Em Cristo estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento. (Colossenses 2:3)

Ninguém vos engane com palavras vãs; porque por essas coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência.(Efésios5:6)
Digo isso a vocês para que não deixem que ninguém os engane com argumentos falsos. (Colossenses 2:4)

16 de julho de 2012

MATURIDADE CRISTÃ



Efésios 4.11-16

O ideal para a vida cristã é chegar à maturidade. A vida cristã passa naturalmente por várias etapas: O novo nascimento, a infância, a juventude e a maturidade espiritual. Não há nada de errado "passar" pela "infância espiritual", e prosseguir crescendo! Mas, seria alarmante para uma mãe verificar que, depois de quatro anos o seu lindo bebê, ainda continua bebê. Isto seria uma anomalia. No âmbito espiritual é a mesma coisa. Nós nascemos de novo para crescer! Esta é a Lei da Vida – todo ser vivo nasce para o crescimento, até à maturidade.

Conforme escreveu Paulo em Ef 4.14, a principal característica do "menino" é a inconstância! Uma criança sempre "oscila de um extremo ao outro", e, jamais se firma em um "ponto de equilíbrio".

O processo para se chegar à maturidade espiritual, consiste em diminuirmos cada vez mais essa "oscilação", avançando gradativamente para uma vida de propósitos firmes e constantes.

Neste estudo, vamos analisar os quatro pontos extremos, em que a vida cristã comumente tende oscilar. 
São eles:
1. Emocionalismo/Racionalismo; 
2. Tradicionalismo/Modernismo; 
3. Legalismo/Liberalismo; 
4. Fanatismo/Formalismo.

1.    Racionalismo/Emocionalismo

1.1. O Racionalismo é a tentativa de se compreender tudo que diz respeito à vida cristã e a sua espiritualidade  de forma intelectual. É a ênfase exagerada sobre o potencial da mente, como o único meio para empreender a busca da verdade. É o desprezo pela revelação de Deus, que tem por base as faculdades do espírito.
O cristão que tende para o racionalismo terá muita dificuldade para aceitar os milagres. E, com certeza nunca conseguirá estabelecer um relacionamento profundo com o Espírito Santo.
Paulo trata dos perigos do racionalismo nos capítulos 1 e 2 de I aos Coríntios. Vejamos alguns pontos importantes:
a. I Co 1.19 – O sentido aqui não é que Deus condene o uso da mente, absolutamente, pois foi Ele mesmo quem deu esta capacidade ao homem. O que deve ser aniquilado é o racionalismo;
b.  I Co 1.26 – "Sábios segundo a carne", refere-se ao racionalismo;
c.  I Co 2.4-6 – A pregação de Paulo não era baseada no intelectualismo;
d.  I Co 2.9,10 – A revelação de Deus comunica conhecimentos mais profundos do que aqueles que a mente pode entender, conf. Mt 11.25;
e.  I Co 2.14,15 – O racionalista é chamado de "homem natural".

1.2. O Emocionalismo tem por base as emoções e os sentimentos puramente humanos.
A vida cristã é cheia de emoções, entretanto, não está fundamentada nessas emoções. Muitos que não entendem isto, e que procuram estabelecer um relacionamento com Deus à base das emoções, começam logo cedo a ter os seus conflitos espirituais. Os nossos sentimentos mudam facilmente, e por isso não servem para arbitrar o nosso relacionamento com Deus.
O emocionalismo está presente na vida e experiência de praticamente todos os crentes recém convertidos. Eles querem encontrar Deus em seus "arrepios" e em suas "lágrimas". E quando isto não acontece, chegam até a duvidar da existência de Deus. Estão sempre procurando provas palpáveis para comprovarem suas experiências espirituais. Às vezes têm a animação para mudar o mundo todo, e pouco depois duvidam de sua própria salvação.
Em I Co 1.22, Paulo fala dos dois extremos: O Judeu emocionalista que exigia sinais para crer, e dos gregos racionalistas que exigiam explicações intelectuais.

O Ponto de Equilíbrio vem através do Viver Cristão baseado na Fé, Rm 1.17.

A vida cristã pela fé não exclui as emoções legítimas, nem a razão! Usamos a mente em nossa consagração efetiva à Deus,  Rm 12.1,2, e a emoções são bem vindas quando acontecem como consequência dos atos da fé.

O cristão que aprende as lições do viver pela fé, alcança maturidade nas seguintes áreas:

a.      Hb 3.14            -   Torna-se participante de Cristo;
b.      Hb 11.27          -   Fica firme;
c.      Hb 11.33,34     -   Vence, tirando "forças da fraqueza". Conf. II Co 12.9,10
d.      I Pe 5.8,9          -   Resiste às tentações do diabo.

2.     Tradicionalismo /Modernismo

2.1.   O tradicionalismo é o apego aos costumes e lendas antigas, transmitidas de geração à geração. Conceitos ligados ao passado.
O Judaísmo da época de Jesus estava eivado de tradições humanas que não tinham nenhum valor espiritual., e, estavam em total confronto com a Palavra de Deus,  Mt 15.2,3,6. 
·    O tradicionalismo tem, na verdade, uma aparência de humildade e sabedoria, mais é totalmente inútil do ponto de vista espiritual, Cl 2.20-23.
·    Pode conduzir à hipocrisia e a adoração vã, Mt 15.7-9.
·    É considerado como uma "vã maneira de viver", I Pe 1.18.
·    Devemos ter o cuidado com sua subtileza, Cl 2.8.
·    Paulo antes sua conversão era um tradicionalista do judaísmo, Gl 1.14.
2.2.   Modernismo é a tendência para aceitar inovações. É a facilidade para adotar idéias e práticas modernas que o uso ainda não consagrou. É o extremo do tradicionalismo.
 O Conflito de gerações é um fenômeno bastante comum, resultante destes dois pontos extremos: tradicionalismo e modernismo. Trata-se da dificuldade que os nossos avós e pais tiveram em aceitar os nossos comportamentos e costumes, quando éramos jovens. É o mesmo conflito que temos hoje, com relação aos nossos filhos.
Quem está correto neste conflito? – Geralmente ninguém está correto! Os pais se posicionam num extremo, e os filhos noutro: Um rejeita os valores do outro, e ambos apontam defeitos mútuos. – Isto se chama O Conflito das Gerações!

Precisamos procurar os pontos de equilíbrio, para uma autêntica espiritualidade, por exemplo:
a.      Existem tradições que não podem ser rejeitadas, II Ts 2.15; 3.6;
b.      Existem ensinos que não podem ser mudados, II Tm 3.14;
c.      Existem fundamentos que não podem ser removidos, I Co 3.11; II Tm 2.19.
d.      Nem toda novidade é a fiel expressão da verdade, II Tm 4.3,4.
e.      Os métodos de pregação podem mudar, mas o Evangelho jamais pode mudar Gl 1.8; I Co 9.22.
Precisamos conciliar o "espírito conservador", com o "espírito criativo", fugindo tanto do tradicionalismo, quanto do modernismo.


3.      Legalismo/Liberalismo

3.1. Legalismo é o apego à Lei, na tentativa de se auto justificar-se por meio das obras. Ênfase sobre o esforço humano em agradar à Deus.
a.   O legalismo dá uma importância exagerada às normas e as regras que regem as aparências exteriores, Fp 3.4-6. Mas, para Deus as aparências não definem a verdadeira espiritualidade, I Sm 16.7; Jo 7.24; II Co 5.12: 10.7; II Tm 3.5.

b.   O legalismo faz julgamentos sem amor e sem misericórdia. A exemplo de Paulo que, escudado em seu legalismo, perseguia cruelmente a Igreja, At 9.1,2;

c.   O legalismo faz acepção de pessoas, Gl 2.11-14. Deus não faz, At 10.34.

3.2. Liberalismo está relacionado com a liberdade pessoal. Com o desprezo à toda a sorte de regras e disciplinas pessoais.
Assim como no legalismo a ênfase recai sobre a lei, no liberalismo a ênfase recai sobre a Graça.
É a defesa sobre uma liberdade irresponsável!

O Equilíbrio neste ponto, está nos seguintes passos:
a.   Quando Paulo foi acusado de pregar sobre uma "graça irresponsável", sua resposta foi clara, Rm 5.20; 6.1-4;

b.   Estamos livres do jugo da lei, Gl 5.1, porém, não devemos usar desta liberdade para dar ocasião à carne, Gl 5.13;

c.   A mesma Graça que nos salva também nos ensina a viver de forma pura, Tt 2.11-14; Hb 12.28.

4.   Fanatismo/Formalismo

4.1. Fanatismo é um zelo religioso excessivo, cego, intolerante. É a expressão de uma fé doentia e infantil. O fanatismo religioso tem produzido grandes tragédias na vida espiritual.
A Igreja de Corinto começou entrar pelo caminho do fanatismo. Não obstante possuir as manifestações dos dons do Espírito Santo, I Co 1.5,7, era uma igreja infantil, carnal e cheia de divisões, I Co 1.11-13; 3.1,3.
O fanatismo religioso tem aparências de espiritualidade, mas, em sua essência é totalmente mundano, I Co 5.7.

4.2. Formalismo é uma oposição a tudo o que é expontâneo e natural. Refere-se a tudo o que é programado, que obedece a regras fixas e inflexíveis.
 O formalismo religioso pode privar o homem de certas experiências com Deus. Pode tornar a fé cristã fria e sem espiritualidade. Numa igreja formalista, o Espírito Santo de Deus jamais terá liberdade para realizar grandes obras.
Podemos notar esta tendência na Igreja de Tessalônica, I Ts 5.17,19 e 20.
Devemos ser fervorosos no espírito, servindo ao Senhor,  Rm 12.11

O Equilíbrio para essa oscilação é o amor.

Doutrinando a Igreja de Corinto, Paulo recomendou o amor, como a virtude espiritual de equilíbrio, I Co 12.31. Ou seja, onde há amor não haverá fanatismo nem formalismo.

Pr. Elso Rodrigues

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