Em Cristo estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento. (Colossenses 2:3)

Ninguém vos engane com palavras vãs; porque por essas coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência.(Efésios5:6)
Digo isso a vocês para que não deixem que ninguém os engane com argumentos falsos. (Colossenses 2:4)

29 de junho de 2012

Cristianismo real e falso - O terrível fardo do joio



O Senhor não nos deu poder para julgar. O Juízo é uma atribuição exclusiva de Jesus, pois “aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo” (Heb. 9:27). Sabemos alguns critérios básicos para o juízo eterno, tais como: “quem não crê já está condenado” (Jo 3:18), “apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade” (Mt. 7:23), “se não perdoares aos homens, também vosso Pai vos não perdoará as vossas ofensas” (Mt. 6:15), “o juízo será sem misericórdia sobre aquele que não fez misericórdia” (Tg 2:13) etc.

No entanto, há situações que não é uma questão de juízo, mas de aplicação da palavra nas manifestações exteriores do homem, “pois que comunhão há da luz com as trevas?" (I Cor. 6:14). Se você colocar óleo em uma vasilha com água, notará que a mistura não se realizará, pois ele não se dilui na água, ficando separado por sua própria natureza, embora convivendo no mesmo ambiente. É esta mesma situação, de forma evidente, que muitas vezes acontece no meio cristão, e quanto a ela, temos que tratar de forma bíblica.
Podemos classificar a situação em dois níveis, o primeiro é aquele que a Bíblia expressa claramente à necessidade de nos apartar, caso não haja uma postura de arrependimento. Vejamos alguns exemplos:

1. “...Não vos associeis com os que se prostituem; Isto não quer dizer absolutamente com os devassos deste mundo, ou com os avarentos, ou com os roubadores, ou com os idólatras; porque então vos seria necessário sair do mundo. Mas agora vos escrevi que não vos associeis com aquele que, dizendo-se irmão, for devasso, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com o tal nem ainda comais. Porque, que tenho eu em julgar também os que estão de fora? Não julgais vós os que estão dentro? Mas Deus julga os que estão de fora. Tirai, pois, dentre vós a esse iníquo.” (I Cor. 5: 9-13)

2.“Ora, se teu irmão pecar contra ti, vai, e repreende-o entre ti e ele só; se te ouvir, ganhaste a teu irmão; Mas, se não te ouvir, leva ainda contigo um ou dois, para que pela boca de duas ou três testemunhas toda a palavra seja confirmada. E, se não as escutar, dize-o à igreja; e, se também não escutar a igreja, considera-o como um gentio e publicano.” (Mateus 18:15-17)

3. “E rogo-vos, irmãos, que noteis os que promovem dissensões e escândalos contra a doutrina que aprendestes; desviai-vos deles. Porque os tais não servem a nosso Senhor Jesus Cristo, mas ao seu ventre; e com suaves palavras e lisonjas enganam os corações dos simples.” (Rom. 16: 17-18)

Porém há um grupo muito difícil de discernir, que não está na luz, mas camufla muito bem suas trevas. Este grupo fica na região da penumbra. Parte desse grupo vai permanecer no meio da igreja, até que o Senhor separe o joio do trigo (Mateus 13:30). Há algumas características importantes que podemos identificar neste grupo.

1. Vivem separados e escondidos. “Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, e não vem para a luz, para que as suas obras não sejam reprovadas. Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus” (João 3:20-21). É impossível andar com Deus e temer aos homens. Quando se teme aos homens, é sinal evidente de trevas.

2. São cheios de doutrinas e argumentos, mas não produzem fruto algum. “Que aprendem sempre, e nunca podem chegar ao conhecimento da verdade. E, como Janes e Jambres resistiram a Moisés, assim também estes resistem à verdade, sendo homens corruptos de entendimento e réprobos quanto à fé. Não irão, porém, avante; porque a todos será manifesto o seu desvario, como também o foi o daqueles.” (II Tim 3: 7-9). É exatamente os que horram a Deus com os lábios, mas seus corações estão muito longe Dele (Mateus 15: 8-9).

3. Os que tomam os caminhos de Caim, Balaão e Coré. “Ai deles! porque entraram pelo caminho de Caim, e foram levados pelo engano do prêmio de Balaão, e pereceram na contradição de Coré. Estes são manchas em vossas festas de amor, banqueteando-se convosco, e apascentando-se a si mesmos sem temor; são nuvens sem água, levadas pelos ventos de uma para outra parte; são como árvores murchas, infrutíferas, duas vezes mortas, desarraigadas” (Jud 11-12). Caim = oferece a Deus o que quer e não o que Deus quer. Balaão = a busca da recompensa. Coré = a rebelião, a insujeição.

4. O “vulgo”, que ama o mundo, e não se satisfaz com Cristo. Estes estão contaminados e contaminam os débeis. Quando Israel saiu do Egito, junto com ele foram muitas pessoas estranhas. Estes logo sentiram saudades do Egito e levaram o povo a resmungar da provisão de Deus. “E o vulgo, que estava no meio deles, veio a ter grande desejo; pelo que os filhos de Israel tornaram a chorar, e disseram: Quem nos dará carne a comer? Lembramo-nos dos peixes que no Egito comíamos de graça; e dos pepinos, e dos melões, e dos porros, e das cebolas, e dos alhos. Mas agora a nossa alma se seca; coisa nenhuma há senão este maná diante dos nossos olhos”. (Num. 11: 4-6). Quem era o maná? (Leia João 6: 48-58)

5. São infrutíferos. O passar dos anos apenas comprovam suas mentes carnais. A palavra do semeador (Mat. 13) apresenta 4 tipos de sementes. Apenas uma produziu. As demais, mesmo que duas tenham inicialmente brotado, nada produziram, ou seja, ficaram na mesma situação da semente que caiu à beira do caminho.

6. São acusadores e criadores de males. Quando abandonam de vez qualquer compromisso exterior que possuem no meio cristão, a maioria não consegue dizer que rejeitou a Jesus e a sua palavra, mas normalmente tenta criar males para a Igreja, e não raro desfere acusações falsas, tentando criar embaraços para os irmãos. O início da história da igreja é permeada dessa situação (ex. ver Tim. 2:14 ; II Cor. 11:26 ; I Jo. 2:19).

Não podemos ensinar nada para aquele que não está rendido ao Senhor. O ensino não transforma ninguém. A disciplina não transforma ninguém. A autonegação não leva ninguém a lugar algum. A vida cristã é resultado da vida de Deus em nós. Muitos deixaram alguns hábitos, mas a velha natureza ainda está lá. É como o porco que foi lavado e perfumado, mas continua inclinado a um banho de lama.

Não podemos imaginar que o tempo solucionará os graves problemas espirituais de muitos. O tempo não resolve nada. O tempo apenas mostra os resultados da semeadura que fazemos. Não podemos imaginar em convencer aos homens, dando-lhes conselhos e apontamentos para conhecerem a Cristo. A vida cristã é resultado da vida de Deus em nós. É algo real e inconfundível. Muitos caminham com extremas dificuldades, mas demonstram uma natureza quebrantada, não resistente. Mas temos aqueles que erram no seu coração, e nunca poderão conhecer os caminhos do Senhor (Salmo 95:10). Madame Guyon observou que:

“O cristão que está em pleno amor com o Senhor, nunca desejará algo que ofende a Ele. Não é autodisciplina ou autonegação, pois por elas ninguém é vitorioso na vida cristã. Mesmo quando parece que funciona, elas apenas fazem pequenas mudanças exteriores. Quando alguém busca este caminho, o resultado é exatamente o oposto daquilo que pensa buscar. O único caminho para conquistar a vida interior é voltar sua alma completamente para Dentro, para Cristo!! Você pode estar certo disto: O cristão que fielmente abandonou-se ao Senhor breve descobrirá que também se apegou a um Deus que não descansará até que Ele tenha submetido a Si tudo desse cristão ! Seu Senhor porá a morte tudo que, em sua vida, precisa morrer. Se você se submeter a Cristo a este nível, duas coisas acontecerão:

1. Fugindo das coisas do mundo e do ego, você chegará mais e mais perto de Deus. Quanto mais perto Dele, mais receberá de sua natureza. Quanto mais receber de sua natureza, mais você se apegará ao seu poder sustentador.

2. Quanto mais perto você do seu Senhor, mais longe ficará do pecado. Você vai adquirir o hábito de estar mais perto do Senhor e longe de tudo o mais.”

A obra de Deus no homem foi resgatá-lo de uma vã maneira de viver (I Pedro 1:18) e o fazer assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus (Ef. 2:6). Lá, o homem regenerado vai buscar as coisas de cima, onde Cristo está e não as que estão na terra (Col. 3:1). Não é uma questão de regras ou costumes (Col. 2:20), mas da própria vida de Deus em nós (Col. 3: 2-3).

“Graça e paz vos sejam multiplicadas, pelo conhecimento de Deus, e de Jesus nosso Senhor; Visto como o seu divino poder nos deu tudo o que diz respeito à vida e piedade, pelo conhecimento daquele que nos chamou pela sua glória e virtude; Pelas quais ele nos tem dado grandíssimas e preciosas promessas, para que por elas fiqueis participantes da natureza divina, havendo escapado da corrupção, que pela concupiscência há no mundo.” II Pedro 1: 2-4

Site Rei Eterno (http://reieterno.sites.uol.com.br)


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