, Webster. A Enciclopédia das Enciclopédias. Governo da Bahia Salvador – Ba, 1997.
18 – LOWENICH, Walther von. A Teologia Da Cruz De Lutero. Teologia Sistemática. Ed. Sinodal. RS, 1998 p. 183.
19 – MONDIM, Batista. As Grandes Teologias do Século Vinte. São Paulo, Paulinas, 1979, 288p.
20 – MURCH, James de Forrest. A Aventura Ecumênica. Vida Nova. São Paulo – SP. 1963.
21 – PIERATT, Alan B. O Evangelho Da Prosperidade. Vida Nova. 2. Ed. São Paulo, SP, 1995.
22 – REIS, Aníbal. Teologia da Libertação. Vol. 1 e 2. Ed. Caminho de Damasco. São Paulo, 1995.
23 – ROSA, Merval. Antropologia Filosófica: Uma perspectiva Cristã. JUERP. 1986.
24 – SCHLESINGER, Hugo. Dicionário Enciclopédico das Religiões. Petrópolis. RJ. Vozes, 1995.
25 – SHEDD, Russel e Alan Pierralt. Imortalidade. Vida Nova 1992. 256p.
FONTE:
http://www.metanoiacruz.net/p/teologia-comtemporanea-verbetes.html
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