A situação das mulheres no século XIX
Depoimentos e Reportagens de Época
Esposa: John! Onde está 
  o resto de nosso salário? 
Como eu vou pagar o aluguel e comprar comida para as crianças?
Marido: Cale a boca! O que eu faço com meu dinheiro não é problema seu.
Como eu vou pagar o aluguel e comprar comida para as crianças?
Marido: Cale a boca! O que eu faço com meu dinheiro não é problema seu.
Charge 
  publicada no jornal "The Vote", da Womens Freedom League, Fevereiro 
  de 1911
"Em 
  1857 a lei do divórcio foi aprovada e, como é bem conhecido, definiu 
  legalmente diferentes parâmetros morais para homens e mulheres. De acordo 
  com essa lei, um homem poderia obter a dissolução de seu casamento 
  se ele pudesse provar um ato de infidelidade de sua esposa; porém uma 
  mulher não poderia desfazer seu casamento a não ser que pudesse 
  provar que seu marido fosse culpado não apenas de infidelidade, mas também 
  de crueldade". 
(Millicent Garrett Fawcett, em seu livro "O voto das mulheres", publicado em 1911)
(Millicent Garrett Fawcett, em seu livro "O voto das mulheres", publicado em 1911)
"Era um período estranho, insatisfatório, cheio de aspirações ingratas. Eu a muito sonhava em ser útil para o mundo, mas como éramos garotas com pouco dinheiro e nascidas em uma posição social específica, não se pensava como necessário que fizemos alguma coisa diferente de nos entretermos até que o momento e a oportunidade de casamento surgisse. melhor qualquer casamento do que nenhum, uma velha e tola tia costumava dizer.
  A mulher das classes superiores tinham que entender cedo que a única 
  porta aberta para uma vida que fosse, ao mesmo tempo, fácil e respeitável 
  era aquela do casamento. Logo, ela dependia de sua boa aparência, nos 
  conformes do gosto masculino daqueles dias, de seu charme e das artes de sua 
  penteadeira".
(Charlotte Despard, memórias não publicadas, registro de 1850)
(Charlotte Despard, memórias não publicadas, registro de 1850)
O filme "A Época da Inocência", do diretor Martin Scorsese, baseado em obra da escritora Edith Wharton, nos mostra o cotidiano das mulheres norte-americanas no século XIX. Nele podemos ver que as mulheres tinham que se preparar para um bom casamento e para o exercício da maternidade, como no caso de May (Wynona Ryder). Por outro lado, mulheres de comportamento considerado liberal, como Madame Olenska (Michelle Pfeiffer) eram desconsideradas socialmente.
"Permanecer 
  solteira era considerado uma desgraça e aos trinta anos uma mulher que 
  não fosse casada era chamada de velha solteirona. Depois que seus pais 
  morriam, o que elas podiam fazer, para onde poderiam ir? Se tivessem um irmão, 
  poderiam viver em sua casa, como hóspedes permanentes e indesejados. 
  Algumas tinham que se manter e, então, as dificuldades apareciam. A única 
  ocupação paga aberta a essas senhoras era a de governantas, em 
  condições desprezadas e com salários miseráveis. 
  Nenhuma das profissões eram abertas as mulheres; não havia mulheres 
  nos gabinetes governamentais; nem mesmo trabalho de secretaria era feito por 
  elas. Até mesmo a enfermagem era desorganizada e desrespeitada até 
  que Florence Nightingale a tornasse uma profissão ao fundar a Nightingale 
  School of Nursing (Escola Nightingale de Enfermagem) em 1860".(Louisa Garrett Anderson, depoimento escrito de 1860)
"...os pais acreditavam que uma educação séria para 
  suas filhas era algo supérfluo: modos, música e um pouco de francês 
  seria o suficiente para elas. Aprender aritmética não ajudará 
  minha filha a encontrar um marido, esse era um pensamento comum. Uma governanta 
  em casa, por um breve período, era o destino habitual das meninas. Seus 
  irmãos deviam ir para escolas públicas e universidades, mas a 
  casa era considerada o lugar certo para suas irmãs. Alguns pais mandavam 
  suas filhas para escolas, mas boas escolas para garotas não existiam. 
  Os professores não tinham boa formação e não eram 
  bem educados. Nenhum exame público (para escolas) aceitava candidatas 
  mulheres".
(Louisa Garrett Anderson, depoimento escrito de 1839)
(Louisa Garrett Anderson, depoimento escrito de 1839)
A Educação das mulheres se restringia a atividades que fossem úteis no ambiente doméstico, desprovidas de valor no mercado de trabalho da época, como costurar, aprender música ou desenvolver habilidades artísticas.
(Teresa Billington, em autobiografia não publicada, 1884)
"A presença de jovens mulheres no local de operações 
  é ultrajante para nossos instintos naturais e calculadamente vai destruir 
  nosso respeito e admiração pelo sexo oposto".
(Documento emitido pelos médicos do Hospital Middlesex, em 1863, a respeito da admissão de médicas)
(Documento emitido pelos médicos do Hospital Middlesex, em 1863, a respeito da admissão de médicas)
"Um argumento comum contra a prática da medicina pelas mulheres 
  é que não há demanda para isso; Que as mulheres, como regra, 
  têm pouca confiança em pessoas de seu próprio sexo e que 
  preferem ser atendidas por homens... Isso é provavelmente um fato, até 
  recentemente não tem existido demanda por médicas, pois não 
  ocorre para a maioria das pessoas querer algo que não existe; mas que 
  muitas mulheres desejam ser atendidas por pessoas de seu próprio sexo, 
  eu tenho certeza, e sei de mais de um caso em que senhoras passaram por dificuldades, 
  sem atendimento apropriado, por acharem repugnante a idéia de serem atendidas 
  por homens.
Eu tenho, repetidas vezes, encontrado até mesmo médicos, não favoráveis ao presente movimento, concordar que consideram que os homens ficam deslocados ao tratar de mulheres; e um eminente médico americano uma vez me disse que ele nunca entrava no quarto de uma senhora para atendê-la em particular sem se desculpar pela "invasão" (de privacidade).
Na Inglaterra, no momento presente, há somente uma mulher legalmente qualificada para exercer a medicina, e eu entendo que o tempo dela é muito mais que totalmente ocupado, e seus ganhos muito maiores, do que é o caso de muitos médicos que começaram a atuar a pouco tempo".
(Shophia Jex-Blake, no livro "Medicina como uma profissão para mulheres", em 1869)
Eu tenho, repetidas vezes, encontrado até mesmo médicos, não favoráveis ao presente movimento, concordar que consideram que os homens ficam deslocados ao tratar de mulheres; e um eminente médico americano uma vez me disse que ele nunca entrava no quarto de uma senhora para atendê-la em particular sem se desculpar pela "invasão" (de privacidade).
Na Inglaterra, no momento presente, há somente uma mulher legalmente qualificada para exercer a medicina, e eu entendo que o tempo dela é muito mais que totalmente ocupado, e seus ganhos muito maiores, do que é o caso de muitos médicos que começaram a atuar a pouco tempo".
(Shophia Jex-Blake, no livro "Medicina como uma profissão para mulheres", em 1869)
Dentista: Segure-se eu vou chamar mais ajuda.
 
  Charge que procura ridicularizar a atuação profissional das mulheres 
  no século XX, 
na Inglaterra. Publicada pelo Punch Magazine em 1907.
"A idéia de mulheres exercendo a medicina na Grã-Bretanha 
  era angustiante para a rainha Vitória. Então, em 1881, o médico 
  particular da rainha anunciou que o apoio real a um congresso internacional 
  de medicina a ser realizado em Londres seria retirado se médicas fossem 
  admitidas, então as mulheres foram impedidas de participar".
(Louise Garrett Anderson, depoimento escrito, 1881)
(Louise Garrett Anderson, depoimento escrito, 1881)
"Eu tenho escutado freqüentemente comentários sarcásticos 
  quanto às mulheres que trabalham em fábricas do tipo oh, ela 
  é apenas uma operária; o que dá ao mundo a impressão 
  que nós não temos o direito de sonhar com uma outra realidade 
  a não ser a nossa. Eu lamento que ainda não estejamos atentas 
  aos fatos e que percebamos que contribuímos muito para aumentar a riqueza 
  da nação e, que em função disso, temos direito a 
  respeito e não insultos. Pois em muitas casas de Lancashire há 
  heroínas cujos nomes nunca serão conhecidos; ainda assim, é 
  consolador saber que nós, como classe, contribuímos para o mundo".
  (Selina Cooper, em artigo intitulado "The Lancashire Factory Girl", 
  1898)
Obs.: 
  Os depoimentos acima foram traduzidos do site educacional Spartacus, especificamente 
  no link http://www.spartacus.schoolnet.co.uk/women.htm
http://www.planetaeducacao.com.br/portal/artigo.asp?artigo=203
Justamente hoje, que coloquei no blog minha homenagem aos homens com os parabéns às mulheres, conheço o seu blog e a reportagem acima!
ResponderExcluirHá tempos atrás a situação da mulher era humilhantre. Mas o tempo já passou. Às vezes me pergunto se não seria uma espécie de "defesa inconsciente". Não estariam com medo de criar o monstro que os engoliria futuramente, como já vem acontecendo?
Um abração, Ju