Relógio de Sol, de bolso, fabricado
na França no século XVIII
No começo, a história do relógio se confunde com a do
calendário, ambas remontam a uma época em que ainda
não se sabia ler nem escrever. Hoje, todos sabem que relógio
é o nome que se dá a qualquer instrumento destinado
à medição do tempo, mas a maioria desconhece
como o homem conseguiu descobrir um sistema de medida das horas, um
processo que durou séculos. Acredita-se que o tempo começou
a ser medido há cerca de 5000 anos.
Nossos ancestrais mais primitivos só tinham conhecimento do
dia e da noite, ignorando completamente o correr das horas e suas
divisões. Sabe-se que passaram a observar os movimentos do
sol, da lua e das marés, baseando assim sua cronologia. Primitivamente,
conforme nos diz a história, os primeiros relógios construídos
e usados pelo homem foram os gnômons. Consistia em um obelisco
que, iluminado pelo sol ou pela lua, projetava uma sombra, que se
movia com o passar das horas e entre o seu ponto inicial e seu ponto
final, havia um espaço que o homem fracionou, criando a divisão
do tempo.
Se os gregos antigos achavam que as horas eram divindades mitológicas
simbolizando as partes do dia, os babilônios e os chineses foram
os primeiros a dividirem o dia em horas, só que, para eles,
o dia possuía 12 horas, cada uma delas equivalente e 2 horas
atuais.
O Relógio do Sol
Quadrante
solar construído em
1890 na Holanda
|
"Amaldiçoem os deuses o homem que descobriu como diferenciar
as horas; também aquele que neste lugar pôs o relógio
do sol que repartiu os meus dias em bocadinhos". (Autor desconhecido)
Foram os egípcios e parte dos povos da Ásia ocidental
quem primeiro dividiram o dia em 24 horas. O mais antigo instrumento
de marcar as horas foi o "relógio do sol" que, acredita-se,
foi inventado pelos babilônios, e tinha um funcionamento simples:
uma haste vertical se projetava do centro de uma superfície
circular, projetando uma sombra do sol para indicar a hora. Embora
seja certo que o relógio solar tenha existido em época
mais distante, como no Egito há 1500 anos a.C., a história
registra o seu aparecimento na Judéia, pelo ano 600 a.C., quando
o Rei Acaz mostrou a seus súditos um desses relógios.
Anaximandro de Mileto em 380 a.C., aperfeiçoou este relógio
criando o "quadrante solar". O mais antigo relógio
de sol existente está exposto no Museu de Berlim, acredita-se
que pertenceu ao faraó Tutmés III do Egito (1504-1450
a.C.). Na Grécia, Vitrúvio registrou 13 relógios
de sol diferentes no século I a.C. Somente no século
XVI este instrumento pôde ser calibrado, dando horas verdadeiras,
operação que exigia conhecimentos combinados de geografia,
astronomia, matemática e mecânica. O problema ocorria
nos dias de chuva ou nublados, quando não se conseguia ver
as horas.
Modelo de
ampulheta
|
Clepsidra
| Um dos primeiros exemplares de relógio de bolso, contendo o ponteiro das horas. Alemanha, 1535 |
A Ampulheta
Raríssimo
relógio de mesa,
caixa de ébano,
estilo romano.
Londres, 1675.
Avaliado em US$ 90 mil
|
Relógio
de ouro com a foto do
Imperador D. Pedro II
quando jovem, da sua
própria coleção
(Museu de Petrópolis)
|
Dois relógios
decorativos
da coleção de D. Pedro II,
hoje no
Museu de Petrópolis
|
Relógio mecânico
Raro e revolucionário
relógio de ormolu com base de mármore. França,
1795. Ass. “Duval a Paris”
F48/RELÓGIO: Coleção de relógios de bolso das marcas Rigonaud (1790), John Le Roux (1770), Perrin Freres (1810), Eardley Norton (1790), Vacheron&Constantin (1840), Ilbery (1810) e Antoine Allier (1790) |
Até se chegar a uma máquina de medição das horas de luz e de escuridão num único dia de 24 horas iguais, foi um processo gradual baseado nos avanços introduzidos no "relógio de soar", e do aproveitamento do "escape" da máquina: dispositivo que interrompe regularmente a queda dos pesos, como um interruptor que alternadamente contem e solta a força da máquina, produzindo o "tique-taque" que se tornou a voz do tempo. A transição deu-se no século XIV, e a hora tomou um sentido universal e preciso, abandonando-se a "Hora Sazonal" em favor da "Hora Igual".
O primeiro relógio mecânico (que marcava o tempo) conhecido e que hoje se encontra no Museu de Ciência, em Londres, teria sido fabricado em 1386 por Henry de Vicky, encomendado pelo rei da França. Entretanto, ele foi instalado na Catedral de Salisbury, na Inglaterra. Era formado por duas engrenagens movidas por cordas e pesava cerca de 200 quilos. A partir dos grandes relógios mecânicos foram criados os menores para uso doméstico. As torres e vigias das igrejas tornaram-se torres de relógio, de onde soavam horas iguais para os serviços religiosos. A subida dos relógios às torres dos mosteiros e das igrejas tornou-os máquinas públicas e símbolos da prosperidade das comunidades. O relógio foi um serviço público anterior ao abastecimento de água. O primeiro mostrador tinha 6 divisões, que um único ponteiro percorria 4 vezes cada dia de 24 horas, e foi criado em 1344 por Jacopo de Dondi na cidade de Chioggia, na Itália. O ponteiro de minuto só apareceria mais tarde com o uso do pêndulo. Foi em 1582 que o cientista Galileu Galilei (1564-1642), ao observar a oscilação de um candeeiro na Catedral de Pisa, descobriu a aplicação do movimento pendular na fabricação do relógio, do que se aproveitou o holandês Christian Huygens para fabricar o primeiro relógio de pêndulo.
O tempo portátil
F48/RELÓGIO:
Coleção de relógios de bolso das marcas
Rigonaud (1790), John Le Roux (1770), Perrin Freres (1810),
Eardley Norton (1790), Vacheron&Constantin (1840), Ilbery
(1810) e Antoine Allier (1790)
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Os relógios foram transformados em obras de arte nos séculos XVII e XVIII, os palácios e ricas residências da Europa ostentavam ricos relógios de parede, de coluna e de mesa, que além de marcar as horas serviam como objetos decorativos. No século XIX um conde polonês de nome Antoine Patek juntou-se ao relojoeiro francês Adrien Phillipe, criando uma marca de relógios que ficou famosa em todo o mundo: Patek-Phillipe. Considerado o que havia de mais perfeito e preciso na indústria da época, este relógio tinha clientes ilustres como a Rainha Vitória e o Czar Nicolau II, da Rússia, entre outros nobres e abastados do mundo. Considerado uma verdadeira inovação, em 1842 a fábrica do Patek-Fellipe criou o mecanismo sem chave para dar corda.
Relógio
de Sol antigo
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Coleção
de relógios de pulso das marcas Patek Phiippe, Movado,
Vacheron & Constantin e Cartier de meados do século
XIX
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Por Litiere C. Oliveira
Fotos: reprodução. Fonte: Museus de Relógios, Sotheby's
London, sites terraavista e relógioantigo e Rev. G.Universal.
http://www.areliquia.com.br/Artigos%20Anteriores/64Relogio.htm
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