Em Cristo estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento. (Colossenses 2:3)

Ninguém vos engane com palavras vãs; porque por essas coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência.(Efésios5:6)
Digo isso a vocês para que não deixem que ninguém os engane com argumentos falsos. (Colossenses 2:4)

12 de dezembro de 2011

Jesus não é o lírio dos vales e nem a rosa de Sarom.



Quando comecei a minha caminhada com o SENHOR JESUS CRISTO, em 1991, uma das primeiras músicas que ouvi, e gostei, é a que diz em sua letra:
"(...) Jesus é o Lírio dos Vales, Rosa de Sarom
Até seus espinhos, são marcas de amor
Agora Ele vive a plantar um grande jardim
Se você quiser será uma flor..."
Sim, a letra diz isso mesmo, que "Jesus é o Lírio dos Vales, Rosa de Sarom". Mas essa afirmação está ERRADA. O Senhor Jesus não é o lírio dos vales e nem a rosa de Sarom. Talvez você já saiba disso, porém, caso não saiba (ou saiba e não tenha base para defender essa verdade), vamos postar aqui alguns fundamentos que não deixam dúvidas quanto ao que o título desta postagem diz. Para isso, recorreremos aos estudos de duas Bíblias respeitadas: a Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, publicada pela CPAD, e a Bíblia de Estudo das Profecias, publicada pela Editora Atos, bem como à Enciclopédia de Comentário Bíblico Beacon, também pubicada pela CPAD.

Como sabemos, a música que diz ser o Senhor Jesus o lírio dos vales e a rosa de Sarom foi baseada no livro de Cantares, Capítulo 2, versículo 1, onde se lê: "Eu sou a rosa de Sarom, o lírio dos vales". O livro de Cantares foi escrito por Salomão, provavelmente no início do seu reinado, cerca de 960 a.C. O propósito de Cantares é "cantar o amor entre o noivo (o rei Salomão) e a noiva (a Sulamita), reafirmar a santidade do casamento e descrever o amor de Deus por seu povo" (CPAD, Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, 1995, p. 887).

O propósito de Cantares "depende da perspectiva que se toma: ficcional, alegórica ou histórica?". Quanto a isso, podemos ler na Bíblia de Estudos das Profecias (Editora Atos, 2ª edição, 2005, p. 731):

"1) Ficcional: algumas pessoas acreditam que este cântico seja um drama ficcional que relata a atração de Salomão por uma pobre mas atraente moça do seu país e o seu casamento com ela. Contudo, há indicações de que a história realmente tenha acontecido.

2) Alegórica: sob esse aspecto, o propósito principal de Cantares de Salomão é ilustrar a verdade do amor de Deus para com o seu povo, quer sejam os eventos fictícios ou não. Alguns comentaristas insistem em que o livro seja verdadeiramente histórico, mas que o seu propósito principal é ilustrar o amor de Deus por Israel e o amor de Cristo pela Igreja. Esta interpretação, porém, é subjetiva e carece de evidências. Há outras passagens em que o relacionamento entre marido e mulher é usado simbolicamente (cf. Ez 16.23; Os 1-3), mas nelas há sempre uma indicação clara do simbolismo. A perspectiva alegórica pode ser uma aplicação para o livro, mas não deve ser a interpretação principal.

3) Histórica: Cantares de Salomão é o registro poético do romance real entre Salomão e a mulher sulamita. Os vários cenários do livro exaltam as alegrias do amor na corte e no casamento, além de ensinar que a beleza física e a sexualidade no casamento não devem ser desprezadas como ignóbeis ou despiritualizadas. (...) Portanto, Cantares de Salomão é um ousado e positivo endosso de Deus ao amor conjugal em toda a sua beleza física e espiritual. Esta interpretação não quer dizer que o livro não tenha uma ilustração ou aplicação espiritual. Ele certamente ilustra o amor de Deus pelo povo da aliança, Israel, e antecipa o amor de Cristo por sua esposa, a Igreja."

Todavia, o cerne dessa postagem é a afirmativa de que o Senhor Jesus Cristo não é o lírio dos vales e nem a rosa de Sarom como muitos afirmam nos púlpitos e até cantam. Então, vejamos o que diz o comentário da Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal acerca do capítulo 2 e versículo 1 de Cantares:

"A rosa de Sarom e o lírio dos vales eram as flores comuns em Israel. Ao comparar-se a elas, é possível que a Sulamita estivesse dizendo que não era tão especial, era uma mulher comum; mas o amado respondeu que ela era extraordinária, um 'lírio entre os espinhos'. Salomão usou a linguagem do amor (...)" (CPAD, Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, 1995, p. 889).

O livro 3 da Enciclopédia Beacon, publicado pela CPAD, que trata do Livro de Jó a Cantares de Salomão, fala claramente sobre o assunto em pauta. Vejamos:

" (...) em 2.1, a jovem se identifica com um estilo de vida mais simples do que estar na corte do rei.
Eu sou (somente) uma rosa (heb., açafrão) de Sarom, um lírio dos vales (RSV).
Mas o nobre pretendente apaixonado responde: se você é apenas um lírio,
Como um lírio entre espinhos 
É minha amada entre as jovens solteiras (Pouget).
As interpretações alegórias antigas atribuíram as palavras de 2.1 ao Amado, e assim elas se aplicavam ao Senhor. Nesse contexto, o versículo foi a inspiração para as músicas evangélicas 'Jesus, Rosa de Sarom' e 'O Lírio do Vale'." (CPAD, Comentário Bíblico Beacon, 3ª edição, 2009, pp. 483 e 484).

Bem, espero que esse assunto tenha sido esclarecido e, certamente, estarei aberto ao teu comentário, perguntas e mais informações que possam enriquecer essa postagem.

A graça e a paz do Senhor Jesus Cristo!

Pastor Hafner
Chavannes - Suíça
http://pastorhafner.blogspot.com/2011/04/jesus-nao-e-o-lirio-dos-vales-e-nem.html

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