Por NATANEL RINALDI
Frequentemente
somos interrogados se a Bíblia apoia ou não a pratica da cremação de
corpos. Em seguida, ouvimos o seguinte: “Isso não impediria a denominada
ressurreição dos mortos, que constitui a esperança dos cristãos?”.
“Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo e com a trombeta de Deus, e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor” (1 Ts 4.16-17).
De inicio podemos dizer que jamais
alguém poderia afirmar que a cremação irá impedir a ressurreição dos
corpos dos cristãos. Um exemplo da história é o caso dos cristãos mortos
em fogueiras como primórdios do cristianismo, quando o imperador Nero, o
responsável pelo incêndio, acusou os servos de Deus de terem cometido
tal crueldade na cidade de Roma. Na ocasião, os cristãos presos em
estacas tiveram seus corpos betumados, morrendo carbonizados.
O QUE NOS DIZ A HISTÓRIA
Os
cristãos primitivos, com grande êxito, proclamavam o evangelho de Jesus
Cristo e, como parte da pregação, anunciavam a ressurreição de Jesus e
deles próprios ( l Co l5.3-6,14-17,51-55). Isso incomodava os pagãos
contemporâneos desses cristãos. Assim, levantou-se entre eles a ideia de
que destruindo a crença na ressurreição anulariam a esperança dos
cristãos na ressurreição. Entre eles, então, começou o costume de cremar
os corpos.
A primeira tentativa nos tempos modernos para anular a
fé dos cristãos na ressurreição dos corpos foi adotar a prática da
cremação. Tal medida foi tomada durante a revolução francesa, pelo
Diretório Francês, no quinto ano da República, a fim de desmoralizar a
crença dos cristãos na ressurreição dos mortos.
RESPEITO COM OS MORTOS
Era
prática dos judeus enterrar os seus mortos na terra ou em túmulos de
pedra: “E tu irás a teus pais em paz; em boa velhice serás sepultado”
(Gn 15.15). “E depois sepultou Abraão a Sara sua mulher na cova do campo
de Macpela, em frente de Manre, que é Hebrom, na terra de Canaã. Assim o
campo e a cova que nele estava se confirmou a Abraão em possessão de
sepultura pelos filhos de Hete” (Gn 23.19-20.
Não era costume dos
judeus cremar os corpos e olharam para essa prática com horror: “Assim
diz o Senhor: Por três transgressões de Moabe, e por quatro, não
retirarei o castigo, porque queimou os ossos do rei de Edom, até os
tomar em cal” (Am 2.1).
A cremação só era prescrita, como castigo,
em certos casos flagrantes de imoralidade. “E será que aquele que for
tomado com o anátema será queimado a fogo, ele e tudo quanto tiver,
porquanto transgrediu a aliança do Senhor, e fez uma loucura em Israel”
(Js 7.15).
O CORPO DO CRISTÃO
Os cristãos
seguiram o exemplo dos judeus no que concerne ao respeito pelos mortos.
Aceitavam o ensino de que o corpo do cristão é o templo do Espírito
Santo e, como tal, deveria ser respeitosamente sepultado: “Não sabeis
vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?”
(1 Co 3.16). “Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito
Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós
mesmos?” ( l Co 6.19 ).
Os cristãos primitivos procuravam sepultar
os seus mortos num mesmo lugar, dando a esse lugar o título de
cemitério, cujo significado é dormitório. Os corpos dos santos dormiam
(Mt 27.52) e todos, mortos nessa esperança, aguardavam a volta de
Cristo, quando, então, juntos, iriam ressuscitar: “Eis aqui vos digo um
mistério: Na verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos
transformados, num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última
trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão
incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque convém que isto que é
corruptível se revista da incorruptibilidade, e que isto que é mortal
se revista da imortalidade. E, quando isto que é corruptível se revestir
da incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir da imortalidade,
então cumprir-se-á a palavra que está escrita: Tragada foi a morte na
vitória” (l Co 15.51-55).
Nos dias atuais, aqueles que geralmente
pedem em vida para terem seus corpos cremados são pessoas revoltadas
contra Deus. Manifestam, desse modo, insatisfação com essa figura
medonha que é a morte, e concluem que, através da morte, tudo se acaba.
Vivem dentro do conceito pagão sustentado, já nos dias de Paulo, pelos
filósofos pagãos: “Comamos e bebamos, que amanhã morreremos” (1 Co
15.32). Para os tais que assim pensam, a morte é o fim de tudo, o corpo é
apenas o pó da terra e o espírito não passa do fôlego que respiramos e
que se reintegra ao ar atmosférico. Assim, o seu protesto diante desse
modo de pensar é pedir que seus corpos sejam cremados. Apenas uma
pequena exceção aceita a cremação fora desse conceito de transitoriedade
do ser humano.
Jesus afirmou a ressurreição universal dos corpos,
dizendo: “Não vos maravilheis disto, porque vem a hora em que todos os
que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz. E os que fizeram o bem sairão
para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal para a ressurreição
da condenação” (Jo 5.28-29). “E vi os mortos, grandes e pequenos, que
estavam diante de Deus, e abriram-se os livros; e abriu-se outro livro,
que é o da vida. E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam
escritas nos livros, segundo as suas obras” (Ap 20.12).
FONTE:
http://www.icp.com.br/44materia2.asp
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