Edelberto P. Oliveira
"Os teus profetas te anunciaram visões falsas e absurdas, e não manifestaram a tua maldade, para restaurarem a tua sorte; mas te anunciaram visões de sentenças falsas, que te levaram para o cativeiro" (Lamentações 2.14).
Durante o período do Antigo Testamento, Deus utilizou-se profusamente de pessoas especialmente escolhidas no meio do povo. Gente de caráter, cultura e posição social diferentes, as quais tiveram seus lábios tocados por Ele para que levassem as Suas palavras de revelação ao povo (confira em Deuteronômio 18.18).
O profeta Jeremias, um desses escolhidos, traduz no seu Livro das Lamentações todo o seu sentimento de tristeza com a miséria e desolação imposta por Deus ao povo israelita.
Apesar de não ser incomum que reis e comandantes consultassem profetas quando necessitavam de alguma orientação especial, um dos motivos de castigo divino era o povo recorrer a profetas não autorizados por Deus e não confiar nas Suas verdadeiras palavras.
Ainda assim não poucas vezes, deixavam eles de procurar e ouvir os verdadeiros mensageiros do Senhor teimando em saciar suas sedes nas águas turvas dos adivinhadores e mentirosos (1 Samuel 28.1-25 e 31.1-7).
Como é possível distinguir a falsa profecia da verdadeira mensagem vinda de Deus?
Em Deuteronômio 18.21-22, Moisés nos dá a resposta:
"... Sabe que quando esse profeta falar em nome do Senhor e a palavra dele se não cumprir nem suceder, como profetizou, esta é palavra que o Senhor não disse; com soberba a falou o tal profeta: não tenhas temor dele".
O profeta Jeremias complementa:
"Disse-me o Senhor: Viste bem; porque eu velo sobre a minha palavra para a cumprir" (Jeremias 1.12).
Portanto, a regra básica da verdadeira profecia vinda de Deus é o seu fiel cumprimento a partir da própria Palavra de Deus.
Pedro nos ensina que "nenhuma profecia da Escritura provém de particular elucidação. Porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana, entretanto homens santos falaram da parte de Deus movidos pelo Espírito Santo" (2ª Pedro 1.20).
Desse modo, a fala do profeta também não pode ir aquém e nem além daquilo que já nos diz o Espírito Santo através da leitura e discernimento das Santas Escrituras.
Em Gálatas 1.8, Paulo afirma:
"Mas, ainda que nós, ou mesmo um anjo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema".
Este mesmo Paulo nos ensina em 1ª Coríntios 14.3 que "o que profetiza, fala aos homens, edificando, exortando e consolando".
A verdadeira profecia é edificante porque reforça a nossa confiança em Deus.
A verdadeira profecia é exortativa porque encoraja-nos a manter uma vida santa.
A verdadeira profecia é consoladora porque conforta nossos corações.
Em Apocalipse 1.3, João qualifica como "bem-aventurados aqueles que lêem e aqueles que ouvem as palavras da profecia e guardam as coisas nela escritas.."
Tenhamos sempre em mente que ao lermos ou ouvirmos uma verdadeira mensagem profética vinda de Deus ela sempre haverá nos tornar ditosos, na medida em que a guardarmos em nossos corações.
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