O carnaval tem sua origem em
rituais pagãos de adoração a deuses falsos. Trata-se por isso, de uma
manifestação popular eivada de obras da carne, condenadas claramente
pelas Sagradas Escrituras. Seja no Egito, Grécia ou Roma antiga, onde se
cultua, respectivamente, os deuses Osíris, Baco ou Saturno, ou hoje em
São Paulo, Recife, Porto Alegre ou Rio de Janeiro, sempre notaremos
bebedeiras desenfreadas, danças sensuais, música lasciva, nudez,
liberdade sexual e falta de compromisso com as autoridades civis e
religiosas. Entretanto, não podemos também deixar de abordar os chamados
benefícios do carnaval ao país, tais como geração de empregos, entrada
de recursos financeiros do exterior através do turismo, aumento das
vendas no comércio, entre outros. Traçando o perfil do século XXI, não é
possível isentar a igreja evangélica deste momento histórico. Então,
qual deve ser a posição do cristão diante do carnaval? Devemos sair de
cena para um retiro espiritual, conforme o costume de muitas igrejas, a
fim de não sermos participantes com eles (Ef.5.7)? Devemos, por outro
lado, ficar aqui e aproveitarmos a oportunidade para a evangelização? Ou
isso não vale a pena porque, especialmente neste período, o deus deste
século lhes cegou o entendimento (2 Co.4.4)?
Creio que a resposta cabe a cada um. Mas, por outro
lado, a personalidade da igreja nasce de princípios estreitamente
ligedos ao seu propósito: fazer conhecido ao mundo um Deus que, dentre
muitos atributos, é Santo.
Há quem justifique como estratégia evangelística a
perticipação efetiva na festa do carnaval, desfilando com carros
alegóricos e blocos evangélicos, o que não deixa de ser uma tremenda
associação com a profanação. Pergunta-se, então: será que deveríamos
frqüentar boates gays, sessões espíritas e casas de massagem, a fim de
conhecer melhor a ação do diabo a investir contra elas? Ou deveríamos
traçar estratégias melhores de evangelismo?
No carnaval de hoje, são poucas as diferenças das
festas que originaram, continuamos vendo imoralidade, música lasciva,
promiscuidade sexual e bebedeiras.
José Carlos Sebe, no livro Carnaval de Carnavais,
página 16, descreve, segundo George Dúmezil (estudioso das tradições
mitológicas): O Carnaval deve ser considerado sagrado, porque é a
negação da rotina diária. Ou seja, é uma oportunidade única para
extravasar os desejos da carne, e dentro deste contexto festivo, isto é
sagrado, em nada pervertindo. Na página 17, o mesmo autor descreve:
Beber era um recurso lógico para a liberação pessoal e coletiva. A
alteração da rotina diária exigia que além da variação alimentar, também
o disfarce acompanhasse as tranformações. Observe ainda o que diz
Manuel Gutiérez Estéves: No passado, faziam-se nos povoados, mas
sobretudo nas cidades, diversos tipos de reuniões em que todos os
participantes aparentavam algo diferente daquilo que na realidade, eram.
A pregação eclesiástica inseriu na mensagem estereotipada do carnaval a
combinação extremada da luxúria com a gula. Não falta sem dúvida,
fundamento para isto.
Como cristãos, não podemos concordar e muito menos
participar de tal comemoração , que vai contra os princípios claros da
Palavra de Deus:
"Porque os que segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são do espírito para as coisas do espírito (Rm 8.5-8)."
"Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus (1 Co 6.20)."
EVANGELISMO OU RETIRO ESPIRITUAL?
A maioria das igrejas evangélicas, hoje, tem sua própria opnião quanto ao tipo de atividade que deve ser realizada no período do carnaval. Opinião esta que, em grande parte, apoia-se na teologia que cada um delas prega. Este fato é que normalmente justifica sua posição. A saber: enquanto umas participam de retiros espirituais, outras, no entanto, preferm ficar na cidade durante o carnaval com o objetivo de evangelizar os foliões.
Primeiramente, gostaríamos de destacar que
respeitamos as duas posições, pois cremos que os cristãos fazem tudo por
amor ao Senhhor e com intenção de ganhar almas para Jesus e edificar o
corpo de Cristo.(Cl 3.17). Entendemos, também, o propósito dos retiros
espirituais: moentos de comunhão com o Senhor que tem feito grandes
coisas em nossas vidas. Muitos crentes têm sido edificados pela pregação
da Plavra e atuação do Espírito Santo nos acampamentos promovidos pelas
igrejas. Toda via, a visão de aproveitarmos o carnaval para testemunhar
é pouco difundida em nosso meio. Na Série Lausanne, encontra-se uma
descrição sobre a necessidade da igreja ser flexível. A consideração é
feita da seguinte forma: o processo de procura de novas estruturas nos
levará, seguidamente, a um exame mais íntimo do padrão bíblico e a
descorberta de que um retorno ao modelo das Escrituras e sua adptação
aos tempos atuais é básico á renovação e a missão.
Entendemos, com isso, que, em meio á pressão
provocada pelo mundo, a igreja deve buscar estratégias adequadas para
posicionar-se á estas mudanças dentro da Palavra de Deus, e não dentro
de movimentos contrários a ela. A Bíblia é a fonte, e não os fatores
externos.
Cristãos de todos os lugares do Brasil possuem
opiniões diferentes a respeito da maneira adequada para a evangelização
no período do carnaval. Mas devemos notar que Cristo nunca perdeu uma
oportunidade para pregar, nem mesmo fugia das interrogações ou situações
religiosas da época. Não podemos deixar de olhar o que está escrito na
Bíblia:
"Prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina" (2 Tm 4.2).
Aqui o apóstolo Paulo exorta a Timóteo a pregar a Palavra em qualquer situação, seja boa ou má. A Palavra deve ser anunciada.
A igreja jamais pode ser omissa quanto a esse assunto. O cristão deve ser sábio ao tomar sua decisão, sabendo que:
"Em que noutro tempo andaste segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência. Entre os quais todos nós andávamos nos desejos da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também. Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo(pela graça sois salvos), e nos ressuscitou juntamente com ele e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus" (Ef 2.2-6).
| Autor: Artigo recebido por email | Divulgação: estudogospel.com.br |
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