A apologética Kardecista vive tentando fugir de evidência Bíblica
contra o raciocínio reencarnacionista. Dentro da cosmovisão teológica
cristã, o texto mais contundente encontra-se em Hebreus 9.27 que arvora:
“E, como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo depois o juízo”
Diante de um texto tão destrutivo ao pensamento espírita, argumenta os apologistas do espiritismo:
“A passagem de Hebreus 9.27 é citada inúmeras vezes, como argumento
contra a Reencarnação… No Novo Testamento é narrada a ressurreição da
filha de Jairo, do filho da viúva de Naim e de Lázaro. Se de fato houve
essas ressurreições, vale dizer que Eles morreram DUAS vezes! E aí, como
ficamos diante da afirmativa citada?”*
Quais sãos os problemas que precisamos responder então?
1°)
– Como fica o caso das pessoas na Bíblia que morreram e ressuscitaram
pela intervenção de um milagre? Afinal de contas ao morrerem, elas
morreram duas vezes?
2°) – E as pessoas que morreram e
ressuscitaram, foram julgadas duas vezes? A lógica aqui é – se ao morrer
eu sou julgado, como fica então os que morreram duas vezes – eles
tiveram dois julgamentos?
“… ordenado morrerem …”
Donald Guthrie argumenta que: “O
texto explicita que a morte em si é inevitável (é isso que o autor de
Hebreus quer salientar). Ninguém está isento dessa experiência “debaixo
do sol”. A diferença entre a morte de Cristo e todos os demais
indivíduos é que a de Cristo foi voluntário (João 10.18), ao passo que
para todos os demais seres humanos ela é ordena (apokeitai) – Armazenada
para eles” – (isso por causa do “salário do pecado” – Rm 3.23).
Cabe aqui salientar a observação relevante feita por Guthrie sobre a palavra “ordenada” – No grego ”apokeitai” significaarmazenada para eles. Esse
contexto não corrobora com a interpretação de que o homem não poderia
morrer e ressuscitar pela intervenção Divina (Ou mesmo pelo uso de um
desfibrilador). O que vemos no conjunto textual do original grego é que a
morte não é simplesmente “ordena ao homem”, mas “ARMAZENADA PARA O HOMEM”.
“…uma só vez…”
Aqui
se encontra a parte do versículo mais problemática, pois a apologética
kardecista alega que as pessoas que ressuscitaram e voltaram a morrer
teriam morrido duas vezes – enquanto o texto fala que o homem deve
morrer uma só vez.
Guthrie comenta o seguinte: “ao fazer a
comparação entre todos os homens e Cristo, o escritor começa com um
fator comum: Ele morreu uma só vez, consideração esta que é repetida
mais de uma vez. O que há de mais relevante nesta declaração é que a
morte agora é declarada no passivo, tendo-se oferecido…”
Jesus
se ofereceu uma única vez para redimir os homens da morte. O contraste
do texto é para frisar esse fato – Jesus se ofereceu uma vez para
libertar o homem da morte. O texto mostra que a morte quando efetivada,
se não acontecer nenhum milagre da parte de Deus, é o caminho que todos
devem passar, vindo depois disso o juízo de Deus.
Quanto aos
milagres de ressurreição, eles foram feitos pelo poder e vontade
exclusiva de Deus – ou seja – Ele interferiu na morte de alguém, dando
àquele indivíduo mais tempo de vida. Claro, mas todos os que
ressuscitaram no VT e no NT voltaram a morrer – cumprindo o designo
humano e o texto de Hebreus 9.27 - ” E, como aos homens está armazenado (ou guardado) morrerem uma só vez, vindo depois o juízo “.
Outro fato interessante de notarmos é a doutrina Escatológica. Ela
mostra que nem todos irão preceder aos que morrem, mas muitos não
experimentarão a morte, sendo arrebatados para a glória de Deus (I Ts
4.15). Isso explicita que o texto bíblico de Hebreus tem duas exceções:
No caso de pessoas que morreram e foram ressuscitadas e o caso do
arrebatamento da Igreja – Mas em nenhum dos dois casos de exceção existe
brecha para a doutrina reencarnacionista.
“…vindo depois o juízo”
As palavras “vindo depois o juízo” não
visam dar a entender que o julgamento ocorre imediatamente após a
morte, mas que o julgamento deve ser esperado subsequentemente à morte. O
juízo aqui (krisis) aludido é o juízo final. Esse juízo não será
aplicado a um conjunto de vidas, mas a uma única vida – a uma única
existência (por isso a importância de aproveitarmos para chegar-nos a
Deus no dia de hoje – Hb 3).
Conclusão:
A vida que Deus deu ao homem é para ser desfruta neste mundo apenas uma vez. Não se pode confundir ressurreição com reencarnação. Os mortos podem ressuscitar, mas não se reencarnar em outro corpo. Deus deu uma palavra, e ela será mantida:
“E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo” (Hb 9.27).
Nossa vida é única e intransferível diante de Deus. Somos responsáveis diretos por todas as decisões e atitudes que tomamos.
Se a reencarnação fosse verdade, não teria sentido Jesus ter narrado a história do rico e do Lazaro. A Bíblia não teria sentido, a própria vida não teria sentido.
A Bíblia fala de ressurreição, e não de reencarnação. O conselho prático seria aceitarmos a revelação de Deus na bíblia para nossas vidas e negarmos o engodo da reencarnação.
Fonte:
http://www.cacp.org.br/quantas-vezes-o-homem-morre/
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