Pastor Elias Soares de Moraes
“Lembra-te
do dia do sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás, e farás
toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do SENHOR teu Deus; não
farás nenhuma obra, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu
servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o teu estrangeiro, que
está dentro das tuas portas”.
“Porque
em seis dias fez o SENHOR os céus e a terra, o mar e tudo que neles há,
e ao sétimo dia descansou; portanto abençoou o SENHOR o dia do sábado, e
o santificou” (Ex 20.8-11).
Com
base nessa passagem e outras do Antigo Testamento, os adventistas do
sétimo dia e outros adeptos do sabatismo, insistem em ensinar que o
sábado é um mandamento vigente para o cristão e, portanto, ele deve
guardá-lo.
Segundo os adventistas, o sábado é o sinal de Deus e o domingo é o sinal da besta.
Ellen
White, a profetisa do adventismo fez a seguinte declaração: “Santificar
o sábado ao Senhor importa em salvação eterna” (Testemunhos Seletos).
Em
outras palavras ela está dizendo que a salvação da pessoa não depende
de Cristo, mas sim se ela guarda ou não o dia de sábado.
Ora, será que o sacrifício de Jesus não foi completo? Afinal, quem é que nos salva: Jesus ou a guarda do sábado?
Acerca desse assunto Paulo já advertia as igrejas da Galácia quando disse:
“Maravilho-me
de que tão depressa passásseis daquele que vos chamou à graça de Cristo
para outro evangelho; O qual não é outro, mas há alguns que vos
inquietam e querem transtornar o evangelho de Cristo. Mas, ainda que nós
mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos
tenho anunciado, seja anátema. Assim, como já vo-lo dissemos, agora de
novo também vo-lo digo. Se alguém vos anunciar outro evangelho além do
que já recebestes, seja anátema” (Gl 1.6-9).
A ETIMOLOGIA DA PALAVRA SÁBADO
Sábado: do hebreu Shabbat, “sábado”, shabat, “cessar, desistir, descansar”.
ALGUMAS RAZÕES PORQUE O CRISTÃO NÃO DEVE GUARDAR O SÁBADO
1 – Deus trabalhou no dia de sábado.
“E havendo Deus acabado no dia sétimo a sua obra, que tinha feito descansou no sétimo dia de toda a sua obra que tinha feito” (Gn 2.2).
Este
versículo mostra de forma inequívoca que Deus trabalhou no sábado. De
outro modo, como pode alguém terminar sua obra, num determinado dia, sem
ter trabalhado nesse dia?
Veja que o texto é muito taxativo ao dizer que: “Deus acabou no dia sétimo a sua obra que tinha feito...”.
Vejamos essa afirmação na língua original.
“Vayekal ‘Elohiym “e terminou Deus” Bayyom “no dia” Hashebiy’iy “o sétimo” Mela ‘kto ‘asher, “sua obra”.
Estas palavras na língua original são claras e não deixam margem para dúvidas; Deus realmente trabalhou no dia de sábado.
O
fato de em Êxodo 20.11 dizer que ele terminou a obra no sexto dia pode
ser explicado através do costume judaico de arredondar os números. Visto
que Deus trabalhou apenas parte do sábado, como podemos ver por
inferência, o escritor arredondou o número dizendo que Ele (Deus)
terminou no sexto dia a sua obra, quando na verdade, de acordo com Gn
2.2, Ele terminou no sábado, ou seja, no sétimo dia.
Por exemplo, Davi reinou sete anos e meio em Hebrom: “e foi o número dos dias que Davi reinou em Hebrom, sobre à casa de Judá, sete anos e seis meses” (II Sm 2.11).
“E em Jerusalém reinou trinta e três anos sobre Israel e Judá” (II Sm 5.5).
Ou
seja, Davi reinou quarenta anos e seis meses. Mas, o mesmo escritor, em
II Samuel 5.4 afirma que Davi reinou apenas quarenta anos. Ora tudo que
ele fez foi arredondar os números de 40,6 anos para apenas 40 anos.
2 – A guarda do sábado não foi instituída por Deus antes da Lei
De
acordo com os adventistas do sétimo dia, os cristãos devem guardar o
sábado pelo fato dele ter sido instituído antes da Lei no jardim do
Éden.
Refutação:
Não
há nenhum versículo na Bíblia que apresente o sábado como um mandamento
dado por Deus antes da Lei. Desde Adão até Moisés não há ninguém que
tenha guardado o sábado. Nem Adão, nem Abel, nem Noé e nem mesmo Abraão,
Isaque, Jacó ou José guardaram o sábado. Portanto, dizer que a guarda
do sábado é um mandamento vigente para o cristão por ter sido instituído
por Deus, antes da Lei, é no mínimo falacioso, pois, como temos visto,
ele não tem respaldo nas Escrituras Sagradas.
O argumento de que Deus abençoou e santificou o sábado e por isso ele deve ser guardado pelo cristão.
“E abençoou Deus o sétimo dia e o santificou; porque nele descansou de toda a sua obra, que Deus criara e fizera” (Gn 1.3).
Refutação
O
fato de Deus haver abençoado e santificado o sábado não significa que o
homem também deveria abençoá-lo e santificá-lo. Pois ao santificar e
abençoar o sábado, Deus não disse que o homem deveria fazer o mesmo.
Pelo menos não é isso que encontramos no livro de Gênesis. A razão de
ele haver abençoado e santificado o dia sétimo está claro no próprio
texto: “porque nele descansou de toda a sua obra, que Deus criara e fizera”.
O argumento das duas instituições que atravessaram o Éden.
Outro
argumento usado pelo mesmo grupo consiste em que, as duas únicas
instituições criadas por Deus que atravessaram os portões do Éden foram:
a guarda do sábado e o casamento.
Refutação:
No que diz respeito à instituição do casamento há uma ordem expressa de Deus tanto para o homem quanto para a mulher que diz:
“Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne” (Gn 2.24).
“Ele,
porém, respondendo, disse-lhes: Não tendes lido que aquele que os fez
no princípio macho e fêmea os fez, E disse: Portanto, deixará o homem
pai e mãe, e se unirá a sua mulher, e serão dois numa só carne?” (Mt 19.4-5).
Mas, quanto ao sábado, no livro de Gênesis e principalmente no capítulo dois, não há nenhum mandamento.
3 – O sábado foi instituído no período da Lei para ser observado pelos judeus e não pelos cristãos.
De
acordo com Êxodo 31.13-17, a guarda do sábado foi instituída para os
judeus, para os filhos de Israel e não para os cristãos (Êx 31.12-17).
4 – O Novo Testamento não faz menção a guarda do sábado como um mandamento vigente para o cristão.
Em
todo o Novo Testamento não há um só versículo fazendo alusão à guarda
do sábado como um mandamento vigente para o cristão ou para os gentios.
Pra ser mais claro, dos 10 mandamentos apresentados em Êxodo 20, o único
que não é repetido no Novo Testamento é o que se refere a guarda do sábado.
Se
a guarda do sábado é um mandamento estabelecido no Éden, e, diga-se de
passagem, nesse caso é o primeiro de todos os mandamentos, conforme
pensam os adventistas, pois até então nenhum outro mandamento ainda
havia sido dado, porque somente depois de quase três mil anos, a contar
do Éden até Moisés, ele é ordenado para ser guardado? E vale lembrar que
ele foi ordenado exclusivamente para a nação do Israel (Êx 31.16,17).
Pois, desde Adão até Moisés não vemos ninguém guardado o sábado. Nem
Abel, nem Sem, nem Sete, nem Enos, nem Enoque, nem Noé, Abraão, Isaque,
Jacó ou José. E no período da Igreja, ou seja, a partir da ascensão de
Jesus, não temos na Bíblia, nenhum só versículo, que recomende a guarda
do sábado para os cristãos. Se a guarda do sábado fosse, de fato, um
mandamento para a igreja; porque nenhum dos apóstolos fez alusão a ele
como um mandamento vigente para o cristão?
O argumento de que o sábado é um mandamento perpétuo
“Guardarão, pois os filhos de Israel, celebrando o sábado nas suas gerações por concerto perpétuo” (Êx 31.16).
De
acordo com a interpretação adventista esse versículo ensina que o
sábado é um mandamento que deve ser guardado perpetuamente ou
eternamente, e, sendo assim, sua observância se estende também aos
cristãos.
Sobre esse assunto assim diz o Dr. Paulo Romeiro e o renomado apologista Pr. Natanael Rinaldi:
Se somos obrigados a guardar o sábado pelo simples fato de ser denominado “estatuto perpétuo”, então somos obrigados também a:
- Guardar a páscoa – estatuto perpétuo (Êx 12.14)
- Lavar cerimonialmente as mãos e os pés – estatuto perpétuo (Êx 30.17-21)
- Celebrar as festas judaicas – estatuto perpétuo (Lv 23.14, 21, 31, 41);
- Subordinados ao sacerdócio aarônico – estatuto perpétuo (Nm 25.13).
(Desmascarando as Seitas. Natanael Rinaldi e Paulo Romeiro).
Mas
é claro que essas observâncias não são levadas a sério pelos
adventistas. Mas afinal, um mandamento perpétuo não é para ser
observado?
A
guarda do sábado, como dia de descanso, só teve validade até a cruz de
Cristo. A partir daí o nosso descanso não é um dia, mas numa pessoa,
Jesus. Entendemos que o homem precisa de um ou mais dia de descanso, mas
isso não significa que tem que ser religiosamente no dia de sábado.
Quanto
ao dia de culto ao Senhor, os cristãos não tinham um dia específico,
sábado ou domingo. Lemos no livro de Atos que eles cultuavam a Deus
todos os dias, sem exceção.
“E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração” (At 2.46).
Quanto a guarda do sábado pelos cristãos o apóstolo Paulo faz as seguintes advertências:
“Guardais dias, e meses, e tempos, e anos. Receio de vós, que não haja trabalhado em vão para convosco” (Gl 4.10,11).
“Portanto,
ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de
festa, ou da lua nova, ou dos sábados, Que são sombras das coisas
futuras, mas o corpo é de Cristo” (Cl 2.16,17).
O argumento de que Paulo ensinou a guarda do sábado pelo fato de ir à sinagoga
O
fato de Paulo ir à sinagoga no dia de sábado não significa
necessariamente que ele estivesse ensinado que os cristãos devem guardar
o sábado. Ele ia à sinagoga no sábado porque era nesse dia que os
judeus se reuniam para o culto na sinagoga. Quando Paulo saia para
pregar, o primeiro lugar que ele procurava era uma sinagoga. E, quando
os judeus rejeitavam sua pregação ele se voltava para os gentios. Sua
preocupação com a salvação dos judeus era tão grande que ele chegou a
desejar ser anátema separado de Cristo se porventura isso pudesse
salvá-los (Rm 9.1-3).
Por
outro lado, Paulo usou várias estratégias para conduzir os homens a
Cristo. Veja, por exemplo, o que ele disse a esse respeito:
“E
fiz-me como judeu para os judeus, para ganhar os judeus; para os que
estão debaixo da lei, como se estivesse debaixo da lei, para ganhar os
que estão debaixo da lei” (I Co 9.20).
Reconsiderando
a questão sobre a guarda do sábado, acho muito curioso que Paulo nada
dissesse na assembleia reunida em Jerusalém para tratar de seu
ministério (At 15). Pois foi uma excelente oportunidade para ele fazer
referencia a esse tão “importante” mandamento. É também muito curioso
Paulo não ter feito nenhuma menção sobre a guarda do sábado em suas
cartas doutrinárias para as igrejas gentílicas. Ele não menciona a
guarda do sábado como regra normativa para os cristãos de nenhuma
igreja. Aliás, não foi apenas Paulo que cometeu esse “esquecimento”, mas
todos os apóstolos que escreveram epístolas para os cristãos. Ninguém
no Novo Testamento faz alusão a guarda do sábado como mandamento para os
cristãos. Incluímos também Jesus, pois ele nunca ensinou esse
mandamento.
A guarda do sábado foi mudada para domingo pelo imperador Constantino, por isso quem guarda o domingo esta adorando o deus sol.
Esse é outro argumento usado pelos adventistas, dizendo que o imperador Constantino oficializou a guarda do domingo.
Refutação
Pelo
fato de Constantino ter decretado o domingo como o dia de descanso
semanal, não significa que antes disso os cristãos guardavam o sábado e
por ordem do imperador passaram a descansar no domingo. Pois não há uma
só passagem no Novo Testamento que indique que os cristãos guardavam o
sábado. Para eles todo dia era dia de cultuar a Deus.
Por isso reiteramos que Jesus é o nosso verdadeiro descanso e não o sábado ou o domingo (Mt 11.28-30).
De acordo com os adventistas o domingo é o dia do “deus sol”, logo quem guarda o domingo está cultuando e adorando o deus sol.
Essa
acusação é infundada e maldosa. Pois a palavra domingo não significa
“dia do sol”. A palavra é originada do latim “dies dominicus” que
significa “dia do Senhor”. Pois foi nesse dia que conforme relatos
bíblicos, o Senhor Jesus ressuscitou “E Jesus tendo ressuscitado na manhã do primeiro dia da semana...” (Mc 16.9).
A
origem da expressão “dia do Senhor” pode ser rastreada e identificada
por sua associação com o dia da ressurreição de Cristo. Embora no
principio as reuniões diárias dos cristãos fossem feitas todos os dias
(At 2.46), o domingo foi gradualmente se tornando o dia da adoração ao
Senhor (At 20.7; 1 Co 16.2).
O
relato de Atos 20.7 mostra que a prática da Ceia do Senhor era
evidentemente uma característica própria da adoração no dia do Senhor. A
coleta também fazia parte das atividades desse dia (1 CO 16.2).
Povos
pagãos antigos reverenciavam seus deuses dedicando este dia ao astro
Sol o que originou outras denominações para este dia, em inglês diz-se Sunday, e no alemão Sonntag, com o significado de "Dia do Sol". (Wikipedia).
Mas
também Povos pagãos antigos reverenciavam seus deuses, dedicando o dia
de Sábado ao deus Saturno, o que originou em inglês a denominação
Saturn's day, posteriormente abreviada para Saturday, e no holandês Zaterdag, com o significado de "Dia de Saturno". (Wikipedia).
Por
isso se alguém traduzir a palavra domingo do inglês, “dia do sol”, para
classificá-lo como o “dia do deus sol” e, assim justificar uma falsa
doutrina, esse alguém se for honesto deve também traduzir a palavra
sábado não apenas do hebraico, mas também do inglês como faz com a
palavra domingo. Pois o sábado em inglês significa literalmente, “dia de
saturno”. Então devemos perguntar: os adventistas por descansarem no
sábado estão adorando ao deus saturno?
É
claro que não! Assim como o cristão que porventura descansar ou cultuar
a Deus no domingo não está cultuando o “deus sol”, também o adventista
que descasar no sábado, ainda que não exista mandamento no Novo
Testamento para tal advertência, não estará adorando ou cultuando o
“deus saturno”. E essa mesma regra vale para o cristão que descansar,
adorar ou cultuar a Deus no domingo, ainda que não haja no Novo
Testamento um mandamento para a guarda do domingo. Por isso, se a regra
vale para o cristão, também deve valer para o adventista. Pois não pode
haver dois pesos e duas medidas.
Portanto,
se alguém disser que o domingo é o dia do sol e por isso quem descansa
no domingo está adorando ou cultuando ao deus Sol, deve de igual modo
dizer que o sábado é o dia de saturno e quem descansa no sábado está
adorando ou cultuando ao deus Saturno. Visto que nenhuma dessas
afirmações é verdadeira, o correto seria abandonar esse discurso
falacioso e deixar cada um descansar no dia em que melhor lhe convier.
Cada um é livre para escolher, de acordo com a oportunidade, o dia de
seu descanso, como bem pondera o apóstolo Paulo:
“Um
faz diferença entre dia e dia, mas outro julga iguais todos os dias.
Cada um esteja inteiramente seguro em sua própria mente. Aquele que faz
caso do dia, para o Senhor o faz e o que não faz caso do dia para o
Senhor o não faz. O que come, para o Senhor come, porque dá graças a
Deus; e o que não come, para o SENHOR não come, e dá graças a Deus” (Rm
14.5-6).
“Mas
agora, conhecendo a Deus, ou, antes, sendo conhecidos por Deus, como
tornais outra vez a esses rudimentos fracos e pobres, aos quais de novo
quereis servir? Guardais dias, e meses, e tempos, e anos. Receio de vós,
que não haja trabalhado em vão para convosco” (Gl 4.9-11).
“Portanto,
ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de
festa, ou da lua nova, ou dos sábados, que são sombras das coisas
futuras, mas o corpo é de Cristo” (Cl 2.16-17).
Essas
palavras de Paulo são claras e não deixam margens para dúvidas de que a
guarda do sábado não é um mandamento vigente para os cristãos. Na
verdade o cristão não descansa em um dia, mas numa pessoa, a saber, no
Senhor Jesus Cristo. Ele é o nosso descanso.
Parte integrante do livro:
Perguntas Difíceis de Responder – Volume 3 – BeitSHALOM Editora
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