Satanás quer que o homem peque, para ter um outro
direito, o direito de posse sobre a vida da pessoa, desta forma, ele tem
o direito de agir legalmente na vida da pessoa. Mas isto é bíblico? Em
1 João 3.8 nós temos um primeiro texto a considerar:
“Quem comete o pecado é do diabo, porque o diabo
peca desde o princípio. Para isto o Filho de Deus se manifestou: para
desfazer as obras do diabo."
O Tradutor e Ministro de Libertação Milton Azevedo Andrade, comentando este versículo diz o seguinte:
“O sentido do verbo “é”, neste versículo, é o
sentido de posse. É o mesmo sentido de quando você diz: “Esta casa é
minha.” Quer dizer que você tem a posse dela; que você mora nela, que
você poderá decorá-la e arrumá-la do jeito quer você quiser.
O segundo texto a considerar é outro versículo escrito por João, desta vez em seu evangelho. Em João 8.34 Jesus disse:
“...Em verdade, em verdade vos digo que todo aquele que comete pecado é escravo do pecado.”
Neste versículo a segunda ocorrência da palavra
pecado foi personalizada por Jesus. Nesta segunda ocorrência, Jesus
apresenta o pecado como o dono de um escravo, isto é, o dono de todo
aquele que pratica o pecado. Já lemos que o pecado é a transgressão da
lei de Deus (1 Jo 3.4). Transgressão é algo impessoal, e portanto não
pode ser o dono de alguém. Indiretamente Jesus usou de simplicidade para
ensinar uma grande verdade: “Quem comete o pecado é escravo do Diabo”.
João compreendeu essa grande verdade, e a ensinou claramente em 1 João
3.8.
Quanto ao direito de posse, ainda temos um terceiro texto a considerar. Em Mateus 12. 43-45 Jesus ensina o seguinte:
“Quando o espírito imundo sai do homem, anda por
lugares áridos buscando repouso, mas não o encontra. Então diz: Voltarei
para minha casa de onde saí. E, voltando, acha-a desocupada, varrida e
adornada. Então vai. E leva consigo outros sete espíritos piores do que
ele e, entrando, habitam ali. E são os últimos atos desse homem piores
do que os primeiros. Assim acontecerá também a esta geração má.”
Um demônio pode ser expulso sem que seja quebrado
seu direito de posse. (Depois vou explicar em que condições isto pode
acontecer) Porém, ele pode voltar trazendo mais destruição para a vida
da pessoa. O demônio diz: “Voltarei para minha casa...”. A palavra
“casa” refere-se ao lugar que foi dado ao Diabo na vida da pessoa (Ef
4.25-32). O demônio voltou pois sabia do direito que tinha. Ele diz:
“... minha casa...”. Isto é direito de posse. Depois que o demônio é
expulso, por um tempo, não existirá sua presença e controle, a pessoa
terá um paliativo, porém, só haverá libertação quando o direito do
demônio for quebrado e a pessoa cheia com o Espírito Santo. Se isto não
acontecer, o demônio voltando “... leva consigo outros sete espíritos
piores do que ele e, entrando, habitam ali. E são os últimos atos desse
homem piores do que os primeiros...”.
Além de Efésios 4.25-32, Paulo também nos mostra o
direito de posse com a palavra “vantagem” em 2 Coríntios 2.10,11: “A
quem perdoais alguma coisa, também eu perdôo; porque de fato o que tenho
perdoado, se alguma coisa tenho perdoado, por causa de vós o fiz na
presença de Cristo, para que Satanás não alcançe VANTAGEM sobre nós,
pois não lhe ignoramos os designios.” A palavra no grego é “pleonektéo” e
significa “levar vantagem sobre”, “ser explorado”, “defraudar”,
“aproveitar-se”. A verdade é que Satanás e seus demônios, tem explorado,
defraudado e se aproveitado até mesmo muitos crentes. Paulo reconhecia
que até com ele mesmo isto poderia acontecer se ele não liberasse
perdão. No contexto desta passagem nos versículos de 5 a 9, percebemos
que um crente rebelde havia sido suficientemente castigado e se
arrependera. Aparentemente alguns queriam uma punição ainda mais severa
(2 Co 2.6-8), mas no caso dele a igreja tinha que liberar perdão e
amá-lo, senão, além do irmão ser consumido por excessiva tristeza (v.7),
toda a igreja daria direito de posse a Satanás e seria destruída por
ele (v.11).
O direito de posse é quebrado quando há verdadeira confissão e arrependimento dos pecados. Em 1 João 1.9 está escrito:
“Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda injustiça.”
Confessarmos no grego é “homologéo”, palavra
derivada de “homos” “a mesma coisa” e “lego”, “dizer”, ou seja, “dizer a
mesma coisa que outra pessoa”, neste caso, é fazer uma declaração
admitindo a sua pecaminosidade e seus pecados particulares, é concordar
com a Palavra de Deus renunciando todos os pecados, pois a confissão
desacompanhada da determinação de livrar-se do pecado (que é sinal de
arrependimento), é uma oração inútil. Dizer sempre para Deus: Senhor,
aqui estou novamente, com o mesmo pecado. Perdoa-me. Isso não é
arrependimento, e sem o arrependimento não há perdão (At 3.19; At 8.22).
As atitudes ou ações de cada um demonstrarão se houve arrependimento
(Mt 3.8; At 26.20).
Nenhum comentário:
Postar um comentário