Cultos excêntricos
É incrível como as pessoas estão propensas a exercer fé nos mais
estranhos tipos de deuses. Quando tocamos neste assunto, obviamente nos
vem à mente alguns exemplos de cultos anormais, porém, os exemplos
que seguem são tão excêntricos que desafiam os limites do que
consensualmente denominamos de anormal. Vejamos:
Culto à cebola
Existe um grupo em Paris, França, que cultua a cebola. É isso mesmo.
Estamos falando de um legume, considerado pelos adeptos como “bulbo
divino”. A liturgia do culto é a seguinte: as pessoas se reúnem em
volta de uma cebola e vão descascando-a lentamente, camada após camada,
até chegarem ao talo, que, segundo crêem, é a parte mais importante
do ritual.
O indivíduo que estiver em concentração e contemplar a sagrada gastronomia, alcançará a pureza espiritual.
Adoradores do umbigo
Este culto também gira em torno da meditação, sendo que, desta vez, o
deus venerado é o ventre, ou melhor, o umbigo. Dentro do templo, com
as portas fechadas e um ambiente repleto de incenso, sob um calor
quase insuportável, o grupo (também francês) se concentra em seus
próprios umbigos. Acreditam que, pela meditação profunda, poderão
regredir, por meio do seu próprio cordão umbilical, até o umbigo de
Adão, onde, dizem, encontrarão a paz do paraíso original.
Ingestão de excrementos
Algumas seitas esotéricas, para adquirirem o que chamam de qualidades
místicas (como, por exemplo, poder, força física e espiritual),
ensinam a beber a própria urina. Até mesmo o padre Joseph Dillon, 53
anos, da Paróquia Nossa Senhora Aparecida (SP), ficou conhecido por
dizer em entrevistas que a urina seria a “água da vida”. Essas
práticas irracionais, do ponto de vista bíblico e científico, têm
levado muitos a crer que ingerindo urina conseguirão força espiritual.
Inclusive, há até congressos internacionais sobre o assunto. Mas
muitos não se contentam em “deliciar-se” somente com sua própria
urina, preferindo também comer as próprias fezes, como é o caso de
algumas seitas hindus.
Veneradores do sexo
“Nós temos um deus sexy, uma religião sexy e um líder muito sexy, com
um grupo de jovens seguidores extremamente sexy. Se você não gosta de
sexo, que vá embora enquanto pode”. Esta é uma das doutrinas centrais
da seita que ficou conhecida por muito tempo como Meninos de Deus,
hoje Família do Amor.
Seu líder, que se identifica como MO, pregava o sexo livre, inclusive
para a prática de um evangelismo que denominam de “pesca coquete”.
Defendem a prática homossexual e a prostituição. É o “vale-tudo” do
sexo no recrutamento de adeptos. Por isso, a seita foi denunciada e
perseguida em vários países e continua sob investigação da Polícia
Federal.
Igreja da Eutanásia
De acordo com este grupo religioso, os problemas do mundo são todos
causados pelo excesso de população. Então, a solução “óbvia” proposta
seria a redução da população. Mas como? Pelo suicídio, eutanásia,
sodomia, aborto e canibalismo. Como não poderia deixar de ser, esse
grupo também professa fé em elementos extravagantes.
Creem em extraterrestres e se dedicam a práticas mórbidas.
Adoradores da luz
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Tal grupo possui um corpo de crenças doutrinárias essencialmente
esotérico. Acreditam que não precisam mais comer. Segundo eles, “comida
é veneno”, por isso se “alimentam” exclusivamente da luz do Sol. Por
outro lado, a rejeição ao nosso tipo de alimentação, como dizem, pode
provocar um poder espiritual capaz de fazê-los ter visões de seres
espirituais, além de viagens astrais.
Este ascetismo fanático tem levado alguns praticantes à morte. O pior
de tudo é que tentam mesclar essa doutrina perigosa com os
ensinamentos bíblicos, dizendo que Jesus também a praticava. Tais
ensinamentos, contudo, são alheios à doutrina cristã.
Os seguidores da “Bíblia Branca”
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A Igreja Mundial do Criador é um grupo racista fundado em 1971, na
Flórida, por Ben Klassen, ex-corretor de imóveis. É um dos movimentos
que mais crescem nos EUA, segundo o jornal The New York Times.
São partidários da filosofia de Adolf Hitler e possuem um livro
chamado White Bible [Bíblia Branca], no qual pregam o ódio contra os
judeus e os negros, e defendem a supremacia da raça branca.
Baseado nesta nefasta ideologia, Benjamin Nathaniel Smith, membro
ativo de extrema direita da seita, que chegou a alterar seu nome para
August Smith porque considerava seu nome “excessivamente judeu”,
assassinou um coreano, cinco judeus e três negros. A justificativa?
Ele os considerava “pessoas sujas”. A seita possui sites espalhados
pela Internet, onde convida crianças para seu evangelho de horror.
Cultos às celebridades
Os termos “adorar” e “ídolo” possuem uma conotação estritamente
religiosa. Contudo, em seus significados clássicos, foram sendo
gradativamente alterados, pela mente popular, com o surgimento da mídia
televisiva. Muitos fãs fanáticos de astros do cinema e do esporte têm
mesclado a devoção pelo artista com a fé religiosa. Alguns destes
ídolos estão sendo literalmente adorados nos altares de templos
religiosos que lhes são dedicados. Vejamos alguns exemplos:
Idólatras de Elvis Presley
Parece que a frase “Elvis não morreu” é muito mais que um simples chavão, pelo menos para os fãs religiosos da “Igreja Presleyteriana”.
A home page do grupo mostra desde testemunhos de graças recebidas de adeptos até os 31 mandamentos de Elvis. Tal igreja foi fundada em 1998, na Austrália, após a líder e fundadora, Anna, ter tido uma experiência mística com o rei do rock. E, hoje, conta com algumas congregações espalhadas pelos EUA e possui até um “teólogo”, o dr. Edwards, responsável pela parte doutrinária.
Entre as muitas práticas esdrúxulas exigidas pelo grupo, destacamos as seguintes:
– Pelo menos uma vez na vida os adeptos deverão peregrinar até Graceland.
-Todos devem possuir em casa os 31 preceitos de Elvis, que incluem receitas de comida.
Devem incentivar, diariamente, as crianças a elogiar o cantor já falecido.
Mas os disparates não param por aí. Determinado sacramento, uma paródia da santa ceia, é feito com carne moída e pudim de banana. Os hinos, é claro, são alusões ao ex-roqueiro, e tudo isso recheado de muito rock-and-roll.
Veneradores de Raul Seixas
Talvez não tão organizado como o do roqueiro norte-americano, o raulseixismo é um movimento que está ganhando cada vez mais perfil de grupo esotérico. Em muitos fãs-clubes, já se perdeu o limite entre a admiração e a veneração. E não é para menos, pois Raul Seixas tinha tudo a ver com religião. Suas músicas só começaram a fazer sucesso quando o compositor, hoje bruxo (é assim que ele se autodenomina), Paulo Coelho passou a compô-las.
Noventa por cento das músicas de Raul faziam alusão a temas religiosos, principalmente esotéricos. Seu último trabalho recebeu o título de “A panela do diabo”. “Chegar a ser parecido com religião é uma coisa meio sobrenatural”, avalia a socióloga Juliana Abonizio. “Os raulseixistas realizam quase uma peregrinação rumo ao autoconhecimento [...] Para a Cidade das Estrelas, uma pousada terapêutica coordenada pelo Instituto Imagick, vão alguns dos fãs de Raul.
Não se trata de religião, mas as obras do cantor estão entre as bases do Imagick, segundo o presidente do instituto, Arsênio Hipólito Jr. Na pousada, o objetivo é intensificar a luz de cada pessoa, inclusive por meio da reprogramação mental”.
Discípulos de Jedi
Mais de 70 mil pessoas na Austrália declararam ser seguidoras de Jedi. A religião foi criada baseando-se nos filmes de Star Wars, o famoso Guerra nas estrelas, de George Lucas, o “papa” da ficção científica hollywoodiana.
Talvez tudo não passe de uma brincadeira de fanáticos cinematográficos, que promoveram uma enxurrada de e-mails incentivando os fãs a votarem no censo religioso como seguidores de Jedi. Para que se tornasse uma doutrina, era preciso que dez mil pessoas professassem a “fé Jedi”. Mas o caso vem surpreendendo as autoridades, já que 0,30% da população australiana diz acreditar em tal “força”, a fonte de poder dos cavaleiros “Jedis”.
O jedaísmo prega os princípios de algumas religiões, como, por exemplo, a busca pelo autocontrole e pela iluminação. Sua estrutura assemelha-se às filosofias orientais, mas com valores cristãos. Por isso, não será estranho se algum dia ouvirmos alguém orar a “Saint Luke Skywalker”!
Adoradores de Maradona
Torcedores argentinos fanáticos resolveram radicalizar. Promoveram o ex-jogador Diego Maradona, ainda em vida, de “rei” do futebol a “deus” de uma seita denominada “Igreja Maradoniana”, também conhecida como “A Mão de Deus”, uma referência ao gol que o atleta marcou em 1986 contra a Inglaterra. O grupo possui menos de mil adeptos. Foi fundado em outubro de 2002, em Paso Sport, na cidade do Rosário. O único objetivo é a exaltação de Maradona.
Já possuem um templo, um calendário religioso para marcar os eventos principais da vida do craque, que se dividem em a.D (antes de Diego) e d.D (depois de Diego), e alguns hinos. Para não se sentirem inferiores às outras igrejas, resolveram criar também sua própria “bíblia”, intitulada “Eu sou o Diego do povo”, uma biografia do ex-jogador.
Notas de referências:
1 – http://www.malagrino.com.br/online/olmwaco.html
2 – Porque Deus condena o espiritismo, Jefferson Magno Costa, CPAD, p. 216-7.
3 – Ibid.
4 – Revista Defesa da Fé, nº 40.
5 – www.cacp.org.br
6 – http://www.churchofeuthanasia.org/
7 – Revista Defesa da Fé, nº 43.
8 – Nome da mansão que Elvis Presley comprou para
seus pais, em 1957, na cidade de Menphis, no Estado do Tennessee, EUA.
9 – http://www.geocities.com/presleyterian_church/home.html
10 -http://www.correiodabahia.com.br/2004/03/24/noticia.asp?link=not000090074.xml
11 – As seitas hoje, José Moraleda, Ed. Paulus, p. 10-1
Autor: Pr Airton Evangelista da Costa
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